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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Guiné 63/74 - P15563: Manuscrito(s) (Luís Graça) (73): Vamos cantar as janeiras: "O Novo Ano é sempre assim, /Traz sonhos e inquietações, / Em português ou em mandarim, / Aguardaremos as instruções."



"Por detrás do Marão, mandam os que lá estão"... Tabanca de Candoz, 27 de dezembro de 2015.

Foto (e legenda): © Luís Graça (2015). Todos os direitos reservados. 


1. Desde pelo menos 1999 que componho as quadras populares que animam as festas de família (nascimentos, batizados, primeiras comunhões, casamentos, bodas de prata e ouro, reuniões anuais e até enterros...), bem como outros eventos, incluindo as festas de Natal, Ano Novo e Páscoa... São já muitas largas centenas, se não milhares, de quadras, ao gosto popular, com rigorosos versos de sete sílabas métricas, a que se juntam as "janeiras" que desde 2006, se não erro, escrevo para se dizer ou cantar na ENSP/NOVA, a minha escola, na festa de Natal... (Tudo começou por umaq brincadeira que, hoje, é quase uma "obrigação").

Lembrei-me de fazer aqui, para os meus amigos e camaradas da Guiné, que apreciam este singelo género literário, uma pequena seleção de algumas das quadras, ditas à mesa da consoada,  no Norte, onde costumo passar o Natal. Tenho sempre a preocupação de escrever um ou mais quadras personalizadas, dirigidas a cada um dos convivas, das crianças aos adultos...

Mas também, há quadras mais gerais, brejeiras, jocosas e satíricas, na velha tradição bem portuguesa das cantigas de escárnio e maldizer, alusivas ao estado do país e da governação... Nesta amostra só inclui, por razões óbvias, as quadras não personalizadas... São uma forma de homenagear e dar continuidade à tradição popular, tão portuguesa e sobretudo nortenha e beirã, de "cantar as janeiras" (em geral, no período que vai do 1º dia do ano até ao dia de Reis).

É também um momento de partilha dos nossos melhores sentimentos e valores como pessoas, famílias, comunidades e povo... Momento de gratidão, de alegria e de esperança. Momento também de saudade: nos nossos tempos de Guiné, recordo-me de cantarolarmos, com acompanhamento à viola, no bar de sargentos de Bambadinca, o Natal dos Simples, do Zeca Afonso (do disco "Cantares de Andarilho", 1968).

Aproveito, para em nome pessoal, e dos demais editores e colaboradores do blogue, desejar a todos/as os/as /nossos/as leitores/as e autores/as,  que tenham passado um bom momento de fim de ano, com bons augúrios para o ano (novo, dizem ) que aí vem (e que já chegou hoje)...

É uma ilusão circadiana, essa do ano novo, mas os seres humanos precisam disso: somos, como todos os seres vivos, "heliotrópicos" e "heliocêntricos", e na realidade a nossa vida (biológica e social) acaba por funcionar em regime binário, em função do solstício do inverno e do solstício do verão...  Por agora é tempo de "carregar baterias"... Que o 2016 não defraude as nossas melhores expectativas... E que Deus, Alá e os bons irãs nos protejam. LG


Vamos cantar as janeiras...

por Luís Graça


Manda a nossa tradição
Que se cantem as janeiras,
À patroa e ao patrão,
Gente boa, com maneiras.

Mais os seus convidados,
Companheiras e companheiros,
À mesa bem instalados,
Com fama de lambareiros.

Mesa farta, caldo quente,
Na ceia de fim de ano,
É sinal de boa gente,
Bato à porta, não m’ engano.

É entre a gente do norte
Que se bebe o verde vinho,
Gente de altivo porte
P’ra quem amigo é vizinho.

Saibam todos que isto não é convento,
Nem a patroa abadessa,
No Natal estica o orçamento,
E põe alegria na travessa.

patrão,  esse, dá de frosques,
Para não ser mais roubado,
Foge do Robim dos Bosques,
E evita o Zé do Telhado.

Nesta noite de encantar,
Cantemos, e com a voz quente.
Mesmo c’o  a crise a durar,
Ninguém chora, minha gente.

No Natal dos sem abrigo,
Não há de faltar cá nada,
Bem dispenso o formigo,
Mas como um rabanada.
 
Pode a saúde estar em cacos,
Acabar-se o alcatrão,
A rua ser só  buracos,
Mas faltar esta noite, não!

O Natal não se compadece
Das tristezas e mazelas,
Quem é vivo sempre aparece,
Todos juntos, eles e elas.

Saúde agora é saudinha,
Diz o rei mago Gaspar,
Medicamento é mezinha,
Sopa do pobre, jantar.

Tristezas não pagam dívidas,
As tuas e as da Nação,
Muito menos faces lívidas
Ficam bem aos que aqui estão.

Mandam-me ser responsável
Em matéria de consumo,
Mas é pouco aceitável
Esta mesa só ter sumo.

Manda a troika comer pouco
E, ainda menos, beber,
O Pai Natal está taralhouco
Vão-se todos mas é f…

Diz o povo, que é otimista,
“A cada dia Deus m’lhora”,
Eu, que sou racionalista,
Não me fui ainda embora.

Comam e bebam sem IVA,
Diz o dono, com todo o gosto,
Que ele tem escrita criativa,
Seu Natal não paga imposto.

