1. O nosso Camarada José Marques Ferreira, que foi Sold. Apontador de Armas Pesadas da CCAÇ 462, Ingoré 1963/65, enviou-nos com data de 02 de Agosto de 2009, mais uma curiosa estória:
Caros Camaradas e Tertulianos;
As minhas estórias têm sido simples, sem “suspense” algum e sem pretensão de querer tirar o sono, ou relembrar macabras e catastróficas situações. Nada disso. A minha guerra foi outra, como aqui já disse.
Hoje a estória é sobre:
Rádio voz da liberdade também mentia!
Ingoré.
A primeira companhia a utilizar um território bem definido e delimitado na Guiné, mas demasiado extenso para tão pouca gente, foi a minha CCAÇ 462.
Muito agradeço ao camarada que fez uma lista das companhias, que passaram por Mansoa, onde a CCAÇ 462 está incluída, ao tempo - 1963-1965 –, por ter ido substituir, naquela localidade, uma secção.
Caros Camaradas e Tertulianos;
As minhas estórias têm sido simples, sem “suspense” algum e sem pretensão de querer tirar o sono, ou relembrar macabras e catastróficas situações. Nada disso. A minha guerra foi outra, como aqui já disse.
Hoje a estória é sobre:
Rádio voz da liberdade também mentia!
Ingoré.
A primeira companhia a utilizar um território bem definido e delimitado na Guiné, mas demasiado extenso para tão pouca gente, foi a minha CCAÇ 462.
Muito agradeço ao camarada que fez uma lista das companhias, que passaram por Mansoa, onde a CCAÇ 462 está incluída, ao tempo - 1963-1965 –, por ter ido substituir, naquela localidade, uma secção.
Não havia lá nada, nem sequer as condições mínimas e indispensáveis para podermos sobreviver. Tudo teve que ser construído de raiz, a partir do… zero.
Mas a história que vos quero contar não é sobre este assunto, que apenas serviu para um pequeno intróito afim de lembrar aos meus caros camaradas, aquilo que foi dito nas minhas estórias anteriores.
Como militares, tínhamos sempre (e de que maneira diga-se) a guarda montada, em estratégicos postos de vigia, principalmente durante os períodos nocturnos.
Nesses períodos de vigia, para poder fazer “andar” os ponteiros dos relógios mais rapidamente, levávamos o nosso “receptor” (transístor – pequeno rádio -, que funcionava a pilhas), que se vendia às “carradas” na Guiné, geralmente da marca Hitachi.
Como eu sabia, antes de embarcar, da existência de uma emissora do IN – A voz da liberdade -, que emitia propaganda contra o regime de Salazar/Caetano, assim que as oportunidades surgiam, também eu a escutava, por motivos lógicos e óbvios sem levantar suspeitas, através de um auscultador (já usado naquela época), nos meus períodos de sentinela, nos tais postos de vigia.
Era por demais conhecida uma das vozes de “trovão” e determinada de um homem, chamado Manuel Alegre, na sua identificação mais abreviada, que por sinal era meu conterrâneo de concelho, e eu lá o ia ouvindo nas suas emissões a partir de Argel.
É claro que já não me lembro da maior parte do conteúdo, daquilo que ele ia dizendo nas suas emissões, mas há uma passagem naqueles anos idos de 63-65, em que ele noticiou um “facto” passado na Guiné, relativamente perto do local onde eu estava, de tal forma bombástico e terrível, que dificilmente esquecerei.
Dizia Manuel Alegre então numa das suas locuções que, dias antes na estrada Bula-Bigene-Bissorã, o PAIGC teria desencadeado forte ataque «ao exército colonial e do regime fascista» (era mais ou menos assim a sua definição), numa emboscada às NT, que provocou cerca de uma centena de mortes entre os nossos militares, entre outras “façanhas” menos bombásticas que o nosso pessoal teria também sofrido.
Quando ouvi aquilo, pensei com os meus botões: “Que grande mentira”. Mas, como estava ali sozinho e não podia desvendar o que acabava de ouvir naquela estação de rádio, por palavras do Manuel Alegre. Ainda por cima, havia muito pouco tempo em que eu tinha estado nas redondezas do local da noticiada mortandade, na mencionada estrada, e nada me constou acerca da anunciada “chacina” e da respectiva “operação” dos guerrilheiros IN.
