quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Guiné 63/74 - P15765: Efemérides (216): O Pepito deixou-nos há 2 anos... Retenho a ideia que tinha dele em vida: um homem de grande coragem física e moral, um cidadão de princípios e de valores, um intelectual de fina inteligência e sensibilidade sociocultural, um engenheiro agrónomo e gestor com uma espantosa capacidade de trabalho, organização, determinação e liderança, um dirigente de arguta visão, um abnegado patriota, um amigo generoso e hospitaleiro, um bom pai e melhor avô, e sobretudo, um bom gigante com um coração de ouro... Enfim, um homem que, perante a adversidade, sabia que "desistir era perder, recomeçar era vencer"... (Luís Graça)



Lisboa > Campus da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Liosbnoa > 6 de setembro de 2007 > A face lumionsa do engº agrº Carlos Schwarz da Silva, 'Pepito'  (Bissau, 1969-Lisboa, 2014)... Tal como a máquina fotográfica a fixou, há mais de 8 anos atrás...


Lisboa > Campus da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa > 18 de fevereiro de 2016 > A palmeira cresceu, está vigorosa, contrariamente a muitas que na zona foram atacadas pelo escaravelho da palmeira (Rhynchophorus ferrugineus Olivier) e morreram... Sempre que passo por ela,  lembrou-me do Pepito e da sua face luminosa...  Hoje voltei a sentir o vazio da sua ausência...

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2016). Todos os direitos reservados.

1. Faz hoje dois anos que o Pepito, "nickname" de Carlos Schwarz da Silva, nos deixou, aos 64 anos,  Era um lusoguineense, filho de pais portugueses, nascido em Bissau, em 1/12/1949. Morreu, em Lisboa, no Hospital Curry Cabral, em 18/2/2014. 

A sua vida foi um exemplo para todos os que com ele trabalharam, dentro e fora da Guiné-Bissau. Muitas imagens foram usadas para o descrever, a corpo inteiro. Mas continua a faltar um grande biógrafo para um "homem grande" como ele que não foi apenas um "construtor de sonhos" (José Teixeira) como um  "arquiteto de pontes de diálogo" (Luís Graça), e, claro, sempre, um lutador, um sobrevivente,  um resistente,  um cidadão  do mundo.

No dia do seu 63º aniversário, escrevi: "Espero que a Guiné e o seu povo continuem a merecer a vida e a história de vida deste homem que nos honra a todos".

No Natal de 2005, recebi uma prenda do Pepito que muito me sensibilizou. Ele enviou-me, para publicação no blogue, um dos contos, escritos pelo seu pai, já falecido (Artur Augusto Silva) e que os filhos (Henrique, João e Carlos Schwarz da Silva) decidiram reunir em livro. Dois meses depois, em fevereiro de 2006,  conheci pessoalmente o Pepito, que me ofereceu o livro ("O cativeiro dos bichos"). Foi o início de uma bela amizade, que lamentavelmente só iria durar 7 anos.

À medida que foi nasccendo entre nós essa amizade (que foi curta mas grande) e que o fui conhecendo melhor, reforcei a ideia que tinha dele em vida: um homem de grande coragem física e moral, um cidadão de princípios e de valores, um intelectual de fina inteligência e sensibilidade sociocultural,  um engenheiro agrónomo e gestor com uma espantosa capacidade de trabalho, organização, determinação e liderança,  um dirigente de arguta visão, um abnegado patriota, um amigo generoso e hospitaleiro, um bom pai e melhor avô, e sobretudo, de um bom gigante com um coração de ouro... Enfim, um homem que  perante a adversidade,  sabia que "desistir era perder, recomeçar era vencer"...

O José Teixeira, dirigente da Tabanca Pequena ONGD,  também grande amigo e admirador do Pepito, escreveu sobre ele:

"Tive a felicidade de caminhar várias vezes a seu lado pelo interior da Guiné. Impressionava-me vivamente a forma como era acolhido em festa. Como os mais velhos e os mais novos se acercavam dele, em grupo ou isoladamente, para lhe darem conta dos resultados dos projetos em desenvolvimento. (...) Havia sempre razão para um sorriso de esperança. Havia sempre uma mão estendida num cumprimento afetuoso. Havia sempre uma palavra amiga e de estímulo. O Pepito acreditava naquela gente, mais que ninguém porque conhecia pessoa a pessoa e chamava-a pelo nome."

