quarta-feira, 20 de julho de 2016

Guiné 63/74 - P16321: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (51): Os portugueses tiveram tendência para menosprezar o PAIGC, antes e depois da guerra... Recordando uma cilada dos "homens do mato" aos homens grandes de Sancorlã/Cambaju, ao tempo da CCAÇ 412, Bafatá, 1963/65



Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Regulado de Sancorlã > Cambaju > A família reunida em Cambaju, ano de 1965/66 > Em cima: Mãe (Cadi Candé), pai (Aliu Tamba Baldé) e Aua (prima irmã). Em baixo: Tulai (minha irmã), Eu (de boina verde), Carlos (hoje médico) e Aissatu (irmã da Aua). Esta foto foi tirada por um soldado português amigo da família. (*)




Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Fajonquito > 1991 > Festa de Ramadão  > El-Hadj Aliu Baldé (Tamba), o pai do Cherno > Em 1937 fez parte do grupo de jovens que saiu de Canhamina para Contuboel para receber e homenagear os combatentes de Sancorlã que participaram na última guerra de Canhabaque (Ilhas Bijagós)... 

[Em rigor, foi uma expedição punitiva, contra os bijagós que se recusavm a pagar o "imposto de palhota", também conhecida por "quarta e última campanha de Canhabaque", decorrendo de 10 de novembro de 1935 a 20 de fevereiro de 1936... O pai do Cherno faleceu  em Bissau em setembro de 1999, porvavelmente com 80 anos.  Recorde-se aqui que El Hadj  é um título honorífico reservado ao crente muçulmano que, em vida, consegue ter a felidadade de fazer, com sucesso, pelo menos uma  peregrinação anual,  Hajj,  a Meca (LG)



Guiné-Bissau > Bissau > Maio de 1977 > Eu e a minha mãe (*) [Em 2011 ainda viva, embora já cega... O Chern fala dela com uma imensa ternura... Teria 80 anos de idade: disse ao filho que, por volta de 1936/37, quando o pai voltou de Canhabaque, a última batalha da "campanha de pacificação",  ela teria aproximadamente 9/10 anos de idade. (LG)]


Fotos (e legendas): © Cherno Baldé (2011). Todos os direitos reservados [Edição do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Comentário de Cherno Baldé ao poste P16317 (**):


Caros amigos JDinis e MLLomba,

Aproveito esta abertura para apresentar um exemplo típico de acontecimentos que foram reais, mas que, na altura devida, não mereceram a atenção devida dos portugueses e foi assim:

Em meados de 1964/5, salvo erro, como nos contaram (***), os elementos da guerrilha que actuavam na zona Norte (eixo Cuntima-Sitato-Cambaju), confrontados com a forte resistência do regulado de Sancorlã,  apoiado por um pelotão de metropolitanos de uma companhia sediada em Bafatá (penso que a companhia do Alcídio Marinho, CCAC 412,  Bafatá, 1963/65), contactaram os grandes de Cambaju e solicitaram um encontro para conversações "entre irmãos", longe dos olhares dos brancos.  Na realidade era uma cilada.

No dia combinado, os grandes de Sancorlã desconfiados, no lugar dos homens grandes e dos régulos, resolveram enviar os filhos mais velhos para negociar, divididos em dois grupos. O primeiro grupo ia preparado para as conversações, mas na retaguarda ia um segundo grupo discretamente armado para o que desse e viesse.

Antes de chegar ao local combinado,  o primeiro grupo caiu numa emboscada dos homens do mato que sem pré-aviso abriram fogo, matando duas pessoas e ferindo outras. Nao fosse a pronta intervenção dos homens da retaguarda, provavelmente, seriam todos chacinados.

Todavia, os portugueses não tiraram as devidas ilações deste acontecimento macabro, na primeira fase da guerra,  talvez porque os mortos eram civis armados e nativos guineenses ou por outras razões que nunca saberemos,  e não se tomaram as medidas que se impunham para que não viesse a repetir-se.

