sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Guiné 63/74 - P3121: Ser solidário (15): ONG AD - Relatório de actividades de 2007 - Parte II: Luta contra a fome, ecoturismo e TV comunitárias










São Martinho do Porto > Estrada do Facho > 7 de Agosto de 2008 > Casa de verão de Carla Schwarz da Silva, mãe do nosso amigo Carlos Schwarz (Pepito). Em cima, uma vista fabulosa da baía de São Martinho do Porto, a partir da janela do quarto do Pepito e da Isabel. A meio, o Pepito e a mãe. Em baixo, o editor do blogue, Luís Graça, e a Isabel Levy Ribeiro, esposa do Pepito. A casa, cuja construção remonta ao ínício dos anos 30, é uma das mais antigas daquela fantástica estância de veraneio, pertencente ao concelho de Alcobaça. O pai do Pepito exerceu advocacia em Alcobaça e Porto de Mós, nos anos 40, antes de ir para a Guiné, com a família, em 1949.

Fotos: © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados.






São Martinho do Porto > Estrada do Facho > Casa de Clara Schwarz da Silva, 93 anos, viúva de Artur Augusto da Silva (1912-1983), e mãe de Carlos, Henrique e João Schwarz. O Carlos (Pepito), que vive em Bissau, e é membro da nossa Tabanca Grande, é o mais novo dos filhos. Neste vídeo, o João Graça toca, no seu violino, uma peça (nova) de música klezmer. A velha senhora, filha de pai polaco, engenheiro de minas, e de um russa, pianista, teve uma esmerada educação, que passou pelo Curso de Direito (onde conheceu o pai do Pepito) e o curso de violino do Conversatório Nacional de Música, de Lisboa.

A mãe do Pepito ficou muito sensibilizada com o gesto do João que fez questão de a conhecer pessoalmente e tocar para ela e para o resto da família Schwarz algumas peças da música klezmer, incluindo o Bulgar de Odessa, cidade onde os seus pais se casaram antes da revolução russa de 1917.

Foi um privilégio, para mim, para o João e para a Alice, usufruir da hospitalidade dos Schwarz e conhecer, pessoalmente, a matriarca da família, senhora que atravessou um século e tem uma memória, uma cultura e uma vitalidade prodigiosas... Dos presentes no almoço (e neste simpatiquíssimo convívio que se prolongou até tarde ao fim da tarde), há ainda a registar a mãe da Isabel, além do Ivan e da esposa (que têm um lindo bebé de 2 meses) e do Mário, amigo comum.

Vídeo (1' 42'') : © Luís Graça (2008). Direitos reservados. Vídeo alojados em: You Tube >Nhabijoes.



Guiné-Bissau > AD - Acção para o Desenvolvimento > Foto da semana > 8 de Junho de 2008

A criação de infraestruturas rurais de apoio à comercialização de produtos agrícolas pode contribuir de forma importante para a segurança alimentar local, equilibrando a procura e oferta entre as comunidades das diferentes zonas do sector de S.Domingos. Daí que a construção do novo Mercado Comunitário de S.Domingos se enquadre na anterior criação dos lumus (mercados semanais) de Elia, Cassolol, Suzana e Varela, que provaram ser centros de dinamização da produção de batata-doce e óleo de palma. Armindo Sanha, Pedro Cuma, Mamadu Seidi, Ensu da Costa, Luís Djedjú e Quintino Bidan, são alunos da Faculdade de Medicina da Guiné-Bissau a estudar na cidade de S.Domingos e que decidiram contribuir com uma jornada de trabalho voluntário para a construção deste Mercado.


Guiné-Bissau > AD -Acção para o Desenvolvimento > Foto da semana > 25 de Maio de 2008


No dia 20 de Maio de 2008 foi inaugurado o Parque Nacional de Cantanhez pelo Presidente da Republica da Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira, na presença do Director Geral do Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP), Alfredo Simão da Silva, e de representantes do poder tradicional da zona do Parque.

Estiveram também presentes vários membros do Governo, Embaixadores sedeados no país, guardas florestais comunitários, guias ecoturísticos, membros dos Comités de Regulados encarregados de coordenar as acções de conservação e desenvolvimento no Parque.

