1. Continuação da publicação do relatório da 2ª Rep/CTIG, sobre a situação político-militar em 1974, documento esse que foi generosa e gentilmente digitalizado e enviado pelo Luís Gonçalves Vaz [, foto à esquerda], a partir de um exemplar pertencente ao arquivo pessoal de seu pai, cor cav CEM Henrique Gonçalves Vaz, último Chefe do Estado-Maior do CTIG (1973/74), entretanto falecido em 2001.
A publicação na íntegra deste documento, embora seja uma tarefa pesada, é considerada de interesse para os leitores do nosso blogue, e foi de resto solicitada pelo nosso colaborador, camarada e amigo José Manuel Dinis. Cabe aos leitores fazer a sua análise detalhada e a sua apreciação crítica e, em última análise, ajuizar da sua importância e interesse. Para o nosso tabanqueiro Luís Gonçalves Vaz vai, mais uma vez, o nosso reconhecimento público por este serviço, que ele dedica não apenas à memória do seu pai, mas a todos os amigos e camaradas da Guiné que integram a nossa Tabanca Grande.
Nas páginas 10 a 21 do relatório (que tem um total de 74 páginas), continua a abordar-se a situação política à data do 25 de Abril de 1974, mas agora centrada na situação interna (ponto c, 1. Situação militar; 2. Situação político-administrativa) (As páginas 22 a 24 serão disponibilizadas em próximo poste; as páginas 1 a 9 constam do poste anterior) (*).
______________
Nota de CV:
(*) 31 de Janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9424: Situação Militar no TO da Guiné no ano de 1974: Relatório da 2ª REP/QG/CTIG: Transcrição, adaptação e digitalização de Luís Gonçalves Vaz (Parte IV): pp. 1/9
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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62 comentários:
Meu Caro: primeiro levantou-se, para mim, a dúvida com a palavra Secreto.
Depois resolvi esperar e "copy/paste" tudo para ler...
Tens razão o silêncio por vezes é...
Abração do T.
Silêncio? E porque raio não foram postos esses elementos todos do PAIGC em campo? Não havia condições? O relvado estava empapado? Era pelado?
Ganharam imenso com o quiosque, como se vê hoje. A Guiné não valia uma gota de sangue português, nenhuma.
José Belo, mas não estamos todos à espera da parte VI? daí o silêncio da malta?
É que estes Relatórios militares sobre as capacidades do PAIGC e pelos vistos forças internacionais, devem dar aso a relatórios a dar resposta adequada do QG.
Ou esta parte V já será a certidão de óbito? e não um relatório militar?
Cumprimentos
Comentar o quê?
Um relatório medroso e merdoso elaborado à luz das mentes iluminadas pelo fulgor do PREC (Processo Revolucionário em Curso)?
Um relatório em que IN (PAIGC) é que é bom e forte e as NT (Nossas Tropas)os fracos e maus?
Um relatório com estatísticas nitidamente orientadas numa só direcção?
Se considerarmos a luz de um relatório como este, como querem que as gerações mais novas olhem para nós, ex-combatentes da Guiné, com respeito,reconhendo a imensa dignidade que todos merecemos?
Comentar o peditório da guerra militarmente perdida face a tanto poderio militar que o IN tinha ou ia ter, apesar de, como o relatório reconhece, todas as suas principais bases ficarem fora do território da Guiné?
Comentar o quê? A necessidade de muitos dos militares de Abril precisarem de justificar uma descolonização vergonhosa, como os fuzilamentos na Guiné, etc.,pintando com tons muito mais escuros a verdadeira situação militar na Guiné?
Comentar o quê?
As mentiras que de tantas vezes repetidas acabam por ser aceites como verdades?
A situação 73/74 era difícil, reconheço, podiam avizinhar-se tempos piores, é verdade. Mas em Abril de 1974, quando saí de Cufar, quem controlava esmagadoramente o território da Guiné, centros urbanos, vilas, rios, ares e estradas eram as tropas portuguesas, 40.000 homens, 9.000 deles africanos. Só os guineenses que lutavam ao nosso lado eram quase duas vezes mais do que todos os guerrilheiros do PAIGC. Está tudo retratado no meu livro Diário da Guiné, e hoje não retiro uma linha ao que escrevi em 1972/74.
Comentar o quê?
Abraço,
António Graça de Abreu
Caríssimos:
Está tudo dito.Aliás, já estava, mas agora é em relatório oficial. Estas minhas palavras são um comentário? Não são. Comentário é o que passo a escrever: alguns camarigos ficaram aborrecidos com este relatório,preferiam outro, mas um relatório é isso mesmo, é apenas um relatório...eu e quase todos os que, em 73/74, lá estávamos, subscrevemos o dito.Afinal, com que intenção nos mandaram fazer aquelas cruzes toscamente inscritas no solo, com garrafas de cerveja cheias de petróleo e gaze a servir de pavio? Esperava-se ou não uma reedição do caso desgraçado da Índia? Já sei que vão aparecer por aqui grandes historiadores e estrategas militares a dizer que são realidades muito diferentes. É verdade. Mas eu digo, de forma nada intelectual, que nos esperava uma realidade muito f. da p.
Um abração
Carvalho de Mampatá
Já agora, as palavras de Marcelino da Mata, o mais condecorado militar
das Forças Armadas Portuguesas, guineense, de etnia papel, comando africano:
"Quando se deu o 25 de Abril, a situação militar estava controlada por nós. Eu dava a volta a toda a Guiné.
(...)Só a tropa guineense chegava para controlar a Guiné.Podia ter-se negociado com o PAIGC para formar um exército no qual eles ingressassem, porque nós éramos um exército formado e com largos anos de guerra e eles eram guerrilheiros sem formação militar e sem quadros."
Marcelino da Mata falou assim em "Os Últimos Guerreiros do Império", Lisboa, Editora Erasmus, 1995, pags. 209 e 211.
Caro Graça de Abreu, depois de ler o teu comentário já depois de ter redigido o meu, senti vontade de voltar à carga, para referir o seguinte:
1ºO facto de 9000 militares africanos serem quase o dobro das tropas do PAIGC,(a ser verdade) mesmo assim não significa incapacidade para nos derrotarem...como bem sabem os especialistas da guerrilha.
2ºA circunstância da maior parte das mais importantes bases do PAIGC se localizar nos países estrangeiros, também não era nada consoladora, visto que era a partir de lá que nos castigavam sem preocupações de poupança de material.
3ºA afirmação de que controlávamos esmagadoramente o território da Guiné, centros urbanos, vilas, rios, ares e estradas...francamente! Até para se ir à lenha ou à água era preciso escolta. O que é controlar?
4ºDescolonização vergonhosa! Eu acho que a colonização é que foi vergonhosa. Os fuzilamentos aconteceram no pós-colonização e foram de facto vergonhosos.Como evitá-los? Sabe-se que a Guiné é muito pequenina para tanta gente que queria os seus lugares e não chegam sequer para todos os do PAIGC (veja-se como, de vez em quando, mesmo dentro do PAIGC, uns vão matando os outros que estão a estorvar).
Um abração para ti Graça de Abreu e para todos.
Carvalho de Mampatá
Caro Graça de Abreu:
O território da Guiné é demasiado pequeno para comportar as tropas africanas que serviram do nosso lado mais as do PAIGC. A Guiné precisava e precisa é de serralheiros, carpinteiros e trolhas...não de Kalashenoqueiros. Misturar, no mesmo exército, os dois lados, era pior do que meter gatos no mesmo saco. Mesmo os que estiveram do mesmo lado fazem mondas, de vez em quando.
Termino por aqui, venha o que vier.
Um abração
Carvalho de Mampatá
Caros amigos ao chegar a esta altura do campeonato, desculpem, destas páginas do Relatório(s) Militar e secreto, devidamente relatado e esquematizado, conforme as regras de um relatório, e à partida escrito, por gente (Oficiais)inteligente, com acesso a informação que não era qualquer militarzito ou furrielzito, nem tão pouco qualquer civil, que o tinha. A não ser aqueles (eventualmente) pela sua actividade secreta como a PIDE-DGS e alguns elementos militares ao seu serviço, talvêz tivessem.
Como ia a dizer chegado a este ponto abri os comentários, pensando que iria encontrar um ou outro ''contra-ponto''. Mas sinceramente...uma grande decepção.
As frases mais que gastas, os sentidos figurados, a prevalência do desconhecimento (independente do ponto de vista). Enfim uma decepção.
Fica para a história deste BLOGUE, que jámais poderá ser eliminado a não ser por decisão (e em parte só) dos seus editores.
Pela minha parte, muito obrigado ao Luís Gonçalves Vaz, por desponibilizar estes documentos. E aos editores deste Blogue por os publicar.
Um abraço para todos e cada um.
Carlos Filipe
ex-CCS BCAÇ3872 Galomaro/71
Ps. Amigo Carvalho, publicamos os coments em simultâneo. Ficou o meu coment um pouco fora do lugar, devia sair primeiro que os teus.
