Sobre Mansambo temos de 3 centenas de referências... e quase 2 centenas sobre a CART 2339. Foto do arquivo do nosso "cartógrafo-mor", o Humberto Reis (ex-fur mil op esp, CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71)
Foto: © Humberto Reis (2010). Todos os direitos reservados. [Edição: LG]
1. Mensagem de Abílio Magro, com referência ao poste P15847 (*)
Data: 13 de março de 2016 às 19:40
Assunto: "Seis Irmãos em África"
Caro Luís:
Obrigado pelas tuas palavras referentes ao livreco "Seis Irmãos em Africa" que mais não é do que uma compilação de textos que por aí andam em blogues, livros e quejandos.
2. Mensagem anterior de LG (*)
Abílio:
Dá um "alfabravo" aos manos, adorei essa dos "Magros do capim"!... Felicito-te por puxares esta "carroça", não é por acaso que és o mano mais novo... Mas, como na tropa, é preciso que alguém mande, ou melhor, lidere... (Como sabes, há uma liderança entre chefia e liderança, basta lembrares-te como era, lá no QG: "eram mais os chefes... que os índios!"... Não sei se foi por isso que perdemos a guerra...).
Um beijinho para a tua filha, Cláudia, que vos escreveu um prefácio tão bonito... E já agora diz-nos onde ou como é que o vosso livro pode ser comprado... Por exemplo, pelo correio... Manda o preço de capa (+ portes de correio) e a morada...
Um bom domningo!...Luís
PS -Vou vos "roubar" uma história para publicar no blogue, pode ser ? É também uma forma de promover o livro que, se calhar, com uma família tão grande como a vossa, mais os amigos, já está esgotado... Ou não ?
PS -Vou vos "roubar" uma história para publicar no blogue, pode ser ? É também uma forma de promover o livro que, se calhar, com uma família tão grande como a vossa, mais os amigos, já está esgotado... Ou não ?
O mais importante é a vontade e a opinião do Álvaro, por muito que prezemos a opinião do mano mais velho (Fernando) e do mais novo (Abílio). Temos um nº para ele, o 712, um lugar jeitoso à sombra do mágico poilão da Tabanca Grande... Era muito honroso termos cá, todos sentadinhos e bem comportadinhos, os três manos Magro que foram à Guiné... É caso único...
Se os outros três, que andaram por outros "matos" (Angola e Moçambique) se quiserem juntar a nós, era ouro sobre azul!... Acho que nos podíamos candidatar ao Guiness Book of Records!... (Na verdade, não conheço até agora nenhum blogue da guerra que tenha juntado, sob o mesmo poilão, seis irmãos, combatentes)...
Vou pedir ao mano Abílio para fazer uma reunião de família... Convindar só o Álvaro, até parece mal!... Bolas, os outros três, também são filhos do mesmo pai e da mesma mãe: o Rogério, o Dálio e o Carlos!... (LG)
Ex-1º Cabo Aux Enfermagem
1971
- Janeiro: incorporado no Exército, no RI 7, Leria (recruta);
- Abril: Regimento de Serviços de Saúde, Coimbra (especialidade);
- Julho/agosto: HMR-1, Porto (estágio);
- Setembro/uutubro: EPI, Mafra;
- Novembro; Mobilizado para Moçambique;
- Dezembro: Desmobilizado e novamente mobilizado, mas desta vez para a Guiné, onde chega no final do mês;
- Abril: Regimento de Serviços de Saúde, Coimbra (especialidade);
- Julho/agosto: HMR-1, Porto (estágio);
- Setembro/uutubro: EPI, Mafra;
- Novembro; Mobilizado para Moçambique;
- Dezembro: Desmobilizado e novamente mobilizado, mas desta vez para a Guiné, onde chega no final do mês;
- No decorrer de uma operação, num curto período de descanso no mato, adormece e, quando acorda, vê-se sozinho [vd. relato~abaixo, no ponto 4];
- Anda perdido durante cerca de uma hora, mas acaba por encontrar pessoal da sua Companhia;
- Em março de 1972 consegue transferência para o HMBIS [HM 241], onde presta serviço na Secretaria até ao fim da Comissão;
- Passa à situação de disponibilidade em 26 cde fevereiro de 1974.
por Álvaro Magro:
(...) Em Fevereiro de 1972, quando me encontrava ao serviço da CART 3493 em Mansambo, participei numa operação militar que durou um dia e duas noites e onde, a dada altura, no meio do mato, o Alferes, Comandante do deu pelotão, deu ordem para que o poessoal descansasse um pouco.
(...) Em Fevereiro de 1972, quando me encontrava ao serviço da CART 3493 em Mansambo, participei numa operação militar que durou um dia e duas noites e onde, a dada altura, no meio do mato, o Alferes, Comandante do deu pelotão, deu ordem para que o poessoal descansasse um pouco.
Acabei por adormecer e, quando acordeu, viu-se sozinho, perdido no mato, numa região de "turras".
Foi uma experiência muito traumatizante, principalmente para alguém que, como eu, tinha chegado à Guiné havia pouco mais de um mês.
Num "bate estradas" (aerograma) que enviei para o meu irmão Fernando, em Bissau, relatei aquela "odisseia" (...)
"Não imaginas o meu estado de espírito ao ver-me só e perdido dentro daquela mata densa. Andei cerca de uma hora perdido, cheio de medo. Cheguei a pensar que seria apanhado pelos terroristas e que nunca mais voltaria a ver a família.
Procurei encobrir-me com a vegetação, mas se porventura tinha de atravessar uma clareira, fazia-o rastejando.
Por fim encontrei um trilho por onde segui algum tempo, encharcado em suor.
Finalmente vi, ao longe, um pequeno grupo de militares. Aproximei-me deles correndo o mais que pude e, quando me pareceu que a minha voz poderia por eles ser ouvida, gritei com quanta força tinha.
Era tropa da minha Companhia, embora não fosse do meu pelotão.
Contei o que havia acontecido, quase sem poder falar, por estar muito cansado.
Não tive nenhuma culpa do sucedido." (...)
Fonte: Excertos de "Seis Irmãos em África", edição de autor, Porto, 2016, pp. 187 e 189/190. (Com a devida vénia...). (**)
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(**) Último poste da série > 14 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15853: Notas de leitura (815): "As Memórias de Um Comando", por Zé Carlos, Edita-Me, Editora, Lda., 2014 (Mário Beja Santos)
Fonte: Excertos de "Seis Irmãos em África", edição de autor, Porto, 2016, pp. 187 e 189/190. (Com a devida vénia...). (**)
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Notas do editor:
1 comentário:
Mensagem deixada por Álvaro Magro na sua página do FaceBook:
Caro Luís Graça.
E com todo prazer e honra, enfileirar na Tabanca Grande, ao lado dos manos Fernando e Abílio.
Um abraço a todos Tabanqueiros.
Álvaro.
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