A. Comentário de J. Pardete Ferreira (ex- Alf Mil Med, CAOP, Teixeira Pinto; HM241, Biossau, 1969/71) ao poste P8474:
Fui requisitado para Bissau no final de Junho do mesmo ano... (...) O meu cartão [, emitido pelo QG Bissau, com data de 24 de Junho de 1969] está assinado pelo Director do HM241, Major Médico Felino de Almeida (falecido em Janeiro do corrente ano).
Com o Dr. Carlos Ferreira Ribeiro, Ortopedista, fui efectivamente eu que operou a ferida da parede torácica do Cap Peralta.
2. Já não estava em Abril de 1970 em Teixeira Pinto, é verdade, mas fui eu com o Dr. João Carlos Azevedo Franco, de Matosinhos, quem foi ao Dakota buscar os corpos [das vítimas do massacre do chão manjaco]. Por vontade expressa da Esposa do Major Passos Ramos, a fim de os filhos poderem ver o Pai uma última vez, a urna metálica deste vinha com uma abertura que permitia ver-lhe a face e a parte da frente do tronco. Vinha de camuflado e com os seus galões de Major bem à vista.
(ii) Comentário de L.G. :
2. Já não estava em Abril de 1970 em Teixeira Pinto, é verdade, mas fui eu com o Dr. João Carlos Azevedo Franco, de Matosinhos, quem foi ao Dakota buscar os corpos [das vítimas do massacre do chão manjaco]. Por vontade expressa da Esposa do Major Passos Ramos, a fim de os filhos poderem ver o Pai uma última vez, a urna metálica deste vinha com uma abertura que permitia ver-lhe a face e a parte da frente do tronco. Vinha de camuflado e com os seus galões de Major bem à vista.
Aceitei prolongar por pouco mais de três semanas a minha Comissão a fim de permitir que o Dr. Bruges e Saavedra, chefe da Equipa Cirúrgica, viesse de férias. Se ele não voltasse, teria de continuar até ele ser substituído. Como "prenda" regressei pela TAP.
[ Revisão / fixação de texto / título: L.G.]
B. Comentário do editor:
Recorde-se: O capitão Pedro Rodriguez Peralta, capitão do Exército Cubano, de 32 anos, instrutor ao serviço do PAIGC, foi gravemente ferido a 18 de Novembro de 1969, no corredor de Guileje, junto à fronteira com a Guiné-Conacri, no decurso da Op Jove, conduzida por forças pára-quedistas do BCP 12 e destinada a capturar o próprio 'Nino' Vieira.
Enviado para o HM241 (Bissau) e depois para Lisboa, foi devidamente tratado pelas autoridades portuguesas. Foi julgado em Tribunal Militar e condenado em 2 anos e 2 meses de prisão. Depois do 25 de Abril de 1974, o capitão Peralta foi libertado.
[ Revisão / fixação de texto / título: L.G.]
B. Comentário do editor:
Recorde-se: O capitão Pedro Rodriguez Peralta, capitão do Exército Cubano, de 32 anos, instrutor ao serviço do PAIGC, foi gravemente ferido a 18 de Novembro de 1969, no corredor de Guileje, junto à fronteira com a Guiné-Conacri, no decurso da Op Jove, conduzida por forças pára-quedistas do BCP 12 e destinada a capturar o próprio 'Nino' Vieira.
Enviado para o HM241 (Bissau) e depois para Lisboa, foi devidamente tratado pelas autoridades portuguesas. Foi julgado em Tribunal Militar e condenado em 2 anos e 2 meses de prisão. Depois do 25 de Abril de 1974, o capitão Peralta foi libertado.
Em 2008, com o posto de coronel reformado, pertencia ao Comité Central do Partido Comunista Cubano. Era seguramente o mais célebre dos 437 combatentes que, segundo o regime de Havana, terão combatido, no TO da Guiné, nas fileiras do PAIGC, entre 1966 e 1974 (Dos quais terão morrido 9 ou 17, conforme duas fontes cubanas oficiosas, já aqui citadas no nosso blogue).
C. Nota posterior, de 6 de Julho de 2011 (JPF):
C. Nota posterior, de 6 de Julho de 2011 (JPF):
(i) Camarigo, por alguma razão Flaubert fazia 15 manuscritos antes de entregar uma obra. Por experiência pessoal e conversas com amigos, agora que utilizamos os infoscritos, mesmo quando em certos casos fazemos o print, passa-se por determinadas palavras, quando não frases completas, de um texto e lêmo-lo sempre de forma errada ou deformada.
Sem que este argumento, bem estudado, queira significar desculpa, apesar de várias leituras, quase diárias, só ao fim de três semanas é que notei que, se bem que seja o major Pereira da Silva quem está na fotografia publicada, pelo menos duas vezes, quem veio com a urna com uma abertura foi o major Passos Ramos, que eu vi com o Azevedo Franco e, depois, a sua digníssima esposa e os filhos! Quase que foi uma alucinação colectiva, pois ninguém se apercebeu do meu erro.
Não gostaria que a história contasse uma mentira. Tentei corrigir directamente no blogue. Penso que, por insuficiência técnica, não o consegui fazer. Mea culpa.José Pardete Ferreira
(ii) Comentário de L.G. :
Meu camarada J. Pardete: Lamentavelmente o erro é do editor... Nunca foi teu. Quem tem de dar a mão à palmatória sou eu. Fui eu que troquei o nome dos majores. Um lapsus linguae. Foi já feita a correcção do título do poste P8481.