Cumprimentos
Aguardava para o fim do relatório para comentar,mas como parece que aqui já se levantam contraditórios insanáveis, vou comentar.
Até agora este relatório aos costumes disse nada.
Alguns aproveitam para realçar aquilo que mais lhe convém.
Em termos estritamente militares enferma de erros técnicos e informações incorrectas(no fim direi quais).
Até agora não vi nada de secreto, pois quem tinha acesso a informações (o meu caso) sabia mais ou menos desta situação.
Penso que será no final da publicação do relatório a altura mais adequada para comentar e argumentar o contraditório.
Apelo a todos um comportamento de urbanidade e respeito.
Penso que cada um pode defender o seu ponto de vista sem ofender ou amesquinhar terceiros.
C.Martins
...Ouro, meu amigo Torcato! Saber esperar também é uma virtude.
E, seguindo as minhas próprias palavras, era isso que deveria fazer. Mas vou adiantando...
Até aqui temos lido um relatório de apreciação sobre a actuação e capacidades do nosso IN de então, o PAIGC. Mais está para vir e deveremos aguardar com a devida serenidade e respeito.
Porque é claro, para um relatório desta natureza os comandos militares da Guiné certamente que desenharam uma resposta militar. Independentemente de ter sido ou não posta em prática e dos resultados obtidos, porque entretanto aconteceu o 25 de Abril.
Espero que o Luís Vaz também esteja preparado para nos presentear com as estratégeas de contra-ofensiva.
A não ser assim, mais uma vez, ficaremos com o sabor amargo de uma história esfarrapada.
Um abraço amigo,
José Câmara
Caros Camarigos:
Em minha opinião o Relatório da “discórdia”, só abona em favor da “categoria” e “grande esforço” militares que as NT estavam a fazer, ler em sentido contrário é desvirtuar a “mensagem” que ele deixa para os Historiadores e gerações vindouras. Não tenho duvida que a sua “Narrativa”, se baseia em informações fidedignas e naturalmente HONRA” todos os Ex-combatentes que por lá passaram ou MORRERAM.
Algumas considerações, para que não ocorram equívocos:
O efetivo do PAIG está no Relatório que estou a dar visibilidade, a saber: "...Estimava-se que, em 1973/74, o potencial humano do PAIGC tenha atingido cerca de 7 500 combatentes, 4 500 integrados no Exército Popular e 3 000 nas Forças Armadas Locais. Além disso, os elementos disponíveis permitiam estimar que no princípio de 1974, se encontravam em instrução no CIPM de Kambera (dita Madina do Boé) cerca de 300 elementos por trimestre e que nos CI (centros de instrução) dos países de Leste da Europa e Cuba permaneciam 500 elementos dos seus quadros em diversos graus de preparação. ..."
Mas além destes guerrilheiros ainda havia muitos Cubanos e Russos.... não sei se alguns de vós o poderão confirmar, mas basta ler alguns documentos que estão no AHM, exemplos:
“… Em 15 MAI 73, a CCAÇ 6 (sediada em BEDANDA) informou, através da mensagem 586/C, a chegada em 10 MAI, de 4 grupos vindos da REP. GUINÉ e a chegada a KANDIAFARA de cerca de 50 CUBANOS.
Em 16 MAI 73, a CCAÇ 3566 (EMPADA) enviou a mensagem 528/73 (referência do AHM -3º volume, folha 624), informando a chegada a SIMBELI de três grupos Brancos de Artilharia vindos da Rússia e a presença na fronteira de dois carros de combate …”
Estas mensagens são só dois exemplos!
Com todo o respeito, admiração e orgulho em todos aqueles que combateram neste TO, considero que será difícil que a maior parte de vós possam fazer uma análise sem paixão e sem emoção, é natural e expectável, como tal alguém “fora” desta guerra, a poderá realizar … desapaixonadamente, concordarão comigo, ou não? Mas isso não impede que esta Plataforma de comunicação, seja usada para exorcizar todos os nossos “fantasmas”, onde eu me incluo, não esqueço das imagens de feridos, caixões que vi no Hospital Militar de Bissau, bem como outras imagens que me marcaram e aqui relatei, ainda de que uma forma não comparável a quem viu morrer em combate camaradas seus………..
Forte abraço para todos vós
Luís Gonçalves Vaz
se encontravam em instrução no CIPM de Kambera (dita Madina do Boé) cerca de 300 elementos por trimestre e que nos CI (centros de instrução) dos países de Leste da Europa e Cuba permaneciam 500 elementos dos seus quadros em diversos graus de preparação. ..." Mas além destes guerrilheiros ainda havia muitos Cubanos e Russos.... não sei se alguns de vós o poderão confirmar, mas basta ler alguns docs que estão no AHM, exemplos:
A mim como não me dava com oficiais e menos com os “inteligência militar” só chegavam as informações de “jornal da caserna”. Pelo o que se dizia e pela afixação de avisos nas paredes da cantina, a situação era preocupante. Corria de boca em boca, que o abandono de alguns destacamentos era já uma certeza, coisa que a possibilidade, vejo confirmada nos actuais relatórios.
O camarada Carvalho faz aqui um comentário com que estou plenamente de acordo e revejo-me na discrição dos “ últimos gritos de tecnologia militar, que representavam as tais garrafas com torcidas metidas em valas em cruz na auto-defesa que também foram postas em prática para os meus lados”.
Para mim, que cheguei cá antes do 25 Abril e passava de largo quando via algum oficial, quanto mais entrar em discussões sobre a guerra com ele, as minhas informações era passado de boca em boca e do que percorri pelo Leste até Buruntuma .
Nós nunca tivemos condições para ganhar aquela guerra. Isto não põe em causa de maneira nenhuma a bravura e o espírito de sacrifício, feito por todos os que para lá foram. Só um país como o nosso, que carregava uma canga poderia suportar tamanho sacrifício dos seus filhos.
Os relatos dos camaradas que se bateram nas mais diversas batalhas são respeitados por todos e as vozes, que por vezes põem em dúvida o relato, são muitas vezes por estranho que pareça, camaradas da mesma unidade ou batalhão.
São pontos de vista!
Vejo com alguma com alguma preocupação, é a deselegante ligeireza com que se põe em duvida os relatórios apresentados pelo Luís Gonçalves Vaz.
Porque é que a visão restrita a uma zona dá alguém certeza do que se passava no geral? Uns e outros estivemos lá e eu lembro bem das crescente dificuldade que tínhamos em equipamento, armamento e da insegurança, quanto às formas de auxilio que nos poderiam prestar.
Desculpem mas quando trazem os fuzilamentos à baila na presente questão, é nitidamente com a função criar uma diversão e desviar as atenções dos relatórios lançando a discussão para outros campos. É uma técnica de agitação que bem conheço.
Quanto à hipotética forma de acção, que os nossos comandantes e estrategas poriam em funcionamento para evitar a derrota, é o grande segredo dos deuses.
Quais seriam?
Seria abandonar os quartéis fronteiriços, para assim evitar serem atacados directamente dos santuários da Guiné Conakry e criar espaço para a perseguição do IN ainda no nosso território? Já aqui foi falado que tal tinha sido rejeitado.
Era a compra de material de guerra que ninguém nos queria vender e muito menos a crédito?
Ou era entregar o território às tropas nativas, uma vez que cá na metrópole, começava a ser difícil o recrutamento de milhares de jovens.
Porquê que se dá o 25 de Abril? Foi falta de coragem para combater em África, daqueles que arrancaram naquela madrugada com tantas esperanças e nenhumas certezas? Menosprezar o valor do IN, é sem dúvida tirar crédito ao nosso sacrifício.
A nossa história dá-nos grandes feitos e grandes misérias. Invariavelmente tem sido o nosso destino, onde chegamos sempre rotos e esfarrapados.
Um abraço
Tenho pena que ao fim de 36 anos ainda se pense que aguentámos 13 longos anos de guerra atravez das armas de fogo.
A "retirada estratégica", 25 de Abril, pode ter sido para evitar o reforço militar do IN.
Mas será que esta retirada não devia ser "organizada" em 1968 quando Salazar caiu da cadeira?
Porque sem Salazar o regime apenas deslizava por inércia.
Mas esperava que Luis G. Vaz nos presenteasse com o relatório dos comandantes que dessem a ordem de "ou mato ou morro".
É que no remanso de "férias" em Angola dizia-se já que não valia a pena perder tempo com a Guiné.