E, pasmem-se, esta mesma estratégia seria utilizada alguns anos mais tarde (1970) no chão manjaco, no que ficou conhecido como a tragédia dos 3 Majores, talvez o crime que mais abalou os portugueses e a sua cúpula dirigente na Guerra da Guiné e a retaliação não se faria esperar com a invasão de Conakri, em Novembro do mesmo ano.

Para terminar, acho que, muitas vezes houve tendência de menosprezar o PAIGC e as suas forças, antes e depois da Guerra, quando, na minha opinião, devia de ser tudo ao contrário.

Um abraço amigo,

Cherno AB

_________________

Notas do editor:



(***) 31 de dezembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15556: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (50): Na minha língua materna, o fula, não existe a expressão "Feliz Natal"... Mas felizmente que a Guiné-Bissau é um país de tolerância religiosa, em que as duas religiões monoteístas, Islamismo e Cristianismo, coexistem bem com o animismo

10 comentários:

JD disse...

Olá Cherno, boa noite!

É verdade que na guerra havia muita ingenuidade, e que os portugueses caíram em algumas armadilhas. naturalmente, como no caso dos 3 majores, não se podia acreditar nas condições propostas para o encontro, tanto mais, quanto seriam homens do mato a integrarem as forças portuguesas. Essa coisas, a serem tratadas com oportunidade, devem obedecer a forças equiparadas, e o mais forte é que deve impor as condições. Não sendo assim, é de desconfiar.

Mas houve tentativas de negociação que me pareceram sérias, como as que Amilcar propôs aos governos portugueses que, no entanto, rejeitaram liminarmente.

A impreparação que as nossas autoridades civis e militares demonstraram no caso da Guiné, culminou com a apressada saída em condições vergonhosas, depois de terem dado muitas vantagens aos emancipalistas, desde logo, terem admitido a sua presença armada em territórios sob a nossa soberania. E isso aconteceu, porque o golpe militar não garantiu a disciplina nas F.A., como, aliás, convinha aos revoltosos, que era a justificação para o regresso incondicional e irresponsável, face aos povos afectados e desprezados, assim como face às responsabilidades profissionais dentro da instituição militar.

Foi uma página negra nas nossas histórias.

Com um abraço

JD

Anónimo disse...

Um grande e fraterno para o Cheiro,

Dizes coisas muitíssimo certas e assisadas. Mas tenta entender que a maioria do pessoal quando se esquece de tomar as gotas do Hydergine pela manhã, depois já parecemos aquele par de velhos dos marretas. Batemos sempre na mesma tecla.

O que é que lhe havemos de fazer.

Tudo de bom para ti e para a tua/nossa Guiné .

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Meu caro Cherno:

Sabemos que entre 1925 e 1940 prosseguiram as "revoltas militares" dos papéis de Bissau, dos felupes de Djufunco (1933) e Susana (1934-35) e dos Bijagós da ilha de Canhabaque (1935-36), os quais se recusaram a pagar o imposto de palhota até 1936...

De acordo com as tuas memórias de infância, havia gente da tua família (avô materno, mãe, pai...) que se lembrava da participação de jovens fulas do regulado de Sancorlã / Cambaju na "expedição punitiva" contra os bijagós de Canhabaque, em 1935/36, e que terá reunido cerca de 1500 homens...

Não queres fazer um resumo dessas memórias ? É um período sobre o qual sabemos pouco... Mas, pelo que nos contas, Sancorlã/Cambaju foi historicament um núcleo duro de gente valorosa, fiel e leal aos seus aliados portugueses. É isso ?

Um abraço grande, Luís

Cherno AB disse...

Caro amigo Luis,

As memorias desses tempos, quase que, ja desapareceram, diz-se que, em Africa cada velho que morre eh uma biblioteca que desaparece, verdade verdadeira. Quem detinha a memoria eram os nossos pais, entretanto, desaparecidos. A minha mae, simples moura de trabalho na epoca e hoje com 90 anos, infelizmente, nao detem a mesma memoria historica.

