Vista Aérea do Forte de Nossa Senhora da Graça ou Forte Lippe
1. Mensagem do nosso camarada António José Pereira da Costa (Coronel de Art.ª Ref, ex-Alferes de Art.ª na CART 1692/BART 1914, Cacine, 1968/69 e ex-Capitão de Art.ª e CMDT das CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, e CART 3567, Mansabá, 1972/74), com data de 23 de Novembro de 2012:
Camaradas
Aqui vai uma foto da chamada "Barrilada".
Segundo me foi dito esta foto foi feita com "máquina oculta" entre as pernas do fotógrafo, um cabo enfermeiro, cujo nome não me disseram.
Ao que parece existem 4 fotos deste tipo, estando, pelo menos uma, na posse de uma loja de fotografia que há em Elvas.
O Forte não tinha água canalizada e estava colocado num sítio para onde era difícil transportá-la. Assim, os reclusos tinham de ir à fonte que fica já em terreno plano e transportá-la [, a água,]em barris meio-cheios que, embora pesando menos, eram mais difíceis de transportar por desequilibrarem o aguadeiro. Há quem comece a dizer que não foi assim, mas as "fotos" não mentem (como as cartas das bruxas).
Esta prática terminou ou quando o Gen Barrento (pai) era comandante da RMS (1967/68?) ou já em 1972 por iniciativa do elvense Cor Inf Amândio de Oliveira e Silva. Poderá ser também contactado o 1º Sgt Ref Amílcar Rosa Neves, residente na área.
O Museu Militar de Elvas tem um livrinho sobre este Forte. Este Forte era regido, enquanto prisão, pelo Decreto 24DEC896 (OE n.º 29 de 30DEC896) e Portaria 15832 de 18MAI955 (OE n.º 6 de 1955). Ignoro se há mais legislação.
Neste Forte estiveram presos dois fugitivos do caso da Praia do Guincho (Revolta da Sé): o cap Almeida Santos e o asp mil médico (João Jacques?) que fugiram com o auxílio do cabo da guarda (António Gil) no carro da amante do cap Maria José.
Seria boa ideia contactar o Museu Militar de Elvas e a Direcção de Infra-estruturas do Exército que tem mapas sobre as fortificações de Elvas.
Um Ab.
António José Pereira da Costa
"Barrilada"
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Notas de CV:
(*) Vd. poste (e comentários) de 11 DE NOVEMBRO DE 2012 > Guiné 63/74 - P10649: Memória dos lugares (195): Elvas, património mundial da humanidade, pelo seu conjunto de fortificações, o maior do mundo na tipologia de fortificações abaluartadas terrestres
Vd. último poste da série de 23 de Novembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10713: Memória dos lugares (196): Bolama, Agosto de 1966 (José António Viegas)
11 comentários:
É uma Obra de Arte da Arquitectura Militar, sem dúvida.Almeida é outra.
Passou, esta, a "estância de férias" e foi pena. O anterior regime assim o ditava.Aqui perto, em Penamacor, havia outra "estância".
O transporte do barril disseram-me ser assim. Nas subidas devia ser penoso.
Elvas tem esse património com Badajoz ali á vista e é bonita cidade.
Ab. T.
... Tipicamente nosso, português, ainda não há um sítio oficial na Net!..
Se calhar porque não se sabe a quem pertence (ou quem gere!) tão fabuloso património arquitetónico e cultural!...
Temos que ser mais exigentes connosco próprios!
Olá Pereira da Costa.
A foto da fortaleza, mostra a força de resistência e a estratégica que alguns povos usavam, para se defenderem ou até mesmo atacarem.
A foto da "Barrilada", tem qualquer coisa interessante, mas também é dolorosa, mas é um importante documento.
Toda a tua informação, é importante e devemos tomar nota dela, não vá as novas gerações esquecerem-na, e os nossos netos, ou os filhos dos nossos netos, não poderem ver um dos mais históricos redutos de resistência da Península Ibérica, ou até do mundo.
Parabéns, pelo teu texto.
Um abraço, Tony Borie.
Tanto quanto julgo saber....
Prisões militares..
Forte de Elvas..Presidio de Santarém..e Companhia disciplinar de Penamacor.
Por esta última passaram personalidades conhecidas..Prof.Tengarrinha e Dr.Álvaro Barreirinhas Cunhal.
Este último contrariamente ao que se pensa estava em regime aberto.
Bem "apessoado"era figura de destaque dentro do seu capote..
Os reclusos eram quase todos "corrécios"vulgo de delito comum.