A criação do Parque é um dos momentos altos de uma longa caminhada de mais de 30 anos onde pontificaram organizações nacionais como o DEPA e a AD.



Guiné-Bissau > AD - Acção para o Desenvolvimento > Foto da semana > 18 de Maio de 2008

Na zona de Barro, na margem direita do rio Cacheu, 11 tabancas, entre as quais Bucaur, Sanu, Buborin, Ponta Nova, Apidju, Saiam, Lanqué e Barro, deitaram mãos à obra e iniciaram desde há 2 anos a recuperação de extensas áreas de bolanha abandonada, para voltar a cultivar o arroz.

É um esforço notável que homens e mulheres estão a fazer para construir diques que impeçam a entrada de água salgada nos arrozais e ao mesmo tempo sirvam de estradas para comunicar entre localidades até agora isoladas.

Ao apoio da União Europeia e do Instituto Marquês Valle Flor, veio juntar-se recentemente o do Programa Alimentar Mundial, na modalidade de fornecimento de comida para trabalho.




Guiné-Bissau > AD - ACção para o Desenvolvimento > Foto da semana > 20 de Abril de 2008

O Secretário de Estado da Cooperação Internacional de Portugal, João Gomes Cravinho, é acolhido pelo Director da Escola de Artes e Ofícios de Quelele, Jorge Handem, aquando da sua recente visita a este importante centro de formação profissional.

O Ministério do Trabalho e Segurança Social tem sido um parceiro exemplar para o crescimento desta escola que tem cursos nas áreas da electricidade, electrónica, informática, auxiliares de educação infantil e mais recentemente em hotelaria.

Está precisamente na sua fase final a construção de novas instalações para o curso de artes domésticas que vem responder a inúmeras solicitações de jovens à procura de auto-emprego ou de integração nas unidades hoteleiras do país.

Fotos e legendas: Cortesia de: © AD- Acção para o Desenvolvimento (2008). Direitos reservados.
Continuação publicação do relatório de actividades de 2007, da ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, com quem mantemos desde finais de 2005 uma relação, franca, aberta, privilegiada, de cooperação, tendo como pretexto inicial o Projecto Guileje que deu origem, entre outras iniciativas que tiveram o nosso apoio, à realização do Simpósio Internacional de Guileje (Bissau, 1 a 7 de Março de 2008), e que abriu portas a outras iniciativas mais recentes, como por exemplo a recolha de sementes.

Deixem-me dizer-vos que, por lapo, não apareceu no poste anterior (*) a belíssima citação de Pablo Neruda que antecede o corpo do relatório em apreço:

"Podem cortar todas as flores / Que nunca serão donos da Primavera" (Pablo Neruda, Canto Geral).

2. AD -Acção para o Desenvolvimento: Relatório de actividades de 2007 > Parte II

Revisão e fixação de texto: L.G. (Não se reproduzem, por razões técnicas e de economia de meios, as fotos do relatório original, divulgado em formato pdf, no sítio da AD).

B. ASPECTOS MAIS RELEVANTES DE 2007

O ano de 2007 ficou marcado essencialmente por três aspectos relevantes:

1. Luta contra o défice alimentar no Norte do país

Independentemente das modas passageiras de ocasião, fossem elas planeamento familiar, conservação ambiental, boa governação, gestão durável dos recursos naturais, objectivos do milénio, etc., a AD manteve coerentemente ao longo dos seus 16 anos, a sua grande prioridade na luta contra a fome e na contribuição para a criação de condições de uma soberania alimentar na Guiné-Bissau, baseada em:

- Influenciar a política agrícola nacional, em especial na sua vertente de segurança alimentar, intervindo a nível de redes e plataformas de ONG, associações locais intervindo neste domínio e junto das delegações locais do Ministério de Agricultura nas zonas de intervenção da AD, contribuindo desta forma para as decisões politicas;

- Criar sinergias com outras ONG nacionais e estrangeiras para o combate às politicas que defendam a livre entrada de alimentos nos países do terceiro mundo, protagonizada principalmente pela OMC e que põem em causa a soberania alimentar na Guiné-Bissau;

- Promover uma concertação sub regional com ONG dos países vizinhos e associações de base, para a defesa da soberania alimentar e a apresentação de propostas concretas alternativas ao actual estado da situação alimentar, que inclua o estabelecimento de acordos comerciais entre associações e comunidades dos diferentes países e a promoção de lumus, entre outras;

- Contribuir para a definição, a nível de cada sector geográfico de intervenção, dos produtos estratégicos que servirão de motor e dinamizarão os processos locais de desenvolvimento social, cultural e económico, em que a AD será chamada a desempenhar uma acção de pesquisa, concepção, execução e assistência técnica para a segurança alimentar local.

