domingo, 7 de outubro de 2012

Guiné 63/74 - P10496 Meu pai, meu velho, meu camarada (33): Mais notícias das forças expedicionárias da ilha de São Vicente, Cabo Verde (1941/45) (Adriano Miranda Lima, cor inf ref)


1. Comentários, ao poste P10284 (*), de Adriano Miranda Lima, nosso leitor, cor inf reformado, natural de Cabo Verde, São Vicente, antigo combatente da guerra do ultramar (Angola e Moçambique), residente em Tomar [,  foto atual à esquerda, ] , e que gostaríamos que aceitasse o nosso convite para integrar esta Tabanca Grande:

(i) Manifesto ao senhor José Martins a minha admiração pelo excelente trabalho de pesquisa que empreendeu e permitiu a publicação desta lista dos militares portugueses falecidos em Cabo Verde. O meu reparo em relação ao lapso de registo respeitante ao major Nicolau de Luizi deve-se ao conhecimento muito particular que tenho do caso. Sou militar (coronel reformado) e servi grande parte da minha carreira no RI 15, sobretudo depois de finda a guerra de África. Essa condição permite-me conhecer muito bem o historial desse regimento, que beneficiei com pesquisas, reescrevendo algumas das suas páginas.


Como sou cabo-verdiano de nascimento, toca-me também de modo muito particular o historial das tropas expedicionárias durante a II Guerra Mundial. É por isso que me atrai este blogue, cuja consulta me tem facultado alguma ajuda para poder escrever alguns textos que comecei a publicar no blogue Praia de Bote, cujo nome se deve à praia com o mesmo nome existente na cidade do Mindelo, na orla do Porto Grande.

Ainda participei em 3 convívios realizados em Tomar pelos expedicionários do RI 15, que incluíam também expedicionários de outras unidades mobilizadas, como os de Infantaria 5 e 7. O grande entusiasta e organizador desses convívios era o senhor Francisco Lopes (que era conhecido no Mindelo como o Chico da Concertina). Infelizmente, faleceu há para aí 2 anos. Estava muito lúcido e ainda vigoroso, mas bastou terem-lhe tirado a carta de condução (conduziu até idade muito avançada) para entrar numa depressão a que seguiu uma pneumonia que foi a causa da sua morte. Julgo que ele tinha 89 anos.

Fiz duas comissões, uma em Angola e outra em Moçambique, mas na Guiné nunca estive.
(ii) Consultando de novo a lista dos militares inumados em S. Vicente, atentei no seguinte caso: Ovídio de Deus da Silva Buiça - 2º Sargento nº 51-42, da Companhia de Comando do 1º Batalhão Expedicionário da Regimento de Infantaria nº 5 [, Caldas da Rainha], idade não referida, natural de Portalegre, faleceu de ferida perfurante do crâneo, por arma de fogo, em 3 de Abril de 1943 [Possivelmente, suicídio]. Inumado na 14ª campa de Rua 56, do Cemitério do Mindelo, Ilha de São Vicente.

Confirmo que se tratou, de facto, de suicídio. Infelizmente, o sargento pôs termo à vida por irregularidades que lhe foram detectadas na administração de contas que tinha a seu cargo. Esse sargento era amigo de um familiar meu.

Visitei em Julho passado o talhão militar e não deixei de me comover com a visão das campas de dezenas de militares que morreram em terra distante longe das suas famílias. É a mesma comoção que me provoca a recordação de duas praças que deixei enterradas em Angola, por lá continuando ainda os seus restos mortais. Em Moçambique, os meus mortos foram já enviados para a metrópole, pois os enterramentos locais deixaram de se fazer. Tarde demais, quanto a mim, pois o efeito moral da situação contrária era arrasador.



2. Apontamentos do cor inf ref Adriano Miranda Lima, no blogue Praia do Bote, sobre as forças expedicionárias em São Vicente, durante a II Guerra Mundial:

(...) Vejamos agora alguns dados constantes da História do Exército Português (1910-1945), obra organizada sob a coordenação do general Arménio Nuno Ramires Oliveira, oficial que, por coincidência, serviu no comando militar de S. Vicente como capitão e major.

A organização militar, que devia ser estabelecida de acordo com o Decreto nº 29686, de 14 de Julho de 1939, acabaria por não ser efectivada em Cabo Verde. Assim, teve-se de recorrer ao envio de forças expedicionárias da metrópole para a sua defesa.