Caros Tertulianos:
Acabei de ler o comentário de Juvenal Amado! ...Afinal existem ex-combatentes capazes (emocionalmente quero eu dizer)de fazerem uma "Análise/Fria" sobre a Guerra na Guiné. A ele os meus parabéns! brevemente adiantarei mais algumas notas pessoais do meu falecido pai, julgo que o último militar português a abandonar este território... que irão de encontro com o que Juvenal Amado acaba de afirmar!!!!! Mas uma coisa é certa, o camarigo Juvenal tem razão, e pensa como pensou um grande General, pois segundo sei era essa a grande mudança que o Comandante-Chefe, G. Bethencourt Rodrigues ia fazer, desocupar/eliminar todos os Aquartelamentos da periferia, e concentrar os meios das NT, mais no interior, depois uma Artilharia com novos meios que se esperavam, ia ser uma limpeza nessas áreas... só que segundo ele, "Não tive tempo"........ Pois segundo o Depoimento do general Bettencourt Rodrigues nos Estudos Gerais da Arrábida, no Painel dedicado à Guiné (29 de Julho de 1997) “… Sim, planeava converter as 225
guarnições em 80 e tal. A dispersão é inimiga da eficácia. Mas já não
tive tempo, …”
Abraço
L. G. Vaz
Na falta de um simples dispositivo ...por exemplo o tal do polegar do OK-apenas estas linhas para deixar aqui o meu "bravo" a sabia e clarividente analise/comentario do Juvenal Amado.
Gostei !
Mantenhas
Nelson Herbert
Eu disse que tinha terminado mas, havendo necessidade de pedir um esclarecimento (a quem souber) e prestar outro, aqui volto:
as cruzes eram configuradas por duas linhas de garrafas,cruzadas perpendicularmente, com um comprimento de cerca de uma dúzia de metros, em espaço plano e limpo de vegetação arbustiva e de árvores, de modo a ser visionada a partir de uma aeronave. Os pavios seriam acesos sob ordem de Bissau. Dizia-se que a intenção era identificar as instalações das NT caso se recorresse ao despejo ou arremesso de granadas sobre posições IN, durante a noite. Estou a dizer algum disparate? O Marcelino ou o Vasco da Gama podem fazer o favor de tirar isto a limpo, se quiserem.
Um abraço
Carvalho de Mampatá
Camaradas,
Tenho estado meio-ausente. Hoje, em simultâneo com os comentários sobre Dickens, abri o blogue para me actualizar.
Aqui chegado, depressa notei a importância devastadora desta parte do relatório.
Por anteriores e diversas leituras eu tinha concluído sobre o imenso progresso do PAIGC. Hoje, ficamos a saber que já não eram os 5000 guerrilheiros dos meus distantes anos de 1970/71. Para além dos novos equipamentos e estratégia.
E aqueles números comparativos de 1973/74 consignam uma organização determinada, a que se opunha uma sociedade meio abstracta em relação à guerra que mobilizava os seus jovens.
Foi um constante adiar.
Desde que Salazar desprezou as negociações propostas por Amilcar. Aliás, em contradição com as suas próprias expressões de que as independências (para terem sucesso) careciam de sociedades bem estruturadas. Em 1965 já ele referia que a África portuguesa estava num processo de evolução, eventualmente (subentendia-se) para integração de sociedades multirraciais em territórios independentes.
Por essa altura já tinha MacMillan referido os ventos de libertação que corriam em África (1960, se não erro), e dado instruções preparatórias das próximas independências do império britânico.
Retenho do relatório uma de várias informações: 17 ataques num só dia, é obra.
Aguardemos pelo resto do relatório, e à luz do que hoje sabemos, para podermos tirar novas conclusões.
Abraços fraternos
JD
No 1.º comentário tentei ser contido,mas como verifiquei que muitos camaradas já chegaram a conclusões consoante a sua forma de pensamento, então aqui vai.
Eu era contra a guerra,porque pensava e penso que todos os povos têm direito à sua autodeterminação,independência, se é que esta existe na realidade..Mas fui.
Politicamente já estava perdida antes de começar,mas não vou dissertar sobre isso,vou apenas falar sobre a questão militar,nomeadamente sobre o paigc.
Na guerra existe a informação mas sobretudo a contra-informação que o paigc soube explorar muito melhor do que nós.
Sabia do que se passava , em geral, no TO da Guiné, devido a recebermos no COP5,quase diariamente relatórios do QG.
Todas as acções que o comando do COP5 pretendeu realizar no seu sector foram liminarmente recusadas pelo QG,nomeadamente;colocar campos de minas junto à fronteira, incursões no território da guiné-conakry.
Quando fui à guiné-conakry,durante as conversações com o paigc, à tão propalada base de kandiafara, verifiquei que não existia base nenhuma, mas sim pequenos acampamentos dispersos onde era guardado material de guerra, e estes distavam mais de 10 km de Kandiafara.
Tinham, isso sim, em Boké a cerca de 80km da fronteira, uma base logística e um pequeno hospital onde estavam médicos cubanos.
Tanto os denominados "grad",como as as peças de 130 mm, e não canhões como erradamente se diz, eram operadas por militares cubanos quase todos negros..não é difícil saber porquê.
Tinham cartas topográficas nossas, que foram roubadas pelas BRs no I.G.C.E.
Estavam completamente exaustos com grandes dificuldades de recrutamento e com divergências graves políticas e étnicas.
Não tinham russos ou quaisquer outra nacionalidade para além dos cubanos nas suas fileiras,porque nenhuma das partes estava interessada nisso.
Não tinham ninguém na URSS a ser instruído para piloto de migs e muito menos migs,os únicos que existiam na guiné-conakry eram da "força aérea" desta e estavam INOP por vontade expressa do Sekou-Touré, por razões de confiança e segurança para ele.
Estavam também com algumas dificuldades de aquisição de material de guerra, porque o tinham que comprar à urss e e o dinheiro provinha de vários países doadores, nomeadamente a Suécia, e estes tinham alguma relutância em aumentar a quantidade de dinheiro só para comprar material de guerra.
Tentaram comprar à China mas esta exigiu o corte total de cooperação com a urss,por motivos óbvios na altura.
Tinham mais a norte na região do Boé mas dentro da guiné-conakry um campo de treinos mas longe dos tais números evocados no relatório devido a já dita dificuldade de recrutamento.
A DGS não tinha ninguém em Conakry, e todas as informações que tinham eram fornecidas pelos serviços secretos franceses, que informavam consoante os seus interesses (branco é...).
Irei continuar, mas por agora fico-me por aqui.
Onde recolhi toda esta informação.. não posso dizer..uma das fontes felizmente ainda está viva..poderei fornecer aos editores deste blogue algumas informações suplementares..mas que não poderão ser publicadas.
C.Martins
Caro Luís Vaz
Mensagens são isso mesmo"mensagens".
Bedanda dista de Kandiafara mais de 60km em linha recta.A Caç 6"recrutamento local" info que chegaram mais de 50 cubanos a kandiafara", é só para rir...foram lá ver ? tinham informadores ? estes eram de confiança ?
Sobre a chegada de Russos a Empada !!!!, esta então era hilariante.
A URSS não estava interessada em intervir na Guiné,isso era também ouro sobre azul para o "regime"
Se fosse capturado um único russo
era só comunicar a U.S A. e teríamos todo o apaio destes e talvez um porta-aviões às portas de Bissau para nos ajudar.
CONTRA-INFORMAÇÃO PURA meu caro
Um abraço
C.Martins
Nenhum comentário.
Isto é sempre a mesma conversa. As mesmas pessoas da mesma cor política a quererem enfiar o barrete na nossa História.
Comentários para quê?
Registo as palavras de quem esteve por dentro e fala de saber de dura experiência feito. O C. Martins diz que os homens do PAIGC "estavam completamente exaustos com grandes dificuldades de recrutamento e com divergências graves políticas e étnicas".
É mentira?
Então se não é mentira, que comentário merece este relatório?
225 quartéis e destacamentos portugueses espalhados por toda
a Guiné Portuguesa e os guerrilheiros é que nos iam comer vivos?
Não confundam uma guerra injusta, que tinha de terminar, numa terra que quase todos nós portugueses não sentíamos como sendo a nossa Pátria, com a verdadeira situação militar no terreno, 73/74, com as fraquezas e forças dos militares, de ambos os lados.
Porque é que a cor política dos camaradas (nós até já nos conhecemos quase todos, não é?)continua a
embotar o entendimento da realidade?
Abraço,
António Graça de Abreu
Meu caro camarada Graça Abreu
Cada um acredita naquilo que quer acreditar.
Este relatório é completamente "pífio".
De todas as informações que recebíamos do Q.G. NEM UMA se confirmou.
Em Abril recebemos uma mensagem que dizia que havia grandes possibilidades de sermos atacados com "carros de combate" !!.
Imediatamente deslocamos mais de 200 homens para a fronteira e accionamos o dispositivo de defesa do perímetro do aquartelamento..foi digno de se ver..fiquei estupefacto ,não imaginava que tínhamos tanto potencial de fogo...ver os soldados super armados com mgs,hks,bazookas, os espaldões dos morteiros reforçados com centenas de granadas,assim como os dos canhões s/r com granadas anti-tanque,bidões de água nas valas e rações de combate, cunhetes de munições g3.
No meu pelart reforçamos as granadas prontas a disparar nos espaldões...e depois de um dia inteiro à espera...NADA..manteve-se o dispositivo de segurança afastado..mais alguns dias.. e NADA.