Quero com isto dizer que se do nosso lado as coisas eram publicitadas e apresentadas da forma que mais convinha, do outro lado também se mentia sem despudor… se é que na guerra, mesmo daquele tipo, fosse obrigatório existir qualquer pudor…
O que era preciso, era impressionar e… desmotivar a outra banda.
E aí meus amigos, valia tudo!
Para todos um abraço,
J.M. Ferreira
Foto: © José Marques Ferreira (2009). Direitos reservados.
____________
Nota de M.R.:
(*) Vd. último poste da série em:
Mas a história que vos quero contar não é sobre este assunto, que apenas serviu para um pequeno intróito afim de lembrar aos meus caros camaradas, aquilo que foi dito nas minhas estórias anteriores.
Como militares, tínhamos sempre (e de que maneira diga-se) a guarda montada, em estratégicos postos de vigia, principalmente durante os períodos nocturnos.
Nesses períodos de vigia, para poder fazer “andar” os ponteiros dos relógios mais rapidamente, levávamos o nosso “receptor” (transístor – pequeno rádio -, que funcionava a pilhas), que se vendia às “carradas” na Guiné, geralmente da marca Hitachi.
Como eu sabia, antes de embarcar, da existência de uma emissora do IN – A voz da liberdade -, que emitia propaganda contra o regime de Salazar/Caetano, assim que as oportunidades surgiam, também eu a escutava, por motivos lógicos e óbvios sem levantar suspeitas, através de um auscultador (já usado naquela época), nos meus períodos de sentinela, nos tais postos de vigia.
Era por demais conhecida uma das vozes de “trovão” e determinada de um homem, chamado Manuel Alegre, na sua identificação mais abreviada, que por sinal era meu conterrâneo de concelho, e eu lá o ia ouvindo nas suas emissões a partir de Argel.
É claro que já não me lembro da maior parte do conteúdo, daquilo que ele ia dizendo nas suas emissões, mas há uma passagem naqueles anos idos de 63-65, em que ele noticiou um “facto” passado na Guiné, relativamente perto do local onde eu estava, de tal forma bombástico e terrível, que dificilmente esquecerei.
Dizia Manuel Alegre então numa das suas locuções que, dias antes na estrada Bula-Bigene-Bissorã, o PAIGC teria desencadeado forte ataque «ao exército colonial e do regime fascista» (era mais ou menos assim a sua definição), numa emboscada às NT, que provocou cerca de uma centena de mortes entre os nossos militares, entre outras “façanhas” menos bombásticas que o nosso pessoal teria também sofrido.
Quando ouvi aquilo, pensei com os meus botões: “Que grande mentira”. Mas, como estava ali sozinho e não podia desvendar o que acabava de ouvir naquela estação de rádio, por palavras do Manuel Alegre. Ainda por cima, havia muito pouco tempo em que eu tinha estado nas redondezas do local da noticiada mortandade, na mencionada estrada, e nada me constou acerca da anunciada “chacina” e da respectiva “operação” dos guerrilheiros IN.
Quero com isto dizer que se do nosso lado as coisas eram publicitadas e apresentadas da forma que mais convinha, do outro lado também se mentia sem despudor… se é que na guerra, mesmo daquele tipo, fosse obrigatório existir qualquer pudor…
O que era preciso, era impressionar e… desmotivar a outra banda.
E aí meus amigos, valia tudo!
Para todos um abraço,
J.M. Ferreira
Foto: © José Marques Ferreira (2009). Direitos reservados.
____________
Nota de M.R.:
(*) Vd. último poste da série em:
26 de Julho de 2009 > Guiné 63/74 - P4743: Estórias avulsas (46): O dia em que o Pinto piou (Vasco Joaquim)
25 comentários:
Poucas vezes se tem mencionado o nome daqueles que por serem contra os políticos que nos governavam, "pegaram em armas" e se puseram ao lado do nosso IN.
Hoje, não assistimos a poetas e escritores ingleses a tecer loas aos talibans do afeganistão, numa guerra estúpida, como todas as guerras, embora muita gente seja contra aquele fiasco.
Mas cada povo é o que é!
José M. Ferreira, parabens pelo post. e pela originalidade.
