segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Guiné 61/74 - P19503: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LXII: Memórias do Gabu (I)


F11  > Nova Lamego > Novembro de 1967 > Passeio de bicicleta com a malta, numa tarde de Domingo. Estava eu agarrado à árvore, a seguir o Furriel Carvalho – que ficou ferido num dedo e mais tarde passou a fazer parte da ADFA no Porto – a seguir o Furriel Enfermeiro – Carlos Veiga, com camisa aos quadrados, e que foi mais tarde, já na peluda, médico, entretanto já falecido infelizmente -, depois outro Furriel que não me lembro do nome, um homem civil, talvez militar, e sentado o ex-alferes Figueiredo, natural da Guiné, onde tinha já mulher e filhos, bem como os pais e o seu negócio de família, que não sei qual é. Este edifício pertencia naturalmente às instalações da tropa, mas não estou certo.


Foto nº 6 > Nova Lam,ego > Outubro de 1967 > Um passatempo nos primeiros tempos no Clube do Gabu. Talvez numa tarde de domingo, no café Clube do Gabu, com os meus amanuenses, os primeiros cabos Seixas – ao meio – e Horta no extremo esquerdo.  


F15>  >  Nova Lamego > Janeiro-Fevereiro de 1968 > .Numa Tabanca dos arredores, com uma criança mestiça. 


F09 >Nova Lamego >  Dezembro de 1967.  Na minha motorizada e os meus amigos, as crianças da terra. Já na posse da minha motorizada Peugeot, mandada vir de Bissau, era o centro das atenções daquela passarada pois todos queriam andar de mota. Dei muitos passeios por aquelas ruas poeirentas, e dei alguma alegria à miudagem.


F10 > Nova Lamego > Dezembro de 1967. Na prova do rancho geral, como era hábito... Era hábito a prova do rancho, antes de ser servido no refeitório geral, com este aparato todo. Só que era o ‘Oficial de Dia’ que fazia a prova, e eu não estou de abraçadeira, não era o meu dia, mas por vezes provava e acabava por comer no refeitório com os soldados, por ser melhor que na nossa messe, pois sempre sabia de antecedência o que era servido nesse dia.


Foto nº 1 > Região de Gabu > Novembro de 1967 > Placa de identificação de distâncias. Não sei o seu local desta placa, estiu junto com o soldado condutor Pita, numa saída para algum sítio. Pelas distâncias indicadas, estávamos s 30km de Nova Lamego.


F02 > Nova Lamego > Dezembro de 1967 >  Casa de pasto, ‘ O Geraldes’.  Pode ver-se o Geraldes, com o ‘macaquinho’ , ao lado dele, um homem civil, em pé o Sargento Parracho (acho que era de Aveiro) e tinha chegado da Madina do Boé, era da CCAÇ 1589, e lá vinha com os seus ‘Autos de Destruição’ para serem aprovados.


Foto nº 3 >  Nova Lamego > Outubro de 1967 > As lavadeiras do rio na Fonte de Nova Lamego. Neste local por mim muitas vezes visitado, estavam as nossas lavadeiras no rio, junto à Fonte, na sua faina de tratar das nossas roupas, e sempre com um sorriso aberto que nos dava boa disposição. Quer com top, ou sem top.


F05 > Bafatá > Outubro e 1967 > Imagem de uma Bolanha nos arredores de Bafatá.


F07 >  Nova Lamego > Novembro de 1967 > Na entrada da Escola Primária do Gabu. Uma visita à escola, na companhia do meu camarada ex-alf Mesquita das Transmissões.


F08 > Nova Lamego > Novembro de 1967 > Uma das ruas principais, com casas modernas de habitação. A rua ainda era de terra batida, mas notava-se já um movimento de construção nova, quer para residência das populações locais, ou para arrendamento como cheguei a ouvir.


