Guiné > Zona leste >Sector L1 > CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71) > Um coluna logística ao Xitole... O pessoal fazendo uma paragem na Ponte dos Fulas, destacamento do Xitole.
Foto: © Arlindo Teixeira Roda (2010) & Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.
1. Continuação da série A Minha CCAÇ 12, por Luís Graça (,foto à esquerda, ex-Fur Mil Ap Arm Pes Inf] (*).
Resumo (1): A CCAÇ 12, composta por quadros e especialistas metropolitanos, chegados à Guiné em finais de Maio de 1969 (CCAÇ 2590), e por soldados africanos, praticamente todos oriundos do chão fula que tinham feito a sua instrução básica e de especialidade em Contuboel, é dada como operacional, a partir de 18 de Julho de 1969, sendo colocada em Bambadinca (Sector L1), como unidade de intervenção, ficando pronta a actuar às ordens de qualquer um dos sectores da Zona Leste da Guiné (em especial dos Sectores L1, L3 e L5).
Durante a sua primeira comissão (1969/71), actou sobretudo no Sector L1 (Bambadinca, correspondente ao triângulo Bambadinca-Xime-Xitole, mas incluindo também, a norte do Rio Geba, os regulados do Enxalé e do Cuor onde começava o famoso corredor do Morès...). A CCAÇ 12 foi uma das primeiras unidades da nova força africana, criada por Spínola.
No subsector de Galamaro (Sector L3) a CCAÇ 12 tem o seu baptismo de fogo e os seus primeiros feridos graves, a 24 de Julho de 1969, em Madina Xaquili. Nos meses seguintes, em plena época da chuva, irá ter uma intensa actividade operacional. Em Setembro, no decurso da Op Pato Rufia (assalto a uma acampamento avançado do IN na zona da Ponta do Inglês), a CCAÇ 12 irá sofrer o seu primeiro morto.
No texto a seguir relata-se a actividade operacional relativa ao mês de Agosto de 1969, donde se destaca a Op Nada Consta, com forças da CART 2339 (subunidade de quadrícula de Mansambo, pertencente ao BCAÇ 2852, 1968/70), o Pel Caç Nat 53 e tropas pára-quedistas do BCP 12 (ao serviço do COP 7, Bafatá), no decurso da qual é feito um prisioneiro, Malan Mané, e ferido gravemente o comandante Mamadu Indjai, entre outras baixas. (**)
Agosto de 1969: Op Nada Consta, operação conjunta da CCAÇ 12 com forças pára-quedistas do BCP 12 (Galomaro), o Pel Caç Nat 53 (Bambadinca) e a CART 2339 (Mansambo)
Candamã, tabanca fula em autodefesa do regulado do Corubal, é atacada durante mais de duas horas até ao amanhecer do 30 de Julho. Esse brutal ataque (o PAIGC utilizou um bigrupo e armamento pesado) surgiu na sequência do recrudescimento da actividade IN no tradicional triângulo Xime-Bambadinca-Xitole, após a Op Lança Afiada.
Nesta operação que se realizou, de 8 a 18 de Março último, a nível de agrupamento, estiveram empenhados 1.300 homens (incluindo milícias e carregadores civis), tendo as NT penetrado em santuários do IN, como a mata do Fiofioli.
Nesta operação que se realizou, de 8 a 18 de Março último, a nível de agrupamento, estiveram empenhados 1.300 homens (incluindo milícias e carregadores civis), tendo as NT penetrado em santuários do IN, como a mata do Fiofioli.
Embora desarticulado o seu dispositivo na área compreendida entre a linha geral Xime-Mansambo-Xitole e a margem direita do Rio Corubal, o IN não deixaria, no entanto, de desencadear um ou dois meses depois uma série de acções de guerrilha que culminariam com um ataque, em força, ao aquartelamento de Bambadinca, na noite de 28 de Maio de 1969.
Só no subsector de Mansambo, o IN tinha até então montado 2 emboscadas (1 com mina comandada) às NT, flagelado 5 vezes o aquartelamento de Mansambo e atacado em força o destacamento de milícias de Moricanhe (retirado a seguir).
Só no subsector de Mansambo, o IN tinha até então montado 2 emboscadas (1 com mina comandada) às NT, flagelado 5 vezes o aquartelamento de Mansambo e atacado em força o destacamento de milícias de Moricanhe (retirado a seguir).
Desta vez (isto é, com o ataque a Candamã, a 30 de Julho), tudo indicava que o IN se tinha instalado no regulado do Corubal, dispondo para o efeito duma cadeia de acampamentos temporários (barracas) que lhe dava ligação às suas bases mais recuadas, junto ao Rio Corubal (Galo Corubal, Mina/Fiofioli, Mangai, Ponta Luís Dias... vd. cartas do Xime, Xitole e Fulacunda).
O triângulo Bambadinca-Xime-Xitole. Pormenor do mapa do Sector L1.
