terça-feira, 5 de novembro de 2024

Guiné 61/74 - P26116: Manuscrito(s) (Luís Graça) (260): Porto Santo, e a África aqui tão perto - Parte V

 












Porto Santo > Pico Ana Ferreira, geossítio nº 4  > 2 de outubro de 2024


Fotos (e legenda): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. É o geossítio (PSt04) que vale o percurso de jipe (pela parte Norte da ilha,  4 pessoas, custando 40 euros por pessoa, num total de 3 horas com guia).

É o ponto mais alto da ilha, no lado ocidental (288 m). Fica-se estarrecido com o "piano", o conjunto de "colunas prismáticas", nascidas do "génio" do vulcão, ou,  em linguagem menos poética, resultante do fenómeno, que em geologia e geomorfologia se chama ... disjunção prismática.

Não há muitas, no nosso planeta, formações geológicas exibindo disjunções prismáticas como esta... Só não percebo por que é que ainda não foi classificada como "monumento natural", e não há maior cuidado com a sua proteção.

Cite-se mais algumas famosas a nível mundial:


Este geossítio no Pico Ana Ferreira durante anos foi uma pedreira. Extraía-se pedra para a construção e obras públicas.  Até que alguém deu conta desta obra-prima da natureza, que é um regalo para a fruição estética... e uma referência obrigatória para a educação ambiental e o turismo na ilha.

Lê-se no  "site" oficial da Geodiversidade da Região Autómoma da Madeira:

(...) "Nesta antiga pedreira do Pico de Ana Ferreira observa-se uma disjunção prismática com colunas quase perfeitas, de elevado valor estético. 

"Esta estrutura, de cor cinza clara, foi originada pelas tensões de contração que se geraram durante o arrefecimento do magma no interior de uma conduta vulcânica.

"A rocha resultante do magma consolidado - mugearito, por ser mais resistente do que as rochas encaixantes, sobreviveu à ação erosiva, enquanto o material à sua volta foi desaparecendo ao longo do tempo." (...)

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Nota do editor:

2 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26109: Manuscrito(s) (Luís Graça) (259): Ao fim da tarde, ao pôr do sol no Atlântico, lembramos neste dia todos os nossos mortos queridos

Vd. poste anterior > 29 de outubro de 2024 > Guiné 61/74 - P26092: Manuscrito(s) (Luís Graça) (258): Porto Santo, e a África aqui tão perto - Parte IV

2 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Até os guias e motoristas destes "tours" são madeirenses... Fiquei com a ideia de que os porto-santenses estão extintos ou em vias de extinção... Impressão minha ?

Fernando Ribeiro disse...

Deve ser impressão tua, Luís. Quando visitei Porto Santo, tive o acompanhamento de um porto-santense, que conhecia a ilha como a palma das suas mãos, o que não é difícil, aliás, dada a pequenez da ilha.

Não é preciso ir à ilha de Porto Santo, à da Madeira, à das Flores ou à do Faial para ver disjunções prismáticas. No concelho de Mafra, aqui no Continente, existe um penedo com esse tipo de disjunções, que é o Penedo de Lexim. Não tem a grandiosidade do "piano", nem pouco mais ou menos, mas sempre é uma curiosidade geológica. De uma localidade chamada Igreja Nova, que fica a um ou dois pares de quilómetros de Mafra, sai uma estradinha para Mata Grande e Mata Pequena. O Penedo de Lexim fica ali muito perto. Aproveito para recomendar também uma visita a Mata Pequena, que é uma antiga aldeia saloia, com uma vista muito bonita sobre o vale da Ribeira de Cheleiros.