F12 > Nova Lamego > Fevereiro de 1968  Treino de Jeep pertencendo ao Pelotão de Morteiros. Passeio de Jeep na Avenida General ‘Arnauld Schulz’, a ver a minha condução o alferes Azevedo, junto à sua moradia, denominada a ‘Tabanca do Morteiros’ .  O Azevedo era de Évora ou Beja, já não me lembro, o meu melhor amigo na tropa, e nunca mais o vi depois de deixar Nova Lamego.


F14 > Nova Lamego > Dezembro de 1967 > Junto ao Posto de Transmissões, com a mascote deles – o macaco. Foto na porta de acesso ao ‘estaminé’ das Transmissões, do qual era responsável o meu também amigo alferes Mesquita. O Macaco era a sua mascote, não me dava lá muito bem com esta bicharada, não sei se foi ele que me pegou a praga de piolhos.


F15 >  Nova Lamego > Janeiro-Fevereiro de 1968 > .Numa Tabanca dos arredores, com uma criança mestiça. Como andava muitas vezes pelas tabancas, tinha muitas amizades com a população, dava alguma coisa, tirava fotos com as bajudas e mulheres, depois levava uma cópia para eles, eu dava-me bem naquele ambiente sem medo, sem stress. Esta criança logo se vê que é filho de mãe preta e pai branco, não sei os pormenores, eram assuntos naquela altura muito tabus, perguntar estas coisas. Deve estar um homem, espero que não tenha ido para a guerrilha! Foto captada em Nova Lamego, durante os meses de

Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) >

Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2019). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Continuação da publicação do álbum fotográfico do nosso camarada Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (Nova Lamego e São Domingos, 1967/69) (*)


CTIG/Guiné 1967/69 - Álbum de Temas:

T064 – IMAGENS DO GABU – NOVA LAMEGO



PARTE I


I - Anotações e Introdução ao tema:

Devido ao interesse que tem suscitado a ‘Princesa do Gabu’, e para juntar às muitas que já existem, é com muito gosto venho enviar para Postar, mais algumas fotos de Nova Lamego (Gabu) dos tempos de 1967/68 (Período de 23set67 a 26fev68).

Esta será a PARTE I – também escolhidas ao acaso, sem tema especial que não seja mostrar como era a Nova Lamego do meu tempo, não dos anos seguintes, que já não a conheci.

Espero e desejo que agradem, pois a falta de qualidade é uma constante.

II - Legendas das fotos:


F01 – Placa de identificação de distâncias, que não sei o seu local. Esta placa junto com o soldado condutor Pita, numa saída para algum sítio, fizemos esta foto.

Pelas distâncias indicadas estamos a 30 km de NL (Gabu). Podia ser em Piche, mas não é, pois Piche fica a 60 Km. Também não é Bafatá porque eram 57 km, fico portanto em grandes duvidas, pode ser noutra das muitas localidades, que não consta aqui na placa. Qual será?... Foto captada no sector de Nova Lamego, em Novembro de 1967.

F02 – Casa de pasto, tasca, um local de comer, ‘ O Geraldes’. Pode ver-se o Geraldes, com o ‘macaquinho’ , ao lado dele, um homem civil, em pé o Sargento Parracho (acho que era de Aveiro) e tinha chegado da Madina do Boé, era da CCAÇ1589, e lá vinha com os seus ‘Autos de Destruição’ para serem aprovados. Foto captada em Nova Lamego, em Dezembro de 1967.

F03 – As lavadeiras do rio na Fonte de Nova Lamego. Neste local por mim muitas vezes visitado, estavam as nossas lavadeiras no rio, junto à Fonte, na sua faina de tratar das nossas roupas, e sempre com um sorriso aberto que nos dava boa disposição. Quer com top, ou sem top. Foto captada em Nova Lamego, em Outubro de 1967.

