1. Resposta, de ontem, do Armindo Batata ao meu pedido para comentar as suas fotos publicadas no poste P10442 (*)
Caro Luís
Vamos lá então, na medida do possível, acrescentar as legendas, mas, com muito raras excepções, não me recordo dos nomes de ninguém.
Na primeira foto, a número 15 [, à esquerda], sentados, estou eu e mais dois alferes da companhia. Não identifico o local.
Na que se segue [, foto nº 12, à direita], estão, um dos cabos do Pel Caç Nat 51 e o 2º sargento do mesmo Pel Caç Nat.
Este 2º sargento era de Bissau, casado com uma enfermeira a trabalhar também em Bissau. Não estava desarranchado.
Na última fotografia [, nº 14, à esquerda, ] está um outro cabo do mesmo pelotão.
Tão aprazível local era a entrada e o tecto do abrigo do Pel Caç Nat 51 (dos cabos, sargentos e por vezes também meu).
Este abrigo situava-se no lado oeste do aquartelamento (lado do Mejo) junto ao paiol e debaixo de um grande mangueiro.
O fogareiro a petróleo devia ter sido certamente emprestado para a ocasião (tal não era difícil num Pel Caç Nat).
Habitualmente os cabos tomavam as refeições neste local, os sargentos na respectiva messe ou também aqui e o alferes tomava as refeições, juntamente com os restantes oficiais, na messe.
A messe de oficiais era o alpendre do edifício comando/quarto do capitão/quarto dos alferes. Na fotografia pode-se ver esse alpendre, com a mesa para refeições no primeiro plano e as cadeiras do bar de oficiais (aqui apetece-me sorrir) ao fundo em segundo plano.
A passagem em primeiro plano era habitualmente muito concorrida durante o jantar, já que estava no caminho de um dos espaldões de morteiro 81, dos espaldões da artilharia e dos abrigos de 3 ou 4 grupos de combate.
Nos lados perpendiculares a este corredor/messe ficavam o chuveiro e lavatório abastecidos por bidão (o lado onde está o militar a fumar) e no lado paralelo oposto, o sanitário, que constituía um excelente abrigo para quem fosse lá apanhado sentado.
Em último plano o depósito de géneros. O militar nesta fotografia era o alferes comandante do pelotão de artilharia que substituiu o alferes (Gonçalves?) morto em combate em Fevereiro de 1969.
Na outra fotografia é visível a protecção do alpendre/messe de oficiais. Entre portas estou eu. De costas, t-shirt branca, calças do camuflado e quico, creio ser o cap Barbosa Henriques [, da CART 2410].
Não me recordo de que festividade se tratava, mas era a apresentação de uma cerimónia fula à tropa.
Abraço
Armindo Batata
2. Comentário de L.G.:
Armindo, obrigado pelo teu companheirismo, camaradagem, pachorra, paciência... A gente ainda não se conhece pessoalmente, mas eu já percebi que tenho à minha frente um bravo de Guileje... Não vou abusar da minha tendência para a adjetivação, coisa que tu não aprecias. Estou-te grato, sem advérbio modo, pelas legendas com que enriqueceste as tuas/nossas fotos, que passam a ser património da Tabanca Grande. Um dia destes gostaria de falar contigo ao telefone, se me deres o teu contacto.
Camarada, não consegui localizar as fotos a que te referes a partir deste parágrafo:
"A messe de oficiais era o alpendre do edifício comando/quarto do capitão/quarto dos alferes. Na fotografia pode-se ver esse alpendre, com a mesa para refeições no primeiro plano e as cadeiras do bar de oficiais (aqui apetece-me sorrir) ao fundo em segundo plano".
Peço que me confirmes, por outro lado, em que altura exatamente estiveste em Guileje, com o saudoso capitão Barbosa Henriques, que eu e o Jorge Cabral conhecemos em Fá Mandinga, setor de Bambadinca, como instrutor da 1ª companhia de comandos africanos, no final de 1969, princípios de 1970. Um Alfa Bravo. LG (**).
______________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 27 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10442: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (2):Funeral fula em Guileje (ou melhor, funeral muçulmano, segundo o nosso amigo Cherno Baldé)
(**) Último poste da série > 30 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10460: Dossiê Guileje / Gadamael (24): O abastecimento de água ao aquartelamento e tabanca de Guileje (Manuel Reis, ex-Alf mil, CCAV 8350, 1972/74)
Este 2º sargento era de Bissau, casado com uma enfermeira a trabalhar também em Bissau. Não estava desarranchado.
Na última fotografia [, nº 14, à esquerda, ] está um outro cabo do mesmo pelotão.
Tão aprazível local era a entrada e o tecto do abrigo do Pel Caç Nat 51 (dos cabos, sargentos e por vezes também meu).
Este abrigo situava-se no lado oeste do aquartelamento (lado do Mejo) junto ao paiol e debaixo de um grande mangueiro.
O fogareiro a petróleo devia ter sido certamente emprestado para a ocasião (tal não era difícil num Pel Caç Nat).
Habitualmente os cabos tomavam as refeições neste local, os sargentos na respectiva messe ou também aqui e o alferes tomava as refeições, juntamente com os restantes oficiais, na messe.
