Sexagésimo segundo episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.
Como curiosidade queremos dizer-vos que o estado de
Iowa está localizado na região centro-oeste do país e,
92% da população é branca, não, não me enganei, é mesmo 92%, sendo o maior
grupo o dos alemães que
compõem 35,7% da
população do estado. Limita-se a norte com o
Minnesota, a leste com o
Wisconsin e o Illinois, ao
sul com o Missouri, e a
oeste com o Nebrasca e
Dakota do Sul e, em 1846, tornou-se o 29.º Estado da
União. Não pensem nada de mal, isto é só uma
curiosidade.
E também, não tem nada a ver uma coisa com a outra,
pois nós também nos orgulhamos de sermos de
descendência europeia, de Portugal, da Beira Litoral,
onde havia geada pela manhã, que o sol derretia
suavemente, onde ia roubar maçãs ao quintal do vizinho,
que deviam de ser
parecidas com as que
os primeiros “colonos”
brancos que se instalaram
na região, por volta
do ano de 1833,
cultivavam, além de
aveia, legumes ou
milho, com que
criavam algum gado
suíno e bobino.
Dizem que os primeiros europeus a explorarem a região
que atualmente constitui o estado de Iowa, foram os
franceses Louis Joliet e Jacques Marquette, em 1673, que
descreveram a região como verde e fértil e devia de ser
verdade, pois hoje podem ver-se grandes áreas de
plantações de milho ou soja, ao longo da estrada que fica
um pouco mais alta que essas áreas, onde em algumas
partes é mesmo alagadiça, produzindo forte nevoeiro,
pelo menos pela parte da manhã. Também nos dizem que
o nome do estado de Iowa, provém do povo nativo
americano “Iowa”, que habitava a região.
Bem, chega de história e sigamos em frente.
Saímos da
cidade de Council Bluffs, às 5 da manhã, passando pelas
cidades de Sioux City, ainda no estado de Iowa, Sioux
Falls, já no estado de Dakota do Sul, que nos deu
ascesso à estrada 90, parando por algum tempo na aldeia
de Alexandria, onde existe uma igreja em honra de Nossa Senhora
de Fátima, com uma área onde estão
as imagens dos pastorinhos,
parecida com a que existe em
Portugal, que visitámos e apreciámos
pela curiosidade.
Pelo menos para nós não é fácil falar
de Dakota do Sul, pois ele simboliza as grandes planícies
americanas, grandes plantações de
trigo, grandes rebanhos de gado
bovino, as montanhas de “Black Hills”,
localizada no oeste do estado, onde se
abriga a principal atração turística do estado, o Monte
Rushmore, onde estão esculpidos os bustos de quatro
presidentes americanos, George Washington, Thomas
Jefferson,
Theodore
Roosevelt e
Abraham Lincoln,
o gigante
monumento
esculpido nas
montanhas de
“Black Hills” ao
chefe dos “Sioux”,
Crazy Horse.
Já
por cá andámos
por outras vezes
e esta enorme escultura é uma das atrações turísticas
mais conhecidas
do mundo, que
rendeu ao estado
o cognome de
The Mount
Rushmore State,
temos que
lembrar as tribos
de nativos
americanos que
viviam na região, os
“Akirara”, de
caráter sedentário, que viviam primariamente da
agricultura, e os “Cheyenne”, de caráter nómada, que
viviam essencialmente da caça. Conta-se que as relações
entre os arikara e
os cheyenne eram
amigáveis, mas já
no século XVIII,
uma terceira tribo,
os Lakota, que era
parte do grupo
nativo americano
dos “Sioux”,
se instalou na
região, já após a
chegada dos
primeiros
exploradores europeus. Os sioux não foram bem
recebidos pelos arikara, e confrontos entre as duas tribos foram comuns ao longo dos séculos
XVIII e XIX, no actual Dakota do Sul.
O nome do estado provém dos “Sioux”, que chamavam a
si mesmos de dakota, que significa em português,
"amigo".
Sempre simpatizámos com este estado e gostaríamos de
por cá passar mais tempo, mas tínhamos que seguir
viagem, portanto lembrando, os grandes chefes “Sioux”,
Crazy Horse e Sitting Bull, o ouro que existia nas
montanhas de “Black Hills”, a aldeia de Deadwood, o
general George A. Custer, exploradores europeus,
guerras pelo território que reivindicavam toda a bacia
hidrográfica dos rios Mississipi e Missouri, bacia que
inclui todo o actual Dakota do Sul, entre franceses e
espanhóis, mas acabaria por todo o território fazer parte
dos Estados Unidos, quando a França vendeu toda a
Louisiana, por volta
do ano de 1803.
Também visitámos
a cidade de Mitchel,
onde apreciámos
um edifício com o
nome de “Mitchel
Corn Palace”, que
tem como símbolo a
espiga do milho.
Atravessámos a região das “Bad Lands”, onde fizemos o
tour de 35 milhas por dentro do parque, com Jeep e a
Caravana a rodar sem qualquer problema, indo dormir
na cidade de Spearfish, ainda no estado de Dakota do
Sul.
Neste dia percorremos 512 milhas, com o preço da
gasolina variando entre $3.24 e $3.65 o galão, que são
aproximadamente 4 litros.
Tony Borie, Julho de 2014
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Nota do editor
Último poste da série de 16 de Agosto de 2014 > Guiné 63/74 - P13503: Bom ou mau tempo na bolanha (61): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (2) (Tony Borié)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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