terça-feira, 20 de setembro de 2016

Guiné 63/74 - P16506: (De)Caras (46): Médicos cubanos 'versus' comandante Mamadu Indjai (Jorge Araújo, ex-fur mil op esp / ranger, CART 3494, Xime-Mansambo, 1972/74)


"Diário de Lisboa!", 22 de janeiro de 1973 (Cortesia de Casa Comum / Fundação Mário
Soares: Citação:(1973), "Diário de Lisboa", nº 17989, Ano 52, Segunda, 22 de Janeiro de 1973, CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_5387 (2016-9-20)




Foto acima: O nosso grã-tabanqueiro Jorge Araújo: 

(i) nasceu em 1950, em Lisboa; 
(ii) foi fur mil op esp / ranger, CART 3494 / BART 3873 (Xime e Mansambo, 1972/1974); 
(iii) fez o doutoramento pela Universidade de León (Espanha), em 2009, em Ciências da Actividade Física e do Desporto, com a tese: «A prática Desportiva em Idade Escolar em Portugal – análise das influências nos itinerários entre a Escola e a Comunidade em Jovens até aos 11 anos»; 
(iv) é professor universitário, no ISMAT (Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes), Portimão, Grupo Lusófona; 
(v) para além de lecionar diversas Unidades Curriculares, coordena o ramo de Educação Física e Desporto, da Licenciatura em Educação Física e Desporto.


Mensagem do Jorge Araújo com data de 14 do corrente:


Caro Luís,

Espero que esteja tudo bem contigo. Contrariando as minhas últimas notícias, hoje não iniciarei as narrativas referentes à entrevista do terceiro médico cubano, mas sim um outro texto que tem a sua génese no anterior e do teu "manuscrito" sobre o Mamadu Indjai... o terrivel.

Vê se tem algum interesse.... se acrescenta mais alguma coisa... ou se, pelo contrário, é uma açorda sem sabor.

Bom trabalho. Um abraço, Jorge Araújo.

1. – INTRODUÇÃO

Supostamente, a presente narrativa deveria dar início à publicação da entrevista ao médico Virgílio Camacho Duverger (1934-2003), a terceira no alinhamento das que foram dadas pelos clínicos que estiveram na Guiné Portuguesa [hoje Guiné-Bissau], e que fazem parte do livro escrito em castelhano pelo jornalista e investigador Hedelberto López Blanch, uma coletânea de memórias e experiências divulgadas pelos seus diferentes entrevistados, a que deu o título de «Histórias Secretas de Médicos Cubanos» [La Habana: Centro Cultural Pablo de la Torriente Brau, 2005, 248 pp.] ou “on line” em formato pdf, em versão de pré-publicação.

De facto, assim não aconteceu. Creio que foi por uma boa causa, uma vez que neste intervalo decidi investir um pouco mais na busca de elementos fiáveis que nos ajudem a desvendar o enigma relacionado com os «ferimentos de Mamadu Indjai [N’Djai]», nome do Cmdt referido na resposta dada pelo médico Amado Alfonso Delgado, à questão ‘xxii’: “como é avisado para deixar a Guiné-Bissau?” [P16441] (*), e que está na génese de alguns comentários adicionais, em particular no «P16444: Manuscrito(s) (Luís Graça): Por aqui passou Mamadu Indjai, o terrível».(**)

Para contextualização do tema, recordo então essa passagem:

[xxii] = Como é avisado para deixar a Guiné-Bissau?

O médico Alfonso Delgado refere que “foi de forma casuística. [Em agosto de 1969], depois de sair de um cerco que nos fizeram as tropas helitransportadas [paraquedistas do BCP 12] fomos para um lugar perto do acampamento” [talvez a “Op. Nada Consta”].

Nesta operação, corolário da acção de um grupo de páras do BCP 12, é capturado um roqueteiro IN com o seu RPG-2, e que, após um curto interrogatório que lhe foi feito então, diz apenas chamar-se Malan Mané, pertencer a um bigrupo reforçado (oitenta elementos), comandado por Mamadu Indjai e disperso em pequenos grupos pela mata (P23 + P2683).

Alfonso Delgado acrescenta [neste novo acampamento] “o ajudante que andava comigo e ao que me diziam, Arrebato piorou. Começou a manifestar um obsessivo delírio de perseguição. Dizia que os próprios guerrilheiros o queriam matar, e uma noite foi desarmado pois já estava bastante débil, e fugiu para a mata. Deu-se o alarme entre toda a população e ao fim de seis dias [final de agosto?] foi encontrado completamente depauperado, com os olhos inchados, cheio de furúnculos e pesando à volta de quarenta quilos. Falei com o chefe do acampamento, de nome Mamadu Indjai, e acordamos a sua saída da Frente, para a qual me indicou dois guerrilheiros. Isto foi em [início] setembro de 1969, quase no fim da missão”.