F04 – Mulheres locais junto à estrada com os seus cestos à cabeça. Uma imagem usual, com cestos, na berma da estrada, e um Unimog parece que na sua direcção. Uma curiosidade, sempre que olho para esta foto, consigo imaginar como se fosse uma montagem, a cara e cabeça de Fidel Castro, junto à mulher da frente. Ilusão apenas. Foto captada em Nova Lamego, em Outubro de 1967.

[Foto não publicada por falta de qualidade...]

F05 – Imagem de uma Bolanha nos arredores de Bafatá. Numa ida a Bafatá, tive a oportunidade de tirar esta imagem, uma bolanha (de arroz) ainda nem sabia nessa altura o que era uma Bolanha! Foi tirada com menos de um mês de Guiné. Foto captada em Nova Lamego, em Outubro de 1967.

F06 – Um passatempo nos primeiros tempos no Clube do Gabu. Talvez numa tarde de Domingo, no café Clube do Gabu, com os meus amanuenses, os 1ºs cabos Seixas – ao meio – e Horta no extremo esquerdo. Foto captada em Nova Lamego, em Outubro de 1967.

F07 – Na entrada da Escola Primária do GABU. Uma visita à escola, na companhia do meu camarada ex-alf Mesquita das Transmissões. Foto captada em Nova Lamego, em Novembro de 1967.

F08 – Uma das ruas principais, com casas modernas de habitação. A rua ainda era de terra batida, mas notava-se já um movimento de construção nova, quer para residência das populações locais, ou para arrendamento como cheguei a ouvir. Foto captada em Nova Lamego, em Novembro de 1967.

F09 – Na minha motorizada e os meus amigos, as crianças da terra. Já na posse da minha motorizada Peugeot, mandada vir de Bissau, era o centro das atenções daquela passarada pois todos queriam andar de mota. Dei muitos passeios por aquelas ruas poeirentas, e dei alguma alegria à miudagem.
Não sei identificar com exactidão o local, mas deve ser na periferia, numa zona pobre pela qualidade das tabancas e moranças, e pelas ‘vestes’ dos miúdos, em tanga. Ainda aparecem na foto os meus amigos cães rafeiros, que pelos vistos ainda não eram os meus piores inimigos, como são hoje. Não nos entendemos. Foto captada em Nova Lamego, em Dezembro de 1967.

F10 – Na prova do rancho geral, como era hábito. Era hábito a prova do rancho, antes de ser servido no refeitório geral, com este aparato todo. Só que era o ‘Oficial de Dia’ que fazia a prova, e eu não estou de abraçadeira, não era o meu dia, mas por vezes provava e acabava por comer no refeitório com os soldados, por ser melhor que na nossa messe, pois sempre sabia de antecedência o que era servido nesse dia. Foto captada em Nova Lamego, em Dezembro de 1967.

F11 – Passeio de bicicleta com a malta, numa tarde de Domingo. Estava eu agarrado à árvore, a seguir o Furriel Carvalho – que ficou ferido num dedo e mais tarde passou a fazer parte da ADFA no Porto – a seguir o Furriel Enfermeiro – Carlos Veiga, com camisa aos quadrados, e que foi mais tarde, já na peluda, médico, entretanto já falecido infelizmente -, depois outro Furriel que não me lembro do nome, um homem civil, talvez militar, e sentado o ex-alferes Figueiredo, natural da Guiné, onde tinha já mulher e filhos, bem como os pais e o seu negócio de família, que não sei qual é. Este edifício pertencia naturalmente às instalações da tropa, mas não estou certo. Foto captada em Nova Lamego, em Novembro de 1967.

