Guiné > Zona leste > Setor L5 > Galomaro > CCS/BCAÇ 3872 (Galomaro, 1971/74) > Alf mil médico Vieira Coelho, ou simplesmente dr. Vieira Coelho. [, Presumo que seja o dr. Mário Jorge Silva Vieira Coelho, especialista em ortopedia e traumatologia, com consultório no Porto (LG)].
Guiné > Zona leste > Setor L5 > Galomaro > CCS/BCAÇ 3872 (Galomaro, 1971/74) > Da esquerda para a direita: dr. Pereira Coelho mais alferes mil Vasconcelos, Veiga e Parente
Guiné > Zona leste > Setor L5 > Galomaro > CCS/BCAÇ 3872 (Galomaro, 1971/74) > Fur mil enf Graça mais os seus ajudantes, Santos e Correia, na enfermaria.
Guiné > Zona leste > Setor L5 > Galomaro > CCS/BCAÇ 3872 ( Galomaro, 1971/74) > O enfermeiro Catroga, prestando à população civil cuidados de enfermagem comunitária, ou "em ambulatório"
Guiné > Zona leste > Setor L5 > Galomaro > CCS/BCAÇ 3872 ( Galomaro, 1971/74) > Enfermeiro Catroga e o Padre Nuno
Guiné > Zona leste > Setor L5 > Galomaro > CCS/BCAÇ 3872 ( Galomaro, 1971/74) > Natal de 1973 > Dr , Narcíso, Alf Farinha, Sardeira, Catroga, Correia e André.
Guiné > Zona leste > Setor L5 > Galomaro > CCS/BCAÇ 3872 ( Galomaro, 1971/74) > O alf Vasconcelos e o Médico Vieira Coelho
Guiné > Zona leste > Setor L5 > Galomaro > CCS/BCAÇ 3872 ( Galomaro, 1971/74) > Pessoal de saúde de prevenção no decorrer de uma operação.
Fotos (e texto): © Juvenal Amado (2013). Todos os direitos reservados.
1. Fotos enviadas pelo Juvenal Amado [, ex-1.º Cabo Condutor da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74; natural de Alcobaça, vive em Fátima]:
Camaradas, este é um pequeno contributo para o tema [Os nossos médicos] mas também uma homenagem devida por nós todos.
Um abraço
Juvenal Amado
2. Os nossos médicos, por Juvenal Amado
No dia 18 de Dezembro de 1971, o dr. António Pereira Coelho embarcou no Angra do Heroísmo integrado no Batalhão 3872, rumo à Guiné.
Penso que já estava em Galomaro no início de Fevereiro de 1972 quando o batalhão lá chegou, pois no mesmo dia assistiu um camarada da CCS/BCAÇ 2912 ( batalhão que fomos render), que teve o azar de bater com a cabeça no funda bolanha quando aí mergulhou.
Contava ele há uns tempos no grupo dedicado a quem passou por Galomaro:
2. Os nossos médicos, por Juvenal Amado
No dia 18 de Dezembro de 1971, o dr. António Pereira Coelho embarcou no Angra do Heroísmo integrado no Batalhão 3872, rumo à Guiné.
Penso que já estava em Galomaro no início de Fevereiro de 1972 quando o batalhão lá chegou, pois no mesmo dia assistiu um camarada da CCS/BCAÇ 2912 ( batalhão que fomos render), que teve o azar de bater com a cabeça no funda bolanha quando aí mergulhou.
Contava ele há uns tempos no grupo dedicado a quem passou por Galomaro:
Caros amigos deste extraordinário Grupo de convívio à distância, hoje decidi contar-vos uma história pessoal:
“Eu não sou muito preciso em datas mas, no dia em que os "periquitos" do BCAÇ. 3872 chegaram a Galomaro ( ao principio da noite ), nessa tarde eu fui tomar banho à "bolanha" que ficava à saída de Galomaro e à esquerda na estrada para Bafatá, num dos "mergulhos" bati com a cabeça no fundo da referida "bolanha", fiz uma luxação na cervical e no dia seguinte fui evacuado para o Hospital de Bissau onde permaneci cerca de um mês.