Cruzadas duas informações supra, concluiu-se que, de facto, em Agosto de 1969, o Cmdt da Frente da Mata do Fiofioli era Mamadu Indjai [algumas vezes referido como Mamadu N’Djai no Arquivo Amilcar Cabral].

Da investigação realizada a partir da única fonte consultada – o vasto espólio do «Blogue da Tabanca Grande» – encontrei divergências factuais, logo históricas [ou talvez não] de que seguidamente dou conta:

Ex.1: “Op. Nada Consta”, em 18 de agosto, (…) um grupo cairia numa emboscada que forças da CART 2339 tinham montado no itinerário Mansambo-Xitole, próximo da ponte sobre o Rio Bissari, e em resultado da qual ficaria gravemente ferido Mamadu Indjai (soube-se mais tarde) [P6948].

Ex.2: Soube-se mais tarde que Mamadu Indjai (…) foi ferido com gravidade em trocas de tiros com as forças de Mansambo e evacuado [?] [P23].

Ex.3: (…) Mamadu Indjai, gravemente ferido pelas NT (e mais concretamente pela CART 2339) na “Op. Anda Cá” (em 15 de agosto de 1969) [P9011].

Perante este dilema/trilema…, qual das situações podemos validar? Quem foi o informante privilegiado? Foi um ou vários? Será que foi (mesmo) ferido? Ou foi ferido duas vezes no espaço de três dias? Em caso afirmativo, foi socorrido no local [enfermaria do mato] pelo médico Alfonso Delgado e depois evacuado para Boké para ser intervencionado face à gravidade do seu estado de saúde?

Neste caso, a saída da frente por parte do médico Alfonso Delgado visava cumprir dois objectivos: por um lado acompanhar o estado clínico de Mamadu Indjai [o normal seriam seis dias de viagem a pé], por outro enquadrar o regresso do seu companheiro cubano Arrebato?

Mas em relação a esta última interrogação, apenas sabemos que chegado o dia da saída da mata do Fiofioli na companhia de Arrebato, “meti a sua arma e a minha ao ombro, calcei-lhe os sapatos e agarrei-o pelo cinto. Era uma pluma. Assim caminhei vários dias, numa distância aproximada entre Havana e Matanzas [noventa quilómetros], com muitos portugueses por perto e por caminhos inóspitos. Quando parávamos para descansar, ficava debaixo das minhas pernas e sempre agarrado pelo cinto, pois queria fugir. Assim, com este tremendo trabalho e sofrendo de uma entorse que me doía sobremaneira, o pude retirar da Frente. Quando chegámos ao acampamento da fronteira [segunda semana de setembro?], deixei o Arrebato e dizem-me que dentro de quinze dias chegava um barco para nos levar, pois tinha terminado a missão.

Sobre esta questão, Luís Graça refere no seu comentário a este fragmento: “estranha-se que o médico cubano Amado Alfonso Delgado tenha omitido o importante revés que foi para o PAIGC a baixa do comandante Mamadu Indjai, gravemente ferido pelas NT no decurso da Op Nada Consta, em agosto de 1969” [P16441] (*).

Todas estas hipóteses suscitaram o meu interesse e por isso segui em frente.

2. – O QUE DIZEM AS FONTES CONSULTADAS

«P16444: Manuscrito(s) (Luís Graça): Por aqui passou Mamadu Indjai, o terrível» -

“Depois do ferimento grave de Mamadu Indjai, "operado de urgência na zona 7", o Amílcar Cabral não sabia quem o deveria substituir... O Bobo Keita ofereceu-se, em Boké, para substituir o Mamadu Indjai "por 15 dias", por sugestão de Amílcar Cabral... Acabou por lá ficar nove meses, ou seja, até ao fim do 1.º semestre de 1970...

A "zona 7 (...) ficava nas regiões de Xime, Bambadinca e Xitole", diz o Boto Keita, nas suas memórias "De campo em campo: conversas com o comandante Bobo Keita", de Norberto Tavares de Carvalho, edição de autor, 2011, 303 pp.)... "Era um triângulo onde se encontrava uma cambança que permitia passar para o Norte através do rio Geba, via Enxalé"... "Era um lugar difícil" (p. 134)...

«P9011: Memória dos lugares: O cais do Xime e a solidão do Rio Geba… (Torcato Mendonça)» - ~

[…] “Isso mesmo reconheceu o comandante Bobo Keita, nas duas memórias, quando Amílcar Cabral (1924-1973) propôs o seu nome, para substituir o comandante da Zona 7, Mamadu Indjai, gravemente ferido pelas NT (e mais concretamente pela CART 2339) na Op Anda Cá (em 15 de Agosto de 1969). […]

«P9137: Notas de leitura: De campo em Campo, de Norberto Tavares de Carvalho (Mário Beja Santos)»:

[…] “Bobo Keita é um guerrilheiro da Frente Norte, anda por Binta e Guidage, a base era Sambuia.Em junho de 1968 é ferido e evacuado para Moscovo e depois regressa [quando?] à frente Norte [esta evacuação ocorre dois anos após a chegada do primeiro grupo de médicos cubanos à Guiné, do qual fez parte o doutor Domingo Diaz Delgado]. No ano seguinte (1969), frequentou seminários em Conacri e depois foi para a [ex] Jugoslávia.