Antº Rosinha
Em qualquer guerra, a primeira vítima é sempre a verdade. Custa-me a entender porque é que, ainda hoje, a (des)informação dos meios políticos e militares nacionais de então são tidos por muitos patriotas como indecorosa propaganda fascista, enquanto as mais depudoradas e incoerentes mentirolas do IN, são tratadas (dogmaticamente)como verdades incontestáveis.
Porca miséria!
Cheguei há pouco da apresentação do livro:
"Ficheiros secretos da descolonização de Angola" de Leonor Figueiredo.
Quero ver se consigo escrever sobre este assunto, e aqueles que abandoná-mos na Guiné.
Há ainda muita gente responsável do que foi e não foi feito!
Há muita gente bem instalada económica e policamente que será o mesmo.
O Santos Oliveira não citando os nomes, falou de coisas semelhantes.
Será que agora terei de reconhecer a vergonha de ser Português?
Assumo!
Venha a história gloriosa do soldado Português e a queda do Império!
Tenhamos também coragem de assumir a nossa responsabilidade na vergonhosa descolonização.
Agora estou com o Alfa nan Cabo e com o Gibi Badé. Alguem que esteja com os Comandos e quem os aldrabou.
Mário Fitas
CARO ZÉ FERREIRA,
ESTE É O PAÍS DE QUE ME ENVERGONHO.
O DESERTOR,TRAIDOR,QUE EM QUALQUER PAÍS DO MUNDO, INDEPENDENTEMENTE DO REGÍMEN POLÍTICO, SERIA JULGADO E CONDENADO PELO ASQUEROSO ACTO CONTINUADO DE TRAIÇÃO, AO BANDEAR-SE PARA O LADO DO INIMIGO ,REGRESSOU PARA MAMAR NA TETA DA PORCA, QUE BORDALO TÃO BEM PARODIOU...
DEIXOU AGORA A MAMADEIRA AO FIM DE TRINTA E QUATRO ANOS PREPARANDO O ASSALTO`A UMA TETA MAIOR,A DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA.
CABE-NOS A NÓS, QUE DEMOS O CORPO AO MANIFESTO, EVITAR QUE ALCANCE ESSE OBJECTIVO.
SERIA O CÚMULO DOS CÚMULOS!!!
FOI BOM QUE TENHAS COLOCADO A NÚ NESTE TEU POSTE,A SEM VERGONHICE DESSE INDIVÍDUO,DESSE CRÁPULA.
PARABÉNS POR TERES TIDO A CORAGEM DE O FAZER,É QUE NESTE "PORTUGAL
INVERTIDO" A MEDIOCRIDADE É PODER E OS TRAIDORES SÃO LOUVADOS RECEBENDO ALTOS CARGOS PÚBLICOS E INÚMERAS PREBENDAS PELOS SEUS ASQUEROSOS ACTOS...
URGE PÔR UM FIM A ESTE ESTADO DE COISAS.
UM ABRAÇO
MANUEL MAIA
Caro José M. Ferreira
A história é interessante e as conclusões/motivações que referes são efectivamente essas, pois era (é) exactamente esse o objectivo da propaganda: desmoralizar o adversário (ou inimigo, para quem preferir...) com a finalidade de obter daí os devidos dividendos.
E quase sempre a "contabilidade" não está certa.
Quem não se lembra (pelo menos de ouvir falar ou mesmo de filmes) de durante a 2ª GG tanto os "Aliados" como o "Eixo" encherem os seus programas de rádio com as inúmeras vitórias do seu lado e as estrondosas derrotas do lado contrário?
E o efeito perverso duma extraordinária canção chamada "Lill Marlene"?
Durante o "nosso tempo" o poder em Portugal procurava menorizar as acções dos adversários, reduzi-los a bandos terroristas manobrados do exterior manipulados sabe-se lá por quem e a soldo de estrangeiros. As nossas acções eram um constante e cada vez maior rol de êxitos; os "turras" estavam cada vez mais reduzidos à sua insignificância (então um bocado incoerente com a necessidade de se manter um esforço de guerra cada vez maior...).
É claro que do "outro lado" a receita era a mesma. Quando ouvíamos a "Maria Turra" podíamos sempre desdizer o que lá se afirmava por manifesto exagero ou mesmo até por rotunda falsidade.
Portanto, até aqui, tudo certo!
Lembro-me bem das inúmeras vezes que, eu próprio, coloquei "no ar" um programa de contra-informação que começava assim: "ici la voix livre du peuple de Guinée, radiodifusion du Front de Liberation de la République de Guinée...".
