1. Mensagem do nosso camarada Belarmino Sardinha, com data de 30 de Março de 2009:
Caros Luís, Carlos e Virgínio,
Um grande abraço.
Envio-vos o texto que há já algum tempo escrevi mas andava a adiar o seu envio.
Aceitem como uma crítica positiva ao vosso trabalho, que muito aprecio, mesmo que o considere, por vezes, parcial.
O texto é para vós. Contudo, são livres de o editarem, se assim o entenderem.
Liberto desta opressão em que andava, voltarei a tecer os comentários que entenda, sempre que a matéria o justifique, o tempo não seja impedimento ou a vontade de fazê-lo seja mais forte.
Reiterando o meu abraço para todos, sou,
BSardinha
Desabafo
Um abraço.
Tinha prometido a mim mesmo não voltar a escrever ou a fazer qualquer comentário no, ou, acerca do Blogue, mas depois de ter lido o P3923 do João Carlos Silva e dos comentários finais do Carlos Vinhal, muito embora outros textos anteriores me tivessem já levado a pensar explicar esta decisão, vejo essa necessidade acentuada depois de ter lido o P3926 do Hélder de Sousa e hoje pelo P4098 do Manuel José Ribeiro Agostinho de novo com os comentários do Carlos Vinhal.
É claro que o Blogue e em especial o “nosso comandante” me merece toda a admiração pela autoria (termo utilizado por defeito profissional) deste serviço, embora me pareça extravasado no seu âmbito de criação, com apenas alguns dos camaradas conhecidos e/ou amigos e intervenientes na mesma zona operacional. Mas quero também salientar o reconhecimento e respeito pelo trabalho desenvolvido e consideração pessoal por todos que colaboram, com destaque para os que diariamente trabalham no Blogue como o Carlos Vinhal e o Virgínio Briote.
Continuei e espero continuar a ser um fiel leitor dos trabalhos publicados no Blogue.
O facto de não ter visto publicado um ou dois textos enviados ou obtido resposta a uma ou duas questões particulares não foi razão, embora possa ter ajudado a não voltar a escrever ou comentar outros textos, sempre deixei inteira liberdade para publicarem apenas o que achassem conforme ou conveniente mesmo que assinado, já a falta de resposta me surpreendeu. Embrenhei-me neste Blogue de imediato e de uma forma tão emotiva e apaixonada que não me preocupei em primeiro ter um maior e melhor conhecimento dele. Nessa condição, dei o meu contributo com racionalidade, mas quase de um fôlego e sem pensar, três vezes, antes de o fazer.
Estava com a minha gente dizia, ou pensava, eu. Será solidariedade?
Não estou arrependido, mas, hoje... Irá eternizar-se esta minha dúvida.
Se há ou houve coisas de que discordo, não compreendo ou não percebo, outras tem havido que me possibilitaram já momentos únicos, como o reencontrar camaradas de quem nada sabia. Isso, só por si, foi excelente e só possível graças ao Blogue e a todos os que nele e para ele contribuem e se empenham. A todos o meu obrigado.
Não sendo nada mais do que eu próprio, tenho, para mim, que a verdadeira história é feita com todos os intervenientes e registos. Sempre disse não ter sido operacional, não ter sofrido ou passado o mesmo que outros, mesmo fazendo parte da tropa “macaca”, ou “fandanga” agora chamada de “bando”. Porém, isso, não me retira dos locais nem da experiência vivida, como não invalida ou impede o sentimento pela perda de camaradas/amigos, desconhecidos. Nada também me impede agora de ser ou estar solidário, palavra muito utilizada…
A verdadeira motivação para participar no Blogue foi a de manifestar a minha solidariedade, uma vez mais esta palavra, com todos os que viveram os acontecimentos mais difíceis e, desta forma, cerrar fileiras a seu lado, ombro a ombro e ajudar a evocar aqueles que, não estando já entre nós não o podem fazer, ou seja, libertarem-se, mais algum tempo, da lei da morte. Não tive motivos pessoais ou a necessidade de massajar o ego, essas oportunidades, embora efémeras, tive-as posteriormente. Não o fiz, nem quero.