A ocupação das ilhas e a organização das forças foram sofrendo as adaptações que os efectivos iam permitindo. Uma das condicionantes foi a carência de material, em especial de artilharia. Mas em Julho de 1941 encontravam-se prontos a embarcar em Inglaterra com destino a Cabo Verde, 3 peças de artilharia 4,7", 3 jogos para plataformas e 450 munições. (Este material diz respeito à artilharia de costa). As autoridades inglesas ofereceram ainda pessoal para instruir e montar estas peças.


Em 1941, foi criada na cidade do Mindelo, em S. Vicente, uma Bateria de Artilharia de Costa. Em fins de Agosto de 1941, era transferida a título provisório, da cidade da Praia, em Santiago, para a cidade do Mindelo, em S. Vicente, a sede da Repartição Militar. A evolução da guerra mostrou a urgência de criar um dispositivo defensivo na ilha de S. Vicente, pelo que foi ordenada a mobilização das seguintes forças:

Para a Ilha de S. Vicente:

- Comando Militar de Cabo Verde, sendo comandante o brigadeiro Augusto Martins Nogueira Soares, desde Agosto de 1941 até Dezembro de 1944;
- Comando do Regimento de Infantaria 23, integrando os batalhões seguintes;- 1.º Batalhão expedicionário do Regimento de Infantaria 5 (Caldas da Rainha);
- 1.º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria 7 (Leiria);
-  1.º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria 15 (Tomar);
- Bataria de Artilharia de Costa 1;
- Bataria de Artilharia de Costa 2;
- Bataria de Artilharia Contra Aeronaves 9,4 cm;
- Bataria de Artilharia Contra Aeronaves 4 cm;
- Bataria de Referenciação;
- 2.ª Companhia de Sapadores Mineiros do Regimento de Engenharia 2;


Apoiavam estas unidades as formações dos serviços militares seguintes:

- Parque de Engenharia;
- Tribunal Militar;
- Hospital Militar Principal de Cabo Verde;
- Depósito de Subsistência e Material;
- Laboratório de Análise de Águas;
- Depósito Sanitário;
- Secção de Padaria.

O conceito de defesa da ilha de S. Vicente consistia essencialmente numa sólida ocupação e, em caso de emergência, manter a posse a todo o custo das regiões de João Ribeiro e de Morro Branco e a cidade do Mindelo. Para tal, 2 batalhões ocupavam posições de defesa e 1 batalhão, reduzido, encontrava-se em posição de reserva.

Para a ilha do Sal:

- 1.º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria 2:
- 1.º Batalhão Expedicionário do Regimento de Infantaria 11;
- 3.ª Bataria de Artilharia Contra Aeronaves.
O Hospital Militar do Sal apoiava essas unidades.

O conceito de defesa da ilha do Sal, embora previsse a defesa das costas contra acções provenientes do mar, tinha como principal finalidade a defesa do aeródromo e a sua posse a todo o custo.

Na ilha de Santo Antão, a guarnição era constituída por forças destacadas da ilha de S. Vicente, normalmente uma companhia de atiradores reforçada do batalhão em reserva. Tinha por missão ocupar a povoação de Porto Novo, mantendo a posse da água de abastecimento e a vigilância do canal, em especial na zona correspondente ao Porto Grande de S. Vicente.

Na ilha de Santiago, na cidade da Praia, estava uma companhia de caçadores de praças de recrutamento local/regional, podendo eventualmente ser reforçada com meios atribuídos pelo Comando Militar de Cabo Verde, sediado em S. Vicente. Competia-lhe a defesa da cidade da Praia, como capital de Cabo Verde.

Com o fim da guerra mundial, regressaram à metrópole os efectivos expedicionários. O regresso efectuou-se progressivamente, sendo extintas as unidades, comandos e serviços ali criados. O regresso do Comandante Militar, brigadeiro Nogueira Soares, em Janeiro de 1945, e sobretudo a extinção do Comando Militar criado para o efeito, em 30 de Novembro de 1946, marcaram o final do reforço militar de Cabo Verde, embora várias comissões liquidatárias se tenham mantido pelo tempo necessário à conclusão das suas tarefas.




Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Monte Sosse > c. 1941-1945 > "Peça de 9,4 cm de uma das duas antigas baterias de artilharia anti-aérea de Monte de Sossego (Foto oferecida pelo filho de um antigo oficial que serviu, à época, em Cabo Verde)" [Legenda: Adriano Miranda Lima] [Foto reproduzida aqui com a devida vénia...]


(...) À época da segunda Guerra Mundial, a artilharia antiaérea vigiava o Porto Grande. E a nossa “Praia de Bote” estava, implicitamente, sob o chapéu protector, claro está. Que isto fique desde já assegurado, ou não tivesse a dita Praia sobrevivido até agora, vivinha da silva.

Ora, esta antiga peça de artilharia anti-aérea de calibre 9,4 cm presente nas fotos pertencia, entre outras, a uma das baterias (unidade táctica elementar de artilharia comandada por um capitão) instaladas no cimo do Monte de Sossego. 

A outra bateria era equipada com peças de 4 cm. Fazia também parte desse dispositivo artilheiro uma unidade de referenciação, constituída por projectores (holofotes), fonolocalizadores, preditores de tiro [, aparelho que calcula a posição futura do alvo aéreo,] e seguidores visuais. Desconheço se integrava também radares tácticos e de tiro. Uma vez que este conjunto integrava duas baterias, de comando de capitão, é de supor que o conjunto justificasse o comando de um major. A ser assim, aquelas duas unidades constituiriam um Grupo de Artilharia, embora reduzido nas suas componentes orgânicas, que é sempre de comando de oficial superior (major ou tenente-coronel). Mas admite-se que o conjunto pudesse estar sob o comando apenas de um capitão, já que nessa altura não havia grande abundância de oficiais superiores e o posto de capitão se mantinha até idade bem madura (mais de 40 anos), o que conferia um saber de experiência acumulada ao longo de anos.


Cabo Verde > Ilha de São Vicente > Mindelo > 2006 > Monte Sossego [, ou Ponta João Ribeiro ?,]> Restos da peça de arttilharia antiaére 9,4, do tempo da II Guerra Mundial... Ao fundo, a cidade do Mindelo, o Porto Grande, o oceano, o ilhéu dos Pássaros.

Foto: © Lia Medina (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados

Este dispositivo e outros disseminados pela ilha de S. Vicente fazia parte das Forças Expedicionárias Portuguesas a Cabo Verde durante a Segunda Guerra Mundial (activadas entre 1941 e 1945).

Quem for ao cimo do Monte de Sossego encontra ainda quase intactas as estruturas entrincheiradas, tipo bunker, desse antigo dispositivo militar, construídas então pela engenharia militar portuguesa. E tem também oportunidade de reparar em algumas peças enferrujadas (só se mantiveram as de calibre 9,4 cm) e amputadas de alguns componentes.

Eu fui lá em 2003, e pela primeira vez na minha vida. Não estavam lá soldados nem equipamentos, à excepção das referidas peças enferrujadas. Estavam, sim, pessoas a viver no que resta daquelas instalações construídas em subsolo. Disseram-me que eram pessoas de S. Antão que chegavam a S. Vicente à procura de trabalho e não tinham outra hipótese de abrigo senão os bunkers. Mas penso que actualmente essas instalações estão desocupadas, conforme parecem demonstrar fotos de data mais recente que tive oportunidade de ver mas que não possuo. 

Tenho de dizer que me impressionou o estado deplorável em que vivia aquela gente. Cheguei ao local acompanhado de um tio e de um primo e fomos imediatamente rodeados por um rancho de crianças, que nos olhavam como se fôssemos extra-terrestres.

Como afirmei atrás, eu nunca tinha ido ao local, mas ao longo da minha meninice algumas manifestações da existência desse dispositivo artilheiro chagavam até mim de vez em quando. Sim, porque alguma coisa ainda lá se manteve depois da saída das Forças Expedicionárias. Lembro-me, nos anos da década de 1950, dos ensaios nocturnos dos projectores (holofotes). Iluminavam tudo em redor e até a distâncias consideráveis. Morava em Fonte Cónego e era uma festa, para a meninada, quando os focos de luz atingiam as casas e mesmo os nossos corpos. Interrompíamos as brincadeiras de “mangatchada” (brincar às escondidas) para nos deliciarmos com o espectáculo de luz que subitamente quebrava a rotina. (...) 
_____________________

Nota do editor:

