domingo, 4 de janeiro de 2009

Guiné 63/74 - P3700: Vasco da Gama, soldado-cadete, no COM do 1º trimestre de 1971, 1º Pel, 4ª Companhia, sob o comando do Alf Mil Beja Santos

Mafra > Escola Prática de Infantaria > COM > 1º trimestre de 1971 > O Alferes Mil Beja Santos, comandante do 4º Pelotão da 1ª Companhia, envergando um dólmen (assinaladocom um seta amarela), tendo à sua esquerda o soldado-cadete Vasco da Gama (seta vermelha), futuro Cap Mil da CCAV 8351 (Cumbijã, 1972/74) (*)


Mafra > Escola Prática de Infantaria > COM > 1º trimestre de 1971 > O Alferes Mil Beja Santos, ao centro (assinalado com um círculo a amarelo), mais o seu 4º Pelotão da 1ª Companhia, a que pertencia o soldado-cadete Vasco da Gama.

Mafra > Escola Prática de Infantaria > COM > 1º trimestre de 1971 > Da esquerda para a direita: o Telmo ("também foi Capitão de proveta"), Dino ("era um moço de Moçambique") e o Vasco da Gama.


Fotos: © Vasco da Gama (2008). Direitos reservados


1. Mensagem do Vasco da Gama (ex-Cap Mil da CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74) para o Beja Santos que, por sua vez, teve a gentileza de a reencaminhar para os editores do blogue:

Dr. Beja Santos

Os meus melhores cumprimentos e a expressão sincera do desejo de um 2009 com muita saúde, pois na posse deste precioso bem, todos os outros problemas têm solução.

Tive oportunidade de rever, no lançamento do livro do sr. Coronel Coutinho e Lima, ao fim de mais de trinta e sete anos, o meu comandante de pelotão do C.O.M. de Mafra que decorreu no primeiro trimestre de 1971. Fui soldado cadete do então Alferes Beja Santos, que comandava o 4º Pelotão da 1ª Companhia.

No primeiro escrito que enviei à Tabanca, já me havia referido à simpatia que a esmagadora maioria dos soldados cadetes lhe dedicava, e a forma humana com que sempre lidou com todos, tentando sempre que todos fossem de fim de semana. Sendo tempos extraordinariamente difíceis, sempre tive na sua pessoa, não um "militarão chico", mas um companheiro mais experiente, culto, bom conversador, e já então amante da Guiné (**)

A juntar ao episódio da "ajuda" na resolução dos testes lembro-lhe o seguinte:
Vindo de fim de semana, cheguei a Mafra na madrugada do dia 1 de Fevereiro de 1971 e entrei em pânico, pois havia-me esquecido em casa das chaves que abriam o cadeado do meu armário. Com o auxílio de dois camaradas tentámos arrombar o "bicho" sem qualquer sucesso. Faltavam -me o cinturão e os suspensórios, já que a arma tinha sido entregue na arrecadação! No mínimo o fim de semana tinha ido ao ar...

No dia seguinte de manhã, apresentei-me ao Alf Beja Santos que após ter ouvido a minha explicação, me respondeu:
- Não tem importância, que não volte a acontecer.

Findas as aulas de armamento que preencheram grande parte da manhã, o Alf Beja Santos, antes de arrancar com o pelotão para a preparação física, autorizou-me a telefonar para casa. A minha mulher já tinha tratado do envio das chaves e no dia seguinte tudo se resolveu.

Ao reler a correspondência de então, recordo agora que o fim de semana que acabei por gozar era importantíssimo para o casal, pois os meus sogros (ainda rijos nos seus 85 anos, Aníbal e Maria, mas nem Cavaco nem Silva ) emigrantes no ex-Congo Belga, partiam na segunda feira seguinte para África, ficando a minha mulher sozinha.

Um abraço para o Dr.Beja Santos.