Infogravura: © Luís Graça (2005). Todos os direitos reservados
A missão da CCAÇ 12 era, portanto, detectar o IN. Assim, a 2 de Agosto, 3 Gr Comb (1º, 3º e 4º) voltam a Candamã para um patrulhamento ofensivo na região de Camará. Estava-se então no auge das chuvas, o que tornava muito difícil a detecção de vestígios humanos no mato. Descobriu-se, no entanto, o trilho que o IN utilizara na retirada do ataque à tabanca de Candamã, dias antes, e que ia dar a região de Galo Corubal / Biro (Op Guita I).
Foto: © Luís Graça (2005) / Blogue Lúís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados.
A 4 de Agosto, efectua-se a Op Belo Dia em que participa o 2º Cr Comb com forças da CART 2339, de Mansambo (Destacamento A), para abertura do itinerário Mansambo-Xitole, interdito deste Novembro de 1968, altura em que uma coluna logística do BCAÇ 2852 sofrera 2 emboscadas (a primeira com mina comandada) no regresso a Bambadinca, a cerca de 2 km da Ponte dos Fulas, tendo prosseguido com apoio aéreo.
Na Op Belo Dia, não foram encontradas minas nem abatizes mas o IN emboscou 1 Gr Comb do Dest B (Xitole) na Ponte dos Fulas quando estava a reabastecer-se de água.
Entretanto, de 5 a 17 de Agosto, o 4º Gr Comb foi reforçar o Sector L2, sendo destacada 1 secção para Saré Gana e 2 para Sare Banda (subsector de Geba). Dias antes o IN fizera um ataque malogrado à tabanca em autodefesa de Sinchã Sutù.
A 6 de Agosto, 2 Gr Comb levam a efeito uma batida conjugada com emboscada na região de Candamã, não tendo encontrado quaisquer vestígios (Op Gungadim). Porém a 11, numa nova batida efectuada pelo 3º Gr Comb e e Pel Rec Inf da CCS/BCAÇ 2852 detectaram-se sinais muitos recentes do IN. De regresso a Candamã, as NT foram flageladas à distância com morteiro 60 e LGFog (, Lança-granadas-foguetes), da direcção de Camará (Op Gancho).
A 12, a CCAÇ 12 realiza a Op Gancho II. E a 15, a Op Gancho III, juntamente com forças da CART 2339, para uma batida à zona de Áfia / Camará. Às cinco da manhã, aquela tabanca em autodefesa (reforçada com 1 secção de um pelotão de Mansambo) tinha sido atacada pelo mesmo grupo IN que fora a Candamã, sofrendo a população 3 mortos e 9 feridos.
Vestígios deixados pelo IN (peugadas no capim e terra remexida pelo prato-base do morteiro 82) durante um alto ou mais provavelmente no ponto de reunião, levariam entretanto as NT à localização dum acampamento, situado na mata a sul do Rio Biesse onde foram surpreendidas pelo ruído do pilão, tendo avistado alguns elementos armados na orla da bolanha. Os efectivos das NT não eram, porém, suficientes para o golpe de mão imediato e, de resto, a sua missão era apenas de reconhecimento, pelo que retiraram o mais cautelosamente possível.
Três dias depois, a 18 de Agosto, e com base no reconhecimento que se efectou à área, forças pára-quedistas fariam um heli-assalto ao acampamento em referência, numa operação conjunta do Sector L1 e COP 7 (Bafatá). As forças do COP 7 eram constituídas pela CCP 123, a 2 Gr Com, e a CCP 122, a 1 Gr Com, aquarteladas em Galomaro. (Op Nada Consta)
Entretanto, de 5 a 17 de Agosto, o 4º Gr Comb foi reforçar o Sector L2, sendo destacada 1 secção para Saré Gana e 2 para Sare Banda (subsector de Geba). Dias antes o IN fizera um ataque malogrado à tabanca em autodefesa de Sinchã Sutù.
A 6 de Agosto, 2 Gr Comb levam a efeito uma batida conjugada com emboscada na região de Candamã, não tendo encontrado quaisquer vestígios (Op Gungadim). Porém a 11, numa nova batida efectuada pelo 3º Gr Comb e e Pel Rec Inf da CCS/BCAÇ 2852 detectaram-se sinais muitos recentes do IN. De regresso a Candamã, as NT foram flageladas à distância com morteiro 60 e LGFog (, Lança-granadas-foguetes), da direcção de Camará (Op Gancho).
A 12, a CCAÇ 12 realiza a Op Gancho II. E a 15, a Op Gancho III, juntamente com forças da CART 2339, para uma batida à zona de Áfia / Camará. Às cinco da manhã, aquela tabanca em autodefesa (reforçada com 1 secção de um pelotão de Mansambo) tinha sido atacada pelo mesmo grupo IN que fora a Candamã, sofrendo a população 3 mortos e 9 feridos.
Vestígios deixados pelo IN (peugadas no capim e terra remexida pelo prato-base do morteiro 82) durante um alto ou mais provavelmente no ponto de reunião, levariam entretanto as NT à localização dum acampamento, situado na mata a sul do Rio Biesse onde foram surpreendidas pelo ruído do pilão, tendo avistado alguns elementos armados na orla da bolanha. Os efectivos das NT não eram, porém, suficientes para o golpe de mão imediato e, de resto, a sua missão era apenas de reconhecimento, pelo que retiraram o mais cautelosamente possível.
