sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Guiné 63/74 - P13526: "Francisco Caboz", um padre franciscano, natural de Ribamar, Lourinhã, na guerra colonial (Horácio Fernandes, ex-alf mil capelão, BART 1913, Catió, 1967/69): Parte VI: (i) debaixo de fogo do IN em Catió e Cabedu; e (ii) a psico-sexual...



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Catió >  Vila > Foto nº 34 > "Rua do Bar Catió, à direita as lojas e residência do Sr. José Saad, depois o Bar com a bomba em frente, a seguir o telheiro dos jogos de ping-pong e matraquilhos e por fim o muro do quartel".



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Catió >  Vila > Foto nº 16 > "Uma vista tirada da Rotunda, onde se vê uma DO-27 sobrevoando a zona do quartel, à direita a zona da antiga messe de oficiais e a antena dos Correios à esquerda".



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Catió >  Vila > Foto nº 21 > "Fur Mil Victor Condeço em frente da habitação do administrador, ao cimo da avenida".



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Catió > Quartel > Foto nº 34 > "Fur.Mil. Condeço junto de um dos Obus de 14 cm, que iriam substituir os obuses de 8.8 cm [fevereiro de 1968]".


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Catió > Quartel > Foto nº 16 > "Lavadeiras à porta da camarata de sargentos, do lado direito vê-se parte do bar de sargentos".


Fotos (e legendas) de Catió: Victor Condeço (1943/2010) / © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Todos os direitos reservados


1. Continuação da publicação do testemunho do nosso camarada, o grã-tabanqueiro Horácio Fernandes.que foi alf mil capelão no BART 1913 (Catió, 1967/69) (*)

[ Horácio Fernandes: foto à esquerda,  tirada pelo nosso saudoso Victor Condeço, 1943-2010, que foi fur mil mec armam, CCS/BART 1913].


Esse tstemunho é um excerto do seu livro autobiográfico, "Francisco Caboz; a construção e a desconstrução de um padre" (Porto: Papiro Editora, 2009, pp. 127-162). O livro já aqui foi, em tempos,  objeto de recensão crítica por parte do nosso camarada Beja Santos.

O Horácio Fernandes (n. 1935, Ribamar, Lourinhã) vive há 4 décadas no Porto. Vestiu o hábito franciscano, tendo sido ordenado padre em 1959. Deixou o sacerdócio no início dos anos 70. É casado, tem 3 filhos. Está reformado da Inspeção Geral de Educação onde trabalhou 25 anos na zona norte. Em 2006 doutorou-se em ciências da educação pela Universidadfe de Salamanca, Espanha.

Francisco Caboz é o "alter ego" do Horácio Fermandes. O livro começou por ser uma tese de dissertação de mestrado em ciências da educação, pela Univeridade do Porto, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, (1995): Francisco Caboz: de angfélico ao trânsfuga, uma autobiografia (147 pp.) (A tese de dissertação, orientada pelo Prof Doutor Stephen R. Stoer, já falecido, está aqui disponível em formato pdf).

 Nesta Vi parte (pp. 152-155),  o autor fala-nos da (i) sua experiência debaixo de fogo do IN em Catió e Cabedú; e  (ii) do fenómeno a que poderíamos chamar... a psico-sexual.

Foi o nosso camarada e amigo Alberto Branquinho quem descobriu o paradeiro do seu antigo capelão . Tenho a autorização verbal do autor, dada por altura do nosso reencontro, 50 anos depois da sua missa nova (em 15 de agosto de 1959, em Ribamar, sua terra natal), para reproduzir esta parte do livro, relativa à sua experiênciade como capelão militar na Guiné, muito marcante e decisiva para o seu futuro como homem e como padre. Ele irá abandonar o sacerdócio ainda no início dos anos 70, depois de regressar da Guiné e fazer uma curta experiência como capelão na  marinha mercante.

Eu e o Horácio somos parentes, pertencemos ao clã Maçarico, de Ribamar, Lourinhã: a minha bisavó paterna e do seu bisavô paterno, nascidos por volta de 1860, eram irmãos. (LG)


Em Catió e Cabedú, debaixo de fogo do IN...








(Continua)
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3 comentários:

Antº Rosinha disse...

Naquele tempo da guerra já havia mais fulas e bailundos com mais "fé e império" na cabeça do que os capelães e generais portgueses.

Já havia mussulmanos em Bissau que sabiam ajudar à missa, tal a fé em Spínola.

(não é humorismo, é real

No caso de Angola funcionava mais ativamente o protestantismo, dava a ideia que os religiosos portugueses ficaram sem fé.

Alias, hoje as igrejas é como os estádios de futebol, é mais em casa no sofá e os bancos e bancadas vazias ou com velhotas e velhotes a assistir.

Se o capelão jesuita António Vieira, tem vivido no tempo do Salazar...sei não, era muito diferente.

Deviam aparecer mais ex-capelães a escrever a sua experiência, que ajudava a entender melhor o estado de alma dos portugueses, naquele tempo, e até daria para entender coisas próprias nossas, nos dias de hoje.

Anónimo disse...

Tens razão António Rosinha, era improtante que aparecessem mais capelãs bem como mais médicos militares a escrever sobre a guerra de África.. Sem falara dos oficiais do quadro e dos administradores, alguns dos quais foram not+aveis etnógrafos mas não terão deixado as suas impressões sobre o quotidiano...

Repara que ao fim de dez anos de blogue (o equivalente a cinco comissões!), temos apenas os depoimentos de 3 capelães, militares, o Mário de Oliveira (da Lixa), o Arsénio Puim e agora o Horácio Fernandes,,,

De Candoz, com um alfabravo, Luis Graça

anonimo disse...

É interessante que um padre franciscano tenha trocado o sacerdócio pra constituir família.
Não é incompatível ser ministro religioso com a constituição de família.
O livro sagrado que a cristandade diz o seu guia diz: “O bispo (ou o sacerdote) deve ser marido de uma só esposa”; diz também que deve presidir de maneira excelente à sua própria família.
Se os humanos foram criados para encher a terra, isso só é possível pela união do homem com a mulher no casamento.
É sim incompatível ser ministro Cristão e ser militar.
Como pode um Deus de amor estar dum ou de outro lado das forças em confronto.
Se Deus é amor seus servos precisam refletir essa qualidade. Jesus disse que seus seguidores seriam identificados por se amarem uns aos outros (João 13:34,35)
Não se pode ser soldado e ao mesmo tempo cristão.
Fez muito bem o capelão Horácio deixar de ser ministro católico. Os meus aplausos.
Todos fizemos asneiras. Não vale a pena lamentar o que fizemos menos bem.
Fiz coisas das quais não me orgulho. Embora fosse sapador com o curso de minas e armadilhas desempenhei as funções de pessoal e reabastecimento…
Mas certamente com a consciência que hoje tenho. Não teria participado na guerra colonial ainda que isso me trouxesse graves consequências.
Um dia em breve não haverá mais guerra. O mundo será uma verdadeira fraternidade mundial.
Os milhões gastos na guerra serão gastos para a verdadeira paz.
As minhas felicitações ao Horácio Fernandes