(*) Vd. poste de 21 de agosto de 2012 > Guiné 63/74 - P10284: Meu pai, meu velho, meu camarada (31): Expedicionários em Cabo Verde, mortos entre 1903 e 1946 e inumados nas ilhas de São Vicente e Sal (Lia Medina / José Martins)

Último poste da série > 22 de setembro de 2012 > Guiné 63/74 - P10420: Meu pai, meu velho, meu camarada ( 32): Luís Henriques (1920-2012) evoca, em entrevista gravada em 10 de março de 2010, os sítios onde passou 26 meses, na ilha de São Vicente, em plena II Guerra Mundial: Mindelo, Lazareto, Matiota, São Pedro, Calhau...

10 comentários:

Luís Graça disse...

Caro camarada Adriano Lima:

Tomei a liberdade de reproduzir dois dos seus comentários (e mais alguns dos seus apontamentos publicados no blogue Praia do Bote)...

Reitero o meu convite para integrar a nossa Tabanca Grande. Juntos podemos fazer força no sentido da salvaguarda do património da Ilha de São Vicente, natural e cultural, incluindo os restos da presença dos militares portugueses entre 1941/45... É uma dor de alma o estado de degradação a que chegaram, na ilha de São Vicente, os antigos "bunkers"das tropas expedicionárias portuguesas duranbte a II Guerra Mundial. A Lia Medina mandou-me há tempos fotos do que resta, e acrescentou o seguinte:

(...) "A número 50 ainda é do quartel de João Ribeiro. São de 2006, as de João Ribeiro continuam na mesma, já o quartel de Monte Sossego está muito mal.

"Como os acessos a este quartel são melhores,. a população já desmontou quase todos os canhões (só ficou um) e a câmara destruiu muitas das construções para evitar que pessoas fossem lá morar". (...)

Continuo a contactar militares desse tempo ou suas famílias e a lutar pela preservação dos seus álbuns fotográficos...

Cabo Verde é já o 10º país do mundo onde o nosso blogue é mais visto... Estamos com 3500 visitas por dia, em média. Mais uma razão para se juntar nós. Qie sei que tem um amor espeical pela sua ilha. Nós também. Um abração. Luís

Disponha das nossas fotos. Veja as fotos da Lia Medina.

Um Alfa Bravo. Luís Graça

Anónimo disse...

Adriano Lima
8 de outubro de 2012, 01:32

C/C JoséFortes Lopes, Joaquim Saial, Valdemar Pereira, colaboradores habituais do blogue Praia do Bote:


Caro camarada e amigo [Luís Graça]

Tem toda a liberdade para utilizar os meus textos como entender e será para mim uma honra se for em proveito do blogue Luís Graça & Camaradas.

Devo dizer-lhe que tenho frequentado o vosso blogue para recolher dados e imagens que possam ser úteis para os meus textos, os 3 que já escrevi e os que tenciono continuar a escrever para publicar no blogue "Praia de Bote", cujo editor e administrador é o professor Dr. Joaquim Saial, um cabo-verdiano adoptivo. Por isso é que há uns meses pedi a sua autorização para reproduzir uma ou outra foto que pudesse servir os objectivos dos meus textos. Com todo o gosto integrarei a Tabanca Grande e acredite que tanto eu como o Joaquim Saial e outros colaboradores do blogue Praia de Bote, como o Valdemar Pereira, vice-cônsul de Portugal em Tours, aposentado, e o José Lopes, professor na universidade de Aveiro, os dois últimos cabo-verdianos de origem, temos vindo a terçar armas para a preservação do património da ilha de S. Vicente.

Infelizmente, por ignorância ou distorcida visão do que é cultura, algum património tem vindo a ser destruído ou abandonado. E creia que a memória dos expedicionários portugueses em 1941-45 é algo que toca profundamente a minha sensibilidade, pelas razões pessoais que expus num dos textos que já publiquei.

Por isso é que foi para mim uma agradável surpresa o vosso blogue. Pena é eu não ter começado há mais tempo, há 20 anos atrás pelo menos, quando tínhamos ainda muitos testemunhos vivos, como o seu pai, o Francisco Lopes, o Shultz Guimarães e outros de Tomar que a lei da vida já não permite estarem connosco. Para ser mais verdadeiro, comecei, sim, mas não continuei, pois o primeiro passo consistiu apenas em actualizar o historial do RI 15 e o seu anuário, o que exigiu apenas uma sucinta narrativa. Imagine, isso foi em 1985, quando os nossos expedicionários estavam ainda em pujança de vida. Mas às vezes não nos damos conta de que o tempo voa e perdemos oportunidades irrepetíveis.