Três dias depois, a 18 de Agosto, e com base no reconhecimento que se efectou à área, forças pára-quedistas fariam um heli-assalto ao acampamento em referência, numa operação conjunta do Sector L1 e COP 7 (Bafatá). As forças do COP 7 eram constituídas pela CCP 123, a 2 Gr Com, e a CCP 122, a 1 Gr Com, aquarteladas em Galomaro. (Op Nada Consta)
Op Nada Consta: Desenrolar da acção
Enquanto as forças do Sector L1 ficavam emboscadas nas proximidades da bolanha do Rio Biesse (a leste, a CCAÇ 12 com 3 Gr Comb dispostos em semicírculo; a norte, o Pel Caç Nat 53; a oeste, forças da CART 2339, a 2 Gr Comb; e ainda 1Gr Comb da CART 2339, na estrada Mansambo-Xitole, junto à ponte do Rio Bissari, XIME 7A5-85 ), veio a primeira vaga de pára-quedistas que foram colocados na ponta oeste da bolanha, penetrando imediatamente na espessa mata que se estende para sul.
Cinco minutos depois, é capturado um elemento IN armado de RPG-2. Sucederam-se mais duas vagas de helicópteros, transportando outros tantos Gr Comb dos páras e a mata passou a ser percorrida de norte para sul.
Foto: © Carlos Marques dos Santos (2006) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
0 prisioneiro, Malan Mané, de seu nome, de etnia mamdinga, entretanto, não dera nenhuma informação que permitisse levar à localização de qualquer arrecadação de material ou acampamento importante. Confessou apenas que no local se encontravam cerca de 80 homens (dois bigrupos), sob o comando de Mamadu Indjai, dispersos em pequenos grupos pela mata, e com quem os páras estabeleceriam depois contacto, fazendo 2 mortos e capturando 3 armas automáticas (***).
0 mau tempo não permitiu o bombardeamento prévio da zona na direcção N-S, pelo que o IN conseguiu fugir da zona do heli-assalto, não obstante o fogo do helicanhão [, o Lobo Mau]. Na retirada, porém, um grupo cairía numa emboscada afastada que forças da CART 2339 tinham montado no itinerário Mansambo-Xitole, próximo da ponte sobre o Rio Bissari, e em resultado da qual ficaria gravemente Mamadu Indjai (soube-se mais tarde). Houve ainda dois mortos confirmados do lado do IN.
Devido às condições atmosféricas (péssimas, segundo os relatórios), a Op Nada Consta só começaria às 9.30h, com o heliasssalto. Sempre sob mau tempo, os páras regressam a Galomaro às 16.30h do mesmo dia.
Entretanto, o IN retirava na direcção de Biro onde os páras foram no dia seguinte, na exploração imediata das informações dadas pelo prisioneiro, Malan Mané, capturando mais material.
Pela CART 2339, foram levantadas duas minas A/C.
Entretanto, a 30 de Agosto, o 1º, o 3º e 4º Cr Comb da CCAÇ 12, num patrulhamento ofensivo à região do Rio Biesse, Demba Ioba, Sambel Bare, Sinchã Mamadi e estrada de Mansambo, percorreriam 6 acampamentos IN recém-abandonados, ao longo dum trilho principal que conduzia à região de Biro, atravessando o itinerário Mansambo-Xitole.
No primeiro acampamento, encontrou-se o cadáver dum chefe IN identificado pelo prisioneiro que servia de guia, e que teria morrido em consequência de ferimentos recebidos em combate, durante a Op Nada Consta. Em escassos dias, as formigas carnívoras e os abutres tinham-no reduzido a um esqueleto desconjuntado.
Vestia uma espécie de dolmen impermeável que ainda estava em bom estado, assim como as botas... Num outro acampamento a seguir, foram encontradas um maço de cartas escritas em árabe (ou caracteres arabizados) e uma planta do aquartelamento de Mansambo, com as posições da artilharia, localização dos abrigos-casernas, espaldões, etc.
Em virtude do guia se ter perdido, os 3 Gr Comb da CCAÇ 12 só atingiram a estrada de Mansambo no dia seguinte de manhã, tendo regressado juntamente com o 2º Gr Comb da CCAÇ 12 e forças da CART 2339 que haviam ficado emboscados no trilho de Biro, paralelamente à estrada. Até Mansambo, verificaram-se numerosos casos de esgotamento físico entre os Gr Comb da CCAÇ 12 que efectuaram a Op Gancho IV.
Fontes consultadas:
História da CCAÇ 12: Guiné 69/71. Bambadinca: Companhia de Caçadores nº 12. 1971. Cap. II. 8-11.
Guiné 68/70: História do Batalhão de Caçadores nº 2852. Documento policopiado. Bambadinca: BCAÇ 2852. 1970. Cap. II. 102.
Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, I e II Séries
Diário de um Tuga (notas pessoais de L.G.)
__________
Notas de L.G.