- Promover a diversificação de culturas agrícolas, como a resposta às irregularidades climáticas e à preponderância da cultura de arroz, em função das condições edafo-climáticas, hábitos alimentares e carências nutricionais prevalecentes, incluindo a criação e reforço de uma rede de agricultores produtores de sementes, plantas e propágulos.

- Apostar na criação de iniciativas geradores de receitas a nível da comunidade, das associações e individuais que permitam melhorar as condições financeiras das unidades familiares e do seu acesso a bens alimentares, assim como a promoção da introdução de novas tecnologias de transformação (mandioca, arroz, milho, óleo de palma, peixe e sal) que facilitem o trabalho das mulheres assegurando melhores rendimentos;

- Promover a utilização racional e correcta dos recursos naturais florestais e haliêuticos por forma a beneficiarem as comunidades locais e reforçarem os sistemas tradicionais de protecção e conservação da natureza.

Em termos de acções concretas, há duas estratégias de luta contra a fome que a AD implantou nos sectores de S. Domingos e Bigene.

No sector de Bigene (eixo Barro-Ingoré) a prioridade vai para o reaproveitamento de antigas bolanhas de água salgada que foram abandonadas há muitos anos, mas que dispõem de um potencial de produção interessante. O fecho dos rios e a construção de grandes diques de cintura que servem simultaneamente para impedir a entrada de água salgada e de vias de acesso e comunicação entre tabancas, sendo um trabalho de grande exigência física, obriga a uma entreajuda entre todos os membros das comunidades beneficiadas.

Centenas de homens e mulheres participam nesta actividade, organizando-se em grupos de trabalho diferenciados, dividindo entre si as tarefas de corte e transporte de tarrafe para fechar os rios, a movimentação de solo (argila) para a compactação das barragens e feitura de diques, assim como a preparação de refeições colectivas durante o trabalho.

Ainda no eixo Barro-Ingoré, o aproveitamento dos pequenos vales interiores para a orizicultura de água doce, faz-se através da regulação e controlo da água das chuvas, especialmente com a construção de pequenas barragens de água e o aproveitamento de sistemas de drenagem que evitam que as bolanhas acumulem água em demasia e torne impossível o seu cultivo.

Se durante a época das chuvas é cultivado o arroz, na época seca são a batata-doce e os legumes.

No litoral norte (eixo Sucudjaque-Djufunco) a aposta incide na orizicultura de bolanha de solos arenosos (fraca capacidade para a retenção de água) com o uso de variedades de ciclo mais curto, logo seguida, em final da época das chuvas de uma campanha complementar de batata doce e hortícolas, sendo que nas zonas mais altas de planalto, o cultivo da mandioca.


2. Incremento do Ecoturismo em Cantanhez


A percepção do papel da AD no desenvolvimento do ecoturismo no Parque Nacional de Cantanhez e o tipo de actividades que se impõe à nossa organização fazer, mereceu uma profunda reflexão interna, alicerçada em iniciativas de grande impacte.

Definiram-se os tipos de turismo ecológico a incrementar, desde o turismo ambiental baseado na contemplação de paisagens nas 14 matas, na observação de animais (macacos, chimpanzés, elefantes e búfalos), aves (pelicanos e aves migratórias na foz do rio Cacine), passeios fluviais no rio Cacine e afluentes, itinerários pedestres ou de bicicleta de 1 a 2 horas, visita à ilha dos Pássaros, ilhéu de Melo, Ilha de Nuno Tristão ou ao Parque Natural Marinho de João Vieira e Poilão, bem como a miradouros de bebedouros de animais.

Também o turismo histórico onde se valoriza o facto de Cantanhez ter sido o berço da nacionalidade guineense e onde ainda estão presentes alguns vestígios luta de libertação nacional, tendo como grupo-alvo os quadros guineenses sentimentalmente ligados à história recente da Guiné-Bissau.