No regresso [agosto de 1969?], ofereceu-se para ficar nas regiões do Xime, Bambadinca e Xitole, aqui passou nove meses [até maio de 1970?], vinha substituir provisoriamente Mamadu Indjai.

Reorganizou a quadrícula: “a primeira medida que tomei no Leste foi acabar com a base central onde se concentrava toda a guerrilha e que daí procedia a longas marchas para ir atacar os quartéis. Além disso, na base central concentravam-se as milícias e havia uma certa confusão. Existia também o risco de que qualquer ataque do inimigo pudesse causar muitas baixas na base, devido a tamanha promiscuidade. Formei três destacamentos [?] e um comando móvel. Com a nova organização, a população estava mais segura. Criei um depósito dos Armazéns do Povo. Com isto consegui criar uma nova vida nessa região”.

Para Beja Santos, trata-se de “um relato com muitos altos e baixos. (…) Há notoriamente silêncios, beliscadelas e sentimentos feridos. Não se lhe pode assacar a responsabilidade de exibir fontes escritas, ao que parece o manancial da documentação estava em poder de [Amílcar] Cabral e do secretariado político. Mas estes comandantes recebiam documentação, nunca a invocam e muito menos a exibem. O que nos leva permanentemente a questionar como é que se vão cozer todas estas peças constituídas por depoimentos que mais ninguém valida”.


3. – MEMORANDO “COM DECISÃO SECRETA” SOBRE A COLABORAÇÃO DOS INTERNACIONALISTAS CUBANOS

Aproveitando a deixa do camarada Beja Santos [documentos não conhecidos], e acreditando ser do interesse público e histórico, como complemento aos diferentes fragmentos aqui publicados sobre as vivências e experiências relatadas por cada um dos médicos cubanos que estiveram em missão na Guiné-Bissau, entre 1966 e 1969, aqui vos deixo um memorando assinado por Amílcar Cabral (1924-1973), enquanto secretário-geral do PAIGC, em 8 de dezembro de 1967, ou seja, ano e meio depois da chegada do primeiro grupo à Guiné-Conacri.

O documento que seguidamente se reproduz, constituído por duas páginas, foi retirado da Net, da Casa Comum – Fundação Mário Soares, com devida vénia, com o título: “Decisão sobre a colaboração dos internacionalistas cubanos na luta de libertação da Guiné”.





(1967), "Decisão sobre a colaboração dos internacionalistas cubanos na luta de libertação da Guiné", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_40211 (2016-9-14)


4. – O ENIGMA DOS FERIMENTOS DE MAMADU INDJAI

Eis-nos chegados, finalmente, ao enigma dos ferimentos de Mamadu Indjai [N’Djai], a questão de partida que deu origem ao presente trabalho.

É certo que em Agosto de 1969 ele estava na Frente Leste, justamente na Mata do Fiofioli, envolvido em acções de combate com os militares portugueses.

Também é certo que, mais ou menos três anos e meio depois, em janeiro de 1973, mais concretamente no dia 19, Amílcar Cabral (1924-1973) dera instruções ao responsável pela sua segurança, que era curiosamente Mamadu Indjai, para que tomasse as devidas precauções, uma vez que havia sido avisado pelos Serviços de Segurança da Embaixada da [ex] Checoslováquia, em Conacri, de que teriam sido detectados indícios de conspiração dentro do PAIGC [P11001].

Neste mesmo poste, elaborado por Beja Santos no seu espaço «Notas de leitura: Fernando Baginha e o assassinato de Amílcar Cabral» pode ler-se:

 “Cabral avisou o então responsável pela sua segurança para que tomasse precauções. Ele era Mamadu N’Djai [Indjai], herói nacional, comandante da Frente Norte, três vezes ferido em combate e, de [naquele] momento, em Conacri, precisamente em convalescença do seu último ferimento”.

Sabe-se, agora, que Mamadu Indjai foi ferido três vezes ao longo da sua actividade de guerrilha. Não se sabe, porém, quando, como e onde terão acontecido as duas últimas. [Ele é já comandante em 1963 e, em 1965, estava na Frente Norte; o seu nome é citado meia dúzia de documentos do Arquivo Almílcar Cabral].