Como Alentejano sou receptivo a qualquer boa anedota ou piada, não me afecta pessoalmente, mais, nem sei se alguma se me aplica, mas reconheço que a pouca aceitação das actividades ditas não operacionais, afasta a participação de outros camaradas cujo contributo poderia ser também valioso para o Blogue. Todos os filmes têm bastidores.
Entendo, eu, que cada um, na sua condição e serviço deu o seu melhor. Não quero nem procuro heróis, tantas vezes criados pelo medo… Respeito as discordâncias de opinião, mas, aos 59 anos, embora sendo dos mais novos e também dos últimos, a esta distância de tempo, ganhei a maturidade suficiente para não fazer juízos precipitados, imaginários, de ficção ou virtuais e muito menos de valor ou intenção sobre actos não vividos e sem provas como suporte e que possam causar outro tipo de sofrimento ou dúvida a quem os viveu.
A história é isso mesmo, não se apaga, embora possa, não se reescreve como queremos, embora se faça.
Nunca gostei de ser apenas um número, nem na tropa “macaca”, “fandanga” agora dita “bando” o fui, sempre entendi devermos dar algum contributo naquilo em que nos envolvemos, por isso tentei fazê-lo, não resultou, mas continuarei a ser apoiante, defensor e espectador atento e interessado, solidário, mais uma vez este termo, solidário.
Não me parece que alguém, aos 20 anos de idade escolhesse a Guiné para passar férias se não fosse por imposição, para não dizer obrigado, mesmo sendo administrativo, salvo com a devida vénia e, mesmo assim escrevo, apenas alguns, oficiais superiores do Q.P., por motivo de vencimento... Fui mobilizado passados mais de 14 meses de serviço que, somado aos 24 meses e 20 dias de Guiné, dá mais de 39 meses de tropa “macaca”, “fandanga” ou do dito “bando”. Há, esquecia-me, um dos chefes desse “bando” e responsável, se os havia, da pelo nome de Almeida Bruno.
§ - Único - Não sabendo ter a suavidade nas palavras como as do camarigo Mexia Alves, vejo-me obrigado a lembrar esse senhor que eu estive incorporado numa organização chamada Exército Português, de que ele era profissional, se os havia ou há ainda, à qual ele designa de “bando”…???
Depois de ter este texto escrito e em banho-maria há já algum tempo, constato verdadeiras situações de solidariedade e reencontro de camaradas e vejo-me obrigado a fazer as adaptações necessárias para o seu envio. Se não houvesse outras razões, estas, só por si, justificavam o Blogue. Mas porque a consideração para o seu criador e e editores além de todos os restantes colaboradores justificava fazê-lo, esta a explicação do andar afastado, outros há que vão continuar inibidos em se juntarem a este espaço de convívio.
Com um verdadeiro abraço de amizade e solidariedade do tamanho da vossa compreensão e aceitação de cada um.
BSardinha
Arroja, 09 de Fevereiro de 2009
Comentário de CV
Para que não fiquem dúvidas quanto à nossa imparcialidade, publicamos esta mensagem/crítica do nosso camarada Belarmino Sardinha, embora entristecidos por não compreenderem o nosso esforço diário para manter o Blogue actual.
Como devem saber, temos vida para além do Blogue. Adoecemos como as pessoas, temos problemas familiares, temos um sem número de assuntos pessoais a tratar durante o dia e, à noite, ainda estragamos a vista em frente ao monitor tentando, e não conseguindo, pôr esta escrita em dia, muitas vezes em detrimento da outra.
Recebemos este tipo de crítica, mas não as aceitamos. Aceitávamos, isso sim, mais um editor para nos ajudar. Há por aí alguém disposto a ajudar-nos? O nosso Blogue atingiu um ponto tal que é preciso quase o dia todo para trabalhar nele. Acreditem que 4 horas diárias não são suficientes.
Há postes que demoram por vezes cerca de uma hora a editar, porque alguns camaradas escrevem menos bem e temos que corrigir os textos.
Quase nenhuma foto é publicada sem ser editada por nós, quanto ao seu tamanho, se está acastanhada, eu trato de a pôr com aspecto de novo, corrigir as cores que se vão adulterando com o tempo e recuperar fotos tão estragadinhas que quando publicadas nem parecem as originais.
Há que fazer links para facilitar a procura a quem nos lê.
Há que andar a pesquisar no histórico em busca de coisas e pessoas já esquecidas.
