Sessão de lançamento do livro de
Graça Fernandes, “Aparições em Fátima – 1917” (Lisboa, 2017, edição de autor), no dia 8 de maio de 2017, 2ªf, às 17:30, na
Sociedade de Geografia de Lisboa (R. Portas de Santo Antão 100, 1150 Lisboa).
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Nota do editor:
Último poste da série > 5 de maio de 2017 >
Guiné 61/74 - P17320: Agenda cultural (557): Lançamento do livro "Guiné: um rio de memórias", de Luís Branquinho Crespo. Sábado, 6 de maio, às 15h30, em Leiria, no Celeiro da Casa do Terreiro. Apresentação do nosso camarada António Graça de Abreu. O autor fez parte do Grupo dos Amigos da Capela de Guileje.
1 comentário:
O INÍCIO DA MINHA INTERVENÇÃO:
Cumprimentos às minhas companheiras de mesa: a Dr.ª Dina Matos Ferreira, que acabou de fazer uma intervenção com muito sentimento e exaltação e à autora, Dr.ª Graça Fernandes, que aqui nos trouxe para este lançamento.
Como afirmo normalmente numa intervenção deste género, não costumo “entrar” no conteúdo do livro, com a finalidade de manter o interesse do público na sua aquisição.
De qualquer modo, além do elogio à Graça Fernandes, pelos trabalhos já publicados ao longo dos últimos anos e principalmente pela coragem em apresentar agora este livro, sabendo que iria haver uma avalanche de trabalhos publicados no centenário das aparições, aumentada pela vinda do popular Papa Francisco, a Fátima, e que traz na “bagagem” a canonização dos beatos pastorinhos, neste mês de Maio.
Assim irei fazer uns breves comentários sobre a época então vivida em Portugal no início do século XX, a partir da implantação da República em Outubro de 1910.
A autora faz o devido enquadramento dessa fase inicial do novo regime, que tomaria uma posição muito violenta em relação à Igreja Católica, após a promulgação da Lei de Separação das Igrejas e do Estado, em 20-04-1911.
Como afirma, o historiador José Miguel Sardica (na revista História FEV2017) “:
(…) O confronto com o catolicismo tornou-se um dos ingredientes mais definidores da missão republicana, porque, para a mentalidade racional, iluminada, laicizada, vanguardista, radical e jacobina da maioria dos republicanos, o catolicismo e a Igreja apenas representavam a reacção, o obscurantismo, o atraso, a decadência e o desfalecimento da alma e da energia nacional. O anticlericanismo e os males da pátria encontravam no clero um bode expiatório para largo consumo da opinião pública. (…)
De facto em 1911, o Cardeal Patriarca, Mendes Belo e cinco bispos foram expulsos de Portugal e como mais à frente afirma José Miguel Sardica, “as tensões religiosas e os traumas que ela suscitavam, num Portugal pobre, rural, analfabeto e muito crente, tardaram a desaparecer do imaginário colectivo e eram muito sentidos quando entrou em cena a I Guerra Mundial (1914-1918) – o acelerador da República e o grande “protagonista oculto” de Fátima.
Segundo vários autores, em 1917, quando ocorrem a aparições de Fátima (ou “revelações privadas” como muitos anos mais tarde diria o futuro Papa Bento XVI), a generalidade dos estados europeus, beligerantes ou não, mergulharam na anarquia e no caos. Em Portugal estavam igualmente em destaque as sequelas da guerra, e todas as dramáticas consequências sociais, com os milhares de mortos na Flandres, e os numerosos feridos e estropiados, que voltavam para as suas famílias.
Lembro que neste princípio do século XX tinha sido registada a ocorrência de várias “aparições” por todo o País, desde Braga, Guarda, Aveiro e até à Ilha de S. Miguel, nos Açores.
Também no século XIX, sucederam vários fenómenos deste tipo, sendo o que teria maior impacto na Europa, o caso de Lourdes, nos Pirenéus franceses, e que chegou até aos nossos dias, com grande importância religiosa. A primeira das 17 “aparições” neste local terá ocorrido em Fevereiro de 1858, a uma pastora de 14 anos (in Visão História de Fevereiro de 2017).
Curiosamente em relação ao século XVIII, há cerca de oito anos foi tornado público, com documentos entretanto encontrados na Torre do Tombo, que exactamente em 13 de Maio de 1757 (!), três pastorinhas teriam sido as protagonistas na “aparição” de Nossa Senhora, no concelho de Marco de Canaveses. Isto, como se recordam, no rescaldo do terramoto de 1755. (in História do JN, de Abril passado) (...)
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