Ao falar sobre isto ao elementos do paigc, durante as conversações, estes disseram que estavam com receio de uma "invasão" nossa ao detectarem tanta movimentação das NT e julgavam que eram "comandos" pela forma como se deslocavam e iam armados..com receio evitaram o contacto.
Este era o colapso militar previsto no sul, mais concretamente em Gadamael, isto em Abril de 74.
Confesso com algum orgulho ter ouvido do nosso antigo IN..."canhões de gadamael..quando começavam a disparar...porra..porra..manga di ronco".
Um alfa bravo
C.Martins
Estou com insónias
Volto à carga que não de cavalaria.
Não sendo especialista na matéria,vamos lá dissecar o assunto migs.
Para operar estes aviões ou outros são necessários,pilotos,pessoal de manutenção,controladores aéreos,especialistas de armas..etc e que sei eu..
Se o paigc não tinha pessoal para manobrar as armas mais sofisticadas de artilharia,eram cubanos que o faziam, onde arranjava aqueles.
É que não se vai para piloto pegando num simples guerrilheiro e dá-se formação..este necessita de formação base (estudos secundários com conhecimentos de física,matemática e outros, para já não falar do restante pessoal de apoio.
Tinham que os comprar,assim como todo o material logístico associado..era e é material caro.
Se mesmo assim conseguissem, de onde é que operavam.
Do Senegal ? da Guiné-Conakry ?
Sabendo que o próprio Sekou-Touré, não confiava no seu pessoal, ia confiar no paigc detentor de força aérea.
Quantos quadros tinha o paigc na altura da independência ? nomeadamente com formação para poder ser piloto, e sabendo que se necessita ter determinadas qualidades físicas,quantos estavam nessas condições.
Deixo ao vosso critério..pensarem nisto.
Esta história dos migs foi uma entre muitas da bem urdida contra-informação do paigc.
C.Martins
Lembrei-me de mais uma
Sobre o celebre voo de um avião desconhecido sobre Bissau, não passou de uma forma de protesto de um piloto da FAP,que ao ser recomendado que se sobrevoassem Bissau o deviam fazer em altitude e à velocidade mínima de sustentação, este resolveu passar a "rapar" baixa altitude e à velocidade de 400 nós, quase o máximo que o fiat conseguia em voo horizontal.
Claro que ninguém consegui identificar o dito..passou a ser um ovni, perdão avião desconhecido.
C.Martins
Camaradas:
Ainda a propósito desta matéria publicada, noto que a referência a Guileje tem o ar natural de uma retirada por força da acção IN, ao contrário da atitude de Spínola em relação ao então cmdt do COP.
Por outro lado, a concentração de tropas num número reduzido de localidades, deixando livre a faixa fronteiriça, foi uma proposta de Costa Gomes, subscrita por Spínola, antes, portanto, de Bettencourt Rodrigues.
Não concordo com a proposta:
Para além dos riscos do desenvolvimento da guerrilha urbana, e do acompanhamento de flagelações perpetradas a maior distância, havia que considerar os riscos sociais, políticos e económicos decorrentes da medida. Imagine-se uma lavra de amendoim: onde antes estaria uma família, passariam a estar três ou quatro, ou nenhuma. Essa exiguidade, igualmente, passaria a verificar-se em relação à pecuária, como em relação às restantes actividades económicas.
Portanto, estas ilustrações simples, são suficientes para deixar adivinhar todos os novos problemas sócio-económicos que a concentração de gentes iria provocar (como falhou a experiência vietnamita com idêntica acção americana. Ainda retenho imagens noticiosas da retirada dos marines). Salvo, se esses portugueses fossem abandonados nas suas terras, o que equivaleria a deixá-los integrar-se nas zonas libertadas. E chegamos ao adensar do problema político, ao crescimento das zonas livres, e ao reforço da argumentação sobre as forças ocupantes e beligerantes num país com fronteiras definidas e reconhecimento internacional.
Assim, podemos verificar que a política militar para defesa do território ultramarino da Guiné, não soube escolher a melhor estratégia, de uma de duas: ou, conforme o então Vice-Almirante Pereira Crespo preconizou, aguentar uma guerra de desgaste, enquanto se promovia o desenvolvimento económico e social, por forma a acentuar o sacrificio dos guerrilheiros perante a melhoria das condições de vida das populações controladas, até à desistência da guerrilha; ou ter encarado a guerra com audácia, aproveitando a superioridade inicial de forças e equipamentos, levando aos territórios vizinhos o sofrimento da guerra, "inventando" ou auxiliando forças autonomistas no Senegal, que levassem aquela nação a não prestar ajuda ao PAIGC, enquanto umas surtidas na Guiné-Conakri acabariam por provocar a queda do ditador fantoche.
Do ponto de vista militar não vejo alternativas.
As reacções políticas são em parte conhecidas: à guerra prolongada e de desgaste, correspondeu a sociedade multinacional com o incremento das ajudas materiais e o apoio político no grande forum da ONU, enquanto a política da "psico", em muitos casos, transformava a população em subsídio-dependente, ao contrário do preceituado para a guerra prolongada. No entanto, quais seriam as reacções políticas se as NT tivessem respondido aos vizinhos que davam guarda e apoio ao movimento independentista?
Ambas as nações eram pró-independentistas, e os seus líderes uma espécie de faróis em África. Distinguiam-nos os pressupostos, sendo que Touré era radical e pela rotura total, enquanto Senghor seria pela preservação das boas relações com as antigas metrópoles, por isso integravam diferentes agrupamentos ideológicos de novas nações. Ora, por essa via, teria Portugal que estar preparado para a internacionalização do conflito.
Enuanto isso, como se comportava a retaguarda metropolitana?
Para a retaguarda, civil, política e, de inicio, também parcialmente a militar, encarou-se os fenómenos como terrorismo, longe de perceber o movimento independentista que dava sinais, e ganhava visibilidade desde os inicios dos anos cinquenta.
Salazar regeitou todas as propotas de diálogo, porque, bom ditador, ele é que determinava o ritmo e escolhia os interpretes, e esperava, não só, que o tempo lhe corresse a favor, como, que o ultramar se desenvolvesse por forma a consolidar sociedades multirraciais, como, que as diferentes soluções acontecessem para além da sua vida.
Abraços fraternos
JD
Caro Carvalho
O dispositivo que era feito com as garrafas com torcidas chegou a ser feito em Galomaro.
Era efectivamente em cruz indicando os pontos cardeais.
Dizia-se que em caso de ataque sem comunicações, deveríamos acender o lado donde vinham os ataques e que o dispositivo serviria para indicar as posições do IN aos bombardeiros que se deslocariam durante a noite desde a ilha do Sal em Cabo Verde.
Não sei se era verdade pois o diz que disse ainda hoje é assim, quanto mais na altura.
Há aqui camaradas muito mais informados do que eu, que talvez possam informar mesmo sem revelar as fontes umas vez que 37 anos depois ainda há segredos por revelar...?
Bem também é verdade que cada um tem a importância que têm e eu tinha pouca.
Caro C. Martins:
Vamos lá ver se todos nós "jogamos este jogo" com as mesmas "REGRAS"! Não fui eu que enviei as mensagens de BEDANDA ou do aquartelamento de EMPADA, foram vocês, os militares destes Aquartelamentos... se é contra-informação ou não, não sei! nem fui eu que realizou o Relatório... Eu apenas estou a "por na mesa", dar visibilidade de toda a informação que tenho, para isso contactei uma Instituição Creditada, bem como "alguém" bem colocado, para saber que os mesmos já "Estão desclassificados", pois não queria ser considerado "UM TRAIDOR" à Patria!!! Como tal (não havendo esse constrangimento) só lhe peço para fazer o mesmo, e assim nos dar "TODAS AS INFORMAÇÕES" disponíveis "Nesta mesma Mesa", para que todos possamos realizar a Reflexão e análise "à nossa maneira”. Em suma, já diz o Povo; "Amor com Amor se Paga", espero que todos os camarigos apresentem sem reserva, todas as informações disponíveis, só assim conseguiremos construir uma "Base sólida de informação" que possibilite "FILTRAR" dados que não sejam Verosímeis.... Acho que me fiz entender, pois o tempo "perdido aqui" deverá "Dar frutos"
Grande Alfa Bravo para todos vós
L´. G. Vaz
Entre os artilheiros do PAIGC contavam-se varios caboverdianos e alguns guineenses que se destacaram por exemplo nas flagelacoes a Guiledge e a Gadamael...etc
...embora existissem igualmente cubanos nas frentes!
Nelson Herbert
Em 1976 no quadro das comemoracoes do XX aniversario do PAIGC viu-se os primeiros Migs pilotados por guineenses sobrevoarem a parada militar alusiva a data!
Da minha turma do ultimo ano do Liceu,tive pelo menos tres pilotos de Migs guineenses que vindos do "MAKI" tinham decidido por razoes pessoais,regressar aos bancos do liceu,para efeito de reconversao da carreira...
Conhece-os e bem e fazem ainda hojeparte da minha lista de amigos!
