terça-feira, 22 de agosto de 2017

Guiné 61/74 - P17691: Fotos à procura de... uma legenda (89): o sol, o pôr do sol, o eclipe parcial do sol, os adoradores do sol... (Luís Graça)


Foto nº 1  > Lourinhã > Praia da Areia Branca > 21 de agosto de 2017 > 19h50 > Eclipse parcial do sol, visto da varanda dos meus amigos Orlando e Helena Rolim.


Foto nº 2  > Lourinhã > Praia da Areia Branca > 21 de agosto de 2017 > 19h55 > Eclipse parcial do sol, visto da varanda dos meus amigos Orlando e Helena Rolim.


Foto nº 3  > Lourinhã > Praia da Areia Branca > 21 de agosto de 2017 > 19h36 > Eclipse parcial do sol, visto da varanda dos meus amigos Orlando e Helena Rolim.


Foto nº 4 > Lourinhã > Praia da Areia Branca > 20 de agosto de 2017 > 19h43 > Pôr do sol (1)


Foto nº 5 > Lourinhã > Praia da Areia Branca > 20 de agosto de 2017 > 19h51 > Pôr do sol (2)


Foto nº 6 > Lourinhã > Praia da Areia Branca > 20 de agosto de 2017 > 19h55 > Pôr do sol (3)


Foto nº 7 > Lourinhã > Praia da Areia Branca > 20 de agosto de 2017 > 19h55 > Pôr do sol (4)


Foto nº 8 > Lourinhã > Praia da Areia Branca > 20 de agosto de 2017 > 19h43 > Pôr do sol (5)

Fotos (e legendas): © Luís Graça (2017). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Confesso que sou um adorador do sol. Venero o sol como um deus. Devo a vida ao sol. Perturbam-me os eclipses, totais ou parciais do sol. Extasio-me com o pôr do sol, e não tanto com o nascer. Sei que o sol é um dado adquirido. Mas um dia, daqui a alguns milhões de anos, o sol apaga-se. Pensava-o imortal: quando descobri, aos catorze ou quinze anos, que um dia o sol vai morrer, tornei-me ateu. 

Nunca liguei ao sol na Guiné. Ou melhor: odiei-o, com um ódio de morte. Não tinha o mar, no interior, no mato, para me deslumbrar com o nascer e o pôr do sol. Além disso, detestava o sol porque havia guerra, e penosas operações que nos levavam à desidratação e, "in limine", à morte. Odiei o sol na Guiné, razão por que sempre preferi a noite. Dormia de dia, sempre que podia. E, quando morrer, e se eu ainda puder escolher, quero morrer ao pôr do sol. Ainda não escrevi o meu testamento vital, mas quero lá pôr essa cláusula. Minha querida Chita, não posso morrer na tua/nossa Quinta de Candoz, onde o sol se põe às cinco da tarde, emparedado pelas montanhas...

Como um dia te escrevi, em 8 de setembro de 2008, na Praia da Peralta:

"(...) Posso gostar das tuas montanhas
e das tuas albufeiras
e das tuas florestas de castanheiros e carvalhos,
da gente rude e franca do teu norte,
mas preciso de regressar ao meu sul,
de vez em quando,
para respirar como as baleias" (...) 

E ainda antes, no verão de 2004:

(...) Volto à Peralta,
dando o dito por não dito, 
o mar do Cerro em frente,
para partilhar contigo,
como sempre,
a magia do sol posto,
no Atlântico norte,
o amor em agosto
e. com sorte,
um prato de choco frito (...)

Um prato de choco frito, um copo de vinho branco, um fatia de broa de milho, no Peraltabar, na praia da Peralta, ao pôr do sol, reconcilia-me com a vida e ajuda-me a preparar a última viagem que farei, a tal donde não se regressa mais, através do rio de Caronte... (LG)
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2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Luís

Sol em eclipse?
Não será um glóbulo vermelho?
Para tirar dúvidas, farás o favor de perguntar ao Orlando Rolim (se é, efectivamente, quem eu penso).
Abraço
Alberto Branquinho

Hélder Valério disse...

Bem.....

uma série de fotos, com eclipse ou um bocadinho de eclipse, ou não, mas com magníficos pôr-de-sol.
Uma imagem do mar sereno, calmo, quase repousado.
Algumas reflexões sobre o Sol (fiquei com a ideia que talvez tenhas sido influenciado, em outra encarnação, pelos egípcios....), com o de cá e o de 'lá'....
A proposta de choco frito, a fatia de broa de milho e o copito de vinho branco (leve, fresquinho) ou mesmo uma 'imperial', soou bem e aguçou o apetite.
Já a insistência na "última viagem" não me tranquilizou, deixou-me inquieto.
Vamos lá a pensar positivo!

Abraço e boas férias.

Hélder Sousa