(*) Vd. postes anteriores desta série:
29 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6490: A minha CCAÇ 12 (3): A única história da unidade, no Arquivo Histórico-Militar, é a que cobre o período de Maio de 1969 (ainda como CCAÇ 2590) até Março de 1971... e foi escrita por mim, dactilografada e policopiada a stencil (Luís Graça)
25 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6642: A minha CCAÇ 12 (4): Contuboel, Maio/Junho de 1969... ou Capri, c'est fini (Luís Graça)
7 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6686: A minha CCAÇ 12 (5): Baptismo de fogo em farda nº 3, em Madina Xaquili, e os primeiros feridos graves: Sori Jau, Braima Bá, Uri Baldé... (Julho de 1969) (Luís Graça)
(**) Repare-se na desproporção de meios: as forças do IN são estimadas em 60/80 elementos; as NT mobilizaram para esta operação 10 grupos de combate, ou sejam, cerca de 250/300 homens: 3 Gr Comb do BCP 12 (CCP 122 e 123); 3 Gr Comb da CCAÇ 12; o Pel Caç Nat 53; e, por fim, mais 3 Gr Comb da CART 2339.
Vd. também outros postes sobre a Op Nada Consta e o prisioneiro Malan Mané:
6 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXXV: A Op Nada Consta vista pelo lado da CART 2339 (Mansambo)
26 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2683: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405) (9): O Jorge Félix e o Prisioneiro
1 de Agosto de 2006 > Guiné 63/74 - P1011: A galeria dos meus heróis (4): o infortunado 'turra' Malan Mané
25 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P906: CART 2339 e Malan Mané, duas estórias para duas fotos (Torcato Mendonça)
(...) Só um apontamento sobre o Malan.
Em Agosto de 1969, o meu Grupo de Combate reforçado com Milícias, estava no COP 7, ou melhor, a trabalhar para a Companhia do Cap Mil Jerónimo, em Galomaro [CCAÇ 2405]. Como as Tabancas, em autodefesa, de Candamã e Afiá voltaram a ser atacadas, fomos chamados com urgência a Bambadinca. Houve uma reunião com o Comandante do Agrupamento – Coronel ou Brigadeiro Hélio Felgas -, o Tenente Coronel Pimentel Bastos, Comandante do BCAÇ 2852 e outros oficiais cujo nome já não recordo.
Recebemos a missão. Partir de imediato para Candamã / Afiá com mais um Grupo da minha Companhia. Recolhemos mais informações, com o Comandante da CART 2339, Capitão do Quadro Permanente Laranjeira Henriques, e, em coluna auto, deslocámo-nos para lá.
Na passagem por Afiá consegui convencer o Lhavo, caçador e guia em várias operações, para nos voltar a orientar. Mostrou-se relutante. Tinha as suas razões e, se bem me lembro, estavam correctas.
No dia seguinte lá partimos com o Lhavo e encontrámos a pista do IN. Seguimo-la, em progressão balanta. Vimos um local de pernoita, calculámos quantos seriam e, no fim do dia, descobrimos o possível local do acampamento. Som de pilão e outros indícios. Além disso, o local era óptimo para um acampamento.
Dois dias depois, salvo erro, forças das CCAÇ 2590 [CCAÇ 12], CART 2339 e o Pel Caç Nat 53 montaram emboscadas em possíveis locais de fuga do IN. Paraquedistas do Cop 7 assaltaram e destruíram o acampamento. Capturaram o Malan Mané. Na fuga o IN, junto á estrada Mansambo/Xitole, caiu numa emboscada da CART 2339. Sofreram baixas e foi ferido com gravidade o Comandante do PAIGC, Mamadu Indjai
A nossa tropa regressou a quartéis e eu voltei a Mansambo. Uns dias depois entregaram-nos o Malan Mané. Íamos fazer uma operação – Pato Rufia – na zona do Xime e o Malan era o guia . Ele já tinha sido interrogado, creio que em Bambadinca. Não sei como decorreu mas imagino. Pelo breve relatório que nos entregaram disse pouco.
Em Mansambo o Malan foi para um dos dois abrigos do meu Grupo. Estes abrigos tinham uma sala que servia como refeitório, local de convívio, escrita e leitura e outros fins. Ficava na parte do abrigo virada para a parada, rodeada por duas fiadas de bidões com terra e tecto de zinco e colmo.
Entrei nessa zona e o Malan levantou-se, olhando para mim com um olhar inquieto, no mínimo. Fiquei, eu e os outros militares surpreendidos com aquela reacção. Como ele não falava mandinga e o meu crioulo era fraco, mandei chamar o Lali.É o guineense que se vê a sorrir na foto. Quando sentimos que o Malan estava mais calmo, conversámos com ele durante o tempo necessário para obter muitas informações. Foram passadas, as mais importante, a muitas folhas de papel.
O Malan sabia quem eu e outros camaradas éramos porque vinham, ele e outros militares do PAIGC, espiar-nos aquando da construção de Mansambo; tinha estado na fatídica emboscada da fonte, cerca de um ano antes. Viram-me passar mas não abriram fogo pois o objectivo era a fonte. Nesse dia fui com o meu Grupo á Moricanhe onde estava o Pelotão de Milícias 145. Disse-nos que o Cmdt do PAIGC para aquela zona era o Mamadu Indjai, recentemente reforçado e tendo 120/150 combatentes, com armas pesadas etc, etc. Não sabia o que entretanto sucedera ao seu ex-comandante.
