O mínimo vital…
Sem o mínimo vital,
No corpo ou no espírito,
É precária a existência.
Avizinha-se o fim.
O ar escasseia.
Vem a aflição.
A tontura. A perda dos sentidos.
E depois, o desfecho final.
Se desfalece a emoção e esvai o sabor,
O horizonte enegrece e a vida definha.
A riqueza empobrece.
Morre o interesse.
A derrocada final.
É ténue e fugaz o ponto de equilíbrio.
Não existe fronteira entre o forte e o fraco.
O pobre e o rico.
Esta é a certeza e a base que sustenta a existência.
Se queira ou não queira.
É lei…
Mafra, 9 de Agosto de 2017
5h58m
Jlmg
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Sussurros da madrugada...
Nas altas horas da noite,
no silêncio das casas,
há túmulos e murmúrios de choro.
Sangram as dores nos espaços secretos com traços da vida.
Das ameaças de falta de emprego.
Da cozinha apagada por falta de fogo.
Da doença velada que estala.
Desapareceram os sonhos que irradiavam luz e calor.
Voltaram as sombras dos males esquecidos.
Nas prateleiras faltam remédios.
E o céu das estrelas toldou-se de núvens.
Em vez do sossego da luta do dia,
reina o cansaço e a morte da esperança.
Bar Castelão, 10 de Agosto de 2017
8h42m
Jlmg
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Nas asas dum violino...
Venço as distâncias infinitas nas asas dum violino.
Me balanço nas suas cordas em vibração.
Me relanço ao vento da fantasia e vou como um perdido apaixonado.
Alcanço os cumes das cumeadas com o o alento que me dão.
Me seguro ao rasto puro das marés e sonho como uma bela adormecida.
Oiço acordes frementes de apaixonado.
Saboreio as cores das orquídeas e miosótis.
Me regalo à sombra fulgurante das estrelas ao luar da madrugada.
Nunca aporto ao mesmo porto
porque fujo às sereias alucinadas...
Bar Castelão em Mafra, 11 de Agosto de 2017
10h11m
ouvindo um violino
Jlmg
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Nota do editor
Último poste da série de 6 de agosto de 2017 > Guiné 61/74 - P17653: Blogpoesia (523): "Quadro preto"; "A casa da poesia..." e "Ponta do novelo...", poemas de J.L. Mendes Gomes, ex-Alf Mil da CCAÇ 728
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