Entretanto, sabe-se, também, que Mamadu Indjai esteve em Conacri, entre 11 e 13 de Maio de 1970, marcando presença nas reuniões do Conselho de Guerra, na companhia de outros dirigentes do PAIGC, conforme se reproduz baixo, bem como a sua fonte.





Excerto da ata, de 25 páginas

Instituição: Fundação Mário Soares

Pasta: 07073.129.004

Título: Acta informal das reuniões do Conselho de Guerra em Conakry

Assunto: Acta informal das reuniões do Conselho de Guerra, de 11 a 13 de Maio de 1970, manuscrita por Vasco Cabral.

Membros Presentes: Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral, João Bernardo Vieira (Nino), Osvaldo Vieira, Francisco Mendes, Pedro Pires, Paulo Correia, Mamadu N'Djai [Indjai], Osvaldo Silva, Suleimane N'Djai

Secretário: Vasco Cabral

Data: Segunda, 11 de Maio de 1970 - Quarta, 13 de Maio de 1970

Observações: Doc. incluído no dossier intitulado Relatórios 1960-1970.

Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral

Tipo Documental: ACTAS

Citação:
(1970-1970), "Acta informal das reuniões do Conselho de Guerra em Conakry", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_34125 (2016-9-20)

Finalmente, Mamadu Indjai [N’Djai] viria a ser executado, sem qualquer julgamento, por implicação na morte de Amílcar Cabral, o mesmo sucedendo a cerca de uma centena de outros elementos [P11001].

Em jeito de conclusão cronológica, ficámos a saber que Mamadu Indjai:

(i) em agosto de 1969 estava na Mata do Fiofioli;

(ii) em 11/13 de maio de 1970 [nove meses depois], participou na reunião do Conselho de Guerra, em Conacri, período coincidente com a saída de Bobo Keita da Frente do Fiofioli, pelo que é de considerar que não tenha voltado a esse local.

(iii) em 19/20 de janeiro de 1973 [dois anos e oito meses depois] estava em Conacri, onde era responsável pela segurança de Amílcar Cabral, sendo executado alguns dias depois.

(iv) foi ferido em combate por três vezes: quando, como e onde, continuam a ser enigmas, que aguardam o competente desenvolvimento, bem como a dimensão de cada episódio.

Obrigado pela atenção.

Um forte abraço de amizade com votos de muita saúde.

Jorge Araújo.
14SET2016.

______________

Notas do editor:

(*) Vd. último poste da série > 2 de setembro de 2016 > Guiné 63/74 - P16441: Notas de leitura (874): (D)o outro lado do combate: memórias de médicos cubanos (1966-1969) - Parte IX: o caso do clínico geral Amado Alfonso Delgado (V): Finalmente o regresso a casa, depois do pesadelo do Fiofioli, na margem direita do Rio Corubal... Este homem, hoje professor universitário (?), tem histórias para contar aos netos...

(**) Último poste da série > 15 de setembro de 2016 >Guiné 63/74 - P16493: (De)Caras (44): Conversa com Jerónimo de Sousa, Soldado Condutor Auto da Companhia Polícia Militar 2537 (Bissau, 1969/71) (Mário Beja Santos)

14 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

O comandante Mamadu Indjai era mandinga, tal como o Malan Mané que capturámos na Op Nada Consta, em operação conjunta com os páras do BCP 12... Tal como Amílcar Cabral, Mamadu Indjai (que sabia ler nem escrever português, ao que jukgo) tinha ódio aos fulas, "cães dos colonialistas"...Era um homem da confiança de Amílcar Cabral, até um dia...

Vd. poste

9 DE AGOSTO DE 2005

Guiné 63/74 - P147: Malan Mané, guerrilheiro, vinte anos, mandinga (Luís Graça)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2005/08/guine-6374-cxlvii-malan-mane.html

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Jorge:

Viste o meu poste de 7 DE SETEMBRO DE 2010

Guiné 63/74 - P6948: A minha CCAÇ 12 (6): Agosto de 1969: As desventuras de Malan Mané e de Mamadu Indjai nas matas do Rio Biesse... (Luís Graça)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2010/09/guine-6374-p6948-minha-ccac-12-6-agosto.html


O Mamadu Indjai foi "gravemente ferido" (, soubemo-lo mais tarde,) ao fim da tarde de 18 de agosto de 1969, no decurso da Op Nada Consta, que envolveu 9 grupos de combate (BCP 12 / COP 7, a 2 gr Comb; CCAÇ 2590/CCAÇ 12, a 3 Gr Comb; Pel Caç Nat 53; e CART 2339, a 3 Gr Comb)...

Os páras fizeram o heliassalto de que resultou a captura do roqueteiro Malan Mané e a morte de dois guerrilheiros.