O que já não percebo muito bem é a afirmação que fizeste de que "como eu sabia, antes de embarcar, da existência de uma emissora do IN – A voz da liberdade -, que emitia propaganda contra o regime de Salazar/Caetano...".
Que, eventualmente, as notícias dessa "Rádio Voz da Liberdade" também pudessem servir os interesses do IN, parece lógico, mas dizer que tal emissora "era do IN" é muito forçado.
Dava informações e insistia na necessidade de haver mudança política em Portugal, procurando mobilizar os portugueses para essa mudança.
Sabe-se que a "questão colonial" tornou-se decisiva em Portugal. Fez recentemente anos que o então primeiro-ministro Salazar "caiu da cadeira" e a questão da sua substituição pelo prof. Marcelo Caetano não foi nada consensual no seio do poder então vigente, por causa da "questão colonial" precisamente.
Portanto, acho que o artigo e o tema, bem como as considerações, parecem-me correctas, mas já não concordo com o ponto de vista que coloca a "Rádio Voz da Liberdade" como sendo "do IN". Também sei que Manuel Alegre, que foi militar em Angola, era o locutor de serviço, mas igualmente me parece forçado dizer que os textos, responsabilidade da entidade emissora, são exclusivamente da sua autoria. É perigoso esse tipo de afirmações, até porque nestes tempos que agora vão correndo, não faltarão vozes a exigir cruxifição...
Um abraço
Hélder S.
A voz da liberdade também mentia!
Dou dois exemplos ambos do teu tempo e do meu 1964.
Primeiro: O tenente Auster Lindo Gaspar Dias era quem gravava as mensagens de Natal para serem apresentadas na RTP, foi fazer esse serviço a Cabedu ao levantar vou a avioneta creio que era uma DO roçou numa palmeira não se sabe porque motivo, ao cair incendiou e rebentamentos dos explosivos que tripulação usava para defesa pessoal, resultado toda a tripulação faleceu.
Nos noticiários do dia seguinte na voz da liberdade, os soldados do povo tinham abatido na zona de Cabedu um avião militar colonialista e a consequente morte do piloto.
Em 16 de Novembro atacaram o Quartel do Cachil, no dia seguinte as noticias da voz da liberdade diziam que o quartel do Cachil tinha sido totalmente destruído e os seus ocupantes dizimados, pela palavra usada de certeza que havia muitos prisioneiros.
Além do ataque ter sido forte, na nossa parte não houve feridos nem mortos.
Já do lado do inimigo pelo menos um foi encontrado morto com a sua Klasc. ao lado e vestígios de muito sangue na mata.
Um alfa bravo Colaço.
Não me movem particulares simpatias por Manuel Alegre para o vir defender do seu passado enquanto desertor e elemento activo da psico inimiga.
Nem ele precisa dos meus bons ofícios !
Feita esta declaração de interesses, e reconhecendo uma vez mais a tendência com que este blog está para a vitimização em vez de ser dinamizador duma força viva que congregue esforços que nos catapulte internacionalmente como país que conseguiu acabar com uma guerra e que mantém ainda hoje a soberba civilidade que o une aos africanos e a África, não posso deixar de fazer eco das palavras do Hélder Valério no comentário que antecede este meu.
A guerra é apenas a ausência da paz.
Os tempos modernos, porém , parecem querer demonstrar o contrário isto é, a paz é apenas a ausência da guerra mas o período de tempo que aqui vimos testemunhar é aquele e não este.
A excepcionalidade da convulsão tem, obrigatoriamente, que nos dar a capacidade de a entendermos para podermos, à posteriori, servir proactivamente um desígnio que se espera.
Este país que reabilitou e fez as pazes com a Drª Isabel do Carmo;
Que dedicou catadupas de páginas ao assaltante ( na altura denominado de terrorista ) Palma Inácio;
Que de vez em quando vai condecorando Otelo;
Que mantém ( ainda que reduzido a uma existência rasteira ) Rosa Coutinho;
Que condecora Vasco Lourenço;
Que exorta os inimigos,
não terá nos seus ex combatentes da Guiné quem não aceite apelidar Manuel Alegre de crápula ?
Manuel Maia, sou dos que aprecio a tua capacidade poética e a frontalidade com que abraças as tuas causas mas neste caso considero que te excedeste na adjectivação.