Como tive ocasiao de escrever em Postes anteriores, o regulado de Sancorla (e nao Sancorlã) situado no norte da regiao de Bafata, teve, desde a segunda metade do sec. XIX, fortes ligacoes com a presenca portuguesa e participou com os seus lideres em muitas guerras, seja de conquista ou pacificacao, desde a epoca de Graca Falcao no Oio (1a e 2a Campanhas entre 1897-1902, ate a Guerra de Canhabaque (1936).

Braima Jameh Balde ou Branjame/Buranjame conforme aparece nos registos historiograficos, sucedeu ao seu pai, Sama-Shabu (detinha uma pensao mensal das autoridades coloniais) e dirigiu os destinos de Sancorla no periodo que, provavelmente, vai do inicio do sec. XX ate meados dos anos 40, pelo menos eh o que consta num livro que encontrei sobre 'Fulas de Gabu' (de Mendes Ferreira?) na biblioteca do ISCTE.

O Branjame (Tio directo e protector dos nossos pais), assim como a maior parte dos regulos Fulas e Mandingas da zona leste e centro do pais (regulados de Gabu/Forrea, o Cuor com Infali Sonco, Dembage de Joladu etc...) estavam seriamente comprometidos na alianca com os portugueses na epoca de Calvet de Magalhaes e participaram em todas as guerras de consquista e de pacificacao do territorio da Guine com o Cap. Teixeira Pinto e Abdul Injai.

Apos a traicao que relatei neste Poste, os homens grandes de Sancorla, nos anos que se seguiram, nao deram treguas aos guerrilheiros e em varios encontros levaram a melhor, como provam as medalhas atribuidas aos membros da companhia de milicias de Cambaju:

1 - Maude Balde, Cmdt Milicia (CMil2), 5 de Agosto 1965, Cruz de Guerra 4a Classe, atribuida em 1966. Publicado - OE 13/3a/66_5a/III, pag-200.

2 - Suma Jamanca (sold) CMil2, 16 de Novembro 1966 - Medalha de Cruz de Guerra 4a Classe, atribuida em 1967. Publicado no OE 6/3a/67_5o/IV, pag-138.

Sao estes acontecimentos que explicam a sede de vinganca dos guerrilheiros apos a independencia. Aos que pensam, hoje, que nao existiam compromissos, digo simplesmente que (eles) sao pessoas de alma pequena e que nao estiveram a altura dos seus antecessores e que, apesar do enorme esforco dispendido, nao souberam conservar e merecer aqueles compromissos (tratados) de honra e da patria que os gerou.

Um abraco amigo,

Cherno AB

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado, Cherno, vamos fazer poste em homenagem aos teus/nossos bravos de Sancorla... (Vou corrigir a grafia). Fico feliz por saber que a tua mãe está viva, com 90 anos...Terá, portanto, nascido em 1926... Mantenhas. Luis

PS - Tu, que és um homem grande, és a ilustração viva da importância que ainda tem em ´
Africa a cultura oral e a sua transmissão geracional... Faço votos para que a tua "biblioteca viva" possa ser partilhada por todos nós por muitos anos ainda...

Anónimo disse...