Há um sem número de procedimentos a seguir.
É tanta e tão variada a correspondência que é muito fácil esquecer alguma mensagem. Em vez de criticarem, porque não mandarem um alerta pela demora ou reenviar o trabalho, fazendo menção do facto? Sentíamos-nos mais compreendidos.
Confesso, por vezes esqueço-me de ir ver a caixa de correio do Luís e como sabem, cada página do Gmail comporta 50 linhas, 50 mensagens. Se estou um ou dois dias sem lá ir, as mensagens mais antigas ficam escondidas, logo poderão esquecer.
Sugiro que enviem os vossos trabalhos simultaneamente para o Luís e para mim. É uma segurança de que um de nós a verá a tempo e horas.
Para além da correspondência relativa a textos para publicação, chegam-nos imensas mensagens a solicitar informações diversas, às quais respondemos.
Além disso, alguns camaradas ainda persistem em utilizar os nossos endereços de trabalho (Gmail) para mensagens com criancinhas queimadas, desaparecidas ou a precisarem de sangue que se encontra em qualquer drogaria, etc, etc.
Já fomos tudo, só faltava agora sermos parciais.
Como devem calcular não ganho à comissão e não publico mais ou menos trabalhos deste ou daquele, de acordo com eventuais luvas.
Se temos determinado assunto em discussão e chegam por exemplo 5 mensagens no mesmo dia, sobre ele, acham que os devemos publicar de enfiada? No meu critério, não.
Se aparece algo que tem a ver com algum acontecimento em dias muito próximos, não terá prioridade de publicação?
De cada vez que se apresenta um camarada novo, além do poste de apresentação, é preciso fazer um registo com os seus dados, abrir novo contacto nos dois Gmail e enquadrá-los nos respectivo Grupos de endereços para envio de mensagens colectivas, actualizar a lista que enviamos periodicamente aos camaradas, acrescentá-lo na página do Blogue, etc. Nada pode falhar.
Camaradas, só lhe pedimos tolerância. É difícil?
Estou de corpo e alma neste Blogue, por consideração a vós todos e em especial ao Luís Graça. Como diria a outra, até que a voz me doa.
Vosso camarigo
Carlos Vinhal
__________
Nota de CV:
Vd. último poste da série de 10 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4170: Blogoterapia (99): Joaquim Gomes, mais um Comando africano barbaramente assassinado (Magalhães Ribeiro)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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11 comentários:
Belarmino:
A caserna cresceu de mais e a verdade é que nem sempre conseguimos dar o tratamento VIP que cada um dos nossos camaradas, aqui "atabanacados", merece ter, tem direito a ter...
Publicado o teu desabafo, só quero que continues a sentir-te confortável entre a gente, a tua gente...
Nada de complexos, por que uns foram operacionais, outros tiveram funções de apoio, uns eram da tropa-macaca, tropa fandanga, milicianos, do contingente da bandalheira geral, outros eram profissionais, outros eram especiais, outros foram heróis e medalhados...
Como sabes, impusemos o tratamento por tu entre a malta porque antes de mais somos/fomos camaradas (=dormimos no mesmo chão, no mesmo abrigo, no mesmo buraco, na mesma cama...) e companheiros (=comemos o mesmo pão, à mesma mesa, debaixo do mesmo poilão...).
Em muitos casos ficámos amigos (do latim 'amicus'; na raíz de ambos os vocábulos está o verbo 'amo', que significa 'gostar de', 'amar').
Em quarto lugar, eramos/somos portugueses, patriotas, falávamos/falamos a mesma língua, mas nem sempre nos entendíamos/entendemos sobre a 'bondade' daquela guerra ou outras coisas da vida...
Como tu muito bem disseste, não escolhemos a Guiné para fazer férias aos 20 anos, mas a verdade é que a Guiné e a sua gente tocou-nos, de mil e uma maneiras...
É isto o que nos une, ao fim de estes anos todos. E já não é pouco. Gostei de ler o teu escrito. Nunca te coíbas de escrever o que pensas e sentes, de e mandar-nos.
Do Carlos Vinhal, só posso dizer, que ele é um verdadeiro soldado... do Séc. XXI, que trocou a G3 pelas teclas do computador. Eu tenho muito orgulho em tê-lo na nossa equipa de editores e colaboradores. Ele está a fazer a um bom trabalho como editor de dia e editor de mês... Sei que ele leva a missão, de cada dia, até ao fim, até que "os dedos e os olhos lhe doam"... E estou-lhe grato por isso. (Também já faz parte da lista dos meus amigos... favoritos).