O último recluso político nos idos 1968 era médico e tinha como "obby" passear o seu cão devidamente enquadrado por dois soldados para prevenir a eventual tentação de "dar ás vila diogo" vulgo fugir.
Alguns corrécios tinham a mania de fugir..população em alvoroço,presos novamente tudo voltava à normalidade digo pasmaceira desta Vila altaneira terra do Rei Bamba..dizem.
Por aqui fico antes de me faltar a inspiração.
Do "marreta"
C.Martins
Camaradas
Não sei em que base está o assunto. O Exército tem, no antigo RI 8, um museu militar com várias peças do tempo da "guerra". Tem também uma óptima colecção de material médico do século passado. No interior do museu há uma fonte de mármore da autoria do governador Guilherme Luís António de "Monoika" que ajudou Portugal no tempo do conde de Lippe cuja acção os militares estão a comemorar (250 anos) este ano. Fico com a ideia de que na cidade há gente atenta a esta questão.
A Câmara parece estar atenta e o Exército fez uma boa parte do "trabalho de casa". Seria bom que alguém investigasse o acervo da DIE, se possível no local.
Um Ab.
António J. P. Costa
Olá C. Martins
Eu estou no meu comentário mais interessado em focar o aspecto arquitectónico. Por isso falei em Almeida e na sua Fortaleza Militar.
Por acaso, hoje, folheei a Revista Visão Vida & Viagens que, a páginas 80 e seguintes,trás boa reportagem sobe Elvas.Curta, mas é de vida e viagens.
Mesmo conhecendo Elvas deve valer a pena ler...
A barrilada era tormento infligido a gente detida. Não distingo nome de prisões ou de prisioneiros: -presos pela prática de infracções á Lei ou por desrespeito para com uma ditadura...e etc. Irei ler a reportagem da Visão, aprende-se sempre algo e, em dia que passa e nada se aprende é dia perdido. Ab T.
Estive em Elvas no inicio do ano de 1971 até finais de Março no BC8 a dar uma recruta.Este aquartelamento era dividido em duas parte e atravessado por uma estrada.Dum lado ficava o quartel da Formação onde vivia o Comandante de Batalhão e os oficiais e Sargentos de formação e de instrução além dos praças.No outro lado da estrada situava-se o quartel de instrução ,onde ficavam os recrutas.
Mesmo em frente ao parque de instrução ficava então o Forte da Graça.Nessa altura eram militares da formação destacados para os serviços ao Forte e a água e mantimentos eram enviados em viaturas militares.
Dentro do quartel da Formação também existia uma prisão.
Como nota final posso dizer que foi um quartel e uma cidade que me deixou muito gratas recordações.
Um abraço.
Henrique Cerqueira
Neste momento a Câmara Municipal está a executar o projeto para lançar a obra de reabilitação do Forte e musealização. È interessante, poara conhecimento do Forte e constituição de um fundo documental que ficará patente no Forte, recolher depoimentos de ex-prisioneiros. Por acaso alguém tem contatos ? Quem souber entre , sff em contato com a Câmara Municipal pelo meil geral.
Mário Baptista
estando colocado no ri16 em Évora sou chamado ao comandante para designar 15 homens para prestar serviço no forte de elvas.tres oferecerem-se para o ultramar ,pois oreferiram isso a ir para elvas.
António luis Sameiro.
alf.mil inf.
moçambique
A discrição da barrilada está certa só não eram os barris meios mas sim cheios e eu sei do que falo pois tambem carreguei muitos e até fui chefe da agua durante perto de um ano em 1970
CAROS AMIGOS
Não fiz parte do vosso batalhão, mas admiro-vos.
Prestei serviço militar como oficial miliciano de cavalaria no ex-Regimento de Lanceiros 1 em Elvas nos anos de 1953, 1954 e 1955. Fui destacado várias vezes para o Depósito Disciplinar no Forte de Elvas. Subia e descia o morro a cavalo e dormia lá quando calhava ser oficial de serviço. Há dias enviei um texto sobre essa minha experiência ao Senhor Presidente da CM Elvas que muito amavelmente me respondeu que esse texto seria integrado no site do Forte da Graça. Ali conto peripécias no Forte, na barricada, na cidade e em Badajoz onde folgávamos a nossa juventude. Vi a vossa fotografia da barrilada. Confirmo. Peço-vos que me cedam essa foto o que desde já muito agradeço. Solicito resposta para o endereço que indico. Desejo a todos Boas Festas com um abraço.
JM Marques Leandrp
jmleandro@sapo.pt
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