Guiné > Região de Tombali > CCAÇ 2381 (Ingoré, Aldeia Formosa, Buba e Empada, 1968/70) > O Raul Rolo Brás empunhando algures o cartaz, em pano de lençol (?) ou serapilheira (?), com o seu nome e o topónimo da sua terra natal, Salavessa, que levaria consigo no N/M Niassa, no regresso a casa, e que voltaria a desfraldar no dia 9 de Abril de 1970, no cais de Alcântara, para que os seus familiares e amigos o conseguissem mais facilmente localizar no meio de uma multidão de centenas e centenas de cabeças de homens fardados... Um engenhoso sistema de sinalização...
Foto: © Raul Brás (2011). Todo os direitos reservados.
O Raul é natural de Salavessa, concelho de Nisa, distrito de Portalegre. Nasceu em 18 de Abril de 1946 (vai portanto fazer 65 anos dentro de dias). É casado. Vive no Seixal.
(i) Companhia de Caçadores 2381, Os Maiorais de Empada, Guiné. Fez hoje, dia 3 de Abril de 2011, quarenta e um anos, que foi o dia do seu embarque no cais de Bissau, pelas 10 horas da manhã, no Navio Niassa com destino à Metrópole, com o seu dever comprido.
(ii) Companhia de Caçadores 2381, Os Maiorais de Empada Guiné: Faz hoje, dia 9 de Abril de 2011, quarenta e um anos, que pelas dez horas da manhã, no cais de Alcântara Mar, este símbolo desta foto [, este cartaz com o meu nome,] foi desfraldado, no convés do navio Niassa, para que os meus familiares e amigos se apercebessem do local onde me procurar… Há tanto tempo que ansiava por este momento, e como é bom recordar o passado e darmos a conhecer estes momentos a quem não passou por eles
Um abraço do tamanho da Guiné, a todos os que estão ainda com vida. Dos que ficaram do lado de lá, e dos que partiram de cá, ficam as nossas recordações e lembranças.
Raul Brás
______________
Nota do editor:
Último poste da série > 29 de Janeiro de 2011 > Guiné 63/74 - P7693: Facebook...ando (9): Notícias do pessoal da CCAÇ 6, Bedanda, dos camaradas António Teixeira, Mário Bravo, Pires, Luís Nicolau, José Vermelho, Bastos, Pinto de Carvalho, Vasco Santos, Ayala Botto (1971/73), mas também do Hugo Moura Ferreira (1966/68), nosso camarigo da primeira hora
5 comentários:
Raul: Talvez te lembres onde foi tirada a foto... Em que tabanca ? E já agora, de que material era feito o cartaz ? Que tipo de tecido ? Houve mais camaradas teus a lembrarem-se da ideia ? E,por fim, resultou mesmo ? Os teus familiares e amigos encontraram-te facilmente ?
Caro Raul
Pois também foi esta a data do meu regresso. E fomos para lá provàvelmente no mesmo Niassa - 1 de Maio de 1968 - , mas se calhar nunca nos encontramos. Mas esta coisa das Tabancas é o que tem. Sempre encontramos alguém do nosso tempo. Portanto, já somos 5 dele (Cancela, Teixeira enf.,Carvalho Velho, eu e tu)que se não fossem estas coisas, dificilmente nos conheceríamos.E provàvelmente há mais por aí.
Mas fico surpreendido, que a dois anos de distância de comissão,mais ou menos, o Luís nosso Chefe, pelo seu escrito,dá a entender que não tenha tido conhecimento de como eram os nossos velhos sinais de reconhecimento e sinalização. Normalmente de lençois já dados como incapacitados, que existiam aos milhares nas arrecadações.Eram o material perfeito, dado a sua característica de rudeza "grossa", para se escrever com uma tinta que, seguindo o mesmo sistema dos velhos pintores dos sécúlos que nos antecederam,se misturava e tudo servia para marcar a nossa presença no barco à chegada.Desde a graxa para as botas, até uma velha lata de tinta para qualquer utilidade futura, escondida num depósito dos "ferrugens", ou num armazem da Cuf ou de um Senhor Adibe, que sempre existiram junto a uma tabanca, qualquer coisa servia para pintar singelos ou artísticos out-door's.
Caros amigos e companheiros, mais um ano se passou. Pois que se passem muitos ainda e se possível em crise, para continuarmos sossegados a ler as nossas histórias. É que aqui ninguém nos vai tirar o pedaço.
Esqueci (é o alzeimer) de incluir no final do comentário anterior, que "o mais um ano passado" não era só sobre o nosso regresso (e de uma centena de camaradas que vinham nos porões e que jazem em restos mortais por este nosso Portugal)mas sim referente ao blogue destes g'andas malucos que um dia o criaram, mas que agora até se dão ao luxo de dar baixa ao HPM - Vinhal, não alteres esta sigla s.f.f., quem quizer que a entenda - só para não aturar a rapaziada.
Um abraço para todos
Meu Caríssimo Amigo Raul Brás e Irmäo Maioral. Só agora tive a oportunidade de ler o teu poste.Quero aproveitar para te enviar um grande e sincero abraco desde o extremo norte da Europa.O tempo passa,mas as recordacöes de camaradas como tu....ficam! (Ao Jorge Portojo um abraco; por descobrir que, sem o sabermos,viajámos "para lá" e "para cá" no mesmo barco e nas mesmas datas!)
Caro amigo Luis Graça, Pergunta se me lembro onde foi tirada a foto,e se resultou o meu invento.A foto foi tirada em Empada, o tecido, metade é um lenço crepe as bolinhas vermnelhas que as senhoras usavam na cabeça,que a minha esposa mandou da Metrópole,tirei a foto e mandei fotografia para verem como ficava, a outra parte tecido branco comprado a um alfaiate,que ele próprio preparou,e de facto deu resultado.
Em resposta ao amigo Jorge Portojo,fomos certamente no mesmo dia,como diz.
Enviar um comentário