Lá sem guita não há… broas,
Mas ó da casa, ó patrão,
Tantas coisas e tão boas,
Vão p’ró rol da gratidão.

E a ter que pedir, neste ano,
Algo à troika e ao Pai Natal,
É que volte a ser soberano
O nosso querido Portugal.

Olha a bela rabanada,
As pencas e o bacalhau,
Ceia farta, bem regada,
Nesta noite sem igual.

Nem faltou o bacalhau,
Que já foi mais fiel amigo,
Anda com cara de pau,
Estando agora em perigo.

Estando agora em perigo,
Nas mãos dos noruegueses,
Quiçá até inimigo,
À mesa dos portugueses.

Boas festas, patrão justo,
Nesta noite de cegarrega,
Não quero saber o custo
Do bacalhau da Noruega!

Os nossos anfitriões
Têm direito a gabadela,
Dos pequenos aos matulões
Todos vêm comer... na gamela.

 Viva a fada deste lar,
Que dá o melhor que tem,
É por muito nos amar
Que a gente de longe vem.

O patrão com o acordeão,
O outro com o violino,
Dispenso o rabecão,
Mas não o meu vinho fino.
 
Só nos resta o triste fado,
Feito o balanço da Nação
Que penhorou o seu Estado,
Do hospital à prisão.

Chamam-lhe a dama de ferro,
À ministra das finanças,
Não deixemos que vá ao enterro
Das nossas melhores esp’ranças.

Boas festas, senhores doutores!
Se aí vem o fim do mundo,
Pra quê quererem ser prof'ssores
Se isto vai tudo ao fundo ?

Pandemias e pandemónios
Vão e vêm com o  inverno
Entre anjos e demónios,
Lá escaparemos ao inferno.

Boas festas, senhor engenheiro,
Um bom ano p’ra sua empresa,
Que ganhe muito dinheiro,
Tenha farta e rica mesa.

Nada mais belo no mundo,
Que as nossas criancinhas,
Seus sorrisos calam fundo,
São elas as melhores prendinhas.

Vamos pôr o melhor sorriso,
E ajudar este mundo,
Que precisa de mais siso,
P’ra gente não ir... ao fundo.

Há no céu uma estrelinha,
Que a todos alumia,
Uma é tua, outra é minha,
É a da vida e da al'gria.

Pois que brilhe em esplendor
E em charme, este hotel,
Onde a comida é amor
E Natal se diz… Nöel.

Vamos cantar as janeiras
A todos os que aqui estão,
Gente fina e sem peneiras,
Fizeram um belo serão.

Parabéns às cozinheiras
Deste tão lauto jantar,
Já não digo mais asneiras,
Vou à rua apanhar ar.

Estão as janeiras cumpridas,
Obrigado, ó patrão,
Estavam boas as comidas
P’ro ano virei ou não.

Boas festas, boas festas,
Boas festas viemos dar,
C’o a promessa, mais que certa,
De p’ro ano cá voltar.

O Novo Ano é sempre assim,
Traz sonhos e inquietações,
Em português ou em mandarim,
Aguardaremos as instruções.

Sintam-se todos contemplados,
Nestas letras sem maldade,
Nelas vão embrulhados
Os melhores votos de fraternidade.


Natal e Ano Novo, 1999-2015 
(Seleção de quadras de LG)
__________

Nota do editor:

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Guiné 63/74 - P15556: Memórias do Chico, menino e moço (Cherno Baldé) (50): Na minha língua materna, o fula, não existe a expressão "Feliz Natal"... Mas felizmente que a Guiné-Bissau é um país de tolerância religiosa, em que as duas religiões monoteístas, Islamismo e Cristianismo, coexistem bem com o animismo


Guiné-Bissau > Bissau >  2004 > Festa do Tabaski (ou do carneiro) (em árabe, Aïd el- Kebir ou Aïd el-Adha) > O nosso grã-tabanqueiro Cherno Baldé com os seus 4 filhos...  A festa do Tabaski (designação corrente nos países de forte tradição muçulmana da África ocidental)  é, a seguir à festa do fim do Ramadão, a mais importante do Islamismo, equivalente ao Natal cristão. A data é variável, em 2015, foi a 24 de setembro.

"Segundo o Islamismo, o filho herdeiro de Abraão foi Ismael e não Isaac. Esta festa é a comemoração do Livramento, do filho de Abraão que foi substituído por um cordeiro no momento exato em que seu pai iria sacrificá-lo, em obediência ao Senhor. Esta providência divina livrando (segundo o Islão) a Ismael, pai da nação árabe e antepassado do profeta, é lembrada anualmente por todo o povo muçulmano, como a Festa do Sacrifício ou a Festa do Cordeiro." (Fonte: Ordidja)

Foto: © Cherno Baldé (2010). Todos os direitos reservados. [Edição e legenda: LG]



Guiné-Bissau > Região de Bissau > Tabatô > 28 de Novembro de 2009 > A cerimónia do Tabaski... em que pela primeira vez participaram três europeus, não-muçulmanos, duas portuguesas e um espanhol... Uma das portuguesas foi a Catarina Meireles, médica, antiga aluna do nosso editor Luís Graça e amiga do nosso grã-tabanqueiro João Graça... Nesta foto temos uma vista geral da assembleia, durante a cerimónia do Tabaski, na aldeia mandinga de Tabatô, a escassos 10 km de Bafatá, na estrada Bafatá-Gabu. É a terra do nosso grã-tabanqueiro Mamadu Baio, ator e músico. (*)

Foto: © Catarina Meireles (2010). Todos os direitos reservados[Edição e legenda: LG]


1. Mensagem, de 29 do corrente, do nosso amigo  Cherno Baldé em resposta a um pedido do nosso editor ("Eh!, Cherno Baldé, aí em Bissau, bom dia!... Como se diz 'Feliz Natal'  na tua língua, em fula ?") (**)

Bom dia, amigo Luis! Que a paz esteja contigo e que tenhas um feliz Natal junto a familia.

Na minha lingua materna (Pullar), não existe a expressão "feliz Natal" porque o Natal é uma invenção recente, histórica e religiosamente falando, pois fosse mais antigo seria aceite e incorporado nas festividades religiosas muçulmanas porque o Profeta Mohamed sempre se via como o Profeta da continuidade das duas grandes religiões monoteistas anteriores e não enveredou pela ruptura, mesmo se os 'Surats' chamados de Medina são muito críticos em relação aos Cristãos e sobretudo aos Judeus que a habitavam e que estavam relutantes em o reconhecer como verdadeiro profeta e acima de tudo unificador.

Mas, ser Guineense significa, de uma certa forma, situar-se um pouco no meio das duas religiões e sobretudo solidarizar-se com os irmãos das outras confissões o que, penso eu,  representa uma particularidade específica da Guiné-Bissau, país onde a maioria muçulmana nunca esteve em confronto com a minoria cristã e onde os adeptos das religioes monoteístas nunca estiveram muito afastados das práticas e cultos animistas.

Esta convivência pacífica, em parte, é uma herançaa e resultou da prática colonial que ao mesmo tempo que promovia a religião cristã no seio dos povos do litoral animista e anti-colonial, era obrigada a colaborar com os muçulmanos por força da sua moderação e aliança no seio do "pacto colonial".

Já deixei os meus contactos para um possível encontro com o João Martel e a Ana Maria Gala [, voluntários na Missão da Cumura].

Para si e a todos os editores, assim como todos os restantes Régulos, Almamis, Conselheiros e Djargas da Tabanca Grande os meus votos de um bom e excelente novo ano, cheio de prosperidade, saúde e longa vida.

Um abraço amigo de muita saudade desde Bissau (Guiné-Bissau).
Cherno A. Baldé, Chico de Fajonquito

PS - Sobre o que disse antes, queria acrescentar o facto amplamente conhecido de que o venerando Cherno Rachid de Quebo (Aldeia Formosa) era um dos mais bem escutados Conselheiros do gen Spínola durante todo o período que esteve na Guiné como Governador e Com-Chefe da Provincia e, certamente os dois se terão influenciado mutuamente, facto que vem reforcar a tese da convivência pacífica.
_____________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de 8 de julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6695: Memória dos lugares (89): Bafatá, Tabatô, Tabaski 2009: Não há preto nem branco, somos todos irmãos, disse a Fátima de Portugal numa cadeia de união... (Catarina Meireles)

 (**) Último poste da série > 1 de agosto de 2015 >  Guiné 63/74 - P14956: Relativamente ao desaparecimento do Alferes Leite, trata-se de um caso do qual ouvi falar desde a minha infância (Cherno Baldé)

Guiné 63/74 - P15555: Memória dos lugares (328): Buruntuma, dezembro de 2015 (Patrício Ribeiro, o "pai dos tugas", Bissau)


Guiné-Bissau > Região de Gabu > Buruntuma > Dezembro de 2015 > Memorial da CART 2338



Guiné-Bissau > Região de Gabu > Buruntuma > Dezembro de 2015 >  Tabanca e rua principal



Guiné-Bissau > Região de Gabu > Buruntuma > Dezembro de 2015 > Fronteira: serviço de emigração e fronteiras (SEF)


Guiné-Bissau > Região de Gabu > Buruntuma > Dezembro de 2015 > Antigo abrigo


Guiné-Bissau > Região de Gabu > Buruntuma > Dezembro de 2015 > Memorial grafitado


Fotos (e legendas): © Patrício Ribeiro (2015). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: LG]


1. Mensagem. de 27 do corrente,  do nosso amigo e camarada Patrício Ribeiro;

Assunto -  Zona Leste: fotos de Buruntuma

Envio algumas fotos tiradas no Leste, este mês de Dezembro, nos meus passeios.

Viagens de Bafatá para Pirada, Fasse, Pitche, Canquelifá, Buruntuma, etc.

Para os que por lá andaram… recordarem lugares onde também passaram o Natal.

Sempre que estou a fotografar estes lugares, aproximam-se antigos militares portugueses de origem guineense, que me informam o que era aqui ou ali ao lado, que eles pertenciam àquela companhia, quem era o comandante.  etc.

Os caminhos ainda são os mesmos, difíceis para as minhas costas…

Boas festas
Patrício Ribeiro

IMPAR Lda
Av. Domingos Ramos 43D - C.P. 489 - Bissau,
Tel / Fax 00 245 3214385, 6623168, 7202645,
Guiné-Bissau
Tel / Fax 00 351 218966014 Lisboa

www.imparbissau.com
impar_bissau@hotmail.com
_____________

Nota do editor:

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Guiné 63/74 - P15540: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (15): Ao colectivo tertuliano da Tabanca Grande - Bom Natal e um Ano de 2016 com muita saúde (Jorge Alves Araújo)

1. O nosso Camarada Jorge Alves Araújo, ex-Fur Mil Op Esp/RANGER da CART 3494, (Xime-Mansambo, 1972/1974), enviou-nos a seguinte mensagem no passado dia 18DEZ. 

BOAS FESTAS
AO COLECTIVO TERTULIANO DA «TABANCA GRANDE»
- BOM NATAL E UM ANO DE 2016 COM MUITA SAÚDE -


Foto 1 [postal BF] – Xime - DEC1972. Aquecendo as mãos e o coração em redor dos nossos «meninos do Xime» … enquanto o arroz coze. Será que estamos perante o nosso amigo e camarada José Carlos Mussá Biai?

1. – INTRODUÇÃO

- Memórias do passado que são presente – o NATAL

A primeira efeméride do contingente metropolitano da CART 3494, relacionada com a tradicional quadra natalícia, ocorreu há quarenta e quatro anos a bordo do N/M Niassa, durante a viagem iniciada em Lisboa, no Cais da Rocha, a 22 de Dezembro de 1971, rumo a Bissau, onde chegou seis dias depois.

Em função do tempo contabilizado na missão ultramarina – cerca de vinte e oito meses – outras duas efemérides semelhantes constam no seu historial, a segunda no Xime, em 1972, e a terceira em Mansambo, em 1973.

A propósito dessas reuniões de elevado simbolismo para todos nós, recordo com mais algumas imagens,recuperadas do baú de memórias, o último Natal da CART 3494 passado no mato. 

3.º NATAL –> 1973 = NO AQUARTELAMENTO DE MANSAMBO

Foto 2 – Mansambo, ceia de Natal 1973. Da esquerda para a direita: Serradas Pereira [Alferes]; António Costa, de pé [1.º Cabo - impd.M.Of.]; Luciano Costa [Cap Mil, 3.º CMDT da 3494]; Lobo da Costa [Alferes Estagiário do Curso de Capitães]; João Manuel Sousa Teles [Ten Cor, 2.º CMDT do BART 3873]; Carvalhido da Ponte [Furriel] e Cláudio Ferreira, de costas [Furriel]. 

Foto 3 – Mansambo, Natal1973. Mesa 1 [esq.]: Abílio Oliveira; mesa central [esq/dtª]: João Godinho; Mendes Pinto; Sousa Pinto [1950-2012] e Benjamim Dias; mesa 3 [dtª]: Carvalhido da Ponte e Jorge Araújo – todos furriéis.


Foto 4 – Mansambo, 1973. Ícone do Aquartelamento de Mansambo – local dos milagres gastronómicos.

Termino, enviando a todos os camaradas tertulianos da nossa TABANCA GRANDE, e aos leitores assíduos do nosso blogue, uma MENSAGEM DE BOAS FESTAS. 

Ao Luís Graça, ao Carlos Vinhal e ao Magalhães Ribeiro – os nossos editores permanentes – é devida uma palavra de gratidão pela sua entrega continuada a este trabalho diário de ordenar a prosa e as imagens enviadas pelos camaradas grã-tabanqueiros, sobre as nossas memórias do CTIGuiné. 


Foto 5 – Xime, 1972. Local onde aconteceram as primeiras grandes experiências, e por isso recordamos a “nossa” Tabanca do Xime”.

QUE TENHAM UM BOM NATAL E UM ANO DE 2016,

MELHOR QUE O ANTERIOR, COM MUITA SAÚDE.

Com um forte abraço de amizade
Jorge Araújo
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523
___________

Nota de M.R.:

Vd. último poste desta série em: 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Guiné 63/74 - P15538: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (14): Giselda e Miguel Pessoa; João Parreira; Ernestino Caniço; Santos Oliveira e Hugo Moura Ferreira

1. Mensagem natalícia dos nossos camaradas: Giselda Pessoa (ex-Sargento Enfermeira Paraquedista da BA 12) e Miguel Pessoa (Coronel Pilav Ref, ex-Tenente Pilav da BA 12:

Desejando um Feliz Natal e boas entradas em 2016! 

Com amizade
Giselda e Miguel Pessoa


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2. Mensagem natalícia do João Parreira (ex-Fur Mil Op Esp da CART 730/BART 733, Bissorã, 1964/65; ex-Fur Mil Comando, CTIG, Brá, 1965/66)

Caros Camaradas
Editor, Luís Graça e co-editores, Carlos Vinhal e Magalhães Ribeiro, bem assim como todos os outros Camaradas Tabanqueiros,
Que tenham um óptimo Natal, e que os dias do Ano Novo sejam uma sequência de proveitosas realizações e repletos de paz e felicidade, são os meus sinceros votos.

João Parreira


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3. Mensagem do nosso camarada Ernestino Caniço (ex-Alf Mil, CMDT do Pel Rec Daimler 2208, MansabáMansoa e Bissau, 1970/71):

Amigo Carlos 
Para todo o pessoal da Tabanca aqui ficam os meus votos de Feliz Natal e um óptimo Ano 2016.

Um abraço 
Ernestino Caniço



************
 

 
4. Postal de Boas Festas do nosso camarada Santos Oliveira (ex-2.º Sarg Mil Armas Pesadas Inf, Pel Mort 912, Como, Cufar e Tite, 1964/66):




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5. Postal de Natal do nosso camarada Hugo Moura Ferreira (ex-Alf Mil da CCAÇ 1621, Cufar e Cachil, e CCAÇ 6, Bedanda, 1966/68)


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Nota do editor

Poste anterior da série de 24 de Dezembro de 2014 Guiné 63/74 - P15537: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (13): Ao Menino Jesus (Domingos Gonçalves, ex-Alf Mil da CCAÇ 1546)

Guiné 63/74 - P15537: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (13): Ao Menino Jesus (Domingos Gonçalves, ex-Alf Mil da CCAÇ 1546)

1. Mensagem do nosso camarada Domingos Gonçalves (ex-Alf Mil da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68), com data de 23 de Dezembro de 2015:

Tomo a liberdade de enviar um pequeno poema, e um conto de Natal, que poderão ser disponibilizados aos visitantes da Tabanca Grande.

Domingos Gonçalves


Ao Menino Jesus

Outrora,
Em Belém,
Quando era tua morada
O bendito
Seio de tua mãe,
Quando vieste a este maldito
Planeta
Para nos salvar,
E vieste à luz
Do dia
Com o nome de Jesus,
Andaste de porta em porta,
Pedindo abrigo
Até ser noite morta,
Mas ninguém te quis aceitar.

Foste nascer
Fora da cidade,
Ao frio, numa gruta,
Aquecido com o respirar
Sereno,
Do burro e da vaca,
Criaturas
De alma impoluta,
Puras,
Deitadas sobre o feno.

Quem diria
Que no meio de tanta pobreza,
Nascia,
Só por amor,
A suprema realeza
O Senhor
Do meu Natal,
O Redentor?
____________

Nota do editor

Último poste da série de 22 de dezembro de 2015 Guiné 63/74 - P15529: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (12): No Natal Nasceu Jesus sempre Menino (Mário Vitorino Gaspar)

Guiné 63/74 - P15536: Conto de Natal (23): O antigo Natal (Domingos Gonçalves, ex-Alf Mil da CCAÇ 1546)

1. Mensagem do nosso camarada Domingos Gonçalves (ex-Alf Mil da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68), com data de 23 de Dezembro de 2015:

O Antigo Natal

Pelo entardecer, o lavrador recolheu a casa. Era dia de consoada. Na cozinha, a mulher e a filha trabalhavam com afã na preparação da ceia.

A ceia de Natal, da festa grande, merecia canseiras especiais. Era necessário fazer os mexidos, a aletria, as rabanadas, enfim, preparar tudo para que a festa da família fosse mesmo uma festa. E o lavrador, esse, chamou o filho, pegou numa grande infusa de barro vermelho, e os dois foram para a adega, que era um espaço escuro, no rés-do-chão da casa, onde os pipos do vinho se alinhavam, cobertos de pó e de algumas teias de aranha.

Aquele era um espaço onde apenas a luz ténue da candeia de petróleo permitia descobrir as pedras negras do lagar, e a grande trave de carvalho, que o atravessava, com um fuso em madeira na extremidade, que servia para espremer os restos das uvas, por altura das vindimas. Os cascos do vinho repousavam ali, desde a colheita que tivera lugar ainda havia escassos três meses. Voltando-se para o filho, o lavrador murmurou, apontando para um pipo, não muito grande, feito de madeira de castanho, já muito escuro:
- Vamos experimentar este. Daqui costuma sair uma boa pinga.

Menos conhecedor daqueles segredos, que só os muitos anos ajudam a desvendar, o filho respondeu-lhe:
- Está bem, pai. Pode ser mesmo desse. De certeza que deve estar uma categoria.

O velho homem poisou a candeia ali ao lado, sobre um pequeno banco, passou a infusa para as mãos do filho e, servindo-se de uma verruma, começou a retirar de um pequeno orifício que existia na cabeça do pipo, a bucha de estopa que impedia que o vinho saísse para o exterior do casco.
Depois de retirada a estopa, começou a jorrar pelo pequeno buraco, para dentro da infusa, um vinho tinto maravilhoso, que se desfazia em espuma avermelhada, de impressionante beleza.

Ao fim de alguns segundos, o lavrador colocou de novo a bucha no orifício e, voltando-se para o rapaz, disse-lhe:
- Vamos prová-lo. Se não estiver em condições, experimentamos outro.

Num gesto quase religioso, tomou nas suas mãos calejadas a infusa, olhou para aquele líquido sagrado feito com as uvas vindas da generosidade das videiras e do trabalho das suas mãos e bebeu alguns tragos do elixir maravilhoso. Depois, voltando-se para o filho, desabafou:
- Vinho melhor do que este não pode haver. É uma verdadeira preciosidade.
Passando-lhe a vasilha para as mãos, ordenou:
- Anda! Prova também tu esta delícia.

Repetindo o gesto do pai, o moço levou aos lábios o bico da infusa, e saboreou uns golos daquele líquido sagrado, dizendo depois para o velho:
- Sim! Este vinho é uma verdadeira delícia. Não pode haver melhor para uma ceia de Natal.

Em seguida, o lavrador encheu a caneca com aquele vinho tão especial e voltando-se para o filho recomendou-lhe:
- Este, vai levá-lo ao senhor Rodrigues.

O moço lá foi, apressado, entregar aquele presente.
O senhor Rodrigues era um pobre homem que morava ali perto, jornaleiro de profissão, que vivia miseravelmente, com a mulher, também um pobre diabo, para quem a vida tinha sido mais madrasta do que mãe. Mas na noite de Natal aquela gente tinha direito a ter à mesa pelo menos um vinho de excelente qualidade, acabado de jorrar de um pipo acabado de violar.

Enquanto o filho foi à casa do vizinho, o lavrador, deleitou-se a fumar um cigarro, na penumbra da adega, aguardando que ele regressasse. Depois, quando o filho chegou com a infusa, ele encheu-a de novo e ordenou-lhe:
- Este, vai levá-lo a casa de fulana.

O rapaz lá foi de novo levar aquela oferta, que se repetiu várias vezes, generosamente, pois não podia faltar vinho na mesa dos pobres durante a ceia de Natal.
Quando o filho regressou, depois de entregar a última oferta, o homem encheu de novo a infusa e, acompanhado pelo rapaz, subiu para a cozinha que ficava no primeiro andar da casa. Na lareira, o lume ardia a bom arder. Os potes muito negros, feitos de ferro fundido, dispostos à volta do lume, ferviam havia muito tempo e deixavam soltar-se um vapor quente e perfumado, sinal de que a ceia estava quase pronta. Era uma mistura de odores agradáveis que se desprendiam das couves galegas já quase cozidas, do bacalhau e das batatas, que na noite de Natal têm sempre um cheiro e um sabor inconfundíveis.

Quando tudo estava pronto, a mulher do lavrador retirou os potes do lume, escoou a água fervente e colocou toda aquela comida sobre as travessas de porcelana, previamente colocadas sobre a mesa. Depois sentaram-se todos à mesa, na cozinha iluminada apenas pelo brilho da lareira e pela mortiça luz da candeia de petróleo e comeram daquelas iguarias quase sagradas e beberam daquele vinho maravilhoso feito ali, naquela casa, pelas mãos experientes e sábias do homem do campo.

Terminada a refeição, o lavrador e o filho voltaram para a lareira, enquanto a mãe e filha arrumavam os pratos e outra loiça. Foi então que o filho reparou que a mãe não tinha retirado da mesa a toalha de linho muito branco, apenas ligeiramente manchada por algumas gotas do vinho tinto. E voltando-se para ela perguntou-lhe:
- Ó mãe! Por que não retiras a toalha da mesa?

E a mãe, ocupada ainda com o arrumo das loiças, respondeu-lhe:
- Na noite de Natal, a mesa fica posta até ao dia seguinte.
- Então, porquê?
- É que, durante a noite, quando a escuridão baixar sobre a cozinha, as alminhas dos nossos antepassados vêm sentar-se a esta mesa e saciar-se com o nosso pão e com o nosso vinho. É por isso que na noite de Natal a mesa deve ficar posta. Vai ficar tudo conforme estava quando nós terminámos de cear. Depois de saciadas, de terem comido do nosso pão e bebido do nosso vinho, as alminhas vão para a igreja e ficam junto do presépio a adorar o Menino Jesus.

Naquela santa noite, e na casa daquele lavrador, havia como que um ressuscitar de todos os antepassados mortos. Só Deus sabe quantas gerações vinham ali conviver na solidão daquela mesa, na santa noite de Natal! Era a família toda, - as gerações desaparecidas só Deus sabe há quanto tempo, e as pessoas ainda vivas, que ali moravam a celebrar religiosamente a Santa Noite.

Depois de arrumar a cozinha, a mãe e a filha também se sentaram à lareira, junto daquele calor sagrado e toda a família ficou ali durante longo tempo, à espera que chegasse a meia noite, para celebrar o nascimento do Senhor.
Quando a hora sagrada chegou, o lavrador abriu uma garrafa de vinho do Porto, enquanto a mulher trazia o prato com as rabanadas e todos celebraram o Feliz Nascimento. Em seguida, acossados pelo sono, foram descansar.

Antes de sair da lareira, o filho reparou que a mãe retirou do fogo uma grande canhota de carvalho, que apagou com muito cuidado, colocando-a fora do lume.
Curioso, perguntou-lhe:
- Ó mãe! Para que serve essa canhota?

Com muito respeito, a mãe voltou-se para o rapaz, dizendo-lhe:
- Esta canhota é para ser muito bem guardada e serve para se colocar no lume a arder quando houver trovoadas ou tempestades. Por onde o fumo que esta canhota libertar, quando estiver a arder, for passando, a trovoada e a tempestade desfazem-se. É um fumo milagroso o que se liberta desta canhota retirada da fogueira de Natal. Nunca te esqueças disto. Quando fores grande, guarda sempre uma canhota de carvalho, retirada do lume do Natal, para proteger a tua casa. E, se puderes, quando trovejar muito, põe também no lume um bocadinho do ramo de oliveira benzido no Domingo de Ramos.

O filho guardou a mensagem. Nunca mais esqueceu aquelas palavras da mãe. E aquela família, cumprido que foi todo aquele ritual, uma mistura de fé em Deus e na força telúrica bebida ali à sombra do céu da aldeia, e na tradição antiga, que tantos antepassados foram passando de boca em boca, foi descansar. É que, pela manhã, muito cedo, todos tinham de ir à missa, beijar o Menino Jesus e admirar a simplicidade do presépio.

Quantas saudades restarão, hoje, no seio de tantas famílias, - meu Deus -, desse Natal distante?
Já não existem, por certo, pais a contar estas histórias, e também não aquelas lareiras aconchegadas.
Já não há crianças a distribuir infusas de vinho pelos pobres, nem alminhas que vêm pela noite comer na mesa dos mortais!
E já ninguém retira da lareira a canhota de carvalho, o lenho sagrado, capaz de afastar as trovoadas e as tempestades!...

O próprio Menino Jesus no seu presépio, já não é o que era!...
A ele, hoje, dá-se menos importância do que ao Pai Natal, - esse barbudo esquisito, que nesta época aparece por todo o lado, e até entra pelas janelas -, que o suplantou na distribuição das prendas à criançada!
Quem se lembra dele, a descer durante a escura solidão da noite, para deixar no sapatinho, junto à lareira, as tão desejadas prendas?!...

O Natal de outrora, já tão distante, é a saudade.
E não regressa mais!...
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Nota do editor

Último poste da série de 24 de dezembro de 2014 Guiné 63/74 - P14077: Conto de Natal (22): Uma bênção dos Céus (Domingos Gonçalves)

Guiné 63/74 - P15534: Manuscrito(s) (Luís Graça) (72): Um dia de cada vez...

Um dia de cada vez

por Luís Graça

Coitado de quem está doente,
Seja na terra ou no mar,
Doente de soltar gemidos, suspiros e ais,
Doente de sangrar e purgar,
Esperando e desesperando
Nas salas de esperança e desesperança
Dos hospitais.

Coitado de quem está desempregado,
E se sente desamparado,
Ficando horas a fio,
Dias, meses e até anos,
Na bicha do centro de emprego,
Ao sol, à chuva, ao frio,
À espera de obter,
Por ali perto,
O primeiro contrato de trabalho
A termo certo.

Coitado de quem pegou na bússola,
Baralhou os pontos cardeais,
E perdeu o norte:
A cabeça é um catavento,
Vai no carrossel da morte,
Sem mão no freio,
Sem receio,
Os cabelos soltos ao vento.

Coitado de quem morre de fome de justiça
E de sede de liberdade;
Coitado de quem ama e não é amado;
Coitado de quem anda de lugar em lugar,
De cidade em cidade,
Fugido, deslocado, aterrado;
Coitado de quem estende a mão à caridade,
Os olhos postos no céu.

Coitado de quem foi à guerra,
Perdeu algo de seu,
A alma, a vista ou uma perna,
E é soldado desconhecido na sua terra;
Coitado de quem não tem Natal,
Mesmo quando quer;
Coitado de quem não acredita na vida eterna,
E que, depois do inferno terrestre,
Não tem lugar no paraíso celestial.

Coitado de quem é velho
E que vive no Portugal, 
Ainda mais velho e relho,
E conta os cêntimos da pensão de cada mês,
E que não espera mais nada da vida
Do que viver um  dia de cada vez.

Natal 2015, 
Lisboa, 24/12/2015

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Guiné 63/74 - P15529: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (12): No Natal Nasceu Jesus sempre Menino (Mário Vitorino Gaspar)

1. Mensagem natalícia do nosso camarada Mário Vitorino Gaspar (ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68):

Feliz Natal e Saudável
Ano Novo de 2016
Para o Blogue
Mário Vitorino Gaspar



No Natal Nasceu Jesus sempre Menino

Mário Vitorino Gaspar

Se o Natal tem o seu espaço…
Interregno para o descrente!
O Natal é um nó… Embaraço.
Para aquele que não o sente.
O feriado de 25 de Dezembro
… E se tenho bem presente:
– Veio à luz e bem pequenino.
Nasceu Jesus sempre menino

Para algumas bocas é a festa.
E igualmente aquela crença:
– Mas que festividade é esta?
Para outras? Qual a diferença…
Que de manhã vá à chaminé.
O pobre que não tem sapato…
Nem mesmo nada no seu pé…
Certo! Mesmo com grande fé!

Natal? Em todas as memórias…
Enorme o número de prendas…
E em todas as outras histórias?
– Rosas Senhor! São lendas!
Natal é palavra e é um nome!
Natal seria que seria que fosse:
– Repleto de amores e alegrias…
Segundos, minutos, horas e dias.

O Natal então seria verdade…
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Nota do editor

Último poste da série de 22 de dezembro de 2015 Guiné 63/74 - P15528: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (11): Domingos Gonçalves; J. L. Vacas de Carvalho; João Sacôto; José Teixeira; Sousa de Castro e Rui Santos

Guiné 63/74 - P15528: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (11): Domingos Gonçalves; J. L. Vacas de Carvalho; João Sacôto; José Teixeira; Sousa de Castro e Rui Santos

1. Mensagem natalícia do nosso camarada Domingos Gonçalves, (ex-Alf Mil da CCAÇ 1546/BCAÇ 1887, Nova Lamego, Fá Mandinga e Binta, 1966/68):

Ao aproximar-se mais uma quadra festiva, para todos muito importante, venho por este meio desejar a todos os colaboradores da Tabanca Grande, e respectivos visitantes, um ALEGRE E SANTO NATAL, e um ano de 2016 repleto de muitas coisas boas, em especial muita saúde.

Para todos um grande abraço.
BOAS FESTAS
É o sincero desejo do,
Domingos Gonçalves

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2. Mensagem do nosso camarada J. L. Vacas de Carvalho (ex-Alf Mil Cav, Comandante do Pel Rec Daimler 2206, Bambadinca, 1970/72):

Para toda a Tabanca Grande e respectivas Famílias um grande Abraço e um Feliz e Santo Natal

Zé Luís

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3. Mensagem do nosso camarada João Gabriel Sacôto Martins Fernandes (ex-Alf Mil da CCAÇ 617/BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66):

Para os todos os camaradas da TABANCA GRANDE, com um forte e sentido ABRAÇO, 
JS


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4. Mensagem do nosso camarada José Teixeira (ex-1.º Cabo Aux Enf, CCAÇ 2381, Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70):

Caras/os Amigas/os, 
De novo o Natal a entrar-nos pela porta e pela alma adentro. 
É o momento de lembrarmos os amigos que, embora longe, moram no nosso coração. 
É o momento de tocarem os sinos a lembrarem as suas vidas, a sua saúde, a sua alegria entre os mais chegados, se possível na mesa grande aconchegados. 
É o que desejo a todos, neste Natal, em que a família, por excelência, se revelou e apresentou ao Mundo como modelo e incentivo à interioridade deste tempo natalício. 
É bom termos modelos a seguir, assim, diante de nós, a facilitar o nosso caminho e a consciência dele. 
Aproveito a oportunidade para fazer votos de um Natal muito feliz, numa família reunida em volta de uma mesa que alimente o corpo e o espírito, numa alegria singular. 
E um excelente Ano de 2016, repleto de saúde, de paz e de amor.

José Teixeira

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5. Do nosso camarada Sousa de Castro (ex-1.º Cabo Radiotelegrafista, CART 3494/BART 3873, Xime e Mansambo, 1971/74):


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6. Mensagem do nosso camarada Rui Santos, (ex-Alf Mil, 4.ª CCAÇ, Bedanda e Bolama, 1963/65):

Festas Felizes, Feliz e Santo Natal, Ano Novo cheio de alegria, saúde, felicidades e que todos os projectos sejam executados a contento. 
São os meus desejos sinceros.

Rui Santos


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Nota do editor

Último poste da série de 22 de dezembro de 2015 Guiné 63/74 - P15527: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (10): Catarina Schwarz (BIssau)

Guiné 63/74 - P15527: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (10): Catarina Schwarz (BIssau)

 

1. Mensagem de ontem da nossa amiga, grã-tabanqueira, Catarina Schwarz, neta da nossa centenária decana Clara Schwarz, e filha de Isabel Levy Ribeiro e de Carlos Schwarz da Silva, o nosso saudoso Pepito (1949-2014):



Amigos!

Recebam um enorme xi- e os desejos de um natal bem passado e de um 2016 cheio de sonhos concretizados




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Nota do editor:

Último poste da série > 21 de dezembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15523: Feliz Natal / Filis Natal / Merry Christmas / Feliz Navidad / Bon Nadal / Joyeuz Noël / Buon Natale / Frohe Weihnachten / God Jul / Καλά Χριστούγεννα / חַג מוֹלָד שָׂמֵח / عيد ميلاد مجيد / 聖誕快樂 / С Рождеством (9): Abel Santos; António Paiva; Luís Fonseca; Alberto Sousa e Silva; Vasco Pires e Albino Silva

Guiné 63/74 - P15526: Estórias cabralianas (90): A Pátria é um Natal, e o Natal é uma Pátria (Jorge Cabral)


Guiné > Zona leste > Setor L1 (Bambadinca) > Fá Mandinga > Pel Caç Nat 63 (1969/71) > "Cinco séculos de história te contemplam!", terá proclamado o alfero Cabral, perante o anónimo e estupefacto fotógrafo... A foto chegou clandestinamente à metrópole. E faz parte hoje do precioso álbum fotográfico do Jorge Cabral, advogado, criminalista, professor universitário reformado... Camaradas e amigos, esta foto vale ouro... (LG)

Foto ©: Jorge Cabral  (2013). Todos os direitos reservados. {Edição e legendagem: LG]

1. Mensagem de Jorge Cabral [ex-alf mil art, cmdt Pel Caç Nat 63, Fá Mandinga e Missirá. 1969/71]:


Data: 5 de dezembro de 2015 às 15:27

Assunto: NATAL


Luís Amigo! Vem aí o Natal. E,  como faço sempre, nesta época, envio este pequeno texto.ABRAÇO GRANDE! Jorge Cabral




2. Estórias cabrilianas (90) > NATAL


Foi no dia 25 de Dezembro de 1970.

Talvez porque o Spinola nos havia visitado há pouco,

o Sitafá, o puto que vivia connosco,  interrogou-me:

– Alfero, o que é a Pátria?


Revi o velho Cais das Colunas,

o vendedor de castanhas no Campo Pequeno

e as belas raparigas que quase levitavam no Rossio à hora do cansaço,,,

– Sabes que dia é hoje, Sitafá? É Natal!... A Pátria é um Natal! E o Natal é uma Pátria!

J. Cabral    (**)

_________________

Notas do editor;

(*) Vd. poste de  18 de dezembro de  2011 >  Guiné 63/74 - P9223: Estórias cabralianas (69): Onde mora o Natal, alfero ? (Jorge Cabral)

(...) Também houve Natal em Missirá naquele ano de 1970. Na consoada, os onze brancos e o puto Sitafá, que vivia connosco. Todos iam lembrando outros Natais.
Dizia um:
– Na minha terra…

E acrescentava outro:
– A minha Mãe fazia… (...)

(**) Último poste da série > 3 de setrembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15070: Estórias cabralianas (89): Os filhos do sonho (Jorge Cabral)