sábado, 24 de janeiro de 2015

Guiné 63/74 - P14178: Historiografia da presença portuguesa em África (54): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte VI (Mário Vasconcelos): (i) João Said Handem (Gadamael); (ii) Jacinto Maria de Figueiredo Duarte (Bedanda, com filial no Chugué e Cafine); (iii) Michel Ajouz (Bissorã); e (iv) Hipólito da Costa Ribeiro (Fulacunda): compra e venda de mancarra, coconote, óleo de palma, fazendas, miudezas, mercearias...






Fotos: © Mário Vasconcelos (2015). Todos os direitos reservados [Edição: LG]


1. Continuação da publicação de anúncios de casas comerciais, da Guiné. Reproduzidos, com a devida vénia, da em Turismo - Revista de Arte, Paisagem e Costumes Portugueses, jan/fev 1956, ano XVIII, 2ª série, nº 2. (*).

Trata-se de um aprenda, para o nosso blogue, oferecida pelo nosso camarada Mário Vasconcelos, ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72, Mansoa, e Cumeré, 1973/74; foto atual à direita] que descobriu um exemplar, já raro, deste edição, no espólio do seu falecido pai.

Dos quatro anúncios que hoje divujgamos dois são de comerciantes; o João Said Handem, estabelecido em Gadamael, e que negociava sobretudo com o milho; e Michel Ajouz, de Bissorã... Será que alguém ainda se lembra deles ?

Os nossos agradecimentos, em nome de todos os camaradas e amigos da Guiné que integram esta Tabanca Grande onde todos cabemos com tudo o que nos une e até com aquilo que nos separa... (LG)

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Nota do editor:

(*) Último poste da série > 23 de janeiro de  2015 > Guiné 63/74 - P14176: Historiografia da presença portuguesa em África (49): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte V (Mário Vasconcelos): 4 firmas de Bissau: Benjamim Correia (fundada em 1915), NOSOCO (francesa), Augusto Pinto Lda, e C. J. Matoso (talho moderno)

5 comentários:

Bispo1419 disse...

Meu caro Luís:

"Será que alguém ainda se lembra deles?" - perguntas tu e eu vou responder:

Conheci uma das pessoas referidas, o comerciante Michel Ajouz. Lembro-me bem dele, em Bissorã. Fui seu vizinho desde outubro/65 a outubro/66. Vivi numa casa a poucos metros da sua habitação e estabelecimento comercial. E tenho a certeza que mais gente aqui do blogue o conheceu. Estou a lembrar-me do Armando Pires, do Rogério Cardoso, do Henrique Cerqueira, do Rogério Freire e do Carlos Fortunato.

O sr. Michel Ajouz já foi referido algumas vezes neste blogue. Uma das referências é minha; falei dele no texto "O meu Natal de 1965 em Bissorã", P10839:

"Na noite de Natal, o decano dos comerciantes libaneses, sr. Michel (...) preparou uma recepção em sua casa. (...).
A confraternização correu bem. Houve "comes e bebes" e muita conversa, geral e particular, entre os convidados e o dono da casa. Recordo bem a qualidade do uísque, uma maravilha. Do resto tenho uma noção vaga duma conversa do anfitrião discorrendo sobre as suas relações com personagens conhecidas na política e na sociedade empresarial (...) era um homem já idoso, um senhor culto, bem viajado, bom conversador e de óptimo trato. Penso que teria sido um grande comerciante antes da guerra. Em 1965 a sua actividade comercial já estava muito reduzida (...)."

Nos comentários a este meu texto, escreveu o camarada Rogério Cardoso:

" (...) bons momentos que passei com o sr. Michel Ajouz. Grande anfitrião, bom no ensino do bridge, embora muito exigente, que quando actuava com parceiro desancava-o se fosse preciso, mas no fim pedia desculpa, claro que com aquela idade e nós uns putos aceitávamos tudo.(...)"

Um grande abraço
Manuel Joaquim

Luís Graça disse...

Obrigado, Manuel Joaquim... Há várias referências, no nosso blogue, a este nome, incluindo o teu poste. Pelo que dizia o Pepito, era um dos nomes respeitados da comunidade libanesa:


Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 63/74 - P13403 ...
15 Jul 2014

Michel Ajouz era, em 1966, o mais idoso dos comerciantes de Bissorã. No P10966 deste blogue, o Pepito dá-o como um dos pequenos comerciantes libaneses localizados no chamado "Bissau Velho" em 1952, aquando do ...

Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 63/74 - P10966 ...
19 Jan 2013

... (A.C. Gouveia, Barbosa & Comandita, Álvaro Camacho e Sociedade Comercial Ultramarina, entre outras) e uma enorme plêiade de pequenos comerciantes libaneses como Mamud ElAwar, Aly Souleiman, Michel Ajouz, ...

Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 63/74 - P10839 ...
21 Dez 2012

Este conto fez-me recordar bons momentos que passei com o Sr. Michel Ajouz. Grande anfitrião, bom no ensino do bridge, embora muito exigente, que quando actuava como parceiro, desancava-o se fosse preciso, mas no ...

Luís Graça & Camaradas da Guiné: Guiné 63/74 - P13400 ...
15 Jul 2014

Em 1964 e 65, quando estive em Bissorã, lembro e posso dizer com muita saudade os amigos libaneses Michel Ajouz (comerciante) e Alfredo Kalil (padeiro) assim como suas familias. A esta distância já não me lembro se ...