Mas também preciso de o poupar. Precisamos de mais camaradas para, no futuro, exercer as funções de editor de dia, de semana, de mês... Não esquecer que ainda o nosso blogue é uma criança de 4 anos...embora já tenha ultrapassado a sua esperança (média) de vida...
Belarmino, parabéns antecipados pelo teu aniversário no dia 6 de Junho... Vermo-nos-emos noutra ocasião, que não em Monte Real, no próximo IV Encontro. Um Alfa Bravo. Luís
Incomparável "BLOG" este.
Cada vez sou mais seu adepto.
Cada um pode dizer o que lhe vai na ALMA.
Força CARLOS.
Força Belarmino.
Escrever é preciso. Criticar também. Ter opinião diferente também.
Dar seguimento é que é mais difícil.
Um Abraço,
CMSantos
Mansambo 68/ 69
Caro Belarmino,
Estou a comentar um post teu ( P4195 )datado de 30 de Março p.p., já lá vão 16 dias !
Esta minha observação tem, antes de mais, a função de, se possível, desmontar um raciocínio teu que interpretei como errado.
Somos homens da mesma criação e por isso não será válido argumentarmos com aquela velha máxima dos conflitos de gerações, não é verdade ?
Então permite-me a frontalidade para te criticar quando dás a entender que pelo facto de teres sido não-operacional, isso teria funcionado no blogue como discriminatório.
De todos os intervenientes neste blogue conheço pessoalmente três camaradas : Luis Faria ( antes das guerras ) e Raul Albino ( profissionalmente )e o Fontinha ( da Guiné ). Não conheço mais nenhum mas não preciso de conhecer para assumir que os editores jamais jugariam sujo na questão da selecção dos nossos textos.
Também por várias vezes me dirigi a eles para publicarem os meus textos que pareciam ter ficado a marinar ...
Curiosamente alguns tinham resvalado para o amontoado de outros tantos e foi opreciso andarem de rabo para o ar e encontrá-los.
Deram com eles e publicaram.
Sem problemas !
A tua escrita não deve nem pode deixar de aparecer cá por estas bandas !
Não te estou a passar a mão pelo pêlo ( tens pouco de acordo com a foto, ihihihih ) mas antes porque as vozes demasiado afinadinhas têm os seus defeitos.
Provavelmente já reparaste que sou polémico ( assumo-o ) e não mando recados por ninguém.
Quando se perfilava um coro de "olés" ao Nino Vieira, insurgi-me ;
Quando foi preciso, fui o 2º a comentar os desvarios do tal Almeida Bruno ;
Agora "revolto-me" contigo se não continuares a brindar-nos com os teus textos !
Porra, Belarmino, manda duas caralhadas ( eu sei que o blogue é lido por senhoras e jovens mas o vernáculo é-lhes desconhecido ? Então não vão ver o filme Autocarro 174 ! ) e joga pr'a frente !
Um abração,
António Matos
Caro Belarmino,
Permite-me o tratamento por "Tu" embora não esteja muito à vontade. Como na tua mensagem foi referido o P3923 em que me apresentei à Tabanca Grande e entendi que assumiste essa publicação como discriminação face ao atraso na publicação das tuas mensagens, quero deixar claro que o meu único propósito de me dirigir a esta Tabanca foi o de demonstrar o meu respeito pelos que combateram na Guerra Colonial.
Penso que o critério dos Editores foi o de darem alguma visibilidade a esse reconhecimento por parte das gerações mais novas (que é o meu caso, não tenho culpa), apesar de ser pontual, eu sei.
Por favor, não me venham agora com discriminações e depois dizer que os mais novos não sabem de nada e ignoram o que os mais antigos passaram na Guerra Colonial.
Não descrimino operacionais e não-operacionais, nem quero saber os detalhes (já tenho uma boa ideia). Todos deram o seu contributo da forma que sabiam e que foram chamados a cumprir e eu não estive lá apenas porque não tinha idade para tal. Quero reafirmar o meu respeito e admiração.
