quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Guiné 63/74 - P13520: "Francisco Caboz", um padre franciscano, natural de Ribamar, Lourinhã, na guerra colonial (Horácio Fernandes, ex-alf mil capelão, BART 1913, Catió, 1967/69): Parte V: (i) uma boleia de Spínola; (ii) rezando o terço com os açorianos; (iii) a tropa, a PIDE e a tortura de prisioneiros; (iv) um guarda-costas chamado Estado; (v) a tropa vai e vem, os administradores ficam...



Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Um aspeto parcial do quartel


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Parada do quartel


Guiné > Região de Tombali > Catió > CCS / BART 1913 (1967/69) > Álbum fotográfico do Victor Condeço > Quartel >  "Vista aérea da Rotunda e Avenida de Catió antes de 1967. O edifício à esquerda na foto era a escola primária que em 1967 já tinha sido modificado".

Fotos (e legendas) de Catió: Victor Condeço (1943/2010) / © Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Todos os direitos reservados


1. Continuação da publicação do testemunho do nosso camarada, o grã-tabanqueiro Horácio Fernandes.que foi alf mil capelão no BART 1913 (Catió, 1967/69) (*)


[ Horácio Fernandes: foto à direita tirada pelo nosso saudoso Victor Condeço, 1943-2010, que foi fur mil mec armam, CCS/BART 1913].


Esse tstemunho é um excerto do seu livro autobiográfico, "Francisco Caboz; a construção e a desconstrução de um padre" (Porto: Papiro Editora, 2009, pp. 127-162). O livro já aqui foi objeto de recensão crítica por parte do nosso camarada Beja Santos.

O Horácio Fernandes vive há 4 décadas no Porto. Vestiu o hábito franciscano, tendo sido ordenado padre em 1959. Deixou o sacerdócio no início dos anos 70. É casado, tem 3 filhos. Está reformado da Inspeção Geral de Educação onde trabalhou 25 anos na zona norte. Em 2006 doutorou-se em ciências da educação pela Universidadfe de Salamanca, Espanha.

Francisco Caboz é o "alter ego" do Horácio Fermandes (n. 1935, Ribamar, Lourinhã). O livro começou por ser uma tese de dissertação de mestrado em ciências da educação, pela Univeridade do Porto, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, (1995): Francisco Caboz: de angfélico ao trânsfuga, uma autobiografia (147 pp.) (A tese de dissertação, orientada pelo Prof Doutor Stephen R. Stoer, já falecido, está aqui disponível em formato pdf).

Nesta V parte (pp. 148-152), o autor relata-no alguns episódios da guerar no sul da Guiné: (i) uma boleia de Spínola;  (ii) rezando o terço com os açorianos; (iii) a tropa, a PIDE e a tortura de prisioneiros; (iv) um guarda-costas chamado estado; (v) a tropa vai e vem, os administradores têm que se amanhar...

Foi o nosso camarada e amigo Alberto Branquinho quem descobriu o paradeiro do seu antigo capelão . Tenho a autorização verbal do autor, dada por altura do nosso reencontro, 50 anos depois da sua missa nova (em 15 de agosto de 1959, em Ribamar, sua terra natal), para reproduzir esta parte do livro, relativa à sua experiênciade como capelão militar na Guiné, muito marcante e decisiva para o seu futuro como homem e como padre. Ele irá abandonar o sacerdócio ainda no início dos anos 70, depois de regressar da Guiné e fazer uma curta experiência como capelão da marinha mercante aos serviço do Clube Stella Maris.

Eu e o Horácio somos parentes, pertencemos ao clã Maçarico, de Ribamar, Lourinhã: a minha bisavó paterna e do seu bisavô paterno, nascidos por volta de 1860, eram irmãos. (LG)


Episódios da guerra no sul da Guiné em 1967/69...









(Continua)


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2 comentários:

Manuel Dias disse...

Ao ver estas imagens me deixa saudades na minha passagem por Catió de Agosto de 1970 a Julho de 1971.

Fui um gaijo muito afortunado na minha passagem por Catió sendo Radiotelegrafista do S.T.M.nunca dei um tiro todo o meu serviço foi feito no posto de radio dessa localidade

anonimo disse...

É interessante que um padre franciscano tenha trocado o sacerdócio pra constituir família.
Não é incompatível ser ministro religioso com a constituição de família.
O livro sagrado que a cristandade diz o seu guia diz: “O bispo (ou o sacerdote) deve ser marido de uma só esposa”; diz também que deve presidir de maneira excelente à sua própria família.
Se os humanos foram criados para encher a terra, isso só é possível pela união do homem com a mulher no casamento.
É sim incompatível ser ministro Cristão e ser militar.
Como pode um Deus de amor estar dum ou de outro lado das forças em confronto.
Se Deus é amor seus servos precisam refletir essa qualidade. Jesus disse que seus seguidores seriam identificados por se amarem uns aos outros (João 13:34,35)
Não se pode ser soldado e ao mesmo tempo cristão.
Fez muito bem o capelão Horácio deixar de ser ministro católico. Os meus aplausos.
Todos fizemos asneiras. Não vale a pena lamentar o que fizemos menos bem.
Fiz coisas das quais não me orgulho. Embora fosse sapador com o curso de minas e armadilhas desempenhei as funções de pessoal e reabastecimento…
Mas certamente com a consciência que hoje tenho. Não teria participado na guerra colonial ainda que isso me trouxesse graves consequências.
Um dia em breve não haverá mais guerra. O mundo será uma verdadeira fraternidade mundial.
Os milhões gastos na guerra serão gastos para a verdadeira paz.
As minhas felicitações ao Horácio Fernandes