segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25025: Capas da Ilustração Portuguesa - Parte VI: a representação gráfica do "Ano Novo" de há 100 anos, 1924: a ilusão da fénix renascida, o mito da eterna juventude, do eterno retorno...

 


Capa da "Ilustração Portuguesa", 2ª Série, nº 933, Lisboa, 5 de janeiro de 1924. Cortesia da Hemeroteca Digital de Lisboa / Câmara Municipal de Lisboa


1. Eis a representação gráfica da chegada do Ano Novo, há 100 atrás. Uma menina, com o fenótipo nórdico,  de olhos azuis,  e gorro de peles, olhando-se ao espelho... Ainda hoje celebramos, mais ou menos nos mesmos termos, a entrada do Ano Novo, em pleno inverno, a estação da chuva e do frio. 

 "Ano Novo, vida nova". Em Lisboa havia a tradição, na primeira noite do ano, de se lançar, pela janela,  para a rua,  toda a tralha velha que se ia acumulando em casa.  Era o mito da fénix renascida,  a doce ilusão da eterna juventude, o engano do eterno retorno... Na realidade, o que se passa é que rasgamos mais uma folha do calendário, enquanto o relógio biológico continua a trabalhar, inexorável...

Por outro lado, o espelho nas diversas culturas humanas têm diversas funções: não só a de retratar a dura realidade, como também uma função adivinhatória, a de prever o futuro... E em 1924, o futuro (do país e do mundo) estava longe de ser risonho...apesar de se estar em plenos "loucos anos vinte"...

A "Ilustração Portguesa" era uma publicação luxuosoa para a época, que fazia recurso aos melhores fotógrafos de então. Era uma edição semanal do jornal "O Século", propriedade da "Sociedade Nacional de Tipografia". O diretor era o António Maria Lopes.  Um número avulso custava um escudo (1$00).

E logo a sguir, entre a capa e a página 1, vem a publicidade, com destaque para os médicos e as videntes que prometem a saúde, a felicidade, o sucesso e a imortalidade... Cem anos depois parece que o mundo mudou pouco, neste capítulo...



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Nota do editor:

Último poste da série > 29 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P25015: Capas da Ilustração Portuguesa - Parte V: O CEP que partiu para França, em 1917, em barcos ingleses, mal equipado, mal calçado...

1 comentário:

Fernando Ribeiro disse...

Indiveri Colucci, o anunciante dos tratamentos "naturo-psico-magnetoterápicos", nasceu em 1879 e morreu em 1987. Agora, como dizia um conhecido político, «é só fazer as contas». Fazendo as ditas contas, concluimos que o homem viveu 108 anos! Cento e oito! Se calhar, ele afinal não era tão charlatão quanto isso...

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pedro_Ind%C3%ADveri_Colucci