Nelson Herbert
Caro Nelson Herbert:
As tuas (fomos colegas no mesmo Liceu) informações são mais importantes do que poderás julgar neste mesmo momento! Como tal peço-te que nos digas, por favor, se esses mesmos teus amigos pilotos,ou algum deles estava a tirar o curso de piloto de Mig em 1974, e a onde, ok? Aguardo essa informação.
Forte abraço
L. G. Vaz
O nosso leitor (e camarada, comandante do último Pel Art que esteve em Gadamel), C. Martins, esvreve, em comentário anterior:
"Onde recolhi toda esta informação ? Não posso dizer, uma das fontes felizmente ainda está viva... Poderei fornecer aos editores deste blogue algumas informações suplementares... mas que não poderão ser publicadas."
Meu caro Martins:
Não és, formalmente, membro da Tabanca Grande, mas dada a regularidade e paixão com que aqui escreves, quase todos os dias, és mais "tabanqueiro" do que muitos outros que estão na lista alfabética, de A a Z, publicada na coluna do lado esquerdo...
Pessoalmente aprecio os teus contributos, àpartes, tiradas, apontamentos sobre o quotidiano de Gadamael, sem esquecer as "lições de artilharia" que gostas de dar aos "infantes"...
Para um tabanqueiro que não o é "de jure" mas é "de facto", tenho que relembrar aqui uma das nossas regras de ouro: o dever de socialização e partilha da informação e do conhecimento sobre a história da guerra do Ultramar, guerra colonial ou luta de libertação (como cada um preferir)...
É um questão também de "fair play", como diz o Luís Gonçalves Vaz. Fico à espera das tais "informações suplementares", embora impublicáveis... Um abração. LG
Obrigado, Luís Vaz e este obrigado nem é pelos relatórios mas pela honestidade e coragem de os colocar sabendo que o sonho do Império na versão salazarenga, por um lado, o um ou outro centurião frustrado porque mais dava tiros de cano grosso e de longe, haviam de reagir à bruta.
Como reagem, nem os ilustra a eles, nem ao blogue que os abriga.
Também não o deslustra a si porque, como diz o povo, "não ofende quem quer mas quem pode" e, nas palavras vê-se que não podem.
Carvalho de Mampatá. Está visto que também eras vermelho mais russo que russos e chineses sobrepostos. São boas as tuas palavras avisadas e gosto delas não por ter sido vermelho mas por ter tido alma branca e preta porque em termos de humanidade não se vê essa diferença. Pode ver-se, sim, nos que mudam de cor sem nunca serem brancos nem pretos nem terem cor nem cheiro porque assim se camuflam melhor.
Poderia dizer que já não tenho paciência mas não digo...por enquanto.
Abraços
José Brás
Caros Tertulianos:
Leiam o que John Woollacott, afirma in: A luta pela libertação nacional na Guiné-Bissau e a revolução em Portugal :
"...Caetano, provavelmente pressionado, deu instruções a
Spínola para cortar todos os contactos com o PAIGC e disse-lhe:
Para a defesa global do ultramar é preferível sair da Guiné por uma
derrota militar com honra, do que por um acordo negociado com os terroristas, abrindo o caminho a outras negociações. Quaisquer conversações directas com o PAIGC iriam reconhecer legitimidade ao movimento, coisa que a ditadura colonial sempre negara às organizações de guerrilha, e iria ter incalculáveis repercussões em Angola e Moçambique.
Um contacto ulterior entre Spínola e o PAIGC, em Outubro, foi
igualmente abortado pelo Governo ...
O trágico assassinato de Amílcar
Cabral, em Conakry, em Janeiro de 1973, poderia ter sido uma última e desesperada cartada de Spínola. Se tivesse sido, teria falhado. Depois de um curto período de confusa desorientação, o PAIGC ripostou com uma força maior que nunca durante a estação seca, de Março a Junho de 1973, infligindo baixas excepcionalmente pesadas ao exército colonial, forçando-o a recuar firmemente para uma posição defensiva. Os postos avançados militares portugueses encontravam-se isolados em território hostil, as cidades cercadas e sujeitas a ataques-surpresa. Também no ar as forças portuguesas perderam vantagem, pois o PAIGC complementava a sua artilharia convencional antiaérea com disparos de mísseis terra-ar Stella — cujos efeitos eram devastadores. E mais: preparavam-se ainda para utilizar caças Mig na luta pelo controlo
do espaço aéreo da Guiné. ... a nova República da Guiné-Bissau, que em finais de Outubro já era reconhecida por cerca de 70 Estados soberanos. Em Novembro, as Nações Unidas, que tinham já reconhecido o PAIGC como «o único e autêntico
representante do povo da Guiné»23, convidaram Portugal a pôr termo à
sua «ocupação ilegal» na República e a «retirar imediatamente as suas tropas». A derrota do colonialismo português na Guiné foi total — uma derrota em todas as frentes: militar, política e diplomática. ... O impacte no moral das forças armadas estacionadas nas outras
colónias teria sido desastroso: uma derrota na Guiné teria desencadeado um efeito de «dominó» em todo o Império27. Mas mais do que isso: qualquer forma de concessão política ou de «economia do pessoal militar» constituía um puro anátema para os ultras do regime, para quem Portugal seria sempre «uma nação indivisível, desde o Minho até Timor». Nenhuma amputação
ou cisão seria consentida, fossem quais fossem as circunstâncias. Como dissera Salazar, «A Pátria não se discute, defende-se!». Assim» os opressores — e não era a primeira vez28 — enganavam-se a si
mesmos com a sua própria propaganda, através da ideia que faziam da sua superioridade cultural (e de raça), incapazes de aceitar a hipótese de urna derrota vinda de um punhado de «comunistas negros», acantonados num pequeno atoleiro. Uma carta que Spínola dirigiu ao ministro do Ultramar, Silva Cunha, em Maio de 1973, avisando-o da «contingência do colapso militar» não obteve qualquer resposta. O aparelho de propaganda colonialista continuou com o mesmo disco, anestesiado pela sua própria mitologia. Numa visita a Bissau, em 20 de Janeiro de 1974, o novo ministro do Ultramar, Rebelo de Sousa, declarou tranquilamente: Nos quartéis, os militares devem ter abanado a cabeça, não podendo acreditar no que ouviam... Em Março, a ofensiva do PAIGC recomeçou com uma intensidade ainda maior e começaram a circular rumores que diziam que as forças de guerrilha planeavam atacar a própria Bissau a 29 de Abril...
Continua........
Abraço
L.G.Vaz
Meu caro Luís Gonçalves Vaz
Fui ler, não com muito prazer, o extenso texto do John Woollacott, da Universidade de Manchester, elaborado em 1980/1981, publicado na Análise Social de 1983. Também à luz da fruta da época.
O Luís Vaz está agora a condensar as palavras do inglês, saltando muitos parágrafos.
Mas o documento é interessante, está bem estruturado, pena ter tantos dados de anti-colonialismo
primário, à mistura com muita afirmação hoje ridícula e que a História actual, escrita em 2012, vai paulatinamente desmontando e clarificando.Porque os dados reais são outros e a independência de quem escreve (não é o caso do Woolacott)
é fundamental.
Repito o que já escrevi em texto atrás:
"Não confundam uma guerra injusta, que tinha de terminar, numa terra que quase todos nós portugueses não sentíamos como sendo a nossa Pátria, com a verdadeira situação militar no terreno, 73/74."
Quanto ao resto, tudo bem.
Cada um come do que gosta.
E não faço mais comentários.
Abraço,
António Graça de Abreu
Meu Caro António,
Acabo de ler um comentário teu, ode escreves o seguinte:
"... à mistura com certa informação hoje ridícula e que a História actual... vai paulatinamente desmontando e clarificando".
É bom estarmos atentos a eventuais deturpações, no entanto, por não saber ao que te referes, e faltar alguma objectividade que me alicerce o conhecimento verdadeiro, peço-te, na linha da clarificação que procuramos, que nos dês mostras das contradições, "porque os dados reais são outros".
Agradeço-te.
Um abraço
JD
Sabes como acaba o texto do inglês John Woollacot? Com as conclusões, naturalmente, que se estendem por três páginas e que o autor intitula "Uma descolonização exemplar" e depois prova, com todos os dados que apresenta que a descolonização
na Guiné foi verdadeiramente exemplar.
Todos sabemos que a descolonização não foi exemplar, foi a possível feita pelos mesmos militares que elaboravam estes tipo de relatórios e falavam na descolonização exemplar.
E já agora umas Forças Armadas são
militarmente derrotadas quando o inimigo é mais forte e as derrota
no terreno, em termos militares. É assim tão difícil de entender? Até o senhor de La Palisse subscreve o
que afirmo.
Mas o inglês não acredita e acha sofremos uma vergonhosa derrota militar. Apetece mandá-lo para um sitio feio.
É que esta mentira, de tão repetida, já se tornou uma verdade.