Devo dizer que agradeço aos Editores terem considerado a minha mensagem e, modéstia à parte, esperaria que este meu singelo contributo fosse uma pedrada no charco no que respeita ao reconhecimento, pelos mais jovens (porra já estou quase nos 50), da vossa entrega ao que na altura se exigia aos jovens portugueses.
Se não entendi bem, peço desde já desculpa.
Saudações Especiais,
João Carlos Silva
Camaradas,
É preciso serenidade.
Compreendo ambos, os desabafantes, o Belarmino e o Carlos. O Belarmino pode representar aqueles que não vêem os seus artigos publicados atempadamente, ou sem publicação, como já me aconteceu. Mas não podemos ter a veleidade de monopolizar o blogue, de ter o blogue à nossa espera, de nos sentirmos descriminados.
Daí, e também da nossa ignorância sobre a manutenção do blogue e trabalheira correlativa, resultou a resposta do Carlos, o moiro de serviço. Leiamos novamente o texto do Carlos. Faz luz.
O que me parece é que somos todos necessários, e que compreendo o apelo do Luis para que alguns adiram à condição de editores, por forma a normalizar o fluxo de informações e respectivos tratamentos. Por ora não me sinto capaz de o assumir, talvez mais a diante.
Por fim, podemos ter pontos de vista divergentes, apresentados com a cortesia de adultos respeitadores, sem que isso afecte as nossas relações de camaradagem.
Não há élites entre nós, a liberdade de expressão só tem limites nas regras editoriais. Melhor é difícil.
Abraços fraternos
José Dinis
Caro amigo Belarmino,
Quero dizer-te que compreendo o teu "estado de alma", se assim se pode chamar. Mas também te quero dizer que não deves desistir de colaborar, de escrever, porque eu, pelo menos, gosto das tuas histórias, das tuas recordações, das tuas visões daqueles tempos, tanto mais que normalmente estão repassadas de um sentimento, de uma forma abordar e criticar as situações que, no fundo, não são muito distantes das que eu próprio tenho.
Além disso, se fosse levar muito "a peito" os atrasos (reais ou relativos) com que as nossas colaborações são "postadas" também acharia que teria "razões de queixa", pois também já tive pelo menos duas situações em que tive que reenviar o texto.
Acredito piamente (e, se friamente racionalizares, também tu poderás concluir) no que é referido, tanto pelo Carlos V. como pelo Luís G., na quase inevitabilidade de acontecerem estas situações: o blogue tem já uma multidão de visitadores, de leitores, de colaborações e adivinho que é quase humanamente impossível dar vazão em tempo útil ao que vai aparecendo. Quanto a isso não tenho dúvidas!
No que diz respeito à velha questão de "operacionais" e "não operacionais", também acho uma falsa questão, embora também "sofra" desse aparente complexo. Quanto a isso o Luís G. tem-se esforçado por me tirar esse "sentimento de culpa", que de facto não pode nem deve existir. Estamos (todos os intervenientes)aqui, neste espaço, a fazer História, e isso deve ser o contributo globalmente abrangente, pois também já deves ter reparado como as histórias dos nossos enfermeiros, para dar apenas um exemplo, estão tão cheias de assunto, tão perpassadas de drama, de dor, sofrimento mas também solidaridade, entreajuda, coragem e abnegação, e isso é de um valor inestimável.
Portanto, toca a escrever!
Um grande abraço.
Hélder S.
Belarmino o que pior nos pode acontecer é ficar calados e não esclarecermos os assuntos que por mera suposição nós fazemos de Juízes em causa própria.
Vem-me á memória aquela dos dois barbeiros da mesma aldeia não se cumprimentam.
Bastava isto: Um cliente brincalhão dizia para um dos barbeiros, sabe o que o seu colega disse do corte de cabelo que você me fez.
Quem é que lhe fez essa boina?
E não era preciso mais para os dois homens profissionais da mesma arte não se falarem mais durante uma vida.
No meu P3287 (controvérsias) também esteve mais ou menos dois meses e tal sem ser publicado o que me levou a questionar Luís Graça se a mensagem ia contra alguma das dez regras do blogue mas também mencionei que a [VIII] era cumprida na integra [respeito acima de tudo pela verdade dos factos]
O Luís pede desculpa pela demora que se pode comprovar no comentário que faz ao referido poste, entra em contacto com o C. Vinhal e pede-lhe para ele tratar o assunto pois o mesmo tinha um certo melindre, o C. Vinhal entra em contacto comigo e pede-me só mais um dia para que o poste seja publicado.
mas a grande razão do esquecimento foi o amontoado de correspondência durante as férias.