Caro Cherno
Saúde
A 1ª vez que fui a Fajonquito, foi no dia 12 de Abril de 1963,
chegamos a Bafatá a 9 desse mês e ano.Tratou-se de um reforço-acompanhamento
da 1ª secção do 1º pelotão, que havia sido destacada para SARE-BACAR.
Depois fui mais três ou quatro vezes, onde conheci um nativo, creio que de nome
Sambel, negociante de mancarra, que tinha uma moto "Triumph" e uma carrinha
de caixa aberta, onde carregava a mancarra para Bafatá.
Quando lá passavamos ele oferecia sempre, a quem queria, um whisky com o gelo da ordem.
Numa das vezes que lá passamos, fomos directos a Cambaju(pequeno), assim chamado
para distinguir do outro Cambaju(grande), a norte de Banjara.
Antes de Cambaju(p), encontravamos uma serração, e depois a estrada entrava numa
trincheira, onde o nosso grupo formado por 2 secções(Marinho e Condez), comandadas pelo Alferes Cardoso Pires- 2 Jipões e um Jipe willis, desmontava todo o pessoal e enquanto as viaturas passavam na trincheira, o pessoal seguia pelo alto das ravinas laterais, por ser mais seguro.
Depois seguimos para Sitato, até Colina do Norte, limite-oeste da nossa área operacional.
Nessa altura, a nossa área operacional ia desde Colina do Norte até Pirada, Buruntuma (fronteira leste); e desde Colina do Norte para sul, passando por Banjara, Enxalé (Malafo,)Ponte Varela, toda margem direita do Corubal, Xitole, Cassilinka, Ché-Ché, Boé até Buruntuma, isto é toda a Zona Leste.
Eramos a única Companhia operacional do Batalhão 238 (Bafatá), até Julho de 1963, quando chegaram os Batalhões 506 (Bafatá) e o 507 (Nova Lamego).
Em Abril de 1964, veio a Bafatá o Régulo de Sancorla, que vivia numa tabanca a sul de Fajonquito, junto à grande bolanha de Cantacunda, para informar que a tabanca de Cantacunda havia sido atacada, tendo os seus habitantes fugido e pedia ajuda.
O Sr. Comandante do Batalhão 506, Tenente-Coronel Luiz Nascimento de Matos (2º
Comandante do 238) ( Luiz com Z ), determino uma operação a nível de Companhia (Capitão Braga).
Deslocaram-se 2 pelotões (3º e 4º da 412), um pelotão da CCS do Batalhão e o pelotão
de Morteiros Pesados(902).
Após essa operação, o meu pelotão (3º), Alferes Cardoso Pires, Furriel Fernando Condez,Furriel João Rosado(2º-Contuboel), e eu Furriel Alcidio Marinho,
aqui ficamos desde Abril de 1964 até 28 de Janeiro de 1965. Dizia-se DEUS FEZ O MUNDO E A 412 CANTANCUNDA.
O contacto com o inimigo, só foi na noite da nossa chegada, mas duas morteiradas do 60, bastaram para fazer duas vitimas. Depois com a montagem das armadilhas em toda a zona, nunca mais fomos incomodados.
Aqui também foi a primeira vez que o inimigo utilizou o morteiro 82, na zona
Uma tarde, quando jogavamos futebol no campo que fizemos, ouvimos, lá longe, o estampido da saida de uma granada de morteiro.
Tudo parou e ficamos à espera. Passado pouco tempo a granada caiu na bolanha a norte do aquartelamento. Sem estragos.
Entretanto, foi deslocada uma Companhia para Fajonquito, que teve, na tal trincheira, só de uma vez 11 mortos que seguiam num Unimogue.
O pessoal dessa Companhia, queixava-se que eles eram atacados todos os dias, e nós, a cerca de 7 a 8 kms em linha recta, nunca eramos atacados.
Claro que eu montava todos os dias cerca de 10 a 15 armadilhas, num total de mais 30 em toda a zona.Ia montá-las até Cambaju (G) e as baixas inimigas eram muitas, mesmo muitas: todas as picadas e locais propicios, lá vai armadilha.
Na tabanca do Régulo dormi lá uma noite.

Anónimo disse...