E sabes uma coisa ? O que diria eu da Maria Turra que passado mais de 1 ano duma emboscada que o meu grupo de combate teve na estrada Bula-S.Vicente ( eu estava internado no Hospital como já referenciei mais do que uma vez neste blog ) ainda dava largas aos microfones da emissora deles ao alarve ronco de que o alferes Matos tinha sido uma das vítimas mortais daquele acidente ?
Sabes quem era o alferes Matos ?
Eu !
O Manuel Maia,não conheço,aparece
nos comentários sempre a "berrar"
(significado daquela escrita em
maiúsculas)e hoje vem contar, como
verdadeira,a versão da PIDE sobre o
M.Alegre.O Maia deve saber que o
dito político não foi desertor,já
há dias o tinha afirmado num outro
comentário,na altura deixei passar
porque evito polémicas que nada
têm a ver com o blogue,mas hoje
encheu-me o saco.Parece-me ter lido
ser o Maia licenciado em História,
se for verdade,mais grave é a
afirmação que produz,pois trata-se
como disse,de uma história veiculada pela PIDE.O Alegre foi
AlfMil em Angola,era contra a
guerra,juntamente com outros militares,incluindo alguns oficiais
superiores,tentaram uma revolta
militar em Luanda que falhou,foram
presos.A PIDE transformou-o em
"desertor"e trouxe-o preso para a
"Metrópole"fixando-lhe residência
em Coimbra,sem poder frequentar a
Universidade,dentre outras medidas
de coacção.Resolveu abandonar o
País,partindo para Argel,onde foi
uma das vozes da Voz da Liberdade,
rádio da FPLN,não do IN como vem
no post.Acrescento que conheci,em
2005,vários militares que foram
comandados,em combate,pelo Manuel
Alegre,e também lembro que o almoço
da Campanha Eleitoral,em Coimbra,
foi na Liga dos Combatentes.Faço
uma pergunta:será que fazia lá o
almoço,sendo desertor?e será que
o Gen.Chito Rodrigues o permitia?
Nunca pensei ter que escrever um
comentário destes aqui no blogue,
mas a mentira da PIDE,que alguns
ainda divulgam como verdade,a isso
me obrigou.
P.Santiago
Calma camaradas ex-combatentes (ou combatentes ?) !
O nosso (com licença dos editores) blogue não deve ser "sujo" com politização ou futebolização dos conteúdos, sob pena de se perder a essência do seu objectivo.
Bem sei que custa àqueles que como eu que fizeram a guerra com convição do que estavam a fazer (uma minoria é certo) e ainda hoje se orgulham do dever cumprido, pensar que havia quem de entre nós tudo fazia para nos sabotar por ser contra o regime, contudo não acredito que entre eles houvesse quem rejubilasse com as nossas mortes (se calhar ingenuidade a minha).
Saudações
J.C.Branco
Camaradas,
Junto-me ao Helder no seu comentário.
Abraços
J.Dinis
Meus caros camarigos
Parece-me que no “meio é que está a virtude”, ou seja, nem será versão da PIDE, mas também não será a versão “oficial” referida pelo meu querido amigo Paulo.
O facto de o almoço ser na Liga dos Combatentes nada significa e nós sabemos isso muito bem. O politicamente correcto tomou conta de tudo.
A rádio “liberdade” não seria do IN mas fazia a apologia do IN e como tal estava mais perto do IN do que das Forças Armadas Portuguesas às quais pertencíamos.
Os insucessos das nossas forças eram-lhes agradáveis e disso não há dúvidas.
Quanto à rádio do PAIGC é lógico que dizia mentiras, aliás basta ver os “jornais” que o Magalhães Ribeiro tem colocado na Tabanca para se aferir isso.
Segundo me disseram alguns soldados meus guineenses, eu próprio fui morto várias vezes!
Era a propaganda que obviamente nós também fazíamos!
Mas desculpem-me o desabafo, para falarmos destas coisas da rádio “liberdade” e outras era preciso entrar na politica e eu meus camarigos quero que a politica se lixe, para ser “bem educadinho”.
Abraço camarigo a todos
Escrevi!
Porquê?
Li e ouvi muito e vi alguma coisa infelizmente.
Meus amigos, pois o sois e considero. O problema é mais profundo, e o efeito moral pode tornar-se em desastre. É mentira?
Há efeitos culaterais terriveis!