O turismo da saudade tendo como grupo-alvo os antigos militares portugueses que fizeram a guerra naquela zona, em especial em Guiledje, Gandembel, Cacine, Gadamael-Porto, Bedanda, Iemberém, Cafine, Cadique, Caboxanque, etc.

O Turismo Cultural com formas de percepção e de estar da vida das diferentes etnias locais (nalús, tandas, balantas, fulas, djacancas, sossos), danças e música de cada uma das etnias, história e estórias, lendas, religiões e crenças, modos de vida, formas de vestir, instrumentos de trabalho (agricultura e colecta) e organização social das tabancas e regulados.

O “Turismo” Científico com a procura do conhecimento da geografia física, do estudo dos diferentes biótipos da região (bolanhas, florestas, palmar, mangal), identificação da exploração da fauna e flora pelo homem (alimentos, construção, medicamentos, energia, canoas) e dinâmicas da fauna (chimpanzés e babuínos) e flora.

Para que o ecoturismo tenha uma verdadeira apropriação comunitária, definiram-se as seguintes regras de ouro:

- o maior número possível de tabancas devem sentir-se envolvidas no processo, beneficiando, por pouco que seja, das actividades promovidas. Isto evitará a tendência natural para a auto-exclusão e rejeição das que não forem incluídas.

- envolver todos os grupos sociais e etários (horticultoras, pescadores, fruticultores, jovens, mulheres, adultos, etc.), procurando responder ao que verdadeiramente os interessa e são as suas prioridades.

- ter a consciência clara de que “ninguém luta pelas ideias que estão na cabeça dos outros”, mas só naquilo em que acredita. Daí que os promotores do ecoturismo devam sempre fazer o exercício de se colocarem no lugar da comunidade para cada iniciativa que pretendam implementar e nunca impor a sua agenda de prioridades.

- a preservação e boa gestão dos recursos naturais tem de andar a par com a melhoria real (e sempre que possível rápida) das condições de vida e trabalho das comunidades.

- não se esquecer que o ambiente, cultura, associativismo, pesca, agricultura, desporto, etc. são actividades interdependentes no dia a dia das populações locais e querer resumir tudo a uma delas é o primeiro passo para o insucesso do programa.

Em 2007 desenvolveram-se actividades com jovens, enquanto artesãos, guias ecoturísticos e guardas comunitários, com mulheres, nos domínios de restauração, alojamento, artesanato, compotas, tinturaria de panos, horticultura e extracção de óleo de palma, assim como com os homens na produção frutícola e de venda de plantas medicinais.

Com as tabancas apoiou-se a construção de Escolas de Verificação Ambiental (EVA), a instalação de meios de comunicação comunitária (Rádio e Televisão), poços e a introdução de moageiras de farinha de mandioca e prensas de óleo.

O desafios de curto prazo que se apresentam ao ecoturismo são o de:

- promover uma imagem da Guiné-Bissau enquanto país de história, cultura e pioneira em certos processos de gestão ambiental, capaz de mobilizar turistas preocupados com valores nobres e progressistas;
- desenvolver uma visão que não seja geograficamente restrita, isto é, que não tome apenas Cantanhez como única área de intervenção. O ecoturismo só será viável se incluir de forma coerente e em conjunto outras zonas: Parque Marinho de João Vieira e Poilão, Ilhas de Melo e Tristão, Dulombi, Saltinho, Parque transfronteiriço de Guiledje-Boé e Xitole (macaréu);

- encontrar para cada tabanca, pelo menos um motivo de oferta turística capaz de fazer deslocar os potenciais ecoturistas mobilizando simultaneamente o interesse da comunidade;

- criar uma cultura de exigência em termos de higiene e remoção tratamento de lixo;

- favorecer a identificação e formação de operadores e trabalhadores turísticos locais, tais como gerentes de unidades de alojamento e restauração, empregados de mesa, de bar e de quartos;

- ir encontrando formas e soluções que sintonizem uma boa gestão dos recursos ambientais com as necessidades pressionantes das comunidades.