Vasco da Gama

__________

Notas de L.G.:

(*) Vd. poste de 4 de Janeiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3697: A história dos Tigres de Cumbijã, contada pelo ex-Cap Mil Vasco da Gama (6): Aditamentos (Vasco da Gama)

(**) Vd. postes de:

11 de Novembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3436: O Nosso Livro de Visitas (42): Vasco Augusto Rodrigues da Gama, ex-Cap Mil da CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74

5 de Dezembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3570: Tabanca Grande (102): Vasco da Gama, ex-Cap Mil, CCAV 8351, Cumbijã, 1972/74

7 comentários:

Anónimo disse...

Curioso, porque eu também pertenci ao 1º COM do 1º trimestre de 1971.

Senão me engano a minha companhia era a 3ª comandada pelo Cap. Ribeiro de Faria e o comandante de pelotão era o Ten QEP Preto, que já tinha feito uma comissão em Moçambique, salvo o erro.

O mundo, sobretudo o da tropa portuguesa, é um mundo pequeno!!!

Abraço camatigo do
Joaquim Mexia Alves

Anónimo disse...

Camarada Mexia Alves

O mundo é realmente muito pequeno.Julgo não te conhecer pessoalmente, mas gostava de saber se a tua permanência em Mafra se prolongou pelo 2º trimestre, pois não consigo encontrar ninguém que possa, eventualmente, corroborar um acontecimento que lá ocorreu nesse período.
Um abraço do camarada de Mafra e da Guiné,
Vasco da Gama

Anónimo disse...

Eu também andei por Mafra nessa altura.
Fiz lá a recruta, primeiro ciclo do COM de Outubro a Dezembro de 1970 e depois a especialidade, 2ª. Ciclo do COM, como atirador de Infantaria, de Janeiro a Março de 1971, igualmente em Mafra. Na recruta era nosso instrutor o alf. mil. Carvalho, de Benavente, que havia metido o chico após a comissão pacífica em Angola. No 2º ciclo tínhamos o tenente Melo e Silva, do QP.
Não sabia era que o Mário Beja Santos, depois de ser tigre de Missirá, na Guiné, também havia metido o chico.
Um abraço,
António Graça de Abreu

Joaquim Mexia Alves disse...

Vamos por partes!

Primeiro resposta ao Vasco da Gama, que espero tenha regressado bem da viagem à India!!!

No 2º trimestre rumei a Lamego, como "voluntário à força", para o curso de Ranger´s, por isso não posso ser-te útil nesse particular.

Segundo resposta ao António Graça de Abreu

Realmente o mundo é muito pequeno, porque estivémos juntos em Mafra, eu na recruta e tu na especialidade, mas o mais interessante é que o Ten Melo e Silva já foi meu cunhado, é tio dos meus filhos mais velhos.
Pertenceu aos Comandos e hoje está na reserva e tenho com ele forte relação de amizade.
Também não sabia desse facto da vida do Beja Santos, que curiosamente esteve então também ao mesmo tempo que eu em Mafra, indo passado um tempo eu comandar o Pel Caç Nat 52 que ele comandou.

Tanto encontro, "desencontrado"!!!

Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves

Joaquim Mexia Alves disse...

António Graça de Abreu

Ainda a tempo te digo, que sendo tu um apaixonado pela China, onde viveste, o Ten. Melo e Silva é oriundo de Macau, de uma familia com raizes profundas em Macau.

E esta hem?

Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves

Anónimo disse...

Meu caro Mexia Alves
Espantoso, como o mundo é pequeníssimo!
Andámos pelos mesmos lugares,(até Mansoa 1973!) e o tenente Melo e Silva, meu instrutor em Mafra, 1971, foi teu cunhado.
Algo forte nos une.
Um abração,
António Graça de Abreu

Filipe Lamelas disse...

Meu irmão Avelino Pereira Lamelas foi um dos 4 cadetes mortos na lagoa de Tapada de Mafra em 4 de junho 1971. Estudava direito em Coimbra.
Nunca soube a família do que verdadeiramente re passou!

Um drama para os seus 10 irmãos e...e... E país!