“Eu não sou muito preciso em datas mas, no dia em que os "periquitos" do BCAÇ. 3872 chegaram a Galomaro ( ao principio da noite ), nessa tarde eu fui tomar banho à "bolanha" que ficava à saída de Galomaro e à esquerda na estrada para Bafatá, num dos "mergulhos" bati com a cabeça no fundo da referida "bolanha", fiz uma luxação na cervical e no dia seguinte fui evacuado para o Hospital de Bissau onde permaneci cerca de um mês.
Passei à disponibilidade com uma má postura na cervical e, passados uns anos tive que ser operado no Hospital Santa Maria, em Lisboa. Fiquei com uma parcial mas acentuada deficiência física que, ao longo dos anos, foi aumentando e, há dois anos a esta parte, estou confinado a uma cadeira de rodas e impossibilitado de sair de casa.
É esta a minha recordação, viva e diária, de GALOMARO... DESTINO... E PASSAGEM.”
Este camarada é pois um dos que está possivelmente fora das estatísticas oficiais uma vez que passou à disponibilidade isentando o exército da responsabilidade quanto à sua deficiência adquirida em tempo de serviço.
O referido médico esteve sempre presente nas nossas aflições. A mim tratou-me de um violento ataque de paludismo e outros pequenos achaques, que me fizeram estar internado na enfermaria três vezes.
Montou uma sala onde passou a fazer pequena cirurgia e tentou inclusive debelar uma epidemia de furunculose que atacou os soldados de Galomaro entre o 9º e os 12 meses de comissão. Vi casos de camaradas com vários furúnculos na cova do braço ou por detrás do joelho, nas costas, no pescoço etc. Quem não foi atacado pela maleita gozava com os outros, dizendo que se tinha ouvido no rádio que vinha mais um carregamento dessa praga para o 3872.
Na verdade era muito doloroso e incapacitante e inicialmente chegaram a ser internados na enfermaria, mas com o propagar do problema acabaram por ficar nos respectivos abrigos. O dr P. Coelho chegou a enviar amostras de pus para ser feita uma vacina para o problema.
Estava sempre disponível para nós bem como o atendimento às populações. Mulheres grávidas, meninos com infecções após a circuncisão, promoveu a vacinação das populações bem como a debelar doenças sexualmente transmíssíveis, como aconteceu após festa da tabanca ter havido o perigo de contágio em larga escala dos seus habitantes. Acabou dessa forma à nascença com possíveis propagações mais alargadas.
Mais tarde foi transferido para o hospital de Bafatá como director e, juntamente com a sua esposa que também lá se juntou a ele, continuou a cuidar das populações.
Ele também foi o responsável por nós praças termos direito a comprar uma garrafa de uísque por mês e a tê-lo disponível na venda a copo na cantina. Até à data o referido, nem pelos nossos narizes passava e tínhamos que pedir a um furriel se nos dispensava alguma. “Problemas de distribuição”.
Em Galomaro foi substituído pelo dr. Vieira Coelho, que ficou connosco até ao fim da comissão.
Também esse médico deixou amigos e o respeito dos soldados que com ele privaram ou dele necessitaram.
O dr Pereira Coelho e o dr Vieira Coelho evitaram muitos problemas de saúde e actuaram firmemente, evacuando camaradas quando assim era exigido, por essas razões ficaram na memória de todos nós.
Se não estou em erro, no tempo do 3972 o médico sediado na sede do batalhão prestava serviço médico às companhias operacionais, não tendo porem a certeza se o Saltinho não seria assistido por médico de Bambadinca.
Bem hajam por isso.
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Este camarada é pois um dos que está possivelmente fora das estatísticas oficiais uma vez que passou à disponibilidade isentando o exército da responsabilidade quanto à sua deficiência adquirida em tempo de serviço.
O referido médico esteve sempre presente nas nossas aflições. A mim tratou-me de um violento ataque de paludismo e outros pequenos achaques, que me fizeram estar internado na enfermaria três vezes.
Montou uma sala onde passou a fazer pequena cirurgia e tentou inclusive debelar uma epidemia de furunculose que atacou os soldados de Galomaro entre o 9º e os 12 meses de comissão. Vi casos de camaradas com vários furúnculos na cova do braço ou por detrás do joelho, nas costas, no pescoço etc. Quem não foi atacado pela maleita gozava com os outros, dizendo que se tinha ouvido no rádio que vinha mais um carregamento dessa praga para o 3872.