3. Inauguração da Televisão Comunitária Massar

Depois do grande impacte conseguido com as rádios comunitárias que vieram revolucionar o panorama da comunicação social guineense, a implantação das televisões comunitárias em Quelélé, S.Domingos e em Novembro de 2007 em Iemberém, é um marco notável da vida da nossa ONG.

A Televisão Comunitária de Cantanhez, TVMassar, que na língua nalú quer dizer TV Estrela, representa um passo significativo em frente em relação às duas anteriores, a TVKlélé e a TVBagunda, uma vez que as suas emissões se processam através de ondas hertzianas, na frequência de 210 mhz da banda ii.

Tem como objectivo a emissão de programas de agricultura, telescola, formação profissional, alfabetização, cultura tradicional, história, ambiente e ecoturismo, promovendo o acesso directo da população a um orgão de comunicação, resgatando valores culturais das diferentes etnias, permitindo o conhecimento de informações e programas relevantes de desenvolvimento local, enfim contribuindo para o assumir de uma cidadania efectiva e consequente por parte da população e das organizações locais. Através dela serão difundidos programas de formação de jovens poceiros, técnicos de energia solar, carpinteiros, pedreiros e outras profissões o que permitirá reduzir o êxodo rural que está a desertificar o interior do país, assim como promover a conservação da natural do Parque Nacional de Cantanhez.

Pensa-se igualmente utilizar esta televisão para a reciclagem dos professores das escolas oficiais e comunitárias nos domínios da matemática e do português, disciplinas identificadas como as de maior necessidade.

Pararlelamente, a divulgação de programas agrícolas com vista à melhoria das técnicas de cultura das principais produções (fruteiras, legumes, raízes, tubérculos e leguminosas), da sua protecção vegetal natural, do uso de fertilizantes orgânicos, da introdução de novas espécies de interesse económico e nutritivo e de técnicas de conservação e transformação em compotas, farinhas, óleos, etc. será um dos desafios desta televisão. A TV Massar enquanto televisão sem fins lucrativos, de promoção da cultura local e do desenvolvimento, gerida por jovens da comunidade, é uma iniciativa pioneira no continente africano, o que representa para todos quantos se abalançaram nesta inovação uma responsabilidade que ultrapassa a sua área de cobertura para se situar a um nível nacional e africano.

Numa fase inicial as suas emissões duram cerca de 2 horas diárias, com um único programa por semana que será repetido nos restantes dias da semana. À medida que forem surgindo nas diferentes tabancas do sector, mais recursos humanos capacitados, o número de programas semanais irá aumentando.

Prevê-se a redifusão em directo do Telejornal das 21horas da Televisão Nacional da Guiné-Bissau para permitir a toda a população ter acesso às notícias de âmbito nacional e internacional.

A TV Massar funciona com um Comité de Gestão constituído por 10 representantes da comunidade, sendo os 4 régulos, 4 das associações locais mais activas e 2 das ONG que, intervindo nesta zona, se mostrem interessadas e activas no funcionamento deste meio de comunicação. Este Comité escolhe uma Direcção Técnica de 4 elementos. A construção das suas instalações foi protagonizada pela associação AJAI, a qual mobilizou mão-de-obra da comunidade local, fabrico de adobes e colecta de inertes.
A formação dos quadros e técnicos da TV Massar, todos eles filhos de Cantanhez, contribui para fazer cair uma ideia antiga de que a produção de programas e o funcionamento de uma televisão só podia ser obra de especialistas e requeria verbas avultadas. Afinal, esta tecnologia moderna está ao alcance das comunidades e pode representar um poderoso instrumento para a sua afirmação local e nacional.
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Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 7 de Agosto de 2008 > Guiné 63/74 - P3118: Ser solidário (14): ONG AD: Relatório de actividades de 2007 - Parte I: A segurança alimentar

1 comentário:

Anónimo disse...

Carlos, que tudo o que a AD projecta, não desapareça com um "sopro" daqueles políticos que periodicamente respira fundo.
Mas o teu projecto tambem fazia sentido nas aldeias do interior de Portugal.
Mas continuando na Guiné, fazia falta mais Guineenses e tambem Caboverdeanos antigos, a ajudar-nos a compreender melhor a guerra do Blog Luis Graça.
Cumprimentos,
Antº Rosinha