Na Guiné 1973/74, até Abril de 1974, não houve nenhuma derrota militar das Forças Armadas Portuguesas. Um aquartelamento e um destacamento num total de 225 aquartelamentos e destacamentos foram abandonados em 73/74, um Guileje, é verdade, por medo do poder militar do inimigo, o outro, Copá, (onde não houve nenhum morto) por razões estratégicas.
Quando se tenta ignorar a realidade
e nos dão uma outra realidade, surreal e irreal, é natural que eu
ainda barafuste um pouco.
Mas não vale a pena.Há imensos camaradas que se vão afastando do blogue,e já não entram, não comentam. Nada disto é novo.
Abraço,
António Graça de Abreu
Caro L.G Vaz
Saudacoes !!! Pelos vistos, como se diria num bom criolo da Guine, somos "mandjuas" *, embora seja ja da "fornalha" do Liceu Kwame Nkrumah ( a antiga Honorio Barreto).
Mas garanto-lhe que ainda o apanhei intacto ..os laboratorios de quimica e de ciencias naturais funcionando em pleno, isto para nao falar dos ginasios !
Mas vamos ao que interessa. Devo dizer-lhe que ha ja uns anos,que por razoes profissionais e no ambito de um projecto pessoal, que me tenho dedicado a recolha de testemunhos (audio) de antigos guerriheiros e nacionalistas do PAIGC, alguns infelizmente ja falecidos...
No que se refere a tua solicitacao...acabei hoje de (re) estabelecer o contacto com um desses pilotos, que assumiu a disponibilidade de me colocar em contacto com os restantes... do que ainda resta do grupo, para uma conversa/entrevista a proposito...algo que conto fazer nos proximos tempos !!
E confirmam : ja na decada de 70 havia jovens guineenses nas academias russas, recebendo treino e formacao em varias especialidades da Forca Aerea, incluindo a pilotagem.
Como anteriormente frisei, mais tarde, ja em finais da decada de 70, alguns desses pilotos, que pretendiam uma eventual reconversao da carreira,acabariam por ser meus colegas de turma ( em algumas disciplinas) no ultimo ano do Liceu...
Alias a quica mais "mediatica" referencia desse grupo
(este um piloto de helicopteros) ficou conhecido aquando do conflito de 98/99
(que cobri como enviado da Voice of America) como porta voz da entao Junta Militar do brigadeiro Ansumane Mane....
Mas como aqui ja frisei num comentario anterior, em 1976/77 aquando das comemoracoes do XX aniversario do PAIGC, viu-se nos ceus de Bissau, os primeiros Migs, pilotados por guineenses,sobrevoando a parada militar alusiva a data...e em que foi posto a descoberto, toda a parafernalia militar trazida da luta pela indepednencia !
E bom que se diga, por questoes de litigio fronteirico, as relacoes com a vizinha Senegal, andavam na altura azedas !!!
E mais... em 78/79 ( e so uma questao de confirmar a data da viagem no meu passaporte da altura), no ambito de uma jornada de intercambio entre a juventude guineense e caboverdiana, estava eu em Cabo Verde ( Praia a capital) e servi na altura de "guia" a um grupo de 6 pilotos guineenses que se encontravam em visita de estudo aquele arquipelago irmao.
Na altura especulou-se sobre o interesse de Cabo Verde na aquisicao de Migs e a presenca desses pilotos guineenses. Mas tudo nao passou de mera especulacao !
Portanto, revelo isto para teu "consumo" pessoal e nao necessariamente como um Post...que requereria obviamente uma eleboracao mais em pormenor desses factos !
E mais..nessa "polemica" dos Migs..e sintomatico o facto de um dos objectivos , entretanto nao alcancados pela operacao Mar Verde, estar precisamente relacionado com o perigo que esses avioes ( pilotados por conacry guineenses, bissau guineenses, russos ou cubanos, tanto faz ) poderiam constituir a presenca militar portuguesa na Guine.
A operacao Mar Verde previa a destruicao de Migs...alegadamente estacionados na placa do aeroporto de Conacri !!!
E estranha-me que dos varios documentarios, reportagens ou series televisas ( posso estar aqui a incorrer a uma injutica) sobre a guerra colonial, nenhum deles tenha ate entao abordado essa questao dos "Migs" do PAIGC !!!
Mantenhas
Nelson Herbert
USA
* colegas da mesma geracao
Vamos lá começar
Caro Luís Vaz
Claro que as mensagens eram enviadas por nós,muitas delas completamente surrealistas como são exemplo as duas citadas.
Os motivos eram vários e quem foi combatente sabe do que estou a falar.
Caro José Brás, tem piada que quando não se tem argumentos quase sempre se foge para a ofensa numa tentativa de amesquinhar,mas isso passa-me ao lado.
Se quando te referes ao "centurião" que dava tiros de cano grosso de longe..é para me atingires, desde já te digo que erraste o alvo.
Não fui nenhum "centurião", nem herói.O que me movia era pura e simplesmente defender todos os camaradas que se encontravam comigo.
Caro Nelson Herbert,não duvido que no tempo a que te referes eventualmente já haveria alguns pilotos guineenses, mas isso não invalida em nada as minhas afirmações,além do mais pilotar não é bem a mesma coisa que estar preparado para piloto de combate, e o contexto já era completamente diferente.
Sobre alguns cabo-verdianos manobrarem a artilharia, poderia haver um ou outro, mas a esmagadora maioria eram cubanos.
Sobre as minhas fontes,conheci pessoalmente, entre outros, Nino Vieira,Ansumane Mané,Verissimo Seabra(quando fez cá o curso de comandos), conheço Manuel dos Santos (Manecas)e muitos outros que foram dirigentes do paigc,mas acima de tudo um que foi comissário político, e que felizmente ainda está vivo,exerce um cargo não político na Guiné...só posso dizer isto,porque senão é facilmente identificado, e poderá sofrer represálias.
Com todos troquei impressões sobre o tempo da guerra, cada um também tinha a sua versão, mas o que mais me impressionou foi saber muitas coisas que desmistificam completamente muitas das "verdades assumidas"por todos, nós e eles,mas que não passavam de mera propaganda que serviam interesses tanto nossos como deles.
Mais não digo.
Cada um que fique com a sua verdade.
C.Martins
Caro Nelson Herbert
A quem te referes era o então major Melcíades Fernandes que pilotou o único helicóptero da força aérea da Guiné,que não foi combatente nem poderia ter sido,pelos simples facto de ser muito novo na altura.
Sobre os migs da guiné-conakry estes não foram encontrados e consequentemente destruídos porque simplesmente não estavam lá.
Estavam numa cidade no norte e grande parte inop,porque o próprio Sekou-Touré, não confiava nos pilotos.
Na operação mar-verde, foram sobrevoados a grande altitude, quando retiravam, por um um jacto provavelmente mig mas que não fez qualquer manobra de ataque,porque provavelmente o piloto tinha pouca experiência.
Sobre os pilotos guineenses, e ao referires que pilotaram os migs, desculpa,mas segundo as minhas fontes apenas um o fez, os restantes eram russos.
Os migs acabaram por ficar em terra por falta de manutenção e também com a retirada dos russos, não tinham instrutores.
Uma coisa é saber levantar e poisar outra muito mais complexa é saber as técnicas de combate e treinar...treinar.. porque se isso não acontecer..avião no ar é avião abatido mesmo por outro menos sofisticado desde que o piloto seja mais experiente.
Também segundo as minhas fontes, em 1970, estavam alguns jovens do paigc em academias da urss mas não da força aérea.
C.Martins
C Martins
Com todo o respeito pelas suas fontes,os Migs que sobrevoavam Bissau...inclusive os acidentados ( um que acabou por aterrar de emergencia na auto estrada Bissau aeroporto em construcao) eram pilotados por guineenses!
E garanto-lhe que estou a falar do que sei !!
Mantenhas
Nelson Herbert
USA
Caro António,
Obrigado pela tua resposta. Não conheço o autor referido, logo, mão li nada dele. Mas se afirma, como dizes, que a descolonização da Guiné foi meritória, ou exemplar, não pode deixar de merecer a minha censura, e terei que lhe associar alguma carga ideológica, ou muita insapiência sobre a matéria.
As provas vieram depois, infelizmente.
Sobre a questão da vitória ou da derrota militar, a guerra de guerrilhe tem sido um recurso instrumental, que desequilibra acentuadamente, quer a dimensão dos recursos, tanto no plano do equipamento, como no plano do número de fectivos militares; quer a organização inicial. Exactamente, porque as guerrilhas actuam pela surpresa, e por conceitos que vão dos níveis psicológicos de militares e civis, até ao constrangimento político internacional.
Estes factores poderiam não ter acontecido no ultramar português? Podiam, mas não vou agora aventurar-me por aí, não vem ao caso, não passa de especulação, não constitui uma fonte histórica, por carecerem de experiência.
Digamos então que na Guiné confrontaram-se David e Golias.
Já agora, porque as razões foram idênticas, pode-se dizer que a tropa retirou de Guilege por uma razão estratégica do seu comandante, acelerada pela indiferença de Bissau e, em última análise, do ComChefe, que apenas terá mandado resisitir. Eis um bom exemplo da desconstrução do factor psocológico por força da indiferença perante o risco genuíno.
