sábado, 23 de agosto de 2014

Guiné 63/74 - P13527: Bom ou mau tempo na bolanha (63): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (3) (Tony Borié)

Sexagésimo segundo episódio da série Bom ou mau tempo na bolanha, do nosso camarada Tony Borié, ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGRU 16, Mansoa, 1964/66.




Como curiosidade queremos dizer-vos que o estado de Iowa está localizado na região centro-oeste do país e, 92% da população é branca, não, não me enganei, é mesmo 92%, sendo o maior grupo o dos alemães que compõem 35,7% da população do estado. Limita-se a norte com o Minnesota, a leste com o Wisconsin e o Illinois, ao sul com o Missouri, e a oeste com o Nebrasca e Dakota do Sul e, em 1846, tornou-se o 29.º Estado da União. Não pensem nada de mal, isto é só uma curiosidade.
E também, não tem nada a ver uma coisa com a outra, pois nós também nos orgulhamos de sermos de descendência europeia, de Portugal, da Beira Litoral, onde havia geada pela manhã, que o sol derretia suavemente, onde ia roubar maçãs ao quintal do vizinho, que deviam de ser parecidas com as que os primeiros “colonos” brancos que se instalaram na região, por volta do ano de 1833, cultivavam, além de aveia, legumes ou milho, com que criavam algum gado suíno e bobino.


Dizem que os primeiros europeus a explorarem a região que atualmente constitui o estado de Iowa, foram os franceses Louis Joliet e Jacques Marquette, em 1673, que descreveram a região como verde e fértil e devia de ser verdade, pois hoje podem ver-se grandes áreas de plantações de milho ou soja, ao longo da estrada que fica um pouco mais alta que essas áreas, onde em algumas partes é mesmo alagadiça, produzindo forte nevoeiro, pelo menos pela parte da manhã. Também nos dizem que o nome do estado de Iowa, provém do povo nativo americano “Iowa”, que habitava a região.

Bem, chega de história e sigamos em frente.
Saímos da cidade de Council Bluffs, às 5 da manhã, passando pelas cidades de Sioux City, ainda no estado de Iowa, Sioux Falls, já no estado de Dakota do Sul, que nos deu ascesso à estrada 90, parando por algum tempo na aldeia de Alexandria, onde existe uma igreja em honra de Nossa Senhora de Fátima, com uma área onde estão as imagens dos pastorinhos, parecida com a que existe em Portugal, que visitámos e apreciámos pela curiosidade.


Pelo menos para nós não é fácil falar de Dakota do Sul, pois ele simboliza as grandes planícies americanas, grandes plantações de trigo, grandes rebanhos de gado bovino, as montanhas de “Black Hills”, localizada no oeste do estado, onde se abriga a principal atração turística do estado, o Monte Rushmore, onde estão esculpidos os bustos de quatro presidentes americanos, George Washington, Thomas Jefferson, Theodore Roosevelt e Abraham Lincoln, o gigante monumento esculpido nas montanhas de “Black Hills” ao chefe dos “Sioux”, Crazy Horse.

Já por cá andámos por outras vezes e esta enorme escultura é uma das atrações turísticas mais conhecidas do mundo, que rendeu ao estado o cognome de The Mount Rushmore State, temos que lembrar as tribos de nativos americanos que viviam na região, os “Akirara”, de caráter sedentário, que viviam primariamente da agricultura, e os “Cheyenne”, de caráter nómada, que viviam essencialmente da caça. Conta-se que as relações entre os arikara e os cheyenne eram amigáveis, mas já no século XVIII, uma terceira tribo, os Lakota, que era parte do grupo nativo americano dos “Sioux”, se instalou na região, já após a chegada dos primeiros exploradores europeus. Os sioux não foram bem recebidos pelos arikara, e confrontos entre as duas tribos foram comuns ao longo dos séculos XVIII e XIX, no actual Dakota do Sul. O nome do estado provém dos “Sioux”, que chamavam a si mesmos de dakota, que significa em português, "amigo".

Sempre simpatizámos com este estado e gostaríamos de por cá passar mais tempo, mas tínhamos que seguir viagem, portanto lembrando, os grandes chefes “Sioux”, Crazy Horse e Sitting Bull, o ouro que existia nas montanhas de “Black Hills”, a aldeia de Deadwood, o general George A. Custer, exploradores europeus, guerras pelo território que reivindicavam toda a bacia hidrográfica dos rios Mississipi e Missouri, bacia que inclui todo o actual Dakota do Sul, entre franceses e espanhóis, mas acabaria por todo o território fazer parte dos Estados Unidos, quando a França vendeu toda a Louisiana, por volta do ano de 1803.

Também visitámos a cidade de Mitchel, onde apreciámos um edifício com o nome de “Mitchel Corn Palace”, que tem como símbolo a espiga do milho.





Atravessámos a região das “Bad Lands”, onde fizemos o tour de 35 milhas por dentro do parque, com Jeep e a Caravana a rodar sem qualquer problema, indo dormir na cidade de Spearfish, ainda no estado de Dakota do Sul.

Neste dia percorremos 512 milhas, com o preço da gasolina variando entre $3.24 e $3.65 o galão, que são aproximadamente 4 litros.

Tony Borie, Julho de 2014
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Nota do editor

Último poste da série de 16 de Agosto de 2014 > Guiné 63/74 - P13503: Bom ou mau tempo na bolanha (61): Da Florida ao Alaska, num Jeep, em caravana (2) (Tony Borié)

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