O Pepito teria, com certeza, os seus defeitos, como qualquer ser humano. Os amigos são magnânimos ao engrandecer as virtudes e ao minimizar os defeitos dos grandes homens e, sobretudo, dos amigos.

Quero, porém,  recordá-lo como o descrevi ao meu filho, João Graça, na véspera de partir, em dezembro de 2009, para a Guiné onde foi passar duas semanas, entre 6 a 19 de Dezembro de 2009, numa jornada mix de voluntariado e de férias. Ofereceu os cinco primeiros dias (de 6 a 10 de Dezembro de 2009), para trabalhar como médico no Centro de Saúde Materno-Infantil de Iemberém, no Cantanhez, com apoio (logístico) da AD - Acção para o Desenvolvimento e a hospitalidade do Pepito (e da Isabel Levy Ribeiro). Para além de Bissau e do Cantanhez, o João esteve nos Bijagós, na zona leste (Bambadinca, Bafatá, Tabatô e Gabu) e na região do Cacheu (São Domingos): foi um jornada, também para ele, inesquecível... (Valeu um ano de faculdade... de medicina!).

Devo também ao Pepito a oportunidade de regressar à Guiné, 37 anos depois da guerra colonial... Escrevi sobre isso aqui, no primeiro de 18 postes publicados na série "Uma semana inolvidável na pátria de Cabral: 29/2 a 7/3/2008 (Luís Graça):

(...) "Regresso à Guiné. 37 anos depois. É duro, é uma provação. Tenho sentimentos ambivalentes. Quero e não quero ir. Há o Graça que quer ir, o fundador e o editor deste blogue; e o Henriques que não quer, o velho tuga, o furriel miliciano, apontador de armas pesadas de infantaria que esteve na CCAÇ 12, em Bambadinca, em 1969/71, e a quem deram uma G3 de atirador de infantaria… Durante muito tempo, todos nós quisemos esquecer a Guiné, ao mesmo que alimentámos o desejo secreto, voyeurista, de lá voltar… Eu decididamente não teria lá voltado se não tivesse surgido a oportunidade que representou, para mim e outros camaradas, a realização do Simpósio Internacional Guiledje na Rota da Independência da Guiné-Bissau, que vai começar amanhã e prolongar-se até 7 de Março de 2008. (...) Mas já houve mais resistências ou defesas, há uns tempos atrás, quando recebi o convite dos organizadores do Simpósio. Agora os dados estão lançados, é tarde demais para hesitações. Vou à Guiné, não em romagem de saudade (acho piroso o termo…), mas pura e simplesmente em trabalho. Quero convencer-me disso. É mais fácil assim. Racionalizo, logo passo o teste. (...).

Essa viagem (com ida ao Cantanhez, num fim de semana prolongado) reforçou a minha convicção de que a Guiné-Bissau é um terra de esperança e de futuro... Pepito escolheu, e não foi por acaso, a escultura do Nhinte-Camatchol como "mascote" do Simpósio Internacional de Guiledje.  Em Bissau escrevi um longo poema que terminava assim:



(...) E que o Nhinte-Camatchol, 

o grande irã dos nalus,
te proteja,
Guiné, Tabanca Grande.
E o Deus dos cristãos,
dos grumetes do Geba e da Amura,
e o Alá dos fulas, mandingas e beafadas,
e os irãs dos balantas, manjacos, papéis, bijagós
e demais povos ribeirinhos, animistas,
que todos eles te inspirem
e te protejam! (...)