Um abraço
JD
Desculpa o mau jeito e a fraca pontaria.
Na verdade, porque só tu tens informações e de tudo sabes, não podia eu ter argumentos para esgrimir contigo e por isso, “fugi” para a ofensa, grande, aliás.
Em relação ao “centurião”, saiu-me, provavelmente por errada leitura minha de muitas coisas que escreves aqui.
Peço perdão …ao blogue, forma prática de o pedir aos camarigos.
Continuo a agradecer ao Luís Vaz, pouco me importando se os relatórios que nos apresenta porque foram redigidos, têm ou não análises pouco rigorosas porque construídos por gente que em Bissau, está visto, pouco sabia da poda.lol
abraços
José Brás
Desculpem
O meu comentário anterior tem como referência uns ditos meus anteriores e outros de C. Martins
José Brás
Caros Tertulianos:
Afinal CONFIRMA-SE que havia mesmo "Pilotos quase prontos" para pilotar os MIGS!!!!!!! Acabei de ler a resposta do meu ex-colega do Liceu Honório Barreto em Bissau, o nosso parceiro da Tertulia Nelson Herbert, a ele o meu muito obrigado, pelos contactos que efectuou para confirmar/Certificar ESTA PARTE DO RELATÓRIO, e penso em nome de muitos de vocês!
Sei que o Natal de 73, foi passado com receio de um ataque a Bissau desses Migs, nesse sentido, ainda era a Propaganda do PAIGC em Forte, e tanto quanto sei, nestes anos , já se comparava com a “nossa PSICO”……………….
A saber:
No que se refere a tua solicitacao...acabei hoje de (re) estabelecer o contacto com um desses pilotos, que assumiu a disponibilidade de me colocar em contacto com os restantes... do que ainda resta do grupo, para uma conversa/entrevista a proposito...algo que conto fazer nos proximos tempos !!
E confirmam : ja na decada de 70 havia jovens guineenses nas academias russas, recebendo treino e formacao em varias especialidades da Forca Aerea, incluindo a pilotagem.
"...Como anteriormente frisei, mais tarde, ja em finais da decada de 70, alguns desses pilotos, que pretendiam uma eventual reconversao da carreira,acabariam por ser meus colegas de turma ( em algumas disciplinas) no ultimo ano do Liceu... "
Agora só falta "Confirmar" ou "descartar", a existência de Grupos de Artilheiros RUSSOS, no TO da Guiné?
Mas estou admirado, logo SATISFEITO, com o ELEVADO NíVEL que esta REFLEXÃO/DEBATE está a ter, apesar das naturais e saudáveis divergências Ideológicas/políticas que já me apercebi existirem nos muitos camarigos que aqui manifestam as suas "Legítimas Opiniões", algumas mais Sábias que outras, o que é também .
Ao meu "mandjua" do Liceu, um Forte Abraço, e para todos vocês:
L. G. Vaz
Tal como - e bem - sugere o JBelo, qualquer debate versando o sexo dos anjos impoe-se no minimo esteril !!!
Por conseguinte, do meu lado esta encerrado a minha participacao neste 'bate boca"! Tudo o que vier a conseguir de relevante em termos factuais e historicos a clarificacao desse facto,sera partilhado obviamente com o Blog...alias o mobil que me faz membro deste espaco, tem tudo a haver com a sua componente historica...a de depositario de testemunhos relevantes ao entendimento de um periodo preciso da historia recente da Guine !
Mas vamos ao que julgo interessar aos bolguistas. Sugestoes de leitura !
Mantenhas
Nelson Herbert
Caros bloguistas
Mas mudando de tema, deixo aqui algumas sugestoes de leitura...uma vez que muito se tem referenciado a quase inexistente publicacoes e obras-da autoria de nacionalistas africanos e claro-retratando essa fase historica ...a guerra colonial, do ultramar, de independencia ou de libertacao!
( por limitacoes de espaco, email e enviados aos editores)
L Vaz nha Mandjua !!
o meu comentario foi anterior ao teu poste...e foi no sentido de dar razao a um apelo do JBelo !!!
E claro que voltarei a carga a este assunto, assim que tiver dados, depoimentos..em audio..recolhidos a proposito dessa 'maka' dos Migs, como prometi !
Um abraco...e prezo pela tua colaboracao neste blog!!
Mantenhas
Nelson Herbert
Caros Tertulianos:
Aconselho-vos a ler, além do "meu Relatório", um outro livro, publicado em 2010, «Os Anos da Guerra Colonial», da autoria de Aniceto Afonso e Carlos Matos Gomes, está editado pela QuidNovi, e foi lançado em 30 de Novembro,de 2010.
«Os Anos da Guerra Colonial», é um livro de testemunhos que pretende dar a conhecer o que aconteceu durante os anos de 1961 a 1975, os anos em que a Guerra Colonial esteve no centro da História de Portugal.
Aniceto Afonso é coronel do Exército na situação de Reforma, e Carlos de Matos Gomes é coronel do Exército, na situação de reserva. Este último esteve na Guiné.
Nota: Se calhar já todos leram este livro! nesse caso amanhã coloco mais Bibliografia:
Abraço para Todos
L. G. Vaz
Camaradas,
A propósito de quem manipulava a artilharia do PAIGC, que tão eficazmente atingia Guilege e outros aquartelamentos,Bobo Keita refere "homens como o Cabo-verdeano 'Jota-Jota', o Guineense Mamadu Jaquité"...(em Guilege), e Agnelo Dantas (Guidage).
Terão aprendido com cubanos ou russos?
Ninguém nasce ensinado.
Já o referi antes, um dos nossos males, no que à guerra respeitou, foi termos substimado o inimigo durante demasiado tempo.
Abraços fraternos
JD
Nha Mandjua Nelson :
Registo as tuas palavras, e cá te esperamos para mais "Informações Inéditas", o meu objectivo aqui tem um denominador comum, com os teus, "contribuir para a criação de uma base de testemunhos relevantes do ponto de vista históricos, bem como contribuir para uma base documental (de todo o tipo), para possibilitar no futuro, análises históricas, isentas e formativas,no sentido de valorizar o percurso histórico em debate......
Abraço Amigo:
Luís Gonçalves Vaz
(Filho do último CEM/CTIG)
++++Tal como - e bem - sugere o JBelo, qualquer debate versando o sexo dos anjos impoe-se no minimo esteril !!!++++N.H.
+++++para possibilitar no futuro, análises históricas, isentas e formativas,no sentido de valorizar o percurso histórico em debate......L.G.V.
+++++++----copy/paste de duas partes de dois comentários.
Conclui-se que...é melhor ler com atenção o que já foi publicado, o que falta e, principalmente uma série de informações que existem e devem ser "trabalhadas" para encontrar a verdade histórica - ou o que efectivamente se passou - e expurgar, enviar para o lixo, a natural propaganda.Com isto não quero dizer que não sejam discutidas opiniões diversas. Isto é um local plural na diversidade opinativa...mas francamente ...please...dentro da sã convivência e com paciência...
Eu vos abraço T.
Caros Camarigos:
Sabiam que:
De facto, as forças do PAIGC, moralizadas pela vitória obtida em Guileje, transferiram para Gadamael os seus esforços, e entre as 14 horas de 31 de Maio e as 18 horas de 2 de Junho bombardearam o quartel com 700 granadas, uma média de 13 por hora, provocando cinco mortos e 14 feridos, além de avultados prejuízos materiais.
A violência destes bombardeamentos fez com que a guarnição de Cacine, a cerca de dez quilómetros para jusante do rio, difundisse uma mensagem a comunicar que Gadamael fora destruída, no entanto, a posição manteve-se, embora com o aquartelamento parcialmente destruído e a defesa imediata com brechas.
Em 1 de Junho foram lá colocados os capitães Monge e Caetano (meu Comandante de Grupo de Instrução e professor Contra-guerrilha na EPC, aquando da minha formação militar como miliciano em 1983), para enquadrar os militares ali reunidos.
Em 2 de Junho foram recolhidos pela lancha Orion cerca de 300 militares que se haviam refugiado nas bolanhas em redor de Gadamael, para escapar aos ataques. Ainda neste dia desembarcou uma companhia de pára-quedistas e um pelotão de artilharia, passando o comando do COP5 para o comandante dos pára-quedistas.
Em 4 de Junho, o PAIGC realizou uma emboscada a menos de um quilómetro do aquartelamento, causando quatro mortos e quatro feridos e capturando três espingardas G-3 e um emissor de rádio. O comandante do COP5 pediu autorização para retirar de Gadamael, o que não lhe foi concedido, recebendo ordem para defender a posição a todo o custo.
Em 5 de Junho, uma lancha da Marinha, botes dos fuzileiros e embarcações sintex do Exército evacuaram de Gadamael os mortos e os feridos, além de militares que não se encontravam em condições de combater, passando o COP5 a ser comandado pelo tenente-coronel Araújo e Sá. No mesmo dia ocorreu novo ataque com 70 granadas, que provocaram cinco feridos graves e cinco ligeiros.
