segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Guiné 63/74 - P5786: Os ex-combatentes sem abrigo não têm acesso ao Lar Militar de Runa (Hugo Guerra)

1. Em mensagem do dia 4 de Fevereiro de 2010, o nosso camarada Hugo Guerra* (ex-Alf Mil, Comandante do Pel Caç Nat 55 e Pel Caç Nat 60, Gandembel, Ponte Balana, Chamarra e S. Domingos, 1968/70, e que hoje é Coronel, DFA, na reforma), enviou-nos este esclarecimento a propósito do poste Guiné 63/74 - P5734: Ser solidário (53): Que muitas Runas se levantem (José Martins) :


Caros Editores e camaradas
Não consegui enviar uma mensagem para o Poste do José Martins sobre o assunto do Lar de Runa e do apoio a camaradas sem-abrigo de modo que, tomo a liberdade de esclarecer alguns pontos que me parecem importantes. Vocês dirão.

O Lar Militar de Runa é uma estrutura do Ministério da Defesa entregue ao IASFA (Instituto de Acção Social das Forças Armadas) fazendo parte do conjunto de Messes desse Instituto e serve exclusivamente para a “Família Militar”. Os Governos estão-se nas tintas para a vontade dos fundadores e dispõem a seu belo prazer ou interesse imediato, de tudo a que podem deitar a mão. Logo, os nossos camaradas sem-abrigo que não podem ser beneficiários, por não serem militares ou DFA’s não têm acesso ao mesmo.

Todavia e, por outro lado, todos podem ser assistidos pela Liga dos Combatentes que em boa hora criou e está a desenvolver no terreno um projecto de apoio a estes camaradas, o qual passa por despistagem e apoio concreto em termos de consultas e alimentação, preparando-se agora para a Criação de Residências Assistidas, tendo até criado uma conta bancária para este efeito.
Tudo isto pode ser visto no site da Liga dos Combatentes pelo que não me alargo com mais explicações.

Só me custa, é ver que quando isto estiver a funcionar em pleno, já estaremos todos a fazer tijolo, passe a expressão, e mais uma vez iremos ver que, de boas vontades está o inferno cheio.

Quero com este arrazoado dizer que, havendo este trabalho a ser desenvolvido não me parece curial estarmos a tomar iniciativas paralelas com eventual desperdício de boas vontades, tempo e dinheiro. Seria talvez mais ajustado apoiar o trabalho já desenvolvido e pressionar, se for o caso, a Liga para dar resposta em tempo útil e as residências não virem a dar resposta a ex-combatentes de uma próxima estúpida guerra.

Hugo Guerra
__________

(*) Vd. poste de 27 de Abril de 2009 > Guiné 63/74 - P4255: Parabéns a você (6): Hugo Guerra, o homem que foi evacuado duas vezes e meia, faz hoje anos (Editores)

10 comentários:

Joaquim Mexia Alves disse...

Mais uma achega para discutirmos na Tabanca do Centro que se quer dedicar ao apoio aos ex-combatentes.

Oh Carlos o que são ex-miliares!!! eheheh

Abraço camarigo

Anónimo disse...

Sem piada , quando dizemos ex-militares não falamos de ex-combatentes.. porque daqueles nem todos o foram -combatentes- entenda-se ;daí a grande diferença, que tenho a certeza o Camarigo Mexia Alves bem sabe.
Peço desculpa
Hugo Guerra

MANUELMAIA disse...

CARO HUGO GUERRA,

ESSA COISA A QUE CHAMAM LIGA DOS COMBATENTES,É ALGO LIGADO AO MINISTÉRIO DA DEFESA, LOGO,HÁ QUE DESCONFIAR...

DEPOIS MISTURAM COMBATENTES FORÇADOS, COMO FOMOS TODOS NA GUERRA DE ÁFRICA,COM MERCENÁRIOS DO AFEGANISTÃO,E DE VÁRIOS PAÍSES DO LESTE EUROPEU QUE P´RA LÁ VÃO VOLUNTÁRIAMENTE.

TAL COMO DIZES,QUANDO TUDO ESTIVER PRONTO,JÁ ESTAREMOS TODOS DO OUTRO LADO...