F12 – Treino de Jeep pertencendo ao Pelotão de Morteiros. Passeio de Jeep na Avenida General ‘Arnauld Schulz’, a ver a minha condução o alferes Azevedo, junto à sua moradia, denominada a ‘Tabanca do Morteiros’ .  Azevedo era de Évora ou Beja, já não me lembro, o meu melhor amigo na tropa, e nunca mais o vi depois de deixar Nova Lamego. Que raio de amigos são estes? Perdemos o rasto um do outro, ele era mais antigo lá, eu saí de NL, ele ficou, e foi para a Metrópole muito antes de mim e do meu batalhão. Comi lá bons petiscos, que ele fazia e mandava fazer. Esta foi das últimas fotos tiradas com ele, pois foi no mês em que vim embora do Gabu. Foto captada em Nova Lamego, durante o mês de Fevereiro de 1968.

F13 – A cavalgada dos ‘Sete Magníficos’ no terreiro do Gabu, Faroeste da Guiné. Um dia compramos uma vaca – monte de ossos – para tirar a barriga de misérias, e então a entrada magistral da minha cavalgada, tipo Cowboy americano, e com os bandidos ao lado. Até tinha a carabina usada pelo Xerife lá do sítio. Uma coboiada do carago, não sei como ficou o petisco, mas foi diferente, digo eu. Foto captada em Nova Lamego, em Dezembro de 1967.

[Foto não publicada por falta de qualidade]

F14 – Junto ao Posto de Transmissões, com a mascote deles – o macaco. Foto na porta de acesso ao ‘estaminé’ das Transmissões, do qual era responsável o meu também amigo alferes Mesquita. O Macaco, era a sua mascote, não me dava lá muito bem com esta bicharada, não sei se foi ele que me pegou a praga de piolhos. Foto captada em Nova Lamego, em Dezembro de 1967.

F15 – Numa Tabanca dos arredores, com uma criança mestiça. Como andava muitas vezes pelas tabancas, tinha muitas amizades com a população, dava alguma coisa, tirava fotos com as bajudas e mulheres, depois levava uma cópia para eles, eu dava-me bem naquele ambiente sem medo, sem stress. Esta criança logo se vê que é filho de mãe preta e pai branco, não sei os pormenores, eram assuntos naquela altura muito tabus, perguntar estas coisas. Deve estar um homem, espero que não tenha ido para a guerrilha! Foto captada em Nova Lamego, durante os meses de Janeiro-Fevereiro de 1968.

 «Propriedade, Autoria, Reserva e Direitos, de Virgílio Teixeira, Ex-alferes Miliciano do SAM – Chefe do Conselho Administrativo do BATCAÇ1933/RI15/Tomar, Guiné 67/69, Nova Lamego, Bissau e São Domingos, de 21SET67 a 04AGO69».

NOTA FINAL DO AUTOR:

# As legendas das fotos em cada um dos Temas dos meus álbuns, não são factos cientificamente históricos, por isso podem conter inexactidões, omissões e erros, até grosseiros. Podem ocorrer datas não coincidentes com cada foto, motivos descritos não exactos, locais indicados diferentes do real, acontecimentos e factos não totalmente certos, e outros lapsos não premeditados. Os relatos estão a ser feitos, 50 anos depois dos acontecimentos, com material esquecido no baú das memórias passadas, e o autor baseia-se essencialmente na sua ainda razoável capacidade de memória, em especial a memória visual, mas também com recurso a outras ajudas como a História da Unidade do seu Batalhão, e demais documentos escritos em seu poder. Estas fotos são legendadas de acordo com aquilo que sei, ou julgo que sei, daquilo que presenciei com os meus olhos, e as minhas opiniões, longe de serem ‘Juízos de Valor’ são o meu olhar sobre os acontecimentos, e a forma peculiar de me exprimir. Nada mais. #

Acabadas de legendar, hoje,

Em, 2018-02-05

Virgílio Teixeira
_________________

Nota do editor:

Último poste da série > 28 de janeiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19448: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LXI: As colunas para o sudoeste do setor: Bafatá, Fá Mandinga e Bambadinca, eram mais de 200 km, ida e volta

9 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Vamos fazer um desafio aos "lacraus" da CART 11, e em especial ao Valdemar Queiroz: onde é que o Virgílio Teixeira na foto nº 1 ?