Parece um relato de um santo. Claro que não o éramos. Aplicávamos a dureza julgada necessária, a disciplina, estávamos certos que o suor poupava sangue. Além disso sobre a Convenção de Genebra… só de nome… um conjunto de Leis, será?... Genebra, a cidade Suiça e a detestável bebida!... Mantínhamos era a nossa dignidade e o respeito por quem contra nós lutava. E não só.
Voltando ao Malan Mané. No dia seguinte fomos para o Xime. Correu mal a operação. O Malan enganou-se demasiadas vezes e, além de não atingirmos o objectivo, viemos de mãos a abanar.
Essa operação foi repetida, segundo me parece e o Malan foi ferido…Encontrei-o, em Novembro de 1969 no Hospital Militar em Bissau. (...).
(***) Publicaremos, numa próxima oportunidade a versão de um oficial pára-quedista que participou nesta operação e na captura do Malan Mané. É um precioso testemunho em directo (enviada em 30 de Julho de 2009) do nosso leitor SNogueira que, por razões que desconhecemos mas que respeitamos, não quer integrar a nossa Tabanca Grande. Tal não o impede de, amiúde, ter um papel activo no nosso blogue, visualisando e comentando os postes que publicamos. Na qualidade de combatente na Guiné, é nosso camarada.
0 prisioneiro, Malan Mané, de seu nome, de etnia mamdinga, entretanto, não dera nenhuma informação que permitisse levar à localização de qualquer arrecadação de material ou acampamento importante. Confessou apenas que no local se encontravam cerca de 80 homens (dois bigrupos), sob o comando de Mamadu Indjai, dispersos em pequenos grupos pela mata, e com quem os páras estabeleceriam depois contacto, fazendo 2 mortos e capturando 3 armas automáticas (***).
0 mau tempo não permitiu o bombardeamento prévio da zona na direcção N-S, pelo que o IN conseguiu fugir da zona do heli-assalto, não obstante o fogo do helicanhão [, o Lobo Mau]. Na retirada, porém, um grupo cairía numa emboscada afastada que forças da CART 2339 tinham montado no itinerário Mansambo-Xitole, próximo da ponte sobre o Rio Bissari, e em resultado da qual ficaria gravemente Mamadu Indjai (soube-se mais tarde). Houve ainda dois mortos confirmados do lado do IN.
Devido às condições atmosféricas (péssimas, segundo os relatórios), a Op Nada Consta só começaria às 9.30h, com o heliasssalto. Sempre sob mau tempo, os páras regressam a Galomaro às 16.30h do mesmo dia.
Entretanto, o IN retirava na direcção de Biro onde os páras foram no dia seguinte, na exploração imediata das informações dadas pelo prisioneiro, Malan Mané, capturando mais material.
O material apreendido pelos páras incluiu:
- 1 Metr Lig Degtyarev;
- 1 LGFog RPG-2;
- 1 Esp Aut Kalashnikov (distribuída a um elemento IN, de nome Baio);
- 1 Pist Metr PPSH;
- 3 cunhetes com munições;
- 7 granadas de RPG-2;
- 9 granadas de Mort 60;
- diversos bormais, marmitas, fardamento e botas novas; documentos de interesse, incluindo relatórios onde se refere a ocorrência de 2 mortos e 6 feridos, por parte do IN, no ataque a Candamã, a 30 de Julho de 1969.
Pela CART 2339, foram levantadas duas minas A/C.
Entretanto, a 30 de Agosto, o 1º, o 3º e 4º Cr Comb da CCAÇ 12, num patrulhamento ofensivo à região do Rio Biesse, Demba Ioba, Sambel Bare, Sinchã Mamadi e estrada de Mansambo, percorreriam 6 acampamentos IN recém-abandonados, ao longo dum trilho principal que conduzia à região de Biro, atravessando o itinerário Mansambo-Xitole.
No primeiro acampamento, encontrou-se o cadáver dum chefe IN identificado pelo prisioneiro que servia de guia, e que teria morrido em consequência de ferimentos recebidos em combate, durante a Op Nada Consta. Em escassos dias, as formigas carnívoras e os abutres tinham-no reduzido a um esqueleto desconjuntado.
Vestia uma espécie de dolmen impermeável que ainda estava em bom estado, assim como as botas... Num outro acampamento a seguir, foram encontradas um maço de cartas escritas em árabe (ou caracteres arabizados) e uma planta do aquartelamento de Mansambo, com as posições da artilharia, localização dos abrigos-casernas, espaldões, etc.
Em virtude do guia se ter perdido, os 3 Gr Comb da CCAÇ 12 só atingiram a estrada de Mansambo no dia seguinte de manhã, tendo regressado juntamente com o 2º Gr Comb da CCAÇ 12 e forças da CART 2339 que haviam ficado emboscados no trilho de Biro, paralelamente à estrada. Até Mansambo, verificaram-se numerosos casos de esgotamento físico entre os Gr Comb da CCAÇ 12 que efectuaram a Op Gancho IV.