O Mamadu Indjai escapou ileso do heliassalto, mas acabaria por ser gravemente ferido pelos nossos camaradas da CART 2339 (a companhia do Torcato Mendonça, de Mansambo, quase em fim de comissão...) que tinham montado uma emboscada afastada, próximo da ponte do Rio Bissari, na estrada (picada ainda interdita, na altura) Mansambo-Xitole...

O comandante Mamadu Indjai e um parte dos seus homens, dispersos em pequenos grupos, retiravam justamente na direção de Biro (onde os páras foram no dia seguinte capturando mais algum material)...

Recordo-me que, dias mais tarde, a 30 de agosto termos feito (a minha companhia, a 3 Gr Comb) um patrulhamento ofensivo, no susbsetor de Mansambo. Percorremos 6 acampamentos recentemente abandonados, e que apontavam na direção de Biro. Logo no primeiro, encontrámos o cadáver de um "chefe" da guerrilha, identificado pelo Malan Mané, nosso prisioneiro-guia...Teria morrido na seuqência de ferimentos recebidos dias antes, no decurso da Op Nada Consta... Em semana e meia, as formigas carnívoras, os jagudis e outros necrófagos tinhamlimpo o cadáver... Fiquei impressionado... Só restavam ossos desconjuuntados dentro de um dólmen, impermeável, ainda em bom estado!.. Noutro acampamento a seguir, encontrámos cartas escritas em árabe (?), e um "croquis" do aquartelamento de Mansambo, com as posições da artilharia (obuses 10,5), espaldões de morteiro e casernas-abrigo...

Só regressámos no dia seguinte, todos rotos,com vários casos de esgotamento... O setor L1, em pleno coração da Guiné,no meu tempo, era uma das piores zonas de guerra do CTIG!... O PAIGC controlava um população de 5 a 6 mil habitantes (incluindo a zona a norte do Rio Geba, nos regulados do Enxalé e Cuor)... O Mamadu Indjai era então o comandante do chamado "setor 2"...

Torcato Mendonca disse...

Olá , uma boa noite,

Eu estava lá e creio já ter escrito sobre este assunto.

O meu Grupo estava em Galomaro, Companhia 2405 do Cap Jerónimo e com os Paras,óptimos Militares, no COP 7.Com a saida de Madina o In trepou ligeiro...
Em 15 de Agosto (?)mandaram-nos sair de Cansamba e vir para Bambadinca. Depois de uma reunião no Bat. 2852, com o Cap e CMDT da minha Cart 2339 e Oficiais (?) do Batalhão (e Cor. Hélio Felgas ?),saímos para Candamã. Contactamos o Guia Lhavo (Fula) e, no dia seguinte, conseguimos localizar a Base do IN.
Dois dias depois os Paraquedistas assaltaram e destruiram a Base in. Capturaram e levaram com eles o Malan Mané. Estiveram envolvidos vários Grupos de outras Companhias.
O IN caíu numa emboscada montada pelo 3ºG. Combate da 2339 (Marques dos Santos). O In sofreu dois mortos e vários feridos. Nessa noite ouvia-se no rádio e em claro os apelos do In para tentarem ajudar a saída para Conakry do M.Indjai.

Etc etc....seria repetir-me e fastidioso,creio já ter abordado este assunto. Mais tarde fiz uma Operação, com saida do Xime,talvez inicio de Setembro com o Malan Mané a servir de Guia mas borregou. Etc...etc.Seria ferido posteriormente, uns dias depois, na repetição dessa Operação.

Abraços e espero ter sido, se a memória me não falha, acertivo.

Ab,T.

Anónimo disse...

Bons amigos e camaradas

Luís e Torcato.

Bom dia.

Agradeço a vossa atenção e a disponibilidade para nos ajudarem a resolver o dilema das datas e nomes das «operações» das NT, suscitado pelas leituras que realizei no âmbito da elaboração do projecto dos «médicos cubanos», de que resultaram ferimentos (graves?) no cmdt Mamadu Indjai.

Vamos por partes.

- Em 15 de agosto deu-se início à "Op. Anda Cá", onde participou a CART 2339. Pelo comentário do camarada Torcato, o cmdt Mamadu Indjai não foi ferido nesse dia (e nessa op) conforme é referido no P9011.

- Em 18 de agosto (ou antes?) deu-se início à "Op. Nada Consta", envolvendo nove Gr Comb, dos quais os páras do BCP 12 e da CART 2339, na sequência da qual o Mamadu Indjai foi ferido, por acção do 3.º Gr Comb da CART 2339.

- O que não se descortina no comentário é se este Gr Comb do Marques dos Santos fazia parte da 1.ª ou da 2.ª Op.

- Em todo o caso, não restam dúvidas de que o Mamadu Indjai foi ferido em combate no dia 18 de agosto de 1969.

- Em função deste facto, deveremos corrigir, em nome da verdade histórica, a informação publicada no P9011.

Por agora, resta-me enviar um grande abraço.