Outra coisa: como se chamam, tebicamente, estas "placas informativas das distâncias quilométricas" ? Não são "placas toponímicas", não são "marcos quilométricos"... oque é que são ?

Luís Graça

Anónimo disse...

Estive a ver no Wikipedia, e Google, mas não encontro um nome. Dizem placas de distâncias, mas não é isso, tem de ter um nome. Toponímicas não é, são nomes de ruas. Marcos muito menos. Não sei. Em especial não sei onde???? foi tirada.

Mas o nosso amigo Valdemar, sabe sempre tudo, ele vai procurar um nome para a placa e dizer-me onde estava eu naquele sitio!!

Já fiz bastantes contas, comparadas com outras placas, mas não cheguei a resultados nenhuns.

Aguardamos as informações do Valdemar, ou outro camarada que tenha andado por aqueles sítios.

Virgilio Teixeira



Valdemar Silva disse...

Pois, a foto Nº. 1 parece-me que seja em Sonaco, tal como o Virgílio não me lembro. Pudera, tal o bioxene no dia em que estive em Sonaco, que não me lembro de nada com a excepção do regresso a Contuboel.
Mais umas interessantes fotografias do Virgílio, mas julgo que haverá uma 'mistura' por me parecer não serem todas de Nova Lamego.
Comecemos pelo foto Nº.6 que mais parece no Café Bento, em Bissau, aquele coluna de ladrilhos não é de Nova Lamego e, também, não me parecem ser as fotos do edifício das arcadas, do Quartel do Comando não é e o da escola não tinha aquelas arcadas.
Também interessante é o facto da 'Peugeot' acompanhar o Virgílio, de Bissau-Nova Lamego-Bissau. Na foto com os djubis até deu para passear como oficial de dia.
Não percebi, na foto da prova do rancho, quando '...comer no refeitório dos soldados por ser melhor que na nossa messe..'. Então o rancho não era igual para toda a tropa? Julgo que em 'campanha', que era o caso, o rancho é o mesmo para o Comandante e para Soldado.
Virgílio, a verba diária despendida não era do mesmo valor?
No minha CART 11, o rancho era igual para toda a tropa, menos os soldados africanos que eram desarranchados, a única diferença era o local do refeitório dos soldados e da messe dos oficiais/sargentos.
Virgílio, é um palpite que a fotografia da placa 'Localidades/Kms.' seja em Sonaco
e tomara eu saber a ínfima parte do pouco, para não ter cometido a estupidez de fumar dos 15 aos 65 anos.
Venham mais fotos
Abraços
Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Obrigado Valdemar pelas tuas observações sempre pertinentes, gosto que me questionem em vez de deixar passar. Como sempre disse, são mais de 50 anos, e não tenho a certeza de muita coisa.
Já escrevi 2 comentários no WORD que passei para outro POSTE.

Agora já é tarde, vou apenas responder a uma das questões:

- Era normal a prova do rancho, e comi muitas vezes com os soldados, já lá estava, pois tinha de assistir até ao fim, então comia lá, sem problemas!

Julgo que o rancho não era igual, havia o rancho geral, e um vagomestre, uma messe de sargentos e um gerente, e uma messe de oficiais e o seu gerente. Não consigo andar para trás 50 e tal anos e garantir que era igual, mas diferente era de certeza. Pelo menos na confecção era diferente, nós tínhamos o nosso cozinheiro próprio, era assim, nunca pensei que havia alguma diferença nisto. Quando faltava 'combustivel', era para todos claro, a confecção não era.

Se as verbas eram iguais deviam ser, como compreendes, na sede do Batalhão não havia a tal 'campanha' isso era nas operações fora do quartel, aí entrava a ração de combate.