Um alfa bravo Colaço
Caro Belarmino,
Caros leitores destes pedaços de prosas ...
Parafraseando o já desaparecido Vitorino Nemésio, dar erros ortográficos não é para todos ! É preciso saber dá-los !
Pois eu também soube dar uma verdadeira patacuada na gramática no meu comentário acima, ao dar a entender que punha o "jugo" nos editores ( salvo seja ) quando o que eu queria era referir-me ao "jogo".
Eis a frase maléfica :
"Não conheço mais nenhum mas não preciso de conhecer para assumir que os editores jamais jugariam sujo na questão da selecção dos nossos textos".
Reposta a verdade, vamos à vida !
Abraços,
António Matos
Belarmino
Bem sei(passa-se comigo),que quando mandamos um texto para edição,se fica ansioso que ele apareça escarrapachado no blogue nesse mesmo minuto ou de preferência até, antes (força de expressão)!!
Até ele aparecer vai-se vinte e sete vezes por dia consultar o dito e quando os dias vão passando o desalento vai surgindo e fica-se a pensar no porque da não publicação. Aí ,a meu ver há três caminhos :
- mandamos o blogue às urtigas, sem mais ;
- pomos a boca no trombone e expressamos a nossa crítica, sem ofensas ,o que é salutar e o blogue permite;
- entramos em contacto com o nosso editor a saber do porquê.
A meu ver tu enquadraste-te na segunda opção, e com certeza fez-te bem.
Só acho que foste um pouco(?) agressivo com o Carlos Vinhal, sem razão e como "quem não se sente não é filho de boa gente",lá diz o ditado, tiveste direito a resposta do próprio, esclarecendo-te com as palavras e com a Alma.
Não te conheço nem ao Carlos, pessoalmente, mas uma coisa é certa: como eu, não gostais de coisas "encoiradas",como costumo dizer e assim ,há que esclarecê-las o mais rápido possível como fizeram, não dando azo a situações tipo a do Barbeiro (comentário do Colaço).
Posto isto Belarmino, fico à espera dos teus escritos ,de que gosto
Ao C Vinhal um OBRIGADO pelo esforço, independência e justeza no seu trabalho para a Tabanca, extensivo ao Luís e Briote
Um abraço
Luis Faria
Carlos Vinhal, tenho para mim a validade daquele dito "quem não se sente não é filho de boa gente... ".
Acho, portanto, humana a tua reacção de defesa face ao desabafo do Belarmino.
Permite-me, no entanto, e porque falo com o coração na ponta da língua, que a ache demasiado empolgada quando de ti, timoneiro na ausência do comandante, esperava que argumentasses com a serenidade que a competência da edição deste blogue te é reconhecida !
Sei e reconheço o trabalho verdadeiramente hercúleo que te é exigido para manteres o blogue com a dinâmica que a sua alimentação e procura exigem.
Aplaudo-te pelo profissionalismo com que o fazes.
Lanço os meus alfarreás para um uníssono PARABÉNS !
Mas peço-te que contemporizes com a normal e também humana vontade de vermos publicados os nossos textos no minuto seguinte ao respectivo envio !
Não me pareceria mal que qualquer um de vocês ( Belarmino ou tu, Carlos Vinhal ) desse o pontapé de saída para o "desanuviamento" da situação criada.
Abraços,
António Matos
Olá Carlos Vinhal,
Depois de ler com atenção o teu comentário neste post, vou enviar-te directamente um mail onde irás encontrar:
a) uma cópia da mensagem que enviei em 10/04 para o endereço da Tabanca, com o pedido de admissão [e, podes crer, não estou a considerar que haja demora da vossa parte, até porque apenas passaram 7 dias, e porque também ententendo o trabalho que tendes com a actualização deste blogue e o esforço pessoal que vos é exigido];
b) a oferta da minha disponibilidade para te ajudar no teu trabalho de edição ou outro que entenderes, até por que moramos relativamente perto um do outro.
Abraço.
Fernando Oliveira
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