Um abraço

Adriano Lima

Anónimo disse...

Adriano Lima
8 de outubro de 2012, 01:32

C/C JoséFortes Lopes, Joaquim Saial, Valdemar Pereira, colaboradores habituais do blogue Praia do Bote:


Caro camarada e amigo [Luís Graça]

Tem toda a liberdade para utilizar os meus textos como entender e será para mim uma honra se for em proveito do blogue Luís Graça & Camaradas.

Devo dizer-lhe que tenho frequentado o vosso blogue para recolher dados e imagens que possam ser úteis para os meus textos, os 3 que já escrevi e os que tenciono continuar a escrever para publicar no blogue "Praia de Bote", cujo editor e administrador é o professor Dr. Joaquim Saial, um cabo-verdiano adoptivo. Por isso é que há uns meses pedi a sua autorização para reproduzir uma ou outra foto que pudesse servir os objectivos dos meus textos. Com todo o gosto integrarei a Tabanca Grande e acredite que tanto eu como o Joaquim Saial e outros colaboradores do blogue Praia de Bote, como o Valdemar Pereira, vice-cônsul de Portugal em Tours, aposentado, e o José Lopes, professor na universidade de Aveiro, os dois últimos cabo-verdianos de origem, temos vindo a terçar armas para a preservação do património da ilha de S. Vicente.

Infelizmente, por ignorância ou distorcida visão do que é cultura, algum património tem vindo a ser destruído ou abandonado. E creia que a memória dos expedicionários portugueses em 1941-45 é algo que toca profundamente a minha sensibilidade, pelas razões pessoais que expus num dos textos que já publiquei.

Por isso é que foi para mim uma agradável surpresa o vosso blogue. Pena é eu não ter começado há mais tempo, há 20 anos atrás pelo menos, quando tínhamos ainda muitos testemunhos vivos, como o seu pai, o Francisco Lopes, o Shultz Guimarães e outros de Tomar que a lei da vida já não permite estarem connosco. Para ser mais verdadeiro, comecei, sim, mas não continuei, pois o primeiro passo consistiu apenas em actualizar o historial do RI 15 e o seu anuário, o que exigiu apenas uma sucinta narrativa. Imagine, isso foi em 1985, quando os nossos expedicionários estavam ainda em pujança de vida. Mas às vezes não nos damos conta de que o tempo voa e perdemos oportunidades irrepetíveis.

Um abraço

Adriano Lima

Anónimo disse...

Joaquim Saial [, criador do blogue Praia do Bote]

8/10/2012, 08:45

para Luís Graça, Adriano LIma José Lopes, Valdemar Pereira:

Caros amigos,

Claro que da minha parte também há completa e total autorização para utilizarem os materiais que vão saindo na Praia de Bote.

Todos juntos, poderemos ter mais força no sentido de se preservar um património lusófono que a ser destruído nos deixará sem dúvida mais pobres.

Grande abraço geral,
Joaquim Saial

Anónimo disse...

1. Mensagem de Valdemar Pereira
8/10/2012

10:47

para Joaquim Saial, Adriano Lima, Luís Graça, José Lopes:

Só com determinação se pode vencer a teimosia dos fundamentalistas e este capitulo deve ser o começo de uma série que cada um deve aproveitar para desenvolver trazendo outros factos.

Essa do sargento Buiça me comoveu bastante por me lembrar desse momento. Embora parecendo de muito pouco monta, servem para construir ou enriquecer a nossa História que não deve ser esquecida para dar lugar ao novo rumo que nos querem dar.

Reivindico o meu africanismo pois tenho as minhas origens nesse Continente mas sou, antes do mais, um atlântido (ou atlântico) com uma civilização criada sem bairrismos, sem mania de grandezas. Afinal só somos ricos se valorizarmos o pouco que é nosso.

Braça pa tude gente
Valdemar

P.S. - Gostaria de saber se Luís Graça é aparentado aos sr. Djack Graça que trabalhou no Tribunal depois de ter sido Policia. Obrigado


2. Resposta do Luís Graça, editor deste blogue:

Meu caro Valdemar, a lusofonia de precisa de gente como vocês, os amigos da Praia do Bote.