SE O GOVERNO, COMO DIZES,DEITA A MÃO A TUDO O QUE PODE,COLABORAR COM ELE, SERÁ ENTRAR NA HISTÓRIA DO "CONTO DO VIGÁRIO"...

ERA PRECISO FAZER UMA MEGACONCENTRAÇÃO EM LISBOA PARA ABANAR COM ESSA CORJA TODA.
ABRAÇO
MANUELMAIA

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Para já, saúdo o Higo Guerra, que tem andado arredado do nosso blogue (ou que, pelo menos, não tem se mostrado activo como autor ou comentador). Espero que ele esteja bem de saúde.

Por outro lado, é bom saber que há gente, de entre os camaradas da Guiné, que está de olhos, ouvidos, coração e razão abertos e sensíveis aos problemas sociais e psicossociais de crescentes franjas da população de homens que fizeram a guerra colonial (doença, pobreza, solidão, exclusão social...).

Um Alfa Bravo para todos. Luís

José Marcelino Martins disse...

Prometi, creio que em comentário, fazer um aditamento ao que escrevi sobre os nossos camaradas sem abrigo, que "ocupam" a via publica em Odivelas.

J
a tenho elementos, inclusivé, sobre o seu passado militar. Foram #pares entre pares", ou seja, não foram louvados ou condeciorados, mas não têm castigos averbados.

Voltarei a este assunto, De qualquer forma fica a informação de que os textos que envio para o blogue, vão igualmente para o Presidente da Junta de Odivelas.

Mão deixarei de insistir com este assunto, ainda para mais, hoje, que tomei conhecimento de que um camarada nosso, que tambem passou pela CCAÇ 5, que após ter dado, como todos nós, o melhor que sabia e podia, vive na miséria, apesar de ser figura pública.

Um abraço

José Martins

Joaquim Mexia Alves disse...

Oh meu caro Hugo Guerra

Estava obviamente a brincar com o Carlso Vinhal que escreveu ex-miliares em vez de ex-militares!

Sim, claro que sei a diferença!

Abraço camarigo para ti e para todos

Anónimo disse...

Camarigo Mexia Alves
Não há dúvida que estamos a ficar velhos....Vê bem o que escreveste...
Não há ex-militares mas há ex-combatentes. Raios partam a idade..
Um abraço do
Hugo Guerra
PS- 65 anos farei em Abril e aproveito para dizer ao Luis que felizmente a minha saúde "ça va" com a espondilite anquilosante a marchar, todos os dias.Obrigado pelo cuidado.

Anónimo disse...

Caro Hugo Guerra.

É gratificante constatar que esta questão dos ex-combatentes sem-abrigo, é uma preocupação de um conjunto de camaradas no blogue, o que só enobrece o mesmo.

Percebo as tuas expectativas, mas não concordo com o não “levantar ondas” porque há organismos a fazerem algumas coisas, o defeito será meu concerteza, perdi a capacidade de acreditar.

Porque dizes e bem, quando algo for feito será para outro tipo de “guerreiros” pois nós já cá não estaremos.

A situação degradante e vergonhosa que é haver homens que um dia foram chamados a cumprir um dever para com este País, e que como recompensa vivem como marginais por falta de ajuda a muitos deles, por parte de sucessivos governos que nunca tiveram o mais leve indício de resolver este e outros problemas dos ex-combatentes, é o sinal mais evidente.

Concordo com o Maia, é preciso fazer mais alguma coisa, se nos calarmos é que não resolvemos nada.

José Martins, continua porque esse para já, é o caminho.

Um grande abraço para todos

Manuel Marinho

Joaquim Mexia Alves disse...

Oh camarigo Hugo Guerra, que estamos a ficar velhos disso não há a minima dúvida, mas não entendo esta tua frase:
«Não há dúvida que estamos a ficar velhos....Vê bem o que escreveste...
Não há ex-militares mas há ex-combatentes. Raios partam a idade..»

Onde é que escrevi isto?

Também não é importante!
Importante é realmente ajudar os nossos camaradas ex-combatentes que precisam de apoio.

Abraço camarigo

Anónimo disse...

Caros Maia e Manuel Marinho:
É preciso MESMO levantar ondas!Nós, DFA´s se conseguimos alguma coisa, foi com isso.
Mas....quando se fala em levantar ondas...há logo quem as procure apagar/baixar.
Pensem nisso.
Luis Nabais