Não havia, nessa época, de relativa paz e prosperidade, apenas "comerciantes do mato" (desde Ingoré, na região do Cacheu, a Darsalame, na região de Quínara) que se dedicavam à "compra e venda de produtos da província" (e que eram bem poucos: arroz, mancarra, coconote...).
Também vamos encontrar, sobretudo em Bissau, casas com bons instalações, e edfícios recentes, que se dedicam ao comércio "por grosso e atacado", de artigos nacionais e estrangeiros, com secções como vestuário (fazendas, camisaria, chapelaria), mas também bijuteria, brinquedos, papelaria, etc., como era o caso da casa Salgado & Tomé, em Bissau (foto acima).
Por sua vez, o A. V. d' Oliveira & Ca. tinha armazém e escritório em Bissau, com filiais em Bafatá, Mansoa, Bissorã, Bula e Cacheu. Também se dedicava ao "comércio geral" e ao "import/export"...
E em Bolama, ficamos a saber que havia A Competidora, de António de Almeida, que importava e vendia sobretudo "materiais de construção", ams também "artigos de papelaria" e "material fotográfico".
Para além do comércio, por grosso ou a retalha, também há pequenas indústrias: é o caso da "serração mecânica" de Manuel de Jesus Morais, "exportador de madeiras", em Bubor, Farim.
[Foto à esquerda: Mário Vasconcelos, ex-alf mil trms, CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, COT 9 e CCS/BCAÇ 4612/72, Mansoa, eCumeré, 1973/74]
Estes anúncios refletem inegavelmente o clima de relativa prosperidade económica e paz, que a província vivia em meados da década de 1950... A partir de 1961 (com os antecimentos em Angola e na Índia Portuguesa) e provavelmente já antes, com os acontecimentos de 3 de agosto de 1959 (no cais do Pigiguiti), muitos dcstes comerciantes acabam por se retirar das zonas mais isoladas do interior, e fixam-se em Bissau ou regressam à metrópole...
Recorde-se que faz 52 anos, no próximo dia 23 de janeiro de 2015, que se iniciou oficialmente a guerra de guerrilha com o ataque a Tite...
Fotos: © Mário Vasconcelos (2015). Todos os direitos reservados [Edição: LG]
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Nota do editor:
Último poste da série > 20 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14164: Historiografia da presença portuguesa em África (47): Revista de Turismo, jan-fev 1956, nº especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte I (Mário Vasconcelos)
Último poste da série > 20 de janeiro de 2015 > Guiné 63/74 - P14164: Historiografia da presença portuguesa em África (47): Revista de Turismo, jan-fev 1956, nº especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte I (Mário Vasconcelos)
3 comentários:
Olá Camaradas
Ainda falta o Tauffik Saad, grande comerciante libanês de Bissau. Mas outroa havia, como Jamil Nasser no Xitole, um que havia em Mansabá e cujo nome não me lembro. Aí havia também um madeireiro que vivia com a família e tinha um restaurante.
Pequeno comércio que não passava disso.
Um Ab.
António J. P. Costa
No que respeita a Mansabá, conheci o senhor José Leal que vivia com a esposa e uma filhota nascida no nosso tempo, tinha um restaurante e
explorava uma serração, não sei se por conta própria se para alguém.
À saida da Porta de Armas, à esquerda, havia uma pequena casa comercial que tinha como empregado um cabo-verdiano. Tinha a ideia que era uma "filial" da Casa Gouveia. Talvez o camarada Pereira da Costa possa confirmar.
Carlos Vinhal
Mansabá, 1970/72
Já agora camarigo Carlos, podes-me relembrar de que lado ficava, em relação à saída da Porta de Armas, a serração e o restaurante do Sr José Leal, onde tirámos aquelas fotos do baptizado?
Abraços
JPicado
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