segunda-feira, 24 de junho de 2013

Guiné 63/74 - P11756: Os nossos médicos (52): Com o pessoal do meu batalhão, partiram, em 24/4/70, no T/T Carvalho Araújo, très alf mil médicos: Vitor Veloso, José A. Martins Faria e Eduardo Teixeira de Sousa (António Tavares, ex-fur mil, CCS/ BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72)



Lisboa > Pessoal do BCAÇ 2912 no Cais Marítimo de Alcântra, na manhã de 24 de abril de 1970, a caminho da Guiné


Guine > Zona leste > Setor L5 > Galomaro > BCAÇ 2912 (1970/72) >  O nosso aquartelamento, em maio de 1970

Fotos: © António Tavares  (2013). Todos os direitos reservados. 



1. Resposta, com data de 22 do corrente, ao questionário sobre os nossos médicos (*), por parte do António Tavares, (ex-Fur Mil da CCS/BCAÇ 2912, Galomaro, 1970/72) . foto direita


Médicos do BCaç.2912 – Galomaro em 1970/72

(a) - Partiram no Carvalho Araújo, em 24-04-1970, três Alferes Milicianos Médicos.

Vítor Manuel Veloso da Silva, José Alberto Martins Faria e Eduardo Teixeira de Sousa.

(b) – CCS (Galomaro), CCaç.2701 (Saltinho) e Bissau (HMR 241).

(c) – Conheci-os no IAO em Santa Margarida.


O Dr. Vitor Veloso  [, foto  à  esquerda, ] é Cirurgião e Presidente do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Foi Presidente do IPO do Porto. É membro Fundador da Sociedade Portuguesa de Senologia (foi criada em 1989) e ex- Presidente da mesma em 2001 a 2003.

No CTIGuiné esteve em Galomaro e Bafatá. As NT e a POP de Galomaro tiveram o privilégio de beneficiar dos conhecimentos médicos da sua esposa que conviveu connosco durante uns tempos. O Dr. Vitor Veloso habitava uma casa particular na Tabanca de Galomaro. Foi médico da CCAÇ 2700 (Galomaro e Dulombi).


O Dr. José Alberto Martins Faria era de Guimarães e faleceu em 2007. No CTIGuiné era o médico responsável da Zona de Acção da CCaç.2701. O Saltinho era uma das poucas companhias operacionais do CTIGuiné que tiveram médico permanente.

O Dr. Eduardo Teixeira de Sousa [, foto à direita,] é um reconhecido especialista de Psiquiatria no Porto. Penso que ficou em Bissau no HM 241.

Foi o Director do Departamento de Psiquiatria no Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia.

Em 1971 o Dr. V. Veloso foi para Bafatá como Delegado de Saúde. Foi substituído pelo Dr. José Guedes, ex-Otorrino no Hospital Geral de Santo António do Porto.



Em Janeiro de 1972 o Dr. António Manuel Pereira Coelho  [,. foto à esquerda,] ficou adido à CCS/BCaç 2912.

O Prof. Doutor Pereira Coelho dedicou-se à investigação e com a sua equipa, do Hospital de Santa Maria, de Lisboa, foi o pioneiro da fertilização “in vitro” em Portugal. O primeiro bebé (nasceu em 1986), resultante deste tratamento, foi jogador de futebol no Sporting Club de Portugal.

(d) – Sim.

(e) – Sim. Paludismo agudo. Em Maio de 1970 fui dos primeiros tropas a estrear a inacabada enfermaria de Galomaro. Certo dia começou a chover e os meus camaradas enfermeiros, por diversas vezes, mudavam a minha cama para um local onde não chovesse. Vómitos de sangue, febres altas, frio, desmaios e diarreias imobilizaram-me uns tempos na enfermaria.

(f) – Não.

(g) – Não.

(h) – Paludismo.

(i) – Sim. Bastante afluência de tropas e nativos. Consultas, injectáveis, curativos. Recordo ter visto, quando estava internado, um pénis, de um nativo, que de imediato imaginei uma banana cheia de pintas, escrevo mesmo podre.

Todo o pessoal dos Serviços de Saúde, que esteve em Galomaro, era muito estimado quer pelas NT quer pela população local. As suas qualidades de trabalho e humanas jamais serão esquecidas por quem com eles viveu nas matas do leste da Guiné em 1970/72.

Observações: - Fotografias próprias e outras a circular na internet. Aos seus autores as devidas vénias e agradecimentos. Texto escrito de acordo com a antiga ortografia.

António Tavares
Foz do Douro, 22 de Junho de 2013

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Nota do editor:

Último poste da séroe > 19 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11731: Os nossos médicos (51): O BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) teve pelo menos 4 médicos e prestava assistência à população civil (Benjamim Durães)

(...) Questões:

(i) Quantos médicos seguiram com o vosso batalhão, no barco ?

(ii) Quantos médicos é que o vosso batalhão teve e por quanto tempo ?

(iii) Lembram-se dos nomes de alguns ? Idades ? Especiallidades ?

(iv) Precisaram de alguma consulta médica ?

(v) Estiveram alguma vez internados na enfermeria do aquartelamento (se é que existia) ?

(vi) Foram a alguma consulta de especialidade no HM 241 ?

(vii) Foram evacuados para a metrópole, para o HMP ?

(viii) Tiveram alguma problema de saúde que o vosso médico ou o enfermeiro conseguiu resolver sem evacuação?

(ix) O vosso posto sanitário também atendia a população local ?

(x) (E se sim, o que é mais que provável:) Há alguma estimativa da população que recorria aos serviços de saúde da tropa ?...

3 comentários:

António Tavares disse...

Camarigos,
Os três oficiais que se veem no Cais Marítimo de Alcântara (1ª foto) eram os Drs. Vítor Veloso e José Martins. Atrás estava o Alferes Miliciano Capelão João Conceição, falecido há cerca de 42 anos.
Na 2ª fotografia perto da linha oblíqua (na foto) era o edifício da Enfermaria, em construção, com cobertura em chapas de zinco, da CCS/BCaç.2912, ao serviço do batalhão e da população.


António Tavares
Galomaro 1970/72

Anónimo disse...

Meus caros, nada a acrescentar ao que foi escrito. No entanto não, consigo resistir a lembrar um pequeno pormenor. Sei o que é uma partida nesses tempos, se sei. No entanto, no dia seguinte a esta manhã em que partiram, eu regressava de Angola tendo o Uíge fundeado no meio do Tejo com 1371 militares a bordo. Desembarque na manhã de 26. Abraços, António Brandão ccaç 2336

Anónimo disse...


Joaquim Cardoso
24/6/2013

23:57

Uma resposta simples. Fui evacuado para o Hospital em Bissau e posteriormente, para o HMP em Lisboa, com hepatite.
Estou a escrever algumas memórias desses tempos e, será assunto que também fará parte delas.
Fiquem todos bem, um abraço e até breve.
J.Cardoso