Jorge Araújo.

-

Cherno AB disse...

Caro Luis Graca,

O Cmdt Mamadu N'djai/Indjai tanto podia ser Mandinga como Beafada. Estou mesmo incinado para a segunda hipotese, tal como o eram o Quemo Mane, Malangino Mane, Samba Lamine Mane, Arafam Mane (ndzamba), etc...etc. Acontece que devido a assimilacao e interpenetracao cultural entre as duas etnias he muito dificil fazer uma identificacao fiavel. O certo eh que a adesao a guerrilha foi mais forte e numerosa entre os Beafadas, descendentes de Infali Sonco e os Soninques de Oio, grupos que ja traziam no sangue e na heranca (vamos dizer assim) uma certa tradicao de rebeldia e/ou de luta anti-colonial.

Uma coisa curiosa eh o facto de que na segunda metade do sec. XIX os Beafadas terem sido protegidos pelos portugueses contra a invasao dos Fulas conduzidos pelos Almames do Estado teocratico de Futa-Djalon (batalha de Buba) e, depois, terem sido dos primeiros que se sublevaram contra os seus antigos protectores (Tite 1963).

Voltando ao tema, de notar que estas informacoes desmentem a tese dos que sempre afirmaram que o PAIGC estava instalado e fazia a Guerra a partir do exterior, quando Amilcar sempre defendeu que "o arroz se coze dentro da casserola", isto eh que a luta contra o colonialismo portugues devia ser feito, sobretudo, pelos guineenses e dentro da Guine.

Com abraco amigo,

Cherno Balde

Antº Rosinha disse...

Pena que não haja ainda mais Baldés, e Manés e Cás...etc, para nos ajudarem a contar a nossa Guerra (tuga) e a Guerra deles, (turra).

Nunca conseguiremos contar a nossa Guerra enquanto aos nossos olhos de leigos "colon" vermos os "pretos todos iguais", quando são totalmente diferentes.

Cherno, que na Guiné soa como Tcherno, me parece, dá-nos aqui uma pequena aula étnica que nos ajuda muito a fazer uma pequenina ideia do que pode ser o complexo mosaico africano em geral.

Não sei se haverá professores e conselheiros africanos assim, a tempo efectivo nas Nações Unidas, que bem precisavam, tantas ignorâncias e aberrações mandam para África, "fazer turismo" prejudicial (vi eu na Guiné).

Mas aqui o Cherno Baldé, tu escreves "Balde", lembra-nos uma das muitas máximas de Amílcar Cabral, "o arroz se coze dentro da casserola" que me diz muito, imenso a mim, que isoladamente digo coisas.

Digo repetidamente que os três movimentos anti-coloniais "vencedores", MPLA,FRELIMO e PAIGC, eliminando todos os concorrentes, sempre pensaram fazer uma guerra urbana, nos centros, e ensaiaram em Luanda, onde Amílcar também estava irmanado do MPLA.

Não tenho documentos para provar nada, mas prova o ataque à casa da reclusão, à Esquadra da Polícia na estrada de Catete, as catanas encontradas na sacristia da Sé de Luanda e outros distúrbios menos divulgados urbanos e até escondidos pelas autoridades.

Isto no início, 2 de Fevereiro de 1961.

Só que a UPA veio alterar todos os planos da guerrilha a 15 de Março, com o projecto absolutamente tribal do Norte, de matar e refugiar no Congo-Leo, onde tinham a logística de Mobutu.

Repito, ninguém imagina os estudantes do império em Lisboa, Dr Agostinho Neto, Doutor Lúcio Lara, doutor Amílcar Cabral, doutor Chipenda, doutor Vasco Cabral, e todos os meninos nascidos em Luanda, Bissau, Lourenço Marques, a frequentar os liceus repletos dessa gente, e quase todos nacionalistas abertamente, e chefes de repartições e funcionários tipo milhares de Aristides Pereira, ou irmãos Pinto de Andrade, a combinarem uma guerra semelhante à da UPA, bate e foge, ou tipo Ché Guevara e Fidel Castro.

Eles, fariam talvez como fez Mandela ou mesmo Mugabe, seria o máximo que preconizavam, mas de uma maneira mais humanizada (suave) se é possível imaginar-se para quem os conheceu, antes da guerra desencadeada.

Só que, como repito, esses nacionalistas tiveram medo, terror, dos movimentos com tendências tribais, que se vieram a manifestar, e, tiveram que pegar em armas idênticas e venceram-nos com o sacrifício principalmente do mundo rural.

E as mobilizações militares de Salazar para o Ultramar, não se fariam se não fosse o terrorismo da UPA.

Uns mal outros piores, a terra de Mandela teve o melhor fim colonial possível.

Cozeu tudo no panelão.

Cumprimentos





Torcato Mendonca disse...

