Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
domingo, 31 de janeiro de 2010
Guiné 63/74 - P5736: Armamento (3): A célebre, irritante e temível costureirinha, a pistola-metralhadora PPSH, usada pelo PAIGC (Luís Dias)
Guiné > Zona Leste > Sector de Galomaro > CCAÇ 3491 (1971/74) > "Chegada a Galomaro da CCAÇ 3491 [, pertencente ao BCAÇ 3872,] no dia 9 de Março de 1973. No jipe podemos ver o Alf Luís Dias, atrás o Fur Baptista, do 1º Gr Comb, e ao lado, a sorrir, um guerrilheiro do PAIGC que, no dia anterior, se tinha entregado a uma patrulha nossa na área do Dulombi. A arma é uma Shpagin PPSH 41, no calibre 7,62 mm Tokarev, mais conhecida por "costureirinha" e com a particularidade de ter um carregador curvo de 35 munições, em vez do habitual tambor de 71". (Foto do Luís Dias, reproduzida com a devida vénia, do seu blogue, Histórias da Guiné, 71-74: A CCAÇ 3491, Dulombi.
Foto e legenda: © Luís Dias (2009). Direitos reservados
Guiné > Zona Leste > Sector de Galomaro > CCAÇ 3491 (1971/74) > Elemento do PAIGC, com PPSH-41 (Costureirinha), em Dulombi, Março de 1973.
Foto e legenda: © Luís Dias (2009). Direitos reservados
Guiné > PAIGC > Novembro de 1970 > Um guerrilheiro empunhando uma PPSH (a irritante costureirinha, uma arma temível sobretudo em emboscadas)...
Fonte: © Nordic Africa Institute (NAI) / Foto: Knut Andreasson (com a devida vénia... e a autorização do NAI)
Segundo o nosso especialista de armamento, Luís Dias, "a pistola-metralhadora PPSH-41, concebida por Georgii Shpagin, conhecida pelas nossas forças como a Costureirinha, e pelo PAIGC como a Pachanga, foi uma das PM mais fabricadas no mundo (mais 6 milhões de exemplares), e largamente utilizada pelo exército soviético na IIª Guerra Mundial. No pós-guerra foi usada nos países satélites, na China, Vietname e nos movimentos de libertação africanos" (*).
Características da arma
Tipo: Pistola-metralhadora
País de origem: ex-URSS
Calibre: 7,62 mm, Tipo P
Ano inicial de fabrico: 1941
Alcance eficaz: 200 m
Alcance prático: 25 a 50 m
Peso: 5,45 Kg com tambor de 71 munições; 4,30 Kg com carregador de 35 munições
Comprimento: 843 mm
Munição: 7,62x25 mm Tokarev
Velocidade de saída do projectil: 488 m/s
Alimentação: Tambor de 71 munições ou carregador curvo de 35 munições
Segurança: Através de travamento da culatra na posição recuada ou quando fechada.
FUNCIONAMENTO: Arma de disparo selectivo de tiro (auto ou semi-auto), funcionando por inércia da culatra, através da posição aberta
Cadência de tiro: 900 tpm
_____________
Nota de L.G.:
(*) Vd. último poste da série > 23 de Janeiro de 2010 > Guiné 63/74 – P5690: Armamento (2): Pistolas, Pistolas-Metralhadoras, Espingardas, Espingardas Automáticas e Metralhadoras Ligeiras (Luís Dias)
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3 comentários:
Caro Luís Dias:
Cheguei a usar esporádicamente a PPSH, mas desconhecia que também podia funcionar com um cerregador curvo, em alternativa ao tambor. O grande defeito da arma estaria mesmo relacionado com este, cujo peso execessivo estava na razão directa dos sucessivos encravanços, uma vez que, descendo, dava origem à não apresentação correcta da bala seguinte. Confirmas isto?!...
O facto de seres apontado como conceituado especialista de armamento (penso que as palavras são de um dos editores), fez-me aguçar a curiosidade, pelo que vou seleccionar todas as tuas intervenções em relação ao ssunto, no sentido de aprender mais qualquer coisinha.
Aproveito para referir que, ontem mesmo, visitei, pela primeira vez, o teu blogue ("História da Guiné 71-74 - CCAÇ 3491 - DULOMBI"). Foi uma agradável surpresa e, desde já, te felicito (mais vale tarde....) pela iniciativa e pela qualidade dos conteúdos. Chegaste a publicar a história da tua CCAÇ neste blogue?
Estou a pensar contactar-te, uma vez que também temos em comum o facto de eu ter convivido com o teu batalhão (estive em diligência no Saltinho com a CCAÇ 3490 desde a vossa chegada até final de Out/70).
Um grande abraço,
Mário Migueis
Caro Mario Migueis
Efectivamente é como tu dizes a PPSH41 encravava com regulariedade com o o recurso ao tambor de 71 munições. Durante a IIª GM esta arma equipava o Exército Vermelho e talvez pelo peso do tambor e com o decorrer do tempo houvesse dificuldades na apresentação da munição. Efectuei bastantes disparos com a arma, mas com o carregador curvo de 35 munições e não tive quaisquer interrupções. A arma era muito pesada para uma PM e pouco ergonómica com o tambor. A sua "magia" estaria no seu cantar, devido à sua elevada cadência de disparo.
Nunca coloquei a história da CCAÇ 3491 no nosso blogue "Tabanca Grande", talvez um dia ainda se houver interesse nisso.
Publiquei recentemente no blogue a 1ª parte do armamento das forças portuguesas e do PAIG, na época 71-74.
Podes contactar-me sempre que precisares de algum dado sobre nós ou sobre matéria de armas ligeiras,em que sou uma pessoa "interessada".
Tenciono em breve publicar uma peça sobre o armamento mais pesado (metralhadoras, morteiros, canhões sem recuo).
Obrigado pelas tuas palavras sobre o blogue.
Um grande abraço
Luís Dias
Caro Sr. Luís Dias,
Apenas um apontamento curioso, a propósito da fotografia (que julgo inédita até ter sido publicada no seu "post" sobre a PPSh 41) do jovem elemento do PAIGC: o padrão camuflado do uniforme que ele enverga é checoslovaco. Desenhado originalmente para as florestas de folha caduca da Europa central, duvido muito da sua eficácia no teatro de operações da Guiné...
Com os melhores cumprimentos,
R. Vieira
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