Fontes consultadas:
História da CCAÇ 12: Guiné 69/71. Bambadinca: Companhia de Caçadores nº 12. 1971. Cap. II. 8-11.
Guiné 68/70: História do Batalhão de Caçadores nº 2852. Documento policopiado. Bambadinca: BCAÇ 2852. 1970. Cap. II. 102.
Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné, I e II Séries
Diário de um Tuga (notas pessoais de L.G.)
__________
Notas de L.G.
(*) Vd. postes anteriores desta série:
29 de Maio de 2010 > Guiné 63/74 - P6490: A minha CCAÇ 12 (3): A única história da unidade, no Arquivo Histórico-Militar, é a que cobre o período de Maio de 1969 (ainda como CCAÇ 2590) até Março de 1971... e foi escrita por mim, dactilografada e policopiada a stencil (Luís Graça)
25 de Junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6642: A minha CCAÇ 12 (4): Contuboel, Maio/Junho de 1969... ou Capri, c'est fini (Luís Graça)
7 de Julho de 2010 > Guiné 63/74 - P6686: A minha CCAÇ 12 (5): Baptismo de fogo em farda nº 3, em Madina Xaquili, e os primeiros feridos graves: Sori Jau, Braima Bá, Uri Baldé... (Julho de 1969) (Luís Graça)
(**) Repare-se na desproporção de meios: as forças do IN são estimadas em 60/80 elementos; as NT mobilizaram para esta operação 10 grupos de combate, ou sejam, cerca de 250/300 homens: 3 Gr Comb do BCP 12 (CCP 122 e 123); 3 Gr Comb da CCAÇ 12; o Pel Caç Nat 53; e, por fim, mais 3 Gr Comb da CART 2339.
Vd. também outros postes sobre a Op Nada Consta e o prisioneiro Malan Mané:
6 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXXV: A Op Nada Consta vista pelo lado da CART 2339 (Mansambo)
26 de Março de 2008 > Guiné 63/74 - P2683: Estórias de Dulombi (Rui Felício, CCAÇ 2405) (9): O Jorge Félix e o Prisioneiro
1 de Agosto de 2006 > Guiné 63/74 - P1011: A galeria dos meus heróis (4): o infortunado 'turra' Malan Mané
25 de Junho de 2006 > Guiné 63/74 - P906: CART 2339 e Malan Mané, duas estórias para duas fotos (Torcato Mendonça)
(...) Só um apontamento sobre o Malan.
Em Agosto de 1969, o meu Grupo de Combate reforçado com Milícias, estava no COP 7, ou melhor, a trabalhar para a Companhia do Cap Mil Jerónimo, em Galomaro [CCAÇ 2405]. Como as Tabancas, em autodefesa, de Candamã e Afiá voltaram a ser atacadas, fomos chamados com urgência a Bambadinca. Houve uma reunião com o Comandante do Agrupamento – Coronel ou Brigadeiro Hélio Felgas -, o Tenente Coronel Pimentel Bastos, Comandante do BCAÇ 2852 e outros oficiais cujo nome já não recordo.
Recebemos a missão. Partir de imediato para Candamã / Afiá com mais um Grupo da minha Companhia. Recolhemos mais informações, com o Comandante da CART 2339, Capitão do Quadro Permanente Laranjeira Henriques, e, em coluna auto, deslocámo-nos para lá.
Na passagem por Afiá consegui convencer o Lhavo, caçador e guia em várias operações, para nos voltar a orientar. Mostrou-se relutante. Tinha as suas razões e, se bem me lembro, estavam correctas.
No dia seguinte lá partimos com o Lhavo e encontrámos a pista do IN. Seguimo-la, em progressão balanta. Vimos um local de pernoita, calculámos quantos seriam e, no fim do dia, descobrimos o possível local do acampamento. Som de pilão e outros indícios. Além disso, o local era óptimo para um acampamento.
Dois dias depois, salvo erro, forças das CCAÇ 2590 [CCAÇ 12], CART 2339 e o Pel Caç Nat 53 montaram emboscadas em possíveis locais de fuga do IN. Paraquedistas do Cop 7 assaltaram e destruíram o acampamento. Capturaram o Malan Mané. Na fuga o IN, junto á estrada Mansambo/Xitole, caiu numa emboscada da CART 2339. Sofreram baixas e foi ferido com gravidade o Comandante do PAIGC, Mamadu Indjai
A nossa tropa regressou a quartéis e eu voltei a Mansambo. Uns dias depois entregaram-nos o Malan Mané. Íamos fazer uma operação – Pato Rufia – na zona do Xime e o Malan era o guia . Ele já tinha sido interrogado, creio que em Bambadinca. Não sei como decorreu mas imagino. Pelo breve relatório que nos entregaram disse pouco.
Em Mansambo o Malan foi para um dos dois abrigos do meu Grupo. Estes abrigos tinham uma sala que servia como refeitório, local de convívio, escrita e leitura e outros fins. Ficava na parte do abrigo virada para a parada, rodeada por duas fiadas de bidões com terra e tecto de zinco e colmo.
Entrei nessa zona e o Malan levantou-se, olhando para mim com um olhar inquieto, no mínimo. Fiquei, eu e os outros militares surpreendidos com aquela reacção. Como ele não falava mandinga e o meu crioulo era fraco, mandei chamar o Lali.É o guineense que se vê a sorrir na foto. Quando sentimos que o Malan estava mais calmo, conversámos com ele durante o tempo necessário para obter muitas informações. Foram passadas, as mais importante, a muitas folhas de papel.
O Malan sabia quem eu e outros camaradas éramos porque vinham, ele e outros militares do PAIGC, espiar-nos aquando da construção de Mansambo; tinha estado na fatídica emboscada da fonte, cerca de um ano antes. Viram-me passar mas não abriram fogo pois o objectivo era a fonte. Nesse dia fui com o meu Grupo á Moricanhe onde estava o Pelotão de Milícias 145. Disse-nos que o Cmdt do PAIGC para aquela zona era o Mamadu Indjai, recentemente reforçado e tendo 120/150 combatentes, com armas pesadas etc, etc. Não sabia o que entretanto sucedera ao seu ex-comandante.
Parece um relato de um santo. Claro que não o éramos. Aplicávamos a dureza julgada necessária, a disciplina, estávamos certos que o suor poupava sangue. Além disso sobre a Convenção de Genebra… só de nome… um conjunto de Leis, será?... Genebra, a cidade Suiça e a detestável bebida!... Mantínhamos era a nossa dignidade e o respeito por quem contra nós lutava. E não só.
Voltando ao Malan Mané. No dia seguinte fomos para o Xime. Correu mal a operação. O Malan enganou-se demasiadas vezes e, além de não atingirmos o objectivo, viemos de mãos a abanar.
Essa operação foi repetida, segundo me parece e o Malan foi ferido…Encontrei-o, em Novembro de 1969 no Hospital Militar em Bissau. (...).
(***) Publicaremos, numa próxima oportunidade a versão de um oficial pára-quedista que participou nesta operação e na captura do Malan Mané. É um precioso testemunho em directo (enviada em 30 de Julho de 2009) do nosso leitor SNogueira que, por razões que desconhecemos mas que respeitamos, não quer integrar a nossa Tabanca Grande. Tal não o impede de, amiúde, ter um papel activo no nosso blogue, visualisando e comentando os postes que publicamos. Na qualidade de combatente na Guiné, é nosso camarada.
14 comentários:
Luís Graça
Hoje,creio eu, é a 2ª vez que estou, na questão de operações no L1, plenamente de acordo. Só uma ressalva e está escrito na parte final do poste:eram mais de 80 militares do PAIGC, soubemos nessa noite do "estado de saúde" do M. Indjai e o Malan deu preciosas informações...
E andamos nós nos mesmos terrenos e na mesma data...vidas. Era bonita a guerra, não era? Não? desmancha prazeres...há cada um...
Um abraço do Torcato
Confessa: tu tinhas jeito para aquela porra, tinhas pose, estilo, perfil... Imagino, já que, tendo estado juntos, diversas vezes, nos mesmos sítios, fisicamente falando, em operações conjuntas, nas colunas logísticas, nas idas a Mansambo (eu, com mais regularidade ) e a Bambadinca (tu, mais raramente), a porra é que a gente não tem ideia de se ter "cruzado", se ter conhecido, dado dois dedos de conversa, bebido um copo...
Tivemos, pro exemplo, na Op Nada Consta, em destacamentos diferentes ()eu no A, tu no B), separados por alguns quilómetros... E depois seguramente no aquartelamento...
Imagino só, idealizo, tiro-te a pinta, através das Fotos Falantes...
Ironizo, camarada e amigo José... Eu seguramente é que não tinha jeito para aquela porra, não tinha pose, estilo, perfil.. E muito menos motivação... Mas sobrevivemos e, como a Nau Catrineta, trazíamos muito que contar... A "petite histoire" da guerra, que a outra, com H grande, escapa-nos completamente...
A ultima vez que me confessei tinha quinze anos e mandei o prior "pró raio que o parta"....não era xico era José...e passava pelos lugares com olhares baços...bebia pouco,oh,oh, oh e não tinha pose ,estilo ou perfil...era um combatente e fazia a minha guerra ou endoidecia...defendia os homens que comigo andavam como um leónidas...ia á tabanca por sexo e afagava aquelas estátuas de ébano que os deuses criaram e eu amava...são ou ébrio...mas respeitava mais aquela mulher de um olhar tão meigo... e nunca ligava a civis ou envolventes...outros o faziam, e bem, por mim...só agora soube que havia uma tasca do Zé Maria...mas sabia que ele (s) jogava(m) no par e ímpar...não te queria dizer nada e não disse ou levava muitas letras a juntar...depois parou aquela guerra e veio o caos e outra...e o silencio...a...não...
e fugi de mim, esqueci camarada o que se não esquece...e recordo a ponta da rama...e odiava a derrama ou imposto de tabanca dado á administração...lá, na terra que falamos...
África minha aconteceu noutra vida.