A minha resposta à sua pergunta é não: infelizmente ainda não conheço o Mindelo, onde esteve o meu pai, Luís Henriques (1920-2012), como expedicionário, entre 1941 e 1943. Graça é apelido materno. Os meus laços com Cabo Verde afetivos. O Mindelo (e o resto da ilha de São Vicente) fazem parte do meu imagionário desde pequenino, desde que folheava o álbum fotográfico e ouvia as histórias do meu pai... Se quiser dar uma vista de olhos, clique aqui:

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search/label/Lu%C3%ADs%20Henriques%20%28n.%201920%29

Anónimo disse...


Meu caro Valdemar, a lusofonia precisa de gente como vocês, os amigos da Praia do Bote.

Quanto à minha resposta à sua pergunta, é não: infelizmente ainda não conheço o Mindelo, onde esteve o meu pai, Luís Henriques (1920-2012), como expedicionário, entre 1941 e 1943. De resto, sempre pensei lá levá-lo um dia...Mas nunca aconteceu, e a gira é tarde de mais.

Graça é apelido materno. Os meus laços com Cabo Verde afetivos. O Mindelo (e o resto da ilha de São Vicente) fazem parte do meu imaginário desde pequenino, desde que folheava o álbum fotográfico e ouvia as histórias do meu pai...

Se quiser dar uma vista de olhos, clique aqui:

http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/search/label/Lu%C3%ADs%20Henriques%20%28n.%201920%29

António Bernardo disse...

Meu Pai,Francisco Luis Bernardo
(1922-1987),desembarcou na ilha de S.Vicente,em 25 de Abril de 1944,
tendo embarcado a 5 de Janeiro de
1945 e chegado a Lisboa,7 dias após.
Fez parte da 3ª,Compª. do R.I.4,
sediado em Lagos.

José Marcelino Martins disse...

Meu caro amigo, se me permite o tratamento, Adriano Miranda Lima

Agradeço a informação que me deu acerca do Major Nicolau de Luizi.
Na listagem, que me foi fornecida pela Liga dos Combatentes, constavam os dados que foram indicados no post sobre as forças em Cabo Verde.

Numa pesquisa efectuada num dos jornais de Leiria sobre um tio paterno, localizando notícias de encontros de expedicionários que tinham integrado o Batalhão do RI 7, resolvi pesquisar no AHM o que havia sobre este Batalhão. Encontrei alguns elementos, entre eles a composição das forças expedicionárias, pelo que tentei obter o nome dos militares que estão inumados no ossário da Ilha do Sal, cuja foto se encontra no post 10.284. Contactada a liga, foi-me fornecida a listagem já referida, pelo que já enviei uma nota para que a mesma seja corrigida.

Foi a “minha ligação” ao RI 7, no qual prestaram serviço três gerações que me antecederam – bisavô, avô, tios avós todos maternos e um tio paterno – que me levou a esta pesquisa,

Entretanto, em carta aberta e constante do post 5184 de 30 de Outubro de 2009, sugeri as chefes militares o agraciamento dos militares que estiveram em Cabo Verde e nos Açores, que ainda fossem vivos, para não acontecer o mesmo aos militares que estiveram na Grande Guerra, que foram agraciados pela França, mas Portugal esqueceu-se…….

Já agora quero felicita-lo por pertencer ao Regimento que, cuja bandeira, ostenta o maior número de condecorações – o 15!

Saudações

José Martins


José Marcelino Martins disse...

Meu caro amigo, se me permite o tratamento, Adriano Miranda Lima

Agradeço a informação que me deu acerca do Major Nicolau de Luizi.
Na listagem, que me foi fornecida pela Liga dos Combatentes, constavam os dados que foram indicados no post sobre as forças em Cabo Verde.

Numa pesquisa efectuada num dos jornais de Leiria sobre um tio paterno, localizando notícias de encontros de expedicionários que tinham integrado o Batalhão do RI 7, resolvi pesquisar no AHM o que havia sobre este Batalhão. Encontrei alguns elementos, entre eles a composição das forças expedicionárias, pelo que tentei obter o nome dos militares que estão inumados no ossário da Ilha do Sal, cuja foto se encontra no post 10.284. Contactada a liga, foi-me fornecida a listