terça-feira, 31 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26331: A Nossa Poemateca (4): Força de Crecheu, de Eugénio Tavares (1861 - 1930) (escolha de Luís Graça)


Cabo Verde > Ilha da Brava > 6 de novembro de 2012 > Estátua do grande poeta Eugénio Tavares (1867-1930)...

["Brava é uma ilha e concelho do Sotavento de Cabo Verde. A sua maior povoação é a vila de Nova Sintra. O único concelho da ilha tem cerca de sete mil habitantes. Com 67 km², Brava é a menor das ilhas habitadas de Cabo Verde, e tem uma densidade populacional de 101,49/km². A ilha tem uma escola, um liceu, uma igreja e uma praça, a Praça Eugénio Tavares". Fonte: Wikipédia]


Foto (e legenda): © João Graça (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Escolha do nosso editor Luís Graça, em homenagem ao país da morna e ao seu grande poeta (vd. no poste P20651 uma tradução para português de Portugal). É considerado também um protonacionalista, tendo sido obrigado a exilar-se, em 1900, nos EUA, donde regressa com a República (1910). Além de poeta, foi também um notável jornalista,  contista e até dramaturgo. Escreveu em português e em crioulo cabo-verdiano. Popularizou a morna e a poesia em crioulo (foi ele que lhe deu estatuto de língua literária).

Força de Crecheu

por Eugénio Tavares (1861-1930)



Ca tem nada na es bida
Mas grande que amor.
Se Deus ca tem medida,
Amor inda é maior...
Amor ainda é maior,
Maior que mar, que céu:

Mas, entre otos crecheu,
De meu inda é maior

Cretcheu más sabe,
É quel que é di meu.
Ele é que é chabe
Que abrim nha céu...
Crecheu mas sabe
É quel 
Qui q'rem
Se ja' n  perdel,
Morte ja bem

Ó força de crecheu,
Abri'n  nha asa em flor!
Dixa'n  alcança ceu
Pa'n bá oja Nós Senhor,
Pa'n bá pedil semente
De amor coma es de meu
Pa'n bem da todo gente
Pa todo bá conché ceu!

Eugénio Tavares


Fonte: Eugénio Tavares: poesia, contos, teatro. Recolha, org. e pref. Félix Monteiro; org. e introd. Isabel Lobo. Praia : Instituto Caboverdiano do Livro e doo Disco, 1996, pp. 111/112.
___________

Nota do editor:

Último poste da série > 30 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26328: A Nossa Poemateca (3): Adeus, irmão branco!, de Geraldo Bessa Victor (Luanda, 1917 - Lisboa, 1985) (escolha de Fernando de Sousa Ribeiro, ex-alf mil at inf, CCAÇ 3535 / BCAÇ 3880, Zemba e Ponte do Zádi, Angola, 1972/74)

Guiné 61/74 - P26330: Desejando Boas Festas, Feliz Ano Novo de 2025, e aproveitando para fazer... prova de vida (13): Aí vem o Ano Novo (Juvenal Amado, ex-1.º Cabo CAR do BCAÇ 3872)


1. Mensagem do nosso camarada Juvenal Amado (ex-1.º Cabo Condutor Auto Rodas da CCS/BCAÇ 3872, Galomaro, 1971/74), com data de 29 de Dezembro de 2024:


AI QUE AÍ VEM O ANO NOVO

Se for para melhor
Está bem
Se for pra pior já basta assim
Aí vem um Ano Novo
Ferido que está do Ano Velho
Não lhe vejo futuro auspicioso
Guerras
Fome
Escolhas erradas
Falências e despedimentos
A Democracia em risco por todo o Mundo
Troca-tintas
No passado se calhar fomos felizes
Mas não sabíamos (disse, mas não inventou o dr. Marcelo)
Apesar de tantas promessas por um Mundo melhor
Cá estamos a temer o aí vem
Já cansados de telejornais (tantos canais a dizer a mesma coisa)
No Verão tememos os fogos e a seca
No Inverno o frio e a chuva (bem pouca por sinal)
E o aquecimento Global
E a desvalorização do dólar
Os impostos
E as urgências hospitalares
Mas, também há coisas boas
Na China inventaram uma vaca que dá galão
Escuro ou claro como o freguês quer
Está-se a adivinhar o enorme coro de protestos
Na América os hambúrgueres que não engordam
Resultado está a ficar tudo magrinho
Os gordos estão contentes
Os magros protestam veementemente
Só ouro agrada a todos
Este está quase liquidado
Vamos enfrentar o ano novo com coragem
Uma coisa é certa...
Vozes de burro não chegam ao Céu


BOM ANO NOVO apesar de...

_____________

Nota do editor

Último post da série de 24 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26308: Desejando Boas Festas, Feliz Ano Novo de 2025, e aproveitando para fazer... prova de vida (12): Mensagens natalícias do José Câmara, ex-Fur Mil da CCAÇ 3327 e Pel Caç Nat 56 e Eduardo Estrela, ex-Fur Mil Inf da CCAÇ 2592/CCAÇ 14

Guiné 61/74 - P26329: Tabanca da Diáspora Lusófona (28): o luso-canadiano, de origem madeirense, João E. Abreu, ex-sold cond auto, CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) - Parte II

 


Foto nº 13  > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma > Natal de 1968 >  



Foto nº 14  > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) >  Nova Lamego > Natal de 1967


Foto nº 15  > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > s(l > s/d > Equipa de futebol




Foto nº 16A e 16 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma
 > c. abril 68 / mai 69 >: Equipa de futebol... O Eusénio é sehundo de pé, a contar da esquerda para a direita.




Foto nº 17 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma > 1969 > Equipa de futebol dos condutores... (Mas a melhor era a das transmissões, diz o Zé Rosa Neto...). O Eusébio é o primeiro da esquerda, na primeira fila.




Foto nº 18 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Nova Lamego
 > 1967 >  "Quem se recorda destes jovens ? *ara ajudar a indificá-los aqui vão os seus nomes:e, primeiro plano da direita, Anibal, Santos, Eusebio, Pereira, Lemos;  em baixo Pires, Monçáo, Guimarães,  Fafe"

Fotos (e legendas): © João E. Abreu (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


João Eusénio Abreu

1. Estamos a selecionar, editar e publicar,  com a devida vénia,   algumas das fotos do nosso camarada João Eusébio Abreu, ex-sold cond auto, CART 1742, "Os Panteras" (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) Tem cerca de duas dezenas de fotos disponíveis "on line" na sua página do Facebook (Joáo E. Abreu).

 É amigo do Facebook da Tabanca Grande. Temos em comum o amigo (e camarada) Abel Santos (ex-sold at inf,  também da CART 1742), que muito tem contribuído para que os "Panteras" de Nova Lamego e Buruntuma  não sejam votados ao esquecimento. Já trouxe com ele mais quatro camaradas da CART 1742:


(i) 
António Joaquim Oliveira, ex-1.º cabo quarteleiro (membro da Tabanca Grande nº 760);

(ii) Jaime da Silva Mendes, ex-sold at inf, natural de Braga (senta-se à sombra do nosso poilão mnp lugar nº 762);

(iii) José Rosa Neto, ex-1.º cabo radiotelegrafista, grão-tabanqueiro nº 823;

(iv) José Horácio Dantas, ex-1.º cabo at art, apontador de bazuca, natural de Lama, concelho de Barcelos (grão-tabanqueiro nº 765);


Já  convidámos o João Eusébio Abreu a entrar para o Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné.  Ficaríamos honrados cokm a sua presença. Precisaamos que nos responda para o nosso email: 

 Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné:


Regúlo da Tabanca da Diáspora Lusófona: João Crisóstomo, Nova Iorque:

crisostomo.joao2@gmail.com
___________

segunda-feira, 30 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26328: A Nossa Poemateca (3): Adeus, irmão branco!, de Geraldo Bessa Victor (Luanda, 1917 - Lisboa, 1985) (escolha de Fernando de Sousa Ribeiro, ex-alf mil at inf, CCAÇ 3535 / BCAÇ 3880, Zemba e Ponte do Zádi, Angola, 1972/74)


Fernando de Sousa Ribeiro, ex-alf mil at inf, CCAÇ 3535 / BCAÇ 3880 ( Zemba e 
Ponte do Zádi, Angola, 1972/74); membro da Tabanca Grande  desde 11 de novembro de 2018,  com o nº 780, tem 33 referências no nosso blogue.  Escreveu sobre o nosso blogue

 "O teu blog é um monumento. É de certeza absoluta o maior acervo que existe, na Internet e fora dela, sobre a guerra na Guiné. Está lá tudo, ou pelo menos assim parece. Não existe, para a guerra em Angola e em Moçambique nada que se lhe compare. Absolutamente nada. Zero vírgula zero zero zero. Neste aspeto, os antigos combatentes em Angola e Moçambique têm que se contentar com a pobreza franciscana dos grupos no Facebook, dos quais nem sequer sou membro (...) Tu e os camaradas que te acompanham nessa tarefa merecem, no mínimo, um reconhecimento público". (...)

Engenheiro, natural do Porto,  o Fernando Ribeiro é o administror do blogue "A Matéria do Tempo", que mantém ativo desde janeiro de 2006 até hoje. Um caso notável de longevidade. 


1. A escolha é do Fernando de Sousa Ribeiro (ou Fernando Ribeiro), nosso grão-tabanqueiro, que fez a guerra em Angola mas se intressa também pela da Guiné. É um homem de um cultura invulgar, e sem ofensa um grande "africanista". Sobre este poeta de origem angolana, mal conhecido e talvez pior amado em Angola, veja-se aqui o que o Fernando escreveu no seu blogue.



ADEUS, IRMÃO BRANCO!

por Geraldo Bessa Victor (1917-1985)


ADEUS, meu irmão branco, boa viagem!

Chegou a hora de você voltar
para a Europa, a sua terra.
Quando você chegar, há-de falar
dos encantos que encerra
esta África Negra, tão distante,
tão distante, irmão branco...
Pois eu quero, neste instante
da partida, pedir-lhe uma promessa:
- Não se esqueça da alma do negro,
não se esqueça!

Você há-de falar das terras africanas,
da mata e da cubata,
dos montes e das chanas;
mas não se esqueça da alma.
Você há-de falar do sol fogoso,
das caçadas e queimadas,
das noites que viveu em batucadas
no mais feiticeiro gozo;
mas não se esqueça da alma.

Vai falar do café, do algodão, do sisal,
da fruta tropical, enfim, de toda a flora;
mas não se esqueça da alma.
Você há-de falar dos negros no seu mato,
da negra tentadora
de corpo sensual,
mostrando até retrato;
mas não se esqueça da alma.

Adeus, meu irmão branco! Lá na Europa,
quando falar da tropical paisagem,
não se esqueça da alma do negro.

Adeus, meu irmão branco, boa viagem!


Geraldo Bessa Victor (1917-1985), poeta de Angola

"Obra Poética", Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Lisboa, 2001
https://loja.incm.pt/en/products/livros-obra-poetica-no-20-1001652

_______________

Nota do editor:

Postes anteriores da série:

29 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26323: A Nossa Poemateca (2): "Lágrima de preta" (1961), de António Gedeão / Rómulo de Carvalho (1906-1997) (escolha de Beja Santos, nosso crítico literário)

27 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26318: A Nossa Poemateca (1): "Ladainha dos Póstumos Natais" (1971), de David Mourão Ferreira (1927-1996) (escolha de Valdemar Queiroz, minhoto de criação, alfacinha por adoção)

Guiné 61/74 - P26327: Notas de leitura (1759): "Lavar dos Cestos, Liturgia de Vinhas e de Guerra", por José Brás; Chiado Books, 2024 (3) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 7 de Dezembro de 2024:

Queridos amigos,
Começo por uma manifestação de interesse, no passado domingo, 1 de dezembro, falei desta preciosa obra de literatura memorial, quiçá tratado como romance, pelas gerações vindouras, na apresentação feita na Casa do Alentejo, num mano a mano com Carlos de Matos Gomes. A singularidade detetada em Vindimas no Capim reaparece em força neste Lavar dos Cestos, a própria arquitetura da obra se assemelha com o romance premiado, é um galopar permanente em terras vindimeiras e, súbito, podemos estar em Catió, voltar à recruta e à especialidade, ouvir os estrondos em Gandembel, ter por companhia aquelas noites intermináveis em Mejo, uma emboscada perto do Corredor da Morte, e aquele frio na espinha que acompanhava as colunas de abastecimento para Buba ou Gadamael. Se alguém duvida, ainda hoje, que há memórias da guerra colonial que são inapagáveis, dê-se ao louvor, à exultação, à dor incontida que todo este livro de José Brás encerra,a modos de nos provocar no final, como se estivesse a proferir sermão, se nós não sentimos as liturgias da vinha da guerra, quem afinal, as sentiu? A cada um de nós cabe responder.

Um abraço do
Mário


Filipe Bento volta a fazer vindima e diz-nos que do capim há memórias que não se apagam (3)

Mário Beja Santos


Vamos hoje despedirmo-nos de Filipe Bento/José Brás com pompa e circunstância, é uma revisitação do Sul da Guiné, onde passou maus bocados, mas igualmente neste seu livro "Lavar dos Cestos" avulta a memória de acontecimentos da sua juventude em terras vindimeiras. A arquitetura da narrativa da obra é um verdadeiro carrossel de acontecimentos em terras estremenhas, fala-se no padre Gata, no Larixa, no seu avô José da Bonança, no tio Capadinho, na Mulher-João-Granja, no João Malino, no Vidigal Cigano, no Pirolas, no Zé Nicolau, tudo condimentado com intrigas e naifada, e pronto, já está, voltamos a África, mas cuidando sempre de denunciar as relações de poder envolvendo gente sem terra, lembrando tarefas de extrema dureza e até mesmo atentatórias de saúde:
“Nos sulfatos, não imaginam vocês, pelo menos os que nunca ataram esta vidinha das vinhas entre abril e o fim de junho, o cobre da solução cola-se à pele, introduz-se nas unhas, penetra no enrugado e os poros. Se passarmos as mãos apenas por água limpa do poço, ou se as deixarmos até ao fim do dia sem uma boa lavagem dos altos para as refeições… ou até ao fim de semana… ou, havia quem fizesse assim, até ao fim da campanha em junho, três meses puxados, aquilo já não eram mãos de gente, mas uma porcaria qualquer, nojenta, um bicharoco tentacular, um polvo a agitar os seus tentáculos. Eu cá, no fim do dia, lavava as mãos com mijo. Acabava o trabalho, esperava a vontade, afastava-me um pouco da maralha, virava costas a esconder o pirilau numa cepa mais ramalhuda, e vá de escorrer o freguês para as mãos.
Aquilo era remédio santo. O cobre desaparecia e as mãos ficavam macias.”

Estamos agora na Guiné, há ainda a recordação do Padre Francês, era assim que chamavam o Alex, que desertou e foi para Paris, vão suceder-se peripécias, montam-se emboscadas no caminho para o corredor de Guileje, há lembranças do rio Cumbijã, que ele assim apresenta: “É um senhor rio que vai subindo, subindo mapa acima, cruzando terras deste pequeno quase novo país, dando voltas e reviravoltas, a bombordo, a estibordo e de novo a bombordo, por vezes parecendo que volta para baixo, criando e recebendo dezenas de grandes e de pequenos outros rios que se subdividem e se multiplicam eles próprios, alargando chãos, chegando a aldeias, enchendo e vazando bolanhas, terras de arroz, sonhos de gente que se quer ver livre de soldados tugas, de fuzileiros, de barcaças, de canhões e de guerras.”

Mas também descreve lugares: “Catió tinha organização e disciplina militar, com cornetada da alvorada e tudo; casernas alinhadas e com casas de banho mais ou menos; não mostrava ninguém de calção e chinela havaiana; tinha comércios e café com esplanada, e até tinha igreja, aposto que com missa matinal diária, ou pelo menos dominical, arruamentos e valetas com escoamento fluvial, enfim, diziam que ainda assim, com a chatice de um ou outro ataque do inimigo e base agitada para muitas operações de Comandos, de Paraquedistas, de Fuzileiros por esse mato do Cantanhez adentro, aviões, helicópteros, barcos… o eco de muitos combates revoando por matas e ilhotas e tarrafos e bolanhas.”

Há um retorno ao mundo estremenho, novas histórias sobre as rixas, estamos de novo na Guiné, desta vez em Bolama, é este vaivém absolutamente frenético que captura o leitor do princípio ao fim, porque no final da obra José Brás vai inquietar-nos quanto às consequências que podemos tirar das misérias da guerra, das agruras dos vindimeiros, das recordações que ele guarda do Estado Novo, despede-se e deixa-nos no desconforto:
“Perco-me aqui numa embrulhada interminável de historietas sem lhes conseguir encontrar a ligação e o principal fica por contar. E quando comecei a escrever tinha quase a certeza de que iria atingir esse objetivo. Mostrar que a guerra não caiu do céu. Que antes da guerra começar a vida já existia nas aldeias e nas cidades e que não parou só porque a guerra rebentou e os soldados iam e vinham aos milhares. E que nem os soldados nem os pais dos soldados sabiam explicar muito bem porque carga de água, de repente, começou tudo aos tiros. Soldado ia, soldado vinha, quando vinha, e sinais de Pátria não se encontrava senão nas fomes, na enxada e outras ferramentas, e agora, também na G3, no morteiro, na bazuca, no canhão sem recuo e no sangue vertido das veias dos camaradas (…) E vocês viram morrer o Lemos, viram morrer o Cabo Júlio, viram morrer o Madeirense e os dois de Barcelos… Viram é uma forma de dizer!
Mas é a mesma coisa, se sentiram como eu senti ao contar-nos, ainda mais do que senti ao ver de vista mesmo, no ato da sua morte. Não necessitaram sair de casa, claro, para terem notícias circunstanciadas sobre as suas mortes.