Na verdade era muito doloroso e incapacitante e inicialmente chegaram a ser internados na enfermaria, mas com o propagar do problema acabaram por ficar nos respectivos abrigos. O dr P. Coelho chegou a enviar amostras de pus para ser feita uma vacina para o problema.
Estava sempre disponível para nós bem como o atendimento às populações. Mulheres grávidas, meninos com infecções após a circuncisão, promoveu a vacinação das populações bem como a debelar doenças sexualmente transmíssíveis, como aconteceu após festa da tabanca ter havido o perigo de contágio em larga escala dos seus habitantes. Acabou dessa forma à nascença com possíveis propagações mais alargadas.
Mais tarde foi transferido para o hospital de Bafatá como director e, juntamente com a sua esposa que também lá se juntou a ele, continuou a cuidar das populações.
Ele também foi o responsável por nós praças termos direito a comprar uma garrafa de uísque por mês e a tê-lo disponível na venda a copo na cantina. Até à data o referido, nem pelos nossos narizes passava e tínhamos que pedir a um furriel se nos dispensava alguma. “Problemas de distribuição”.
Em Galomaro foi substituído pelo dr. Vieira Coelho, que ficou connosco até ao fim da comissão.
Também esse médico deixou amigos e o respeito dos soldados que com ele privaram ou dele necessitaram.
O dr Pereira Coelho e o dr Vieira Coelho evitaram muitos problemas de saúde e actuaram firmemente, evacuando camaradas quando assim era exigido, por essas razões ficaram na memória de todos nós.
Se não estou em erro, no tempo do 3972 o médico sediado na sede do batalhão prestava serviço médico às companhias operacionais, não tendo porem a certeza se o Saltinho não seria assistido por médico de Bambadinca.
Bem hajam por isso.
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Nota do editor:
Último poste da série > 24 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11756: Os nossos médicos (52): Com o pessoal do meu batalhão, partiram, em 24/4/70, no T/T Carvalho Araújo, très alf mil médicos: Vitor Veloso, José A. Martins Faria e Eduardo Teixeira de Sousa (António Tavares, ex-fur mil, CCS/ BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72)
5 comentários:
Caro Juvenal,
Em vinte e cinco meses de Guiné, apenas vi um médico uma vez ( mas não para ser consultado).
Foi em Bissum/Naga por isso creio que deveria pertencer ao batalhão de Bula ou Bissorã pois a minha companhia pertencente ao batalhão desta segunda localidade ficou ligada (talvez devido à maior proximidade territorial com Bula...) No Cantanhez nem um por lá apareceu ( Cafal/Balanta e Cafine )
Convenhamos que para uma guerra é obra!
Abraço
mm
Juvenal: Obrigado por estas preciosas fotos.É a primeira vez que vejo documetada, aqui, no nosos blogue, a "botica" militar... Talvez algum médico ou enfermeiro nos possa descrever sumariamente o seu rechjeio... Creio que boa parte dos medicamenteos eram do Laboratório Militar (LM).
Por outro lado, também não é vulgar ver o nosso "pastilhas" em acção. junto da população civil, e em especial junto das mulheres. A foto do fur mil enf Graça é uma delícia, administrando um injetável a uma jovem mulher fula, que está de pé e temta esconder o rosto, por pudor ou dor...
Juvenal, completa as legendas, se não te importas...
Luís vou tentar saber mais informações junto do enfermeiro Catrga o do André. Também tenho o contacto do dr Pereira Coelho mas se calhar ele terá pouco tempo. É o enfermeiro Catroga que está a administrar a injecção e não o Fur Graça.
Juvenal: Primerio, não publiquei logo o teu texto, por lapso; segundo, troquei o nome do médico, que é Vieira Coelho e não Vitor Coelho... Peço desculpa aos três...
Como a foto era omissa quanto aos nomes, também troquei os nomes dos enfermeiros.. Pareceu-me o Graça, afinal era o Catroga. Mais dois pedidos de desculpa. LG
Sim. Se trata do operador nas transmissões. António Madeira. Abraço para ele
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