Tantos anos depois vens tu e eu escrevo e recordo... não sou ou fui xico, fui combatente de vida a ir e a vir, de riso e gozo de luta por tantos e por mim...a lança afiada foi uma fraqueza minha que me envergonha ter sido evacuado...mas voltei...não digo o que daquilo penso, não, não concordavas...e um dia falamos pois em aberto é maior loucura do que cair em emboscada e desafia-los em berros e peito...adeus caro amigo e não sabes quanto custa ler, ainda hoje, certas palavras...a guerra acabou há muito para mim...será???o in é o in...
"O in é o in..." Diz o Torcato e bem. A guerra é a guerra e não há meio termo. penso que os outros tambem pensavam assim.
Não concordo quando o Luis nos diz que não tinha jeito. Acho que tinha e muito. As imagens nas fotos dizem isso mesmo, e tinha pose e estilo, aliás, mesmo visto a distancia que nos separa, eu e ele, nao consigo vê-lo a fazer coisas em que não acredita ou nao tenha o empenho de o fazer da melhoer forma possivel. Só os óculos é que destoam e traiem um pouco, passe a expressão, a figura do combatente, nas dificeis condições climatéricas da Guiné.
Agora diga-me uma coisa, o que significa "a passo de Balanta"?
Seria o mesmo dos indios Apache"?
Cherno AB
Meu caro José, meu caro Cherno:
Hoje deu-nos para as (in)confidências... Eu também já não me confesso desde os meus quinze anos... O que queria dizer, com essa história da pose e do estilo, é que não se nasce soldado... Fizeram-nos soldados (e comandantes de homens)... E eu, ainda por cima, era "apontador de armas pesadas de infantaria", uma especialidade que nunca exerci, uma vez que a minha companhia não foi unidade de quadrícula... nem a nossa guerra era a das trincheiras...
Claro que mal acabaram as férias de Contuboel (Junho/Julho de 1969), o meu capitão, gentil, ofereceu-me uma G3, passando eu a ser o seu pião de nicas...
Fiz de tudo, andei em todos os grupos de combate, e apanhei as piores operações do historial da CCAÇ 12, além da actividade de rotina (Emboscadas na Missão do Sono, Destacamento do Rio Udunduma, tabancas em autodefesa, colunas logísticas, patrulhamentos ofensivos ao Mato Cão para montar segurança aos barcos do Geba Estreito)... Enfim, muitos milhares de quilómetros com os meus/nossos heróicos fulas e futa-fulas...
Um Alfa Bravo. Luís
Com tempo tenciono responder.
Implícito parece estar um comentário meu, sobre Cabral,em poste do Mário BS, e escrito pelo Cherno.
"nao sei o q é a passo Balanta e o que fazem Apaches? aqui.
AB TM
Ainda em tempo: Cherno e Torcato, há um provérbio russo, de que gosto muito: "Um homem só não faz um soldado"...
Pose,Estilo,Perfil...tinha eu Camaradas.De certeza que me cruzei
com o Torcato.Quanto ao Luís é no Blogue,quem melhor pode testemunhar
as minhas qualidades militares..
Abraços para ambos e também para o Cherno.
Jorge Cabral
Voto no Jorge Cabral*.
*Como o voto é secreto, não exijam assinatura.
Luís!
Tens a certeza que foi o Pel.Caç.Nat.53?Não terá sido
o meu 63?Tenho memória de Mansambo
dessa altura e de uma operação.Na
época não estaria já o 53 no Sal-
tinho?
Abraço.
Jorge Cabral
Peço desculpas pela confusão do meu comentário de ontem, as perguntas não eram dirigidas ao Torcato mas sim ao Luis Graça, autor do poste.
Cherno Baldé
O mundo é pródigo em confusões.
Não alimento confusões. Quando tenho dúvidas não afirmo categoricamente....e lá está o #parece# ou #posso estar a traduzir e interpretar mal# como no comentário ao poste do Beja Santos sobre A Cabral.
Depois podia escrever sobre toda esta problemática de Guerra ou a Guerra. E que adiantaria? Paz, tratemos de paz para o desenvolvimento cá e aí. Se há "guerra" que seja feita, como diz hoje na Visão o jornalista Moçambicano: entram para o poder de calça na mão e saem de fato Armani. Não só lá acrescento eu. Em tanto mundo.
Este comentário é dirigido a Cherno Baldé a quem cumprimento
Torcato
Jorge:
Confrontei as minhas fontes... O Pel Caç Nat 53 está em Bambadinca em Agosto, participa na Op Nada Consta, vai para o Saltinho no início de Setembro (vai connosco numa coluna logística que escoltámos, de Bambadinca ao Saltinho)...
Vocês participam, a 7 de Setembro, na Op Pato Rufia, em que o Malan Mané é ferido (e morre um dos nossos homens, o primeiro que morre a meu lado...).
Havia 3 destacamentos (vocês foram no C):
Dest A > CCAÇ 12 a 3 Gr Comb (+);
Dest B > CART 2520 (Xime) a 2 Gr Comb (+)
Dest C > PEL CAÇ NAT 53, 63 e 52 (-).
Num próximo poste falarei da Op Pato Rufia.
Um abração. Luís
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