Não precisavam de os ver agonizar, de os procurar na mata as pernas decepadas; de os olhar nos olhos na despedida; de os carregar aos ombros ainda vivos já cadáveres inevitáveis; de lhes respirar os pesados cheiros, dias e dias, até que helicópteros lhes retirassem dali as negras caixas; não tiveram de morrer também de medo, de solidão, de impotência, de fome e de sede; de calor e de frio; de mil cansaços; nos estrondos, das rajadas e de semanas inteiras de mato; nos fornilhos de fósforo, nas febres, na água podre da bolanha, nas centenas de quilómetros de picada, de caminhos, de trilhos, de selva subtropical; nas emboscadas, nas flagelações, nas horas a rastejar sobre capim, sobre ramos e raízes, sobre lamas; na lentidão do tempo para o regresso; no frio das tripas nos cercos da estrada de Guileje, de Buba-Tomboli e de Gandembel; na iminência do assalto final; na vertigem da última bala e na brasa do estilhaço… Não tiveram de sentir no ombro a mordidela do arco do caneco pesado na subida inclinada da vinha do Boeiro, nem de fazer ano a ano a viagem de comboio da Beira-Alta para as vinhas do Salazar, em S. Jerónimo, por uma merda de jorna, sardinhas de três meses e feijão-frade com bicho…

Não sentiram nas tripas a frieza metálica do canivete de volta do João Gato, nem o chumbo quente no peito, como o Arlindo.
Não sentiram nunca a alma a estraçalhar-se de desânimo nos trilhos perdidos dos Pirenéus.
Não se sentiram nunca abusados, esmagados, nas madrugadas das praças de homens; valorados em lanços de coroa ou dez tostões; um quarto de pão escuro na mesa da ceia.
Não sentiram nunca…
Não sentiram vocês…
Não sentiram?
Então quem foi que sentiu?”


Um belíssimo romance de literatura memorial, é o mínimo dos mínimos que se pode dizer de "Lavar dos Cestos", de José Brás.

- José Brás foi Furriel Miliciano de Transmissões na CCAÇ 1622 (Aldeia Formosa e Mejo, 1966/68)

Lisboa, Casa do Alentejo, dia 1 de Dezembro de 2024 > Lançamento do livro "Lavar dos Cestos", por José Brás > Aspecto geral da Sala
Lisboa, Casa do Alentejo, dia 1 de Dezembro de 2024 > Lançamento do livro "Lavar dos Cestos", por José Brás > Intervenção do Coronel Carlos Matos Gomes
Lisboa, Casa do Alentejo, dia 1 de Dezembro de 2024 > Lançamento do livro "Lavar dos Cestos", por José Brás > Intervenção do nosso camarada Mário Beja Santos


Lisboa, Casa do Alentejo, dia 1 de Dezembro de 2024 > Lançamento do livro Lavar dos Cestos, por José Brás > Actuação do Grupo Coral Fora D'Oras
_____________

Notas do editor

Posts anteriores de:

16 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26272: Notas de leitura (1755): Lavar dos Cestos, José Brás e Chiado Books, 2024 (1) (Mário Beja Santos)
e
23 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26303: Notas de leitura (1757): "Lavar dos Cestos, Liturgia de Vinhas e de Guerra", por José Brás; Chiado Books, 2024 (2) (Mário Beja Santos)

Último post da série de 27 de dezembro de 2024 >Guiné 61/74 - P26319: Notas de leitura (1758): O Arquivo Histórico Ultramarino em contraponto ao Boletim Official, até ao virar do século (7) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P26326: Manuscrito(s) (Luías Graça) (264 ): Volta sempre, Irmão Sol




Praia da Areia Branca >  Varanda do GAPAB - VIGIA > 29 de dezembro de 2024 > Pôr do sol no Mar do Serro

Fotos (e legenda): © Luís Graça (2024). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Volta sempre, Irmão Sol

por Luís Graça


O pôr do sol não tem metafísica nenhuma... 