A messe de oficiais era o alpendre do edifício comando/quarto do capitão/quarto dos alferes. Na fotografia pode-se ver esse alpendre, com a mesa para refeições no primeiro plano e as cadeiras do bar de oficiais (aqui apetece-me sorrir) ao fundo em segundo plano.
A passagem em primeiro plano era habitualmente muito concorrida durante o jantar, já que estava no caminho de um dos espaldões de morteiro 81, dos espaldões da artilharia e dos abrigos de 3 ou 4 grupos de combate.
Nos lados perpendiculares a este corredor/messe ficavam o chuveiro e lavatório abastecidos por bidão (o lado onde está o militar a fumar) e no lado paralelo oposto, o sanitário, que constituía um excelente abrigo para quem fosse lá apanhado sentado.
Em último plano o depósito de géneros. O militar nesta fotografia era o alferes comandante do pelotão de artilharia que substituiu o alferes (Gonçalves?) morto em combate em Fevereiro de 1969.
Na outra fotografia é visível a protecção do alpendre/messe de oficiais. Entre portas estou eu. De costas, t-shirt branca, calças do camuflado e quico, creio ser o cap Barbosa Henriques [, da CART 2410].
Não me recordo de que festividade se tratava, mas era a apresentação de uma cerimónia fula à tropa.
Abraço
Armindo Batata
2. Comentário de L.G.:
Armindo, obrigado pelo teu companheirismo, camaradagem, pachorra, paciência... A gente ainda não se conhece pessoalmente, mas eu já percebi que tenho à minha frente um bravo de Guileje... Não vou abusar da minha tendência para a adjetivação, coisa que tu não aprecias. Estou-te grato, sem advérbio modo, pelas legendas com que enriqueceste as tuas/nossas fotos, que passam a ser património da Tabanca Grande. Um dia destes gostaria de falar contigo ao telefone, se me deres o teu contacto.
Camarada, não consegui localizar as fotos a que te referes a partir deste parágrafo:
"A messe de oficiais era o alpendre do edifício comando/quarto do capitão/quarto dos alferes. Na fotografia pode-se ver esse alpendre, com a mesa para refeições no primeiro plano e as cadeiras do bar de oficiais (aqui apetece-me sorrir) ao fundo em segundo plano".
Peço que me confirmes, por outro lado, em que altura exatamente estiveste em Guileje, com o saudoso capitão Barbosa Henriques, que eu e o Jorge Cabral conhecemos em Fá Mandinga, setor de Bambadinca, como instrutor da 1ª companhia de comandos africanos, no final de 1969, princípios de 1970. Um Alfa Bravo. LG (**).
______________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 27 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10442: Álbum fotográfico de Armindo Batata, ex- comandante do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70) (2):Funeral fula em Guileje (ou melhor, funeral muçulmano, segundo o nosso amigo Cherno Baldé)
(**) Último poste da série > 30 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10460: Dossiê Guileje / Gadamael (24): O abastecimento de água ao aquartelamento e tabanca de Guileje (Manuel Reis, ex-Alf mil, CCAV 8350, 1972/74)
4 comentários:
Luís! O Cap.Barbosa Henriques só chegou a Fá,em Fevereiro de 1970.
ABRAÇÃO.
J.Cabral
Obrigado, "meu alfero", pela oportuna e rigorosa correção...
Fui buscar e escoltar (eu e mais um ou dois Gr Comb da CCAÇ 12) os "instruendos" da 1ª CCmds Africanos, comandados pelo cap comando graduado João Bacar Jaló, ao Xime, em finais de 1969 ou princípios de 1970...
Depois é que veio o "durão" do Barbosa Henriques...
Tens razão, deve ter sido em fevereiro de 70. Assisti, uma vez, em Fá, à receção do alferes médico. Simularam um ataque ao aquartelamento para "acagaçar" o pobre do médico... Gostava de saber o nome dele... Lembras-te ? Tu eras o anfitrião daquela malta toda... Penso que também lá estavas nesse fim de dia...
Militar de carreira, Barbosa Henriques, nascido em Cabo Verde, foi instrutor da 1ª Companhia de Comandos Africanos, em Fá Mandinga, em 1970. Antes disso conviveu com o Armimndo Batata, em Guileje, enquanto comandante da CART 24190. E seguramente também com o José Rocha Barros, outro nosso grã-tabanqueiro,
Faleceu em 2007, com o posto de coronel na reforma. Sei que era teu amigo.
Vd. postes de:
19 de Fevereiro de 2007 > Guiné 63/74 - P1536: Morreu (1)... Barbosa Henriques, o ex-instrutor da 1ª Companhia de Comandos Africanos (Luís Graça / Jorge Cabral)
19 de Março de 2007> Guiné 63/74 - P1611: Evocando Barbosa Henriques em Guileje (Armindo Batata) bem como nos comandos e na PSP (Mário Relvas)
Luis
Um pequeno exclarecimento.
O Cap.Barbosa Henriques comandava a
C.Caç.2316.
Na C.Art,2410 era o Cap.Mil.Amilcar Cardigos.
Um abraço
Luis Guerreiro
Luís, o médico era o Vasconcelos, um Homem muito de esquerda...amigo de um grande amigo meu,médico dermatologista..
Abração.
J.Cabral
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