Haja contenção na forma dizer as coisas é verdade. Mas analise-se os tais efeitos que alguns desastres causados já foram comentados.
Fiz o meu primeiro comentário baseado numa verdade cruel, e que aconselhava a que fosse analisada.
Para além da nuita escrita que há, mostrando o que nós deixámos e procuramos concertar (NÓS).
Porque muitos não!
Leiam "Ficheiros Scretos da Descolonização de Angola" de Leonor Figueiredo
E se algum nosso irmão negro se lembrasse de escrever e investigar onde estava o seu pai que tinha sido militar Português na Guiné-Bissau?
Gostaria de ver o resultado.
Sejamos claros! Não vou falar em nomes, mas que eles existem, existem!
Aqui na Tabanca muitas vezes estamos a tapar buracos feitos por quem não deseja a nossa existência, porque se dá direito à verdade!
Tens razão Joaquim Mexia Alves!
Um abraço do tamanho do Cumbijã
para toda a Tabanca,
Mário Fitas
José Marques não podes pôr essa afirmação de que a VOZ DA LIBERDADE também mentia, eu também a ouvia á socapa na minha oficina com mais alguns colegas de confiança, tu não podes pôr em causa a Emissora só porque um revolucionário de algibeira mentia, tu és da terra dele mas eu lidei com ele e sei o que é e o que foi em Argel a boa vida que levava,não me adianto mais, ainda tenho um nó na garganta quando falo dessa pessoa.
UM ABRAÇO AMIGO
José Marques Ferreira, mexeste efectivamente num tabú.
Antº Rosinha
Amilcar Ventura
Ao ler o teu comentário,até pensei
que tivesses estado em Argel,depois
verifiquei a impossibilidade,em 73/
74 estavas na Guiné,mas para o caso
vai dar ao mesmo.A tua dialética é
conhecida,em Argel,o Alegre era um
revolucionário de algibeira,
querendo tu dizer,mas não dizes,os
bons,os revolucionários eram o
Pedro Ramos de Almeida e o Pedro
Soares, ou seja,os representantes
do PCP.Só faltava esta...
não é mania da perseguição,mas o certo é que esta é já a terceira vez que tento escrever e de repente,tudo desaparece...
sou persistente, e como analfabeto tecnológico,vou atribuir isso à minha falta de conhecimentos técnicos...
como já terão reparado,estou a escrever sempre em minúsculas,mau grado a minha dificuldade de visão,mas penso que dessa forma não voltarei a ser acusado pelo paulo santiago de estar a berrar...
trata-se de uma estranha extrapolação,aliás é já a segunda.
antes houve uma outra ainda mais descabida e falha de bom senso gizada por outro camarada...
entende o matos que me excedi na adjectivação a manuel alegre.
diz que o país reabilitou a drª isabel do carmo(é certo);dá-nos conta da catadupa de páginas de imprensa reportando-se ao assaltante palma inácio recentemente desaparecido;
refere que mantém()ainda que
reduzido a uma existência rasteira rosa coutinho;condecora vasco lourenço; que exorta os seus
inimigos,não terá nos seus ex-combatentesda guiné quem não aceite apelidar manuel alegre de crápula?
Admito que possa retirar o crápula mas certamente terei dificuldade,consultando o lello &irmão ou o tomás de figueiredo, em suavizar aquilo que me vai cá dentro...
o país exorta inimigos.
é aí que reside o busílis da questão.
sinto-me a mais neste país que me envergonha antónio.
este país que minoriza o crime mesmo o de alta traição;esta país que entende o roubo como uma inevitabilidade; este país que pactua com os incêndios mesmo sabendo-os quase todos criminosos;
este país governado por gente menor,desonesta e analfabeta como disse torga...
sinto vergonha de ser cúmplice enquanto assistente passivo deste branquear aviltante de situações aberrantes,deste endeusamento bacoco de personagens quase mitificadas, que é capaz de levar as pessoas à irracionalidade comportamental.
sinto vergonha deste país que ainda tantos anos depois da golpada militar, agita o espantalho
do salazarismo ou dos comedores de criancinhas ao pequeno almoço,que glorifica incompetentes e lhes impõe um lugar na história nesta tal história "que a pide não gerou"
mas que tresanda a inverdades marxistas...
e quedo-me por aqui.
um abraço a toda a tabanca
manuel maia
sem querer enveredar pela política
(a política que se lixe, como diz e bem, o mexia alves
Oh Maia,agora com essa tua conversa
de meias palavras,sinto-me ofendido
e de certeza que não me dizes isso
cara a cara.