Tive conhecimento ligeiro do episódio que relatas, passou-se com o nosso Alferes
Manuel Baltazar (Algarvio) - 4º pelotão, um oficial boneicharão, um paz de alma, já formado em Medicina, mas atirador de Armas Pesadas; esteve sempre destacado em Camamudo, tinha pouca experiência do mato e era muito distante da problemática da guerra de guerrilha e da gente nativa.
Isto é, apenas desejava que o tempo passasse.
Um exemplo, foi num episódio quando fomos em patrulhamento a Medina do Boé, sob o seu comando (pelotão).
Dirigimo-nos a Nova Lamego, chegamos a Ché-Ché (jangada)Rio Corubal, mas ele com a
jangada à vista, não quis atravessar.
Ficou no jipão com o motorista e 4 soldados, apenas.
O Condez e eu, com o restante pessoal, atravessamos na jangada, com o jipão e o jipe com o rádio, fomos a Beli, regressamos e ele estava à sombra duma àrvore.
Por isto se vê o seu despreendimento. Claro que acredito que ele deve ter comunicado superiormente, mas como em outras ocasiões nada resultou.
Ficavamos fracassados por tanta incúria.
Abraços
Alcidio Marinho
C.Caç 412





cardoso Pi

António J. P. Costa disse...

Boa Cherno!

O teu comentário ao post do JD é muito lúcido e clarividente. Também já tenho tido a mesma sensação. Às vezes o blog transforma-se numa espécie de balcão de tasca onde se têm conversas (de bêbedos) em circuito fechado no qual que os mesmos argumentos são apresentados e as mesmas ideias defendidas e, no final (quando os redactores retiram o post), cada um fica na sua e não tem coragem para ceder a aceitar que não é o "máior".
Como se vê pelos posts do Alcino Marinho, a área coberta pela companhia 412 era enorme e os meios insuficientes. Partindo do principio de que as forças do In não aumentaram, só melhoraram (e muito) e que a área coberta é a mesma, mas agora atribuída a diversas companhias, podemos concluir que "éramos bombeiros que chegavam atrasados a um fogo florestal que tinha boas condições e muito por onde arder".

Um ab.
António José Pereira da Costa

Hélder Valério disse...

Caros camaradas

O Cherno é um homem esclarecido.
E esclarecedor.
Seria muito positivo que alguns de nós tivéssemos a capacidade de observação e de se colocar de modo certo em cada momento. Consegue manter um distanciamento emocional das várias situações, com uma correcta apreciação dos factos e causas, mesmo quando se encontra 'posicionado' em campo diferente.
Essa observação que ele fez de que "os portugueses tiveram tendência para menosprezar" é bem justa e de algum modo explica muita situação no terreno e, já agora, por extensão, também algum 'posicionamento' que por vezes aparece por aqui no Blogue.
A menorização dum adversário ou inimigo nunca foi boa política. Não leram a "Arte da Guerra" nem o Clauzewitz....
Considerar os guerrilheiros como 'pretos burros', ou 'turras', ou 'nharros' induziu muitas vezes a atitudes incorrectas, quer do ponto de vista humano quer até da eficácia operacional, em alguns casos com resultados funestos.
Mas enfim, sempre a aprender.
Abraços
Hélder Sousa

António J. P. Costa disse...

Valério
Acrescenta mais algumas dicas:
1. Eles combatiam na sua terra, sonhando que, se eliminassem a administração colonial, seriam "felizes para sempre". Utopia, mas os tempos eram outros...
2. Nós, no mínimo, tínhamos dúvidas. A administração colonial era filha da administração central que, cada dia era mais impopular.
3. Se os primeiros a seguir estavam cônscios de que iam servir a Pátria e defender as populações, as vagas seguintes, cada vez maiores, começaram a fazê-lo sem chama, por uma desobriga e num sofrimento pessoal e familiar sem qualquer espécie de retorno. Repare-se na alegria com que ia para tropa.
4. Embora o racismo seja um treta, eles eram todos "pretos" e nós brancos ajudados - e às vezes muito - por alguns deles. É assim numa terra ocupada.
5. Os tais 500 anos de civilização e de difusão da Fé eram treta. Bastava, à chegada, olhar e ver.
E há mais, É só pensar sem preconceitos...

Um Ab. e bom fds
António J. P. Costa