Eu lembro-me bem, quando era o dia do bacalhau, o cozinheiro fazia só para mim, a meu pedido, em vez do prato geral, fazia uma posta assada na brasa, com batatas, ovo, cebola, alhos, azeite etc... E era uma delicia, ainda hoje falo nisso. Não era assim para mais ninguém, na messe de oficiais, era uma benesse, junto do cozinheiro, mas a outra 'malta' também ladrava, lembro-me de comentários, o que posso fazer?

Amanhã vamos continuar.
Boa noite,

Virgílio Teixeira

Anónimo disse...

Comentários – Imagens de Gabu – Parte I

Foto Nº 6
Grande olho clínico Valdemar, agradeço todos os comentários e reservas sobre as fotos, pois a ideia é também procurar a realidade que muitas vezes nos escapa, ao fotografo mesmo.
Até eu fico pasmado como deixei passar esta com tanta ingenuidade. Pois vi logo que comparando fotos de Bissau, logo encontro a principal diferença.
Esta foto é mesmo no Bento, tenho muitas ali, e o pormenor é que no Bento, mesas e cadeiras eram de chapa, e no Clube do Gabu era tudo em madeira. O ladrilho não são do Gabu, mas não encontro outros nas fotos no Bento. Está feita a correcção.
Já agora há outro pormenor, que só eu posso saber, eu nunca vi os nossos cabos Horta e Seixas com roupa civil, temos algumas no Clube mas eles estão fardados.
Tenho vestidas umas calças de Ganga, que vieram dos EEUU, como dádiva aos povos da Guiné, e lá consegui depois comprar umas, a primeira calça de ganga que vesti, e também foi a última, mesmo este par acabei por vendê-las na hora da despedida, tanta procura elas tinham, estou seriamente arrependido, mas não foi só as calças de ganga, foram as motorizadas, uma Camara fotográfica, etc. Nunca mais usei calças de ganga na minha vida, a minha barriga não deixava, e hoje muito menos.
Outro pormenor, no Bento em Bissau, à noite, com os meus amanuenses, só pode ter sido em Março de 1968, quando estivemos a aguardar para seguir para S. Domingos, e numa saída nocturna, viemos de Bra passar um bocado da noite à cidade grande.
Já mudei a data, ‘Bissau, Março de 1968’ . Sem duvida nenhuma, agora.
Virgilio Teixeira

Anónimo disse...

Comentários – Imagens de Gabu – Parte I

Foto Nº 7 (e foto 11):
Esta foto só pode ser no Gabu, não tenho certeza se é escola, mas pelo cartaz parece que sim. Acho que o edifício deve ser o mesmo da foto 11, noutro lado, são edifícios modernos, com carateristicas próprias.
Não pode ser em São Domingos, não havia lá disto, nada que se pareça. Nem Bissau.
O homem ao meu lado é o alferes Mesquita das Transmissões, ele ainda era aspirante miliciano, durante uns meses, por causa de uma situação qualquer, que não interessa. Eu andava muito com ele, temos tanta fotografia juntos, ainda hoje nos almoços anuais do batalhão, por vezes só estamos os dois, como ex-oficiais milicianos.
Depois ele nunca foi comigo para parte nenhuma, só ali NL e depois SD, além de Bissau.
Temos o ar inocente de ‘periquitos’ acabados de sair do ninho, eu ainda usava a lapiseira na camisa, coisa que só nos primeiros tempos usei esse visual.
Ainda não usava as calças de ganga, isto é no 4º trimestre de 67, portanto Nov/67.
Salvo melhor opinião isto é no Gabu, ou na escola ou na casa do administrador!
Virgilio Teixeira







Anónimo disse...