Sinto-me ofendido porque afirmas
que fui levado a"irracionalidade
comportamental"
Sinto-me ofendido porque defendes
a Pide(segundo tu não gerou
nenhuma história)e eu proclamo
"inverdades marxistas"Esta é
demasiado grave,estás a pôr-me um
rótulo que nunca tive.
Vens falar no "espantalho do
salazarismo ou dos comedores de
criancinhas ao pequeno almoço"...
mas que misturada esta,em que ano
estamos?
Vês mal,escreves os comentários em
maiúsculas,e então os post's,e as
sextilhas?vêm em minúsculas,já não
vês mal? O teu ego anda demasiado
elevado,será melhor baixá-lo.
Para terminar,quando quiseres
atacar-me,insultar-me...faz isso
directamente...não venhas com o
"paleio" enviezado que utilizaste
atrás.
P.Santiago
E eis como um post interessante que nos recordava como as coisas se iam passando durante aqueles anos de guerra, se transforma num caso político de duvidosa clarividência, de desagradáveis picardias ( nomes próprios a começar por minúsculas ? Pelo menos António e Matos levam maiúsculas ! ), de discursos grotescos, de declarações de verdades que o não são, de banalidades que nada acrescentam ao tema, enfim, uma merda !
Resta-me a consolação de o Manuel Maia abdicar do "crápula" pois sempre fica mais um termo aplicável aos que objectivamente nos insultam, não no blog mas na própria TV, apelidando-nos de cobardes bandos acoitados atrás do arame farpado .....
Em psicologia existe muito bem definido o conceito do "adiamento da glorificação" como sendo algo que, ao não ser conseguido, nos consome a vida num torpor gradual que merece aqui referência para que cada um se psicanalise e passe mais tempo a desfrutar da sua existência.
Até lá, caro Manuel Maia, de nada valem lamentações de inócuas consequências nem agastamentos passados a papel sem qualquer alternativa equacionada.
Abraços,
António Matos
Eu bem disse que a merda da politica ia dar nisto!!!
Gaita meus camarigos zanguemo-nos se for preciso por coisas importantes, agora pela politica, pela rádio "liberdade" ou pelo Manuel Alegre, ou pelo Salazar...NÃO!
Abraço camarigo a todos
Camaradas,
Por causa do Manuel Alegre e da ALTA TRAIÇÃO, que este senhor cometia aos microfones da tal radiozeca propagandística do IN?
Lembrem-se que há muita gente neste país… cada vez mais pelo que constato, que pensam que chamar crápula a este “artista”, é... elogiá-lo!
Eu também!
É o que eu penso, pessoalmente, e respeito as ideias de quem pense o contrário!
Magalhães Ribeiro
Calma Camaradas!A Guerra já acabou...Se nos une o termos combatido Lá,há muito que nos
separa e diferencia..Importante
é continuar vivo e Solidário!
Abraço Todos.
Jorge Cabral
Camaradas,
A sucessão de comentários, alguns respondendo a actos impulsivos, como que em defesa da honra própria ou de grupo ideológico, foi além do conteúdo/ideia do post que lhe deu suporte. Mais grave, veio despoletar indignações entre os tabanqueiros que quase passam à lambada e suscitam divisões onde não devia haver lugar para elas, atentando contra os princípios do blogue.
Eu sei que não somos monocórdicos, que existe a liberdade de escolha política e de expressão.
Eu defino-me já, não me revejo no espectro político da actualidade portuguesa. Também sou ateu. Mas não vou achincalhar os simpatizantes dos partidos, que neles votam fielmente em cada referendo, nem os que entram numa igraja para apresentar contas ou pedir ajuda ao seu Deus. Entro em edificios religiosos para apreciar a sua beleza. Não entro nas sedes dos partidos porque não revelam beleza ou arquitectura especiais.
Pode haver alguma manifestação política da nossa parte, quer na proposição de um texto - ainda recentemente me referi a Salazar, quer em comentário a um post. Mas devemos fazê-lo apropriadamente.