Depois de ti,  Galileu Galilei... 

Mas uma dia a Terra irá cansar-se de tanto girar à volta do Sol...  

Convinha teres alguma teoria sobre isso, Galileu... 


São Francisco chamava-lhe Irmão Sol... 

Era um rapaz mais velho do que tu...

Mas geocêntrico. 

Bolas, o Sol estava a quase a 150 milhões de quilómetros

de distância de ti, Galileu...

E do Franscisco.

Sem nenhum de vocês o saberem.

Mesmo assim, aquecia-te, dava-te luz, desafiava-te, Galileu. 

E quiseram com ele atear uma fogueira, 

para te queimar, pobre Galileu.

E encheu de encanto e magia, 

místicos como o Francisco... 

Á borla, nesse tempo... 


Ainda não há eólicas no Mar do Serro, 

nem painéis solares no Paimogo da minha infância.

Nem plataformas petrolíferas.

Nem porta-drones do Mal... 

Mas, até quando, Galileu ?

Deixa dormir o teu/nosso Irmão Sol, Francisco.

Até amanhã. 

E que volte sempre.

E que nos proteja do inverno nuclear.

_________________

Nota do editor:

Último poste da série > 23 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26302: Manuscrito(s) (Luís Graça) (263): Neste Natal não mandei cartões de boas festas a ninguém

Guiné 61/74 - P26325: Tabanca da Diáspora Lusófona (27): o luso-canadiano, de origem madeirense, João E. Abreu, ex-sold cond auto, CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) - Parte II




Foto nº 7 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma >  c. abril 68 / mai 69  > "Eu e meus companheiros Manuel Filipe (já falecido) com o Jose Carlos junto ao duche da colónia de ferias em Buruntuma.  CArt 1742, 1967/69". (O João é o direita, de bigode e chapéu.)



Foto nº 8 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma >  c. abril 68 / mai 69  > "Os condutores da CArt 1742, em  Buruntuma, preparando um bom petisco". (O João é o segundo,  da esquerda para a direita,  de bigode e chapéu.)







Foto nº 9 e 9A > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma >  c. abril 68 / mai 69  > "Este menino na foto sou eu junto ao monumento da CCAÇ 1588 que fomos render em abril de 1968". (No monumento estão inscritos o nomes dos mortos da CCAÇ 1588,  "Os Cruzados" (1966/68).  (Mortos: 2 furrieis mil; 1 cabo; 6 soldados; 4 milícias).



Foto nº 10  > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma >  c. abril 68 / mai 69  > "Quem se lembra deste grupo da  CART 1742 ?... Da esquerda para a direita: José Carlos Figueira, Avelar (falecido), João Eusébio Abreu, Manuel Filipe Silva Andrade (já falecido), e os restantes são camaradas não identificados, com exceção do Vieira (na ponta, em primeiro plano)"


Foto nº 11 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma >  c. abril 68 / mai 69  > "Grande amigo guinense,  Cupertino Gonçalves, 1º cabo de obus Buruntuma 1968/69... O que será  feito deste nosso colega ?"






Foto nº 12A e 12 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > Buruntuma  > 1968 >  "Aqui está o Gabriel Mateus Bagaço, do Pelotão de Morteiros 1191. Falecido num ataque em Buruntuma."

Fotos (e legendas): © João E. Abreu (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1.
 Com a devida vénia, estamos a selecionar, editar e publicar algumas das fotos do nosso camarada João Eusébio Abreu, ex-sold cond auto, CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69). 

Nascido na Madeira, emigrou para o Canadá, como tantos outros camaradas nossos (madeirenses e açorianos, em especial),  regressados da guerra colonial. Vive em Mississauga, Ontário. 

 Já o convidámos a entrar para o Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Só precisamos do seu OK e do seu endereço de email. Já é amigo do Facebook da Tabanca Grande. Um amigo comum é o Abel Santos, também da CART 1742, que muito tem contribuído para que os bravos "Panteras" não sejam votados ao esquecimento. Já trouxe com ele mais quatro camaradas da CART 1742. "Falta agora o Eusébio"...


A CART 1742, mobilizada pelo RAL 5 (Penafiel), era comandada pelo cap mil inf Álvaro Lereno Cohen. Partiu para o CTIG em  22ju167; desembarcou em 30jul67 e regressou à metrópole em 6jun69.