Comentários – Imagens de Gabu – Parte I

Foto Nº 9:
A minha motorizada de 50 cc, marca Peugeot, comprada por mim no representante dos veículos Peugeot em Bissau. Devo te-la comprado logo em Outubro de 1967, ou máximo Novembro 67.
Depois entreguei-a na nossa arrecadação que o meu batalhão tinha em, Bissau, nos Adidos, que era responsável um Sargento, depois foi para lá o Furriel Encarnação, aqui do Carvalhido-Porto, que pertencia aos homens da ‘ferrugem’.
Eram eles que tratavam de mandar para cima e receber o que vinha para Bissau, dos respectivos batalhões. Então a motorizada ficava lá quando eu não estava em Bissau. Depois mandei ir para NL juntamente com uma coluna de reabastecimentos, Geba, Bambadinca, Nova Lamego, e lá está ela a fazer muita inveja a muita gente, disso tenho a certeza. Os meus amigos 'djubis’, que já o eram, passaram a ser ainda mais, todos queriam uma boleia na motorizada, e os tempos livres eram para isso.
Só que não era tempo livre, lá está o teu olho clinico, não tinha reparado na abraçadeira, então estava de serviço, e era mais fácil andar de mota a percorrer as capelinhas todas do que a pé. Eu não tinha direito a Jeep.
Quando regressamos lá veio a Peugeot para baixo, NL, estrada de Bambadinca, Geba, Bissau, e vai direita para a ‘arrecadação’ .
Só que já lá havia outra, pois nas outras vezes que ia para Bissau, fazia-me jeito a motorizada para as minhas imensas deslocações, e a minha independência em termos de locomoção. Já tinha comprado outra, uma Honda azul, de 50cc na mesma. Fiquei então com as duas, pois elas avariavam muitas vezes e não havia pessoal mecânico para as arranjar em termos. Felizmente nunca fiquei na estrada entre Nhacra e Bissau.
Quando regressei ficaram lá na arrecadação, nunca soube mais delas. Parece ridículo, mas não é, eu só me interessava apanhar o UIGE no dia 4 de Agosto de 1969.
Virgilio Teixeira


Anónimo disse...

Comentários – Imagens de Gabu – Parte I

Foto Nº 1:
Esta foto deve ser comparada com a outra, que foi tirada em Nova Lamego, e ver as hipoteses viáveis.
Bem pode ser em SONACO, a mais provável, mas também Cabuca, uma forte possibilidade, ali havia muita tropa de várias unidades, gostava de lá ir.
O porquê em Sonaco não haver tropa nenhuma, ninguém sabe, já li todas as operações levadas a cabo no Sector L3 entre Set/67 e Fev/68, e não há uma única referência a Sonaco, por isso era bom estar lá, pelo menos as vistas viam outras coisas, mas como dizes, por não acontecer nada, a gente não se lembra, não tem referências, nem casos marcantes.
Eu já disse atrás que eu teria ido lá na minha missão de comprar uma vaca, ou o mais provável de ir fazer companhia ao vagomestre. Tenho a Foto Nº 13, não publicada por falta de qualidade, mas pela data e vestimenta, andavamos por alturas do Natal 67, eu entrei pela parada dentro em cima da Cow de arma em punho, logo foi uma risada, que não se vislumbra bem, mas eu sei que foi assim. Terá sido comprada em Sonaco, na mesma viagem em que tirei a foto nº 1, com o Pita sempre presente em tudo que fosse ‘coboiada’, ele era o impedido do Major de Operações. Mais não posso adiantar.
Quanto ao comentário do ‘rancho’ era assim como já disse, e tenho mais uma ou outra que vão sair, e eu a almoçar na messe dos praças, estava mais à vontade, pois o nosso comandante não deixava a malta ir para a nossa messe de qualquer maneira, era tudo a rigor, até porque havia lá duas senhoras.
Virgilio Teixeira

Anónimo disse...

J+a que não há aqui nenhum técnico da extinta JAE, vamos atirar à sorte:

em resposta à pergunta:

- Serão 'placas indicativas de distâncias'

- O sitio pode ser Sonaco ou Cabuca!

Respondido

Virgilio Teixeira