Camarada Luís Graça, o Poema do Malan Mané é "bonito" demais para ficar na gaveta.(copy/past)

Camarada Jorge Araújo, vou tentar ser correcto nas datas:

- 15 Ag/ saimos de Cansamba, destacamento da Comp.2405 e COP 7, e viemos para Bambadinca,sede do BAT. 2852, daqui fomos, ainda nesse dia, para Candamã.

- 16 saimos , com a preciosa ajuda do Caçador e Guia Lhavo em busca da Base In.Já tinham tentado,as NT, sem resultado algum. Foi encontrada a Base, final da tarde, em Sinchã Faliu (Camará). Regressamos a Candamã e informamos via rádio o Bat. 2852.

- 18 deu-se o assalto e destruição da Base In peloa Páras (Operação Nada Consta).A 2339 eoutras forças tentaram emboscar o In, sem contacto. Dois Grupos , num estava o nosso Camarada de Bloque Marques dos Santos da 2339, provocaram baixas ao In, dois mortos e vário feridos. Um desses feridos era o Mamadu Indjai.

- 24 tomamos parte na Operação "Pato Rufia" com saida do Xime. O Guia era o celebre "" Malan Mané que nos prestou boas informações no dia anterior(23 Ag). Borregou a Operação foi repetida mas sem pessoal da 2339. nessa Op. o Malan ficou ferido e vim a encontrá-lo no Hospital de Bissau em tratamentos, Nov de 69 na preparação para o regresso.

Jorge, é mais fácil para mim receber alguma dúvvida por e-mail pois estive muitos dias fora e tenho montes de assuntos a tratar. Estive perto de Portimão,sou Sulista, e vim domingo passado.
Mail - torcatomendonca@gmail.com. depois de ter o teu contacto no que souber dir-te-ei. Estava a seguir a Série dos Médicos Cubanos, ia creio eu que guardei até 'ao oitavo "post".

Abraço para Ti e para o Luís que tem mantido a batuta da verdade neste espaço.Ele e não só claro

Ab para todos os Camaradas, T.

Torcato Mendonca disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Caro Rosinha, VIVA !!!

Estou completamente de acordo, o teu ponto de vista eh muito plausivel, a prova disso eh que para nao acontecer uma ruptura insoluvel (como de resto veio a acontecer) o Amilcar Cabral, apesar de tudo, privilegiou sempre o dialogo, procurou a via negocial ate a sua morte e os encontros tidos com o Gen. Spinola por intermedio de L.S. Senghor sao a prova mais que evidente.

Um abraco fraterno,

PS: Rosinha, eu utilizo um computador com teclado Americano razao porque o Balde nao tem acento.

Obrigado

Anónimo disse...

Caro Rosinha,

A versao correcta das palavras do Amilcar sobre a luta que travavam seria: "O arroz se coze dentro da panela".

Cherno AB

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Jorge e restantes camaradas:

Em abril de 1970, o nosso homem, o Mamadu N'Djai, já deve estar recuperado, tendo particiapdo na "reunião alargada da Direcção Superior do PAIGC"

Vd. aqui documento (78 pp. , manuscritos!) no Arquivo Amilcar Cabral / Casa Comum

Instituição:
Fundação Mário Soares
Pasta: 07071.122.001
Título: Acta informal da reunião alargada da Direcção Superior do PAIGC
Assunto: Acta informal da reunião alargada da Direcção Superior do PAIGC. Relatórios. Estrutura do partido. Congresso. Organização Militar. Direcção Superior. Comité Nacional das Regiões Libertadas. Comité Executivo da Luta. Conselho Superior da Luta. Comandos.

Membros Presentes: Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral, Pedro Pires, Carlos Correia, Vasco Cabral, Abílio Duarte, Francisco Mendes, Fidelis Cabral de Almada, Inocêncio Kani, Armando Ramos, Borges, Mamadu N'Djai, Nino Vieira, Carmen Pereira, Chico Bá, Lúcio, Kemo, Alfama, Tiago Aleluia Lopes, Tchutchu (Constantino Teixeira), Domingos Gomes, Braima, Joaquim Furtado, Vitor Saúde Maria, Osvaldo Vieira, Umaro Djalo, Domingos Brito, Otto Schacht, Benjamin Correia, Lourenço Gomes, Quade N'Daui, Bacar Cassamá, Menezes, Malam Dgino, Afonso Gomes, Armando Ramos, Alfama, Mário Sousa Delgado, Paulo Vaz.
Secretário: Vasco Cabral

Data: Abril de 1970

Observações: Doc. incluído no dossier intitulado Relatórios III.
Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral
Tipo Documental: ACTAS
Direitos:
A publicação, total ou parcial, deste documento exige prévia autorização da entidade detentora.