Luís Graça disse...

E a propósito, Manuel Joaquim, da diáspora libanesa e da diáspora portuguesa, e das semelhanças/dissemelhanças (culturais), permite-me que faça aqui uma Sugestão cultural para o fim de semana:

Fundação EDP (Museu da Electricidade,Belém, Lisboa):

Exposições

7 MIL MILHÕES DE OUTROS
Good Planet Foundation
8 novembro 2014 a 8 fevereiro 2015
Lisboa
Museu da Eletricidade

Quem são, como vivem, o que sonham, o que têm a dizer os 7 mil milhões de habitantes do planeta? O que os une e os separa? Uma exposição que é o retrato vivo da humanidade dos nossos dias.
"7 mil milhões de Outros" é uma exposição criada em 2003, que já percorreu os quatro cantos do mundo, e que nos dá um retrato real e atual da humanidade. Palavras e testemunhos de mais de 6.000 pessoas de 84 países, incluindo Portugal.

Ao entrar em "7 mil milhões de Outros" somos convidados a fazer uma viagem à volta do mundo e ficamos a conhecer os medos, os sonhos, os problemas e esperanças de gente tão diferente e distante como um pescador brasileiro, um sapateiro chinês, um artista alemão ou um empresário afegão.

Testemunhos obtidos através de 45 perguntas, todas iguais, sobre 30 temas universais - família, amor, morte, perdão, clima, natureza, sentido da vida, desafios ou sonhos de infância - que nos ajudam a encontrar o que nos separa, mas sobretudo o que nos une.


http://www.fundacaoedp.pt/exposicoes/7-mil-milhoes-de-outros/186

http://www.7billionothers.org/pt/node/647

E a não perder mesmo (, já me registei, vou lá estar):

A última das 7 conversas sobre a humanidade:

"Os Portugueses", 7 de fevereiro de 2015, 16h00
António Barreto, Pilar del Rio, Eduardo Lourenço, Fernando Pinto (Presidente da TAP), José Gil, Catarina Portas, Fernando Dacosta, Tiago Pereira (entrevistado para o documentário Portugueses).
Moderação de Catarina Furtado

A entrada é livre com marcação prévia para: tertulia.7billion@gmail.com

http://www.fundacaoedp.pt/agenda/7-conversas-sobre-a-humanidade/219

Freiroma disse...

Caro Luís:
Vi a referência ao Michel Ajouz e ao meu nome e não posso deixar de contar uma história do "arco da velha".
Depois de regressar da Guiné (Bissorã)em finais de 1967 iniciei a minha atividade profissional como Delegado de Informação Médica (Propaganda Médica à moda antiga.
Uma das minhas zonas de trabalho era a região de Leiria. Num belo dia, creio que de 1971 ou 72, ao sair de Monte Real através do pinhal de Leiria a caminho da Marinha Grande, viajando a 80/90 Km à hora, passo por um homem só que caminhava em direção a Monte Real e veio-me à memória o Sr. Michel Ajouz.
Fiquei de tal maneira incomodado com a visão que passados uns bons 5 a 6 Km decidi voltar atrás e surpresa das surpresas ... era mesmo o Michel Ajouz ... em pleno Pinhal de Lleiria a fazer o seu passeio matinal.
Foi uma grande alegria, ele lembrava-se perfeitamente de mim e da CART 1525 bem como dos outros alferes (o Rui, o Oliveira e o Silva bem como do Capitão Mourão que era ocasionalmente seu parceiro de bridge).
Fiquei a saber na altura que vinha às Termas de Monte Real à procura de alívio para as suas maleitas e depois de um grande abraço nos separámos.
Foi um dqueles acasos ... em pleno Pinhal de Leiria quem me diiria vir-me a encontrar com o Michel Ajouz de Bissorã 5 a 6 anos depois?
E como dizia o nosso Pessa ..." E esta hem!!!".
Aquele abraço do Freire

Luisa Handem Piette disse...

Mas que alegria ver lembranças da Guiné durante a colonização. O meu pai, João Said Handem, foi um dos grandes comerciantes da Guiné, de origem libanesa, com investimentos em produtos de exportação (milho, coconote, etc.) em vários estabelecimentos comerciais, em Gadamael, Cabedú, Fulacunda, Bricama e Bolama. Deixou Gadamael, e extensas terras agrícolas, que adquiriu nos anos 50, por causa do início da guerra anti-colonial...

Ele faleceu em Londres em novembro de 2001, logo após ter completado os 80 anos. Muitos de nós (filhos) ainda nos encontramos de vida (três dos 10 filhos, já faleceram.)

Recentemente, alguns dos meus irmãos, os que ainda vivem na Guiné (eu mantenho domicílio nos Estados Unidos) têm-se deslocado a Gadamael para retomar contacto com a população e, eventualmente, desenvolver as propriedades e contribuir para o processo de desenvolvimento local... Até já construíram um poço de água para uso da população local, que por sua vez demonstra a sua
gratidão e apela ao regresso dos Handems a Gadamael.

Eu, de pequena, apreciei muito os amigos portugueses do meu pai que eram
militares... lembro-me de, e tenho foto com, Bettencourt (não me lembro do nome completo)...

Enfim, talvez os meus irmãos acrescentem mais detalhes.

Cumprimentos e saudações a todos,

Luisa Handem Piette (Myrna)