O Nhinte-Camatchol não protegeu o Pepito, que sacrificou muito da sua saúde, segurança e "qualidade de vida" (suas e da sua família) pelo seu povo. Esperemos que Deus, Alá e os Grandes Irãs protejam aquela terra que continuamos a amar, e os nossos amigos que lá vivem. Eles merecem. E que o exemplo do Pepito continue a ser inspirador, para eles e para todos nós. (LG)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém> Simpósio Internacional de Guileje > 1 de Março de 2008 > Grafito com o desenho nalú do irã protetor da tabanca, o Nhinte-Camatchol, e que fez parte do logótipo do Simpósio, organizado pela AD -Acção para o Desenvolvimento, o INEP - Instituto Nacional de Estudos e Pesqusias, e UCB - Universidade Colinas do Boé

O Nhinhe Camatchol é uma escultura dos nalus do Cantanhez usado na festa do fanado. Representa uma cebeça de pássaro com rosto humano, sendo a mensagem aos participantes deste ritual de iniciação à vida adulta a seguinte: que todos eles passam a considerar-se como verdadeiros irmãos, mais verdadeiros que os próprios irmãos biológicos. O que deve ser entendido como a afirmação do interessse colectivo, comunitário, acima do interesse dos indivíduos e das famílias. Orginalmente esta máscara não poderia ser vista pelos não iniciados, sob pena de morte (Campredon, Pierre – Cantanhez, forêts sacrées de Guinée-Bissau. Bissau,Tiguena. 1997, pp. 32-33).

Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados.


2. O Pepito, direta e indiretamente, tem no nosso  blogue algumas centenas de referências, desde 2006. É-nos impossível, por falta de tempo,  fazer um recolha sistemática num universo que já vai a caminho dos 16 mil postes (não falando das imagens, algumas centenas das quais são dele ou relacionadas com ele e os seus projetos).

Aqui ficam alguns marcadores e, mais abaixo, uma seleção de postes (incompleta, já que faltam muitos postes entre 2006 e 2008).

Em termos biográficos, é de lembrar que ele descende de uma notável família, portuguesa, de origem polaco-judaica, pelo lado materno (Clara Schwarz) e caboverdiana, pelo lado paterno (Artur Augusto Silva). Clara Schwarz, com 101 anos, honra-nos com a sua presença na Tabanca Grande, sendo a nossa decana. (**)


AD - Acção para o Desenvolvimento (216)

Artur Augusto Silva (26)

Clara Schwarz (39)

João Schwarz da Silva (4)

Núcleo Museológico Memória de Guiledje (21)

Pepito (197)

Samuel Schwarz (3)

Simpósio Internacional de Guiledje (12)

Tabanca de São Martinho do Porto (16)

______________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 17 de fevereiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15758: Efemérides (215): Canquelifá, 9 de fevereiro de 1970: o burro, as carraceiras e o tiro ao alvo com uma Mannlicker... Ou quando um burro valia mais do que um Unimog... (Valdemar Queiroz, ex-fur mil, CART 2479 / CART 11, Contuboel, Nova Lamego, Canquelifá, Paunca, Guiro Iero Bocari, 1969/70)

(**) Vd. postes de:

8 de fevereiro de 2016 > Guiné 63/74 - P15722: Notas de leitura (806): Textos de Carlos Schwarz (Pepito), na Revista Sumara, publicação da responsabilidade da Fundação João Lopes, Cabo Verde (Mário Beja Santos)

31 de outubro de  2014 > Guiné 63/74 - P13828: Notícias dos nossos amigos da AD - Bissau (36): Vídeo de homenagem ao Pepito (1949-2014)


18 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P13006: 10º aniversário do nosso blogue (12): Faz hoje 2 meses que o Pepito nos deixou... Em sua memória reproduzimos aqui um vídeo de 2012, em que ele relata, com humor e boa disposição, uma das cenas de violência de que foi vítima, na sua casa do Quelelé, ao tempo de Kumba Ialá (c. 2000)...



21 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12869: Blogpoesia (377): O Dia Mundial da Poesia, 21 de março de 2014, na nossa Tabanca Grande (VIII): Pepito, o construtor de sonhos (José Teixeira, ONGD Tabanca Pequena, Matosinhos)


7 de março de 2014 > Guiné 63/74 - P12804: Manuscrito(s) (Luís Graça) (25): O Pepito que eu conheci... em 16/2/2006 e que, no fim da conversa de 1 hora, me fez um pedido algo insólito: um obus 14 para o Núcleo Museológico Memória de Guiledje...