A partir de 12 de Junho, foi colocada uma terceira companhia de pára-quedistas na região, ficando todo o Batalhão de Pára-Quedistas 12 empenhado no Sul, para «segurar» Gadamael.
Se quiserem A "Descrição COMPLETA dos ataques a GUIDAGE, GUILEDJE E A GADAMAEL PORTO, já a enviei para o EDITOR, baseado no livro Guerra Colonial de: Aniceto Afonso – Matos Gomes Guiné: Maio de 1973
O INFERNO .
É só pedirem em três Partes, depois perceberão que o RELATÓRIO, apesar de ter sido acabado no tempo do PREC, está na generalidade, Bem informado, ao contrário do que alguns julgam! Estará incompleto quanto a mim.....
Abraços e votos de uma Boa Noite
Luís Gonçalves Vaz
Caro Luís Vaz
Sobre o teu último comentário respondo no poste anterior.
Para o José Brás
Apesar da tua ironia, julgo que pediste desculpa o que só te fica bem.
Nunca aqui me armei em "centurião" ou "herói", basta ler os meus comentários.
Sobre o tudo saber , era bom era, mas não é verdade,e quando aqui escrevo é com conhecimento de causa não só do que vivi e passei, mas também de fontes fidedignas que não posso revelar porque para além da minha palavra dada,as mesmas ou seus familiares podem sofrer retaliações.
Defende os teus pontos de vista, mas não faças juízos de valor de quem não conheces.
Neste momento o editor do blogue já foi esclarecido sobre este assunto para que não restem dúvidas, e é óbvio que não é para divulgar publicamente.
C.Martins
Caro Nelson Herbert
Este assunto dos migs julgo que começa a ser "a cada um a sua verdade".
Viu mesmo os pilotos guineenses a pilotarem, ou disseram-lhe os próprios.
É que a informação que eu tenho é que foram pilotos russos, e só voou um piloto guineense na cauda da formação, porque as autoridades guineenses assim o impuseram, por uma questão de dignidade, o que era perfeitamente legítimo.
Também não sei se estamos a falar da mesma situação...eu refiro-me à primeira demonstração aérea feita em Bissau pós-independência.
Um abraço
C.Martins
Caro Nelson Herbert
Este assunto dos migs julgo que começa a ser "a cada um a sua verdade".
Viu mesmo os pilotos guineenses a pilotarem, ou disseram-lhe os próprios.
É que a informação que eu tenho é que foram pilotos russos, e só voou um piloto guineense na cauda da formação, porque as autoridades guineenses assim o impuseram, por uma questão de dignidade, o que era perfeitamente legítimo.
Também não sei se estamos a falar da mesma situação...eu refiro-me à primeira demonstração aérea feita em Bissau pós-independência.
Um abraço
C.Martins
Este poste tem, até ao momento (8 fev 2012, 19h35), 61 comentários, todos com autoria conhecida e reconhecida, exceto o último, que é de um leitor que, certamente por lapso, se esqueceu de pôr o nome, o mesmo é dizer dar a cara, assumindo publicamente a sua opinião (que, sublinhe-se, é tão legítima como a de que qualquer outro leitor, ex-camarada de armas ou simples "paisano").
De acordo com as nossas "normas de convívio" não são aceitáveis comentários anónimos...
Os editores vão esperar que este leitor assume a autoria do seu comentário, até ao fim do dia de hoje... Depois disso, o comentário será eliminado, caso não seja corrigido o lapso.
Recorde-se as nossas regras do jogo (bloguíostico)no que respeita aos Comentários:
(...)1. As opiniões aqui expressas, sob a forma de postes ou de comentários, são da única e exclusiva responsabilidade dos seus autores, não podendo vincular o fundador, proprietário e editor do blogue, Luís Graça, bem como a sua equipa de co-editores e demais colaboradores permanentes.
2. Camarada, amigo, simples leitor: Podes escrever no final de cada poste um comentário, uma informação adicional, um reparo, uma crítica, uma pergunta, uma observação, uma sugestão... (De preferência sem erros nem abreviaturas; evitar também as frases em maiúsculas ou caixa alta). (...)
3. Tens uma "caixa" para escrever o teu comentário que será publicado instantaneamente, sem edição prévia, sem moderação, sem "censura prévia" (leia-se: triagem, moderação)...
No caso de teres uma conta no Google, deves usar essa identificação. Mas também podes entrar como "anónimo" (desde que... ponhas no final da mensagem o teu nome, localidade onde vives e endereço de email válido, não oferecendo a tua identificação não ofereça qualquer dúvida aos editores; sendo ex-combatente do ultramar, podes indicar o Teatro de Operações onde estiveste, local ou locais, posto e unidade a que pertenceste; não são permitidas abreviaturas de nomes, siglas, acrónimos, pseudónimos; os camaradas da Guiné "dão a cara", não se escondem atrás do bagabaga...). (....)
4. Escreve com total liberdade e inteira responsabilidade, o que significa respeitar as boas regras de convívio que estão em vigor entre nós: por exemplo, (i) não nos insultamos uns aos outros; (ii) não usamos, em público, a 'linguagem de caserna'; (iii) somos capazes de conviver, civilizadamente, com as nossas diferenças (políticas, ideológicas, filosóficas, culturais, étnicas, etc.); (iv) somos capazes de lidar e de resolver conflitos 'sem puxar da G3'; (v) todos os camaradas têm direito ao bom nome e à privacidade; (vi) não trazemos a "actualidade política" para o blogue, etc.
Os editores reservam-se, naturalmente, o direito de eliminar, "a posteriori", rápida e decididamente, todo e qualquer comentário que violar as normas legais (incluindo as do nosso servidor, Blogger/Google), bem como as nossas regras de bom senso e bom gosto que devem vigorar entre pessoas adultas e responsáveis, a começar pelos comentários ANÓNIMOS (por favor, põe sempre o teu nome e apelido por baixo), incluindo mensagens com (i) conteúdo racista, xenófobo, homofóbico, pornográfico, etc.; (ii) carácter difamatório; (iii) tom intimidatório ou provocatório; (iv) acusações de natureza criminal, (v) apelo à violência, (vi) linguagem inapropriada, (vii) publicidade comercial ou propaganda claramente político-ideológica; (viii) comunicações do foro privado, sem autorização de uma das partes.
Excepcionalmente, alguns comentários poderão transformar-se em postes se houver interesse mútuo (do autor e dos editores). (...)
Caros camaradas
Tinha para mim a posição de aguardar a publicação de todo o Relatório para o ler de seguida e até comparar situações e só depois formular uma opinião sobre o referido Documento.
Tinha e tenho!
Mas, se é assim, então o porquê destas linhas? Simples!
Houve um dos nossos "tertulianos" que em carinhosa missiva que me enviou me interrogava, em certa medida, por não ter ainda 'opinado' e que com tal atitude até poderia parecer estar 'nas encolhas' ou até a fazer algum outro papel menos... digno, diremos assim.
Por outro lado, houve também um outro "tertuliano" que me classificou como "conciliador" , ou "conciliador-mor", já não sei bem, sem me ter dado ao trabalho de tentar perceber se isso era um elogio ou uma acusação.
Sei bem que aos "conciliadores", em política (e não só...), está reservado o papel de 'levarem porrada de todos os lados', mas eu prefiro pensar que a minha postura vai mais na área da diplomacia, que previlegia a arte de 'não fechar portas', de deixar sempre uma possibilidade, ainda que ténue, para um possível futuro 'entendimento', ou resolução com honras e méritos comuns.
Sei que isso é, decididamente, vendo os factos, uma ingenuidade da minha parte, pois só se pode conciliar, ou seja, 'lançar pontes, onde houver 'margens' para isso, vontades para isso, e que tal é impossível quando "não se quer".
Deste modo mantenho o meu entendimento que o Relatório é para ser lido no seu conjunto.
Compreendo e percebo que se possam dar opiniões, palpites, bocarras, et., às partes publicadas, conforme der jeito, mas isso não é a minha postura, como disse.
Por outro lado quero deixar bem expresso que me congratulo com a publicação de tal Documento. Reparem, ele existe, independentemente de algumas das assalapadas manifestações que aqui foram lavradas e, quer se goste, ou se não goste, se concorde ou não, com os pressupostos e as conclusões do mesmo, a verdade é que se trata de um Documento autêntico, único e que muito nos prestigia o facto do Luís Vaz se ter decidido a fazer essa divulgação aqui no nosso Blogue.
O que eu gostaria mesmo era que os que se prontificam a comentar o fizessem com a lisura que o relacionamento entre pessoas deve impor, sem 'classificações' nem 'catalogações', apenas a exposição dos seus (deles) pontos de vista e que deixassem cada um tomar as suas opiniões e 'certezas' sem procurar impor as suas (deles). Sei que isto é pedir demais, dadas certas 'naturezas', mas não custa nada expressar os desejos...
Abraços
Hélder S.
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