quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25032: Casos: a verdade sobre...(37): O Ten Art Montanha, Ernesto Luiz Lemonde de Macedo, foi mortalmente ferido no combate de Nhamacurra, a 50 km de Quelimane, no dia 1 de Julho de 1918, vindo a falecer no dia 22 do mesmo mês (Morais da Silva, Cor Art Ref)

1. Mensagem do nosso camarada, Coronel Art Ref, António Carlos Morais da Silva (ex-Instrutor da 1.ª CCmds Africanos em Fá Mandinga; Adjunto do COP 6 em Mansabá e Comandante da CCAÇ 2796 em Gadamael, 1970 e 1972), com data de 2 de Janeiro de 2024:

Guiné 61/74 - P25023: In Memoriam: Cadetes da Escola do Exército e da Escola de Guerra (actual Academia Militar), mortos em combate na 1ª Guerra Mundial (França, Angola e Moçambique, 1914-1918) (cor art ref António Carlos Morais Silva) - Parte XLII: ten art Ernesto Luiz Lemonde de Macedo (Lisboa, 1892 - Quelimane, Moçambique, 1918)

Comentário de Fernando Ribeiro:
“Eu peço desculpa pela minha estranheza, mas custa-me acreditar que este militar tenha sido morto pelos alemães na zona de Quelimane, na Zambézia. Quelimane fica a muitíssimos quilómetros de distância do Rio Rovuma, que fazia (e ainda faz) fronteira entre Moçambique e o ex-Tanganyika, atual Tanzânia. Talvez mil quilómetros! Como foi que os alemães foram parar a Quelimane? Não se terá dado o caso de o infortunado tenente Ernesto Luiz Lemonde de Macedo ter sido morto pelos guerreiros de um régulo local, eventualmente aliado dos alemães?”


Caros editores
Porque convivo mal com faltas de educação e de civismo comentei:
O formato da documentação que possuo sobre o Ten. Lemonde de Macedo (fotos de documentos oficiais) não é compatível com o espaço de Comentários pelo que as enviarei, via mail, para os editores o poderem fazer e assim dissipar estranhezas aceitáveis e "palpites" inaceitáveis.

Em anexo seguem alguns documentos que me serviram para escrever as circunstâncias da morte em combate do meu camarada artilheiro.
Por regra, não brinco em serviço. Para que conste.

Muita saúde para 2024.
Cumprimentos cordiais
Morais Silva

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Nota do editor

Último poste da série de 27 DE DEZEMBRO DE 2023 > Guiné 61/74 - P25006: Casos: a verdade sobre...(36): A morte do Braima Djaló, o irmão do Amadu Djaló e de outros 'comandos' do BCmds, na Caboiana, e do aprisionamento do tenente graduado 'comando' António Jalibá Gomes, cmdt da 3ª CCmds (Joaquim Luís Fernandes, ex-alf mil, CCAÇ 3461, Teixeira Pinto, 1973/74)

3 comentários:

paulo santiago disse...

O Fernando Ribeiro,é um camarada sempre apto para criticar um erro,uma falha que apareça num post,por vezes de uma forma algo acintosa,provocatória.Já aconteceu outras vezes,esta sobre a morte do Capitão (por distinção) Lemonde Macedo foi a última.
Ficava-lhe bem,após visualizar os documentos apresentados pelo Coronel Morais da Silva,fazer uma mea-culpa.

Paulo Santiago

Fernando Ribeiro disse...

Eu não conheço o camarada Paulo Santiago de parte nenhuma e, por isso, não lhe vou responder. Apenas lembro que iniciei o meu comentário, escrevendo: «Eu peço desculpa pela minha estranheza, etc.» Desde quando é que um PEDIDO DE DESCULPA pode ser considerado acintoso e provocatório?!

A respeito da questão em apreço, eu coloquei em dúvida a possibilidade de os alemães terem conseguido chegar até às proximidades de Quelimane, a muitas centenas de quilómetros de distância do Tanganyika, também chamado "África Oriental Alemã". Eu coloquei em cima da mesa a possibilidade de o tenente Lemonde de Macedo ter sido morto em combate, não contra os alemães, mas contra forças de um régulo local, dado que as campanhas ditas "de pacificação" ainda não tinham acabado de todo em 1918. Precisamente na Zambézia, onde Quelimane se situa, havia uma revolta contra a ocupação portuguesa, chamada Revolta do Barué.

https://www.filotchila.com/blogs/55258/A-grande-revolta-na-Zamb%C3%A9zia-a-revolta-de-B%C3%A1ru%C3%A8-1917

Eu não sou historiador, e muito menos especialista em história militar, e foi por isto mesmo que coloquei ao senhor coronel Morais da Silva a minha perplexidade. Os documentos que ele aqui apresenta não respondem a esta questão específica, razão pela qual tive que recorrer a pesquisas na internet, as quais responderam por fim às minhas dúvidas.

O resultado a que cheguei foi: o tenente Ernesto Luiz Lemonde de Macedo morreu efetivamente em combate contra os alemães (sim, contra os alemães!) na serra de Nhamacurra, próxima de Quelimane. O coronel Morais da Silva está certo.

https://www.momentosdehistoria.com/MH_05_02_06_Exercito.htm

Como os alemães conseguiram chegar às proximidades de Quelimane, saídos da margem esquerda do Rio Rovuma, e levando de vencida a resistência que portugueses e ingleses lhes tentaram opor ao longo de centenas e centenas de quilómetros, é motivo de surpresa e admiração.

https://www.momentosdehistoria.com/MH_05_02_Exercito.htm

Ainda assim, fico com uma dúvida, cuja resposta ainda não encontrei. Em vez de atacarem a localidade de Quelimane, após a vitória conseguida em Nhamacurra, os alemães retrocederam a todo o vapor até regressarem ao Tanganyika! Por que terá sido? Chegados ao território de partida, tiveram conhecimento da derrota da Alemanha na Europa e renderam-se aos ingleses.

http://www.portugalgrandeguerra.defesa.pt/Documents/CRONOLOGIA_1918_PORTUGAL_GRANDE_GUERRA.pdf

Cumprimentos

paulo santiago disse...

Também não conheço Fernando Ribeiro de parte nenhuma,e,quem apresenta aquele "retrato",não quer ser reconhecido.
Diz que não me vai responder. Onde no meu comentário lhe peço uma resposta?
"Presunção e água benta..."

Paulo Santiago