25 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12772: In Memoriam (184): Carlos Schwarz da Silva (1949-2014)... Pepito ca mori!... E obrigado, homem grande e querido amigo, pelo teu calendário de 2014, com belíssimas fotos do Ernst Schade sobre as gentes da tua terra que tu amavas como poucos (Luís Graça)


15 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11098: In Memoriam (138): Cadi Baldé (c. 1984-2013), mãe da pequena Alicinha do Cantanhez (Luís Graça / Alice Carneiro)

6 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11064: Diário de Iemberém (Anabela Pires, voluntária, projeto do Ecoturismo, Cantanhez, jan-mar 2012) (5): Em Catesse, com o Pepito... Pela primeira vez tive medo!...Medo de não conseguir corresponder ao tanto que a população espera de todos nós!

2 de novembro de  2012 >  Guiné 63/74 - P10606: Blogpoesia (301): Na ka misti tchora mas, Guiné (Luís Graça)


25 de abril de 2011 > Guiné 63/74 - P8165: 7º aniversário do nosso blogue: 23 de Abril de 2011 (20): O nosso Blogue serviu para colar partes da vida separadas pela guerra e que através dele se reencontraram (Pepito, AD- Acção para o Desenvolvimento, Bissau)

3 de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6102: PAIGC - Quem foi quem (9): Abdú Indjai, pai da Cadi, guerrilheiro desde 1963, perdeu uma perna lá para os lados de Quebo, Saltinho e Contabane (Pepito / Luís Graça)

1 de abril de 2010 > Guiné 63/74 - P6086: Ser solidário (63): Gente feliz... com lágrimas: a Cadi e a sua filha, a Maria Alice do Cantanhez (Pepito / Luís Graça)

26 de agosto de 2009 > Guiné 63/74 - P4863: Agenda cultural (24): A História de Cristina, por Mikael Levin, no CCB, de 31/8 a 8/11 (Carlos Schwarz, 'Pepito' / Luís Graça)

3 de Setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3168: Ser solidário (20): Bissau: O triste caso da Cadi e a ajuda extraordinária do Tino, que trabalha na AD (Nuno Rubim)

3 de setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3167: Ser solidário (19): Morreu o Nuninho, da Cadi. De paludismo. De abandono (Luís Graça)

9 comentários:

Zé teixeira disse...

Que saudade!
Amizades como a dele são difíceis de conseguir. A sua disponibilidade, a forma como acolhia, a esperança que transmitia e sobretudo a persistência... para ele o im/possível não existia. Acreditava nas capacidades das pessoas e provocava-as para que seguissem em frente. Era um pai para muita gente da Guiné.
Tive a felicidade de caminhar com ele algumas vezes pelas tabancas do mais interior da Guiné, onde a fragilidade e a falta de apoios eram maiores, pois eram esses guineenses que ele tinha como parceiros preferidos. Sabia esperar que lhe apresentassem os sonhos, as necessidades e desafiava-os a começar a trilhar caminhos novos. Era uma escola que não havia. Um posto médico sonhado há muito tempo.A água que ficava 3 hm da tabanca. Um centro materno-infantil para garantir o mínimo de sanidade para as parturientes, era um barco para combater o isolamento...
O Pepito ouvia, dava pistas de acção para eles começarem a concretizar o sonho e exigia contrapartidas como protecção da floresta, a concretização de hortinhas para melhorar a alimentação a higiene das crianças. E partia à procura de apoios financeiros, mas deixava a candeia acesa.
Que saudade!
Zé Teixeira

Anónimo disse...

Antonio Duarte
18 fev 2016 16:54


Bom texto. Vivemos também destes momentos com emoção

Abraço,
António Duarte

Anónimo disse...

Paulo Salgado
18 fev 2016 17:14

Obrigado, Luís.

É sempre bom ter presentes estes princípios...
Forte abraço.

Anónimo disse...

Orlando Pinela
18 fev 2016 19:02

Não convivi muito com o Pepito mas recordo a sua morte, sendo um grande amigo da Tabanca Grande, o que desejo neste aniversário da sua morte que descanse em Paz.

Luís Graça disse...

