1. Vamos começar hoje a apresentar mais um trabalho de pesquisa e compilação do
nosso camarada José Marcelino Martins (ex-Fur Mil Trms da CCAÇ 5, Gatos
Pretos, Canjadude, 1968/70), que reputamos de muito importante, por, como ele próprio refere, se reportar aos últimos 5517 dias de luta pela independência pela então Guiné Portuguesa.
Em princípio vão ser publicados 9 postes com uma média de 12 páginas de texto em formato JPG.
O editor
(Continua)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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5 comentários:
O Zé é um trabalhador incansável, metódico, rigoroso, persistente, sério, intelectualmente honesto... O contrário do paradigma lusitano do desenrascanço... Ele não improvisa, ele estuda, planeia, executa...
Há tempos lancei-lhe um desafio:
- Ó Zé, faz-me aí uma estimativa de quantos homens em armas é que nós tínhamos, na véspera do 25 de abril, em cad um dos CO/CAOP, no CTIG, enyre tropa regular e milícias ?
Há dias encontrámo-nos, almoçámos juntos, matámos saudades, entreguei-lhe o exemplar do livro do Nuno Rubim que estava reservado para ele... E no fim ele sacou da sua pasta um calhaço com o TêPêCê que eu lhe tinha encomendado...
- Luís, aqui tens...
- Mas, ó Zé, isto dava um livro!
- Mas foi o que tu me pediste...
O Zé não brinca em serviço, por isso não me surpreendeu...
Se a Tabanca Grande fosse uma ONG e eu tivesse um saco azul, requisitava-o logo a tempo inteiro e pagava-o a peso de ouro!
Em qualquer lado, em qulaquer equipa, projeto ou empresa, este homem, amigo e camaradda, é um "valor acrescentado"!...
Zé, obrigado pela quantidade e qualidade do teu trabalho sobre os nossos últimos 5517 dias na Guiné. Tu honras o nosso blogue, e os teus camradas, cambatentes da Guiné.
O Carlos Vinhal, que é igual a ti, meticuloso, metódico, já começou a publicar o trabalho...
Vou ser um leitor atento, interessado e crítico. Contigo aprende-se muito. Há imensas coisas que a gente não sabe...sobre a nossa própria guerra.
Um alfabravo. Luis
Zè: Já me desfizeste pelo menos uma dúvida: o GEMIL, Grupo Especial de Milícia, equivale a um dos nossos Gr Comb, isto é, 30 elementos... Pensava que eram mais...
O Pelotão de Milícia são 20, e eu pensava que andava pelos 30... Mas não te esqueças, que as nossas subunidades andavam sempre desfalcadas (baixas em combate, doença, acidente + desenfianços...).
Ab. Luís
Boa questão: quando começa e acaba a guerra colonial no TO da Guiné ?
Tu contas 5517 dias, desde 3 de agosto de 1959 (acontecimentos do Pijiguiti) até 10 de setembro de 1974 (reconhecimento "de facto et de jure" da independência da GB por parte do Governo Português).
Falar dos "últimos anos da guerra" é pressupor que ao longo do(s) tempo(s), e nomeadamente do mapa cor de rosa, há um conflito, mais ou menos endémico, latente, mais ou menos aberto, manifesto, ou melhor, que as últimas décadas do séc. XX e as 3 primeiras décadas do séc.XX foram marcadas pelas famigeradas campanhas de pacificação...
Vamos tentar “despachar” estes primeiros 3 comentários.
1º - Nada a comentar. Podias ter dito apenas que ficaste satisfeito por se encontrar uma forma de ver quantos andaram por lá. Seguindo.
2º - O texto tem a seguinte nota: “Cientes de que, por excesso e/ou diferença, haverá sempre discrepâncias, utilizamos os elementos do quadro seguinte:”, para poder dar provimento aos casos que indicam.
Algumas unidades têm a orgânica original. Consultamos as Histórias de algumas unidades ou pedimos ajuda a quem esteve numa dessas unidades.
Enquanto nas unidades “Tipo caçadores” e pelotões de caçadores e armas pesadas, são os números indicadas nas que foram consultadas. Podem ter variação, como têm, põe exemplo, as de artilharia e cavalaria, que variam de acordo com o tipo de armamento e a quantidade de equipamento disponível.
Havia, porem, de encontrar um “ponto de equilíbrio”, pelo que descriminamos a quantidade de militares a cada “unidade”.
3º - Nota retirada dos meus apontamentos:
« Ano de 1446 - Nuno Tristão parte para mais um reconhecimento da costa africana, atingindo o rio Nuno ( rio Nunez, Guiné francesa ). Será morto, nesta empresa, pelos nativos.»
1446 foi o ano de chagasa à Guiné, portanto logo no inicio houve combates.
Tambem, pela diversidade das várias etnias e á sua habitual rivalidade, se pode aferir da “paz” que existia, não contando com a “união dos povos” contra os tugas.
Pode-se ver em «"Para que a memória se não perca! - Guiné - na viragem do século XIX para o século XX", no aspecto militar – publicada em Ultramar Terra Web [https://docs.google.com/file/d/0B16q2O9XZg47b29VZjFjekF4MUU/edit?pli=1] e Blogue Luís Graça e Camaradas da Guiné [Post nº 11143 de 23/2/2013; Post 11153 de 25/2/2012; Post nº 11166 de 27/2/2013 e Post nº 11177 de 1/3/2013].», mais alguma coisa. Apesar de Teixeira Pinto ter declarado a paz na Guiné, foi uma frase semelhante à que o General Arnaldo Schulz disse em Setembro de 1965, quando veio a Lisboa, afirmando então que a Guiné jamais deixará de ser portuguesa.
Um trabalho admirável, por certo, e que fará história, vindo de quem vem.
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