Em traços largos, a sua atividade operacional pode sintetizar-se da seguinte maneira:

(i) de início, ficou colocada em Bissau, substituindo no serviço de guarnição a CArt 1646 e sendo integrada no dispositivo do BArt 1904, com vista à segurança e protecção das instalações e das populações da área;

(ii)  em 14set67, foi rendida na guarnição de Bissau pela CCaç 1497 e foi deslocada para Nova Lamego, a fim de substituir a CCav 1963, na função de intervenção e reserva do sector, ficando na dependência do BCav 1915, depois do BCaç 1933 e ainda do BCaç 2835;

(iii) na zona leste, tomou parte em operações realizadas nas regiões de Ganguiró, Canjadude, Cabuca e Sinchã Jobel, entre outras e ainda em operações conduzidas em outros sectores da zona Leste, bem como em escoltas a Béli e Ché-Ché;

(iv) em 13abr68, após ser substituída na intervenção pela CArt 2338, iniciou o deslocamento por fracções, em 13, 17 e 23abr68, para Buruntuma, a fim de render a CCaç 1588; assumiu em 27abr68 a responsabilidade do respetivo subsector, com destacamentos em Camajabá e ponte do rio Caium, mantendo-se integrada no dispositivo e manobra do BCaç 2835 e depois do BArt 2857.

(v) em 29mai69, foi rendida no subsector de Buruntuma pela CArt 2338 e recolheu, em 1jun69, a Bissau, a fim de efetuar o embarque de regresso.

domingo, 29 de dezembro de 2024

Guiné 61/74 - P26324: Tabanca da Diáspora Lusófona (26): o luso-canadiano, de origem madeirense, João E. Abreu, ex-sold cond auto, CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) - Parte I

 


Foto nº 1A e 1 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > s/d > Ponte Caium > "Um banho na piscina da Ponte Caium, os piores 2 meses passados da comissáo. Ainda reconheço o alferes Pinheiro, ja falecido,  o Furriel Viola,  o Enfermeiro Gouveia e também o 1º cabo Silva que durante umas férias se esqueceu de voltar à Guiné".


Foto nº 2 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > 1967 > Nova Lamego, quartel de baixo: no braço, o crachá dos "Panteras".



Foto nº 3A e 3 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > 1968 >  Camabajá > O João E. Abreu com o Vitor Tavares


Foto nº 4 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > s/l  >  s/d >   O João E. Abreu com um crocodilo juvenil, talvez nas imediações do rio Corubal, no Boé.


Foto nº 5A e 5 > Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > 1968 >  Natal de 68 em Buruntuma.





Foto nº 6 e 6A> Guiné > Zona Leste > Região de Gabu > CART 1742 (Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69) > 1967  > "Jangada a atravessar o rio Corubal a caminho de Madina de Boé, fins de 1967."

Fotos (e legendas): © João E. Abreu  (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O João E. Abreu é um luso-canadiano que eu gostaria de ver integrar a Tabanca da Diáspora Lusófona (*) e, claro, a Tabanca Grande. Fica desde já convidado. 

É sempre com alegria que descobrimos mais um  camarada da Guiné espalhado pelas sete partidas do mundo. Nesta caso,  de origem madeirense, como de resto sugere o seu próprio apelido. Fez parte da CART 1742.

Deixou no passado dia 27, às 21:10, o seguinte comentário, na nossa página do Facebook

"Ponte Caium:  aqui passei os piores dias da minha comissão, ainda hoje passados 55 anos do meu regresso ainda sonho com os ruídos que vinham do mato durante a noite, Soldado Condutor Auto. CART 1742, 1967/69."

É amigo da página do Facebook da Tabanca Grande. Temos três amigos em comum,  incluindo o nosso grão-tabanqueiro Abel Santos, (ex-sold at art, CART 1742, "Os Panteras", Nova Lamego e Buruntuma, 1967/69).



O Abel Santos, que está connosco desde 14/7/2012 (e te 95 referências no blogue),  e é viznho do Carlos Vinhal, já trouxe consigo mais quatro "Panteras" (*):

(i) José Rosa da Silva Neto, ex-1.º cabo radiotelegrafista;

(ii) José Horácio da Cunha Dantas, ex-1.º cabo at art, apontador de bazuca, natural de Lama, concelho de Barcelos;

(iii) Jaime da Silva Mendes, ex-sold at inf,

(iv) e o António Joaquim de Castro Oliveira, ex-1.º cabo quarteleiro.