Mail enviado pelo correio interno da Tabanca Grande:

Lembrando um grande amigo (e grã-tabanqueiro da primeira hora), que nos deixou há 2 anos... Ele ajudou-nos e muito a fazer a ponte com a Guiné, do nosso passado... Os que o conheceram e tiveram o privilégio da sua amizade, ainda sentem hoje a sua falta.

Foi por ele que voltei à Guiné... O Pepito escolheu, e não foi por acaso, a escultura nalu do Nhinte-Camatchol como "mascote" do Simpósio Internacional de Guiledje (2008). Em Bissau escrevi então um longo poema que terminava assim:


(...) E que o Nhinte-Camatchol,
o grande irã dos nalus,
te proteja,
Guiné, Tabanca Grande.
E o Deus dos cristãos,
dos grumetes do Geba e da Amura,
e o Alá dos fulas, mandingas e beafadas,
e os irãs dos balantas, manjacos, papéis, bijagós
e demais povos ribeirinhos, animistas,
que todos eles te inspirem
e te protejam! (...)

O Nhinte-Camatchol não protegeu o Pepito, que sacrificou muito da sua saúde, segurança e "qualidade de vida" (suas e da sua família) pelo seu povo. Esperemos que Deus, Alá e os Grandes Irãs protejam aquela terra que continuamos a amar, e os nossos amigos que lá vivem. Eles merecem. E que o exemplo do Pepito continue a ser inspirador, para eles e para nós.

LG

Mário Vasconcelos disse...

Uma homenagem justa a um homem que não conheci mas de quem já li páginas de muita força humana e amor ao povo Guineense. Até sempre, tua obra não morrerá!

Bispo1419 disse...

Através da ONGD "Ajuda Amiga" e por iniciativa de um dos seus membros, tive num dia o privilégio de almoçar com o Pepito e sua esposa e de com eles conviver durante toda a tarde que se seguiu. Bons momentos se passaram. Confirmei tudo o que de bom dele me diziam os que já o conheciam.
O Pepito era uma pessoa de extraordinário valor e uma mais valia no desenrolar das acções de solidariedade dirigidas à Guiné-Bissau pela "Ajuda Amiga", que nele tinha um grande amigo sempre pronto e solidário.
A sua "AD-Acção para o Desenvolvimento" era para nós, "Ajuda Amiga", um esteio que nos proporcionava segurança e conforto para a nossa actividade. Infelizmente, a sua morte veio mostrar-nos a falta que ele hoje nos faz.
Mas se essa falta fosse só em relação à "Ajuda Amiga" ... O pior é a falta que ele faz ao seu povo guineense! Diz- se que ninguém é insubstituível mas no que se refere a Carlos Schwarz da Silva é notório que, dois anos passados, ainda não apareceu ninguém que o iguale na qualidade do seu trabalho em prol do povo da Guiné-Bissau.
Inesquecíveis são e serão o seu civismo exemplar, a sua generosidade no trabalho e a dedicação com que acompanhava todas as acções que pudessem contribuir para melhorar a qualidade de vida do seu povo.

Manuel Joaquim

Anónimo disse...

Jose Inacio Leao Varela
19 fev 2016 01:20


Que descanse em paz.. o nosso camarada Pepito
Quanto ao poema adorei. . parabéns.
LV..

Anónimo disse...

Joao Schwarz

19 fev 2016 12:19

Ola Luis

Mais uma vez um grande obrigado pelos seus postes sobre o Pipito e pelas referências que tem vindo a fazer ao meu "site", desgensinteressants.

A conferência sobre Samuel Schwarz que teve lugar ontem no Museu de Histéria e de Arte Judaica em Paris, foi um sucesso enorme. O auditório estava cheio. A conferência foi filmada e devera estar disponível na Internet daqui a umas três semanas.

Espero poder vir a organizar uma sessão equivalente em Lisboa provavelmente em Abril. Se tal acontecer não deixarei de o informar.

Durante as minha andanças por Lisboa comprei num alfarrabista um anuário da província da Guine datado de 1925. E um exemplo fabuloso da literatura colonial e do modo de pensar há um século.

Junto envio 5 páginas de uma parte intitulada "Impressões de uma viagem atravez da província". Se julgar útil posso fazer um scan das 30 paginas que compõem estas impressões de viagem.

Um grande abraço
João