Arquivo Amílcar Cabral
04. PAI/PAIGC
Reuniões diversas

Citação:
(1970), "Acta informal da reunião alargada da Direcção Superior do PAIGC", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_34127 (2016-9-21)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

O nosso camarada Nuno Rubim deve ter a ficha biográfica do comandante Mamadu Indjai ou N'Djai... Vou-lhe pedir... O arquivo dele é fabuloso...

O Cherno pode ter razão em relação à etnia dele... Diz que ele podia ser biafada (, é assim que vem grafado do Dicionário)... Quando andávamos atrás dele, no setor L1, os meus soldados fulas diziam que ele era mandinga... Um dos roqueteiros dele, que apanhámos, o Malan Mané, também era mandinga, do regulado do Cuor, levado em pequeno para o Morés... Desconheço a naturalidade do Mamadu Indjai, um tipo em 1963 já era comandante...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Jorge: Era importante que alguém tivesse vontade, gosto, tempo e pachorro para ler as atas (25 pp., manuscritos, com a letra miudinha, mas bem legível, do Vasco Cabral) do Conselho de Guerra, de 11, 12 e 13 de maio de 1970, em que está presente o Mamadu N'djai ao lado de outras figuras importantes da "nomenclatura" do PAIGC: Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral, João Bernardo Vieira (Nino), Osvaldo Vieira, Francisco Mendes, Pedro Pires, Paulo Correia, Osvaldo Silva e Suleimane N'Djai...

Só vejo o nome dele, no Arquivo Am+ílcar Cabral, a partir de 1963... Há meia dúzia de referências, mas nem uma única foto... Gostava de lhe conhecer a cara, afinal, devemos ter estado perto, um do outro, em julho/agosto de 1969, ele de Kalash, eu de G3... até ele ser ferido na op Nada Consta, em 18/8/169... Era eu um "pira", com dois meses e meio de Guiné... e já muitas quilómetros nas botas... LG

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Citação:
(1970-1970), "Acta informal das reuniões do Conselho de Guerra em Conakry", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_34125 (2016-9-21)

Instituição:
Fundação Mário Soares
Pasta: 07073.129.004
Título: Acta informal das reuniões do Conselho de Guerra em Conakry
Assunto: Acta informal das reuniões do Conselho de Guerra, de 11 a 13 de Maio de 1970, manuscrita por Vasco Cabral.
Membros Presentes: Amílcar Cabral, Aristides Pereira, Luís Cabral, João Bernardo Vieira (Nino), Osvaldo Vieira, Francisco Mendes, Pedro Pires, Paulo Correia, Mamadu N'Djai, Osvaldo Silva, Suleimane N'Djai
Secretário: Vasco Cabral
Data: Segunda, 11 de Maio de 1970 - Quarta, 13 de Maio de 1970
Observações: Doc. incluído no dossier intitulado Relatórios 1960-1970.
Fundo: DAC - Documentos Amílcar Cabral
Tipo Documental: ACTAS
Direitos:
A publicação, total ou parcial, deste documento exige prévia autorização da entidade detentora.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado Torcato, pelas tuas amáveis e sinceras palavras sobre um dos meus últimos "manuscritos":

"Camarada Luís Graça, o Poema do Malan Mané é "bonito" demais para ficar na gaveta.(copy/paste)"...

Julgo que te queres referir ao poema (ou melhor, texto poético) "Por aqui passou Mamadu Indjai, o terrível"...

È também uma homenagem aos nossos amigos e camaradas fulas que, no nosso setor L1, de Badora ao Corubal, do Xime ao Cossé, conheceram as agruras da guerra e o terror do Mamadu Injdai, comandante do setor,pelo menos entre 1968 e agosto de 1969...

Como sabes, inspirei-me na tua/nossa Candamã... Nunca tinha entrado numa tabanca, de madrugada, com cacimbo, em plena época das chuvas, e onde ainda estavam, "quentes" os sinais da guerra... Foi em 30 de julho de 1969,s e não erro... As imagens de Candamã e Afiá (bem como de outras onde estive antes e depois em reforço da autodefesa) ficaram-me para sempre gravadas no meu "disco rígido": Saré Gana, no regulado de Joladu, Sansancutá e diversas Sinchãs qualquer coisa, no regulado de Badora...

A tua/nossa bela Candamã... onde os teus camaradas da CART 2339 foram verdadeiros "viriatos", heróis, não encontro melhor termo....

4 DE SETEMBRO DE 2016

Guiné 63/74 - P16444: Manuscrito(s) (Luís Graça) (95): Por aqui passou Mamadu Indjai, o terrível


Sobre o Malan Mané, tenho, sim, um texto que também irei publicar em breve... Está a ser trabalhado ans horas de descanso.,.. Se calhar não vais gostar tanto... Mas apreciarei sempre a tua crítica espontânea, sincera e frontal...

Ab. grande. Luis