Espero que ele nos ajude a trazer, para o blogue da Luís Graça & Camaradas da Guiné, o João E. Abreu dem que só sabemos o seguinte:

 (i) vive em Mississauga, Ontário, Canadá;

(ii) natural de São Martinho, Madeira, Portugal;

(iii) faz anos a 22 de outubro;

(iv) é casado desde 31 de agosto de 1970.

2. Com a devida vénia, selecionámos e editámos algumas das fotos do seu álbum. 

Ficamos a saber, por esta amostra (I Parte),  e para já, que o sold cond auto João E. Abreu esteve em (ou passou por) Nova Lamego, Ponte Caium, Camabajá,  Buruntuma e Madina do Boé, o que não é pouco. 

Há uma resumo da história da CART 1742 (**)

(Seleção e reedição das fotos: LG)
______________


(**) Vd. postes de:

Guiné 61/74 - P26323: A Nossa Poemateca (2): "Lágrima de preta" (1961), de António Gedeão / Rómulo de Carvalho (1906-1997) (escolha de Beja Santos, nosso crítico literário)

1.  Poema que o nosso grão-tabanqueiro e crítico literário Mário Beja Santos partilhou com os seus amigos e camarada
s, em 24/12/2024, 16:42, e que achámos por bem incluir na nossa recente série, "A Nossa Poemateca".

Assessor, aposentado, da Direção Geral do Consumidor, reputado especialista de direito do consumidor , a nível nacional e internacional, foi alf mil, cmdt Pel Caç Nat 52 (Missirá e Bambadinca, 1968/70); é autor de dezenas de títulos, incluindo, os mais recentes, sobre a experiência de guerra na Guiné, a história e a cultura da Guiné, a bibliografia da guerra colonial. Tem 3145 referêncvias no nosso blogue, de que é um dos "históricos".


A Nossa Poemateca (2) (*)

Lágrima de preta | António Gedeão


Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.


António Gedeão, "Máquina de Fogo" (1961) (**)
 
_______________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 27 de dezembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26318: A Nossa Poemateca (1): "Ladainha dos Póstumos Natais" (1971), de David Mourão Ferreira (1927-1996) (escolha de Valdemar Queiroz, minhoto de criação, alfacinha por adoção)

(**) António Gedeão é o pseudónimo literário de Rómulo Carvalho, (1906 - 1997): licenciado em Ciências Físico-Químicas pela Universidade do Porto, foi  professor do ensino secundártio, pedagogo, poeta, autor dramático, cientista e historiador.

O poema "Lágrima de Preta" aparece no o livro "Máquina de Fogo" (1961). Seria depois musicado por José Niza, e cantado por Adriano Correia de Oliveira, em 1970. A canção foi proibida pela censura na altura. É considerado um hino contra o racismo e a xenofobia.

Guiné 61/74 - P26322: Álbum fotográfico do Padre José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, CCS/BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) - Parte XX: Os "djubis" de Mansabá

 





Foto nº 6A, 6B, 6C e 6 > A fonte da Avenida


Foto nº 7 - "Os très da vida airada"

Guiné > Zona Oeste > BCAÇ 2885 (Mansoa) > Mansabá > Fotos do álbum do Padre José Torres Neves.

Fotos (e legendas): © José Torres Neves (2024). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. Continuação da publicação das fotois reklativas s a Mansabá, do álbum da Guiné do nosso camarada José Torres Neves, ex-alf graduado capelão, BCAÇ 2885 (Mansoa, 1969/71) (*).

Membro da nossa Tabanca Grande, nº 859, desde 2 de março de 2022, é missionário da Consolata, temdo sido um dos 113 padres católicos que prestaram serviço no TO da Guiné como capelães. No seu caso, desde o dia 7 de maio de 1969 a 3 de março de 1971.

Estas duas fotos vinham com má qualidade, nomeadamente demasiado azulados. Foram revconvertidas a preto e branco, Não quisemos perder o encanto e a ternura destes dois momentos; 

(i) a menina que vai à fonte encher as latas de água e que, enretanto, mata a sua sede, bebendo diretamenmte da bica (Foto nº 6):

(ii) "os três da vida airada" (sic), como lhes chamou o nosso capelão (Foto nº 7).

No nosso tempo de infância, usava-se expressão "Os três da vida airada: Cocõ, Ranheta e Facada",. querendo significar um trrio de amiguinhos que andavam sempre juntos, na brincadeira,

Sobre Mansabá temos cerca de 340 referências no nosso blogue.

_____________

Nota do editor