Um Alfa Bravo. Luís
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Nota do editor:
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Nota do editor:
Último poste da série > 23 de Maio de 2011 > Guiné 63/74 - P8313: Os nossos médicos (26): J. Pardete Ferreira, ex-Alf Mil Med (Teixeira Pinto e Bissau, 1969/71), criador literário do Paparratos
8 comentários:
Cito "Juventud Rebelde - Diario de la juventud cuabana", edição digital:
Recuerdan misión militar cubana en Guinea Bissau: Internacionalistas cubanos de La Habana y Pinar del Río que combatieron en Guinea Bissau y Cabo Verde se reunieron en la Casa Central de las FAR
por Dora Pérez Sáez
dora@juventudrebelde.cu
29 de Mayo del 2007 0:43:23 CDT
Jorge Risquet, miembro del Comité Central del Partido, conversa con el coronel Pedro Rodríguez Peralta, uno de los 437 cubanos que combatió en Guinea Bissau. Foto: Franklin Reyes
El primer encuentro de internacionalistas cubanos residentes en Ciudad de La Habana, La Habana y Pinar del Río que combatieron en Guinea Bissau y Cabo Verde desde 1966 hasta 1975 se efectuó en la Casa Central de las FAR.
En el encuentro participaron 190 combatientes que lucharon junto al Partido Africano para la Independencia de Guinea y Cabo Verde (PAIGC) y su líder, Amílcar Cabral, hasta que alcanzaron su independencia. (...)
En Guinea Bissau combatieron 437 cubanos, de los cuales murieron nueve. Desde el fin de la misión hasta el momento, han fallecido otros 51 compañeros.
El acto contó con la presencia de Jorge Risquet Valdés, miembro del Comité Central del Partido.
Fonte:
http://www.juventudrebelde.cu/cuba/2007-05-29/recuerdan-mision-militar-cubana-en-guinea-bissau/
O primeiro contingente cubano, a juntar-se ao PAIGC, era composto por 3 médicos e 3 artilheiros. Chegou a Conacri a 29 de Abril de 1966.
No Simpósio Internacional de Guildje (Bissau, 1-7 de Março de 2008), Ulises Estrada, antigo combatente cubano, leu a lista dos nomes dos 9 cubanos que morreram em combate na Guiné, incluindo um médico, o 1º tenente médico Angel Sequera Palácios (?).
Ulises Estrada, então com 73 anos, disse-nos que combateu nas matas na Guiné, desde Farim ao Morés, do Cuor a Madina do Boé, viu morrer a seu lado, em Madina do Boé, o comandante Domingos Ramos, atacou quartéis e destacamentos portugueses (como Buba e Missirá), montou emboscadas (como, por exemplo, na estrada Enxalé-Porto Gole)...
vd. http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2008/07/guin-6374-p3085-simpsio-internacional.html
Segundo Filipe Perez Roque - Ministro das Relações Exteriores de Cuba, de visita a Cabo Verde, "morreram 17 cubanos na Luta pela Independência da Guiné e Cabo Verde".
Vd. notícia da Inforpress, agência noticiosa de Cabo Verde, "Cuba manifesta desejo de intensificar cooperação com Cabo Verde" (26-06-2006)
Disponível aqui:
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2006/07/guin-6374-p960-antologia-49.html
Caro Pardete Ferreira
Penso que ao referenciar Saavedra, é o Dr. Saavedra Machado, cirurgião Cardio-toráxico,possoa excelente e divertida, os galões de Capitão não lhe diziam nada, queria era putas e vinho verde.
Houve uma noite de fim de ano 68 ou 69, já com os copos, o que achei estranho por ele só gostar de água, deu tiros no hospital.
Por causa de mim foram uma vez buscá-lo a casa ás 23h00 mais o Dr. Nascimento.
Talvaz venha a contar essa História.
Um abraço
António Paiva
António: Por onde andam os nossos médicos ? Tens contactos, traz gente do HM241 para a nossa Tabanca Grande... E faz o favor de continuar a contar as tuas histórias...
Caro Pinto, obrigado pela tentativa de correcção que está... incorrecta.
Com efeito, estiva com o Dr. Saavedra Machado, de Coimb5ra, que, estando em Houston, Texas, como Cirurgião Torácico. Não resisiu às saudades, veio de férias a Portugal e pimba, lá vai ele, após ter sido re-inspeccionado e mobilizado, parar à Guiné, Ajudante de Cirurgião. Tinha aquele Sinca Sport, descapotável, mas com "hartop", que ele me emprestou algumas vezes e que dava muito gozo a conduzir. Lembras-te?
O outro Saavedra, aquele que eu cito, é o Dr. António Paim da Câmara de Bruges e Saavedra, açoreano, que foi substituir O Dr. Manuel Diaz Gonçalves (Medalha de Prata de Serviços Distintos, com Palma)na chefia da équipa Cirúrgica!
Obrigado pelo teu interesse e, já agora, o Dr. Diamantino Lopes, como já afirmei antes, pertencia à équipa Cirúrgica.
Lá levo a mal, estamos a recordar colectivamente, mas tenho sido alvo de um verdadeiro exame. Ainda bem! Assim, abrigam-me a contar e/ou corrigir outros facto, nomes e datas. Alfa Bravo.
Caro Pinto,
Como é óbvio, com as preças, escrevi "Lá levo a mal", quando queria escrever "NÃO levo a mal".
Delta Alfa Beta (duplo, como é lógico!)
Caro Pinto,
Agora as pressas deram preças! E há outros erros de ortografia.
Mickey Alfa Bravo (mais abraços)
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