O que se escreve, tem uma interpretação distinta do que se diz em cavaqueira, já que nesta situação, a argumentação e contr-argumentação têm outra vivacidade, e só se imprime o amúo da divisória, quando se quer. Na escrita, até podemos interpretar desafios ofensivos onde só pairam generalidades.
Não tenho a veleidade de vos apaziguar, mas espero que, cada um por si, intua as regras básicas do blogue, no sentido de nos merecermos uns aos outros. Também já referi, que tenho usado os mails particulares para esclarecer situações ditadas por comentários em postes, com excelentes resultados, porque com os interlocutores consigo estabelecer mais afinidades do que contrariedades. E parecem-me verdadeiras.
Abraços fraternos
J.Dinis
Caros Camaradas
Lixem-se os Politicos. Acho que nós todos já fomos demasiadamente F... por esta cambada.
O que faltava agora era haver uma disputa entre veteranos da Guiné, por causa das atitudes de certos Políticos.
Guardem é as vossas forças, sabedoria e atitudes para lutar por aquilo que nos é devido e a todos os nossos camaradas
injustiçados.
Um abraço
Mário Pinto
Camaradas,
De forma definitiva,gostaria de esclarecer uma série de questões levantadas durante os comentários a este escrito que já vão em 23...
Conforme afirmei( o Carlos Vinhal tem disso conhecimento de há uns tempos a esta parte),tenho bastantes dificuldades de visão,daí procurar fazer os comentários em letra maiúscula.
Neste último,conforme expliquei,
usei sempre as minúsculas para não voltar a ser acusado de "berrar",pelo Paulo Santiago.
Ao fazê-lo nunca me passou pela cabeça ferir quaisquer susceptibilidades,muito menos do António Matos,a quem reconheço uma qualidade enorme no que à escrita diz respeito, e uma frontalidade digna de encómios que lhe moldou o carácter.
Sempre me pautei por posição similar no que à frontalidade diz respeito,e por isso mesmo,me penitencio aqui perante a tabanca,
para confirmar nunca ter tido intenção de o molestar no tratamento por minúsculas, a ele que merecia precisamente o contrário,dado tratar-se de "homem grande" desta nossa tabanca.
Depois,gostaria de dizer ao Paulo Santiago, que não sou eu a ter um "ego demasiado elevado"...
Nunca defendi a Pide,como afirmas de forma despudorada.
Não uso "paleio" enviezado.
O rótulo que dizes nunca ter tido, no que acredito piamente,quem o colou foste tu próprio e não eu.
Quero ainda dizer-te que sou frontal e não pessoa de meias palavras,pelo que não te admito que duvides da minha afirmação de que tenho dificuldades de visão.
Não ofendi deliberadamente, ninguém,e se há alguém vítima de ofensas neste lamentável incidente,sou eu próprio pelo tom,"de certa forma ameaçador",quando dizes que de certeza não te diria cara a cara o que escrevi...
"Na escrita,até podemos interpretar desafios ofensivos onde só existem generalidades", disse o Zé Dinis, e é assente nesta afirmação que devemos entender as coisas.
Finalmente não poderia concluir este comentário sem pedir desculpas públicas ao Carlos Vinhal,restante equipa e especialmente ao Luis(a gozar merecidas férias)por ter de alguma forma contribuido para esta"guerra verbal" em que se envolveram n "contendores" mas da qual terei sido uma espécie de bode expiatório.
um abraço a toda a tabanca
Manuel Maia
Caros "veteranos de guerra";
"O Desmascaramento dos Traidores"
Considero, eventualmente benevolente, a intervenção do Manuel Maia, reconheçendo-lhe inegável razão. As deslocadas pseudo comunicações de alguns, não passam de uma primária e grosseira provocação.
Não deixa de ser estranho o aparecimento desta corrente defensora do "triste" poeta. Creio que não passará de uma reacção a toda a desonestidade (moral) que hoje impera neste "Nosso" pequeno mundo.
Por meu lado, aqui manifesto a minha maior relutância, se não, mesmo, repugnância, em voltar a referenciar tais personagens.
A democracia é um regime ingénuo, que se deixa enganar por todos quantos rodeados de falsas roupagens democráticas, cinicamente se preparam para a apunhalar!!!
"Durante mais de uma década, o triste poeta, traiu Portugal ao serviço do PCP".
"Portugal tem os policos que merece"
"Os covardes morrem muito antes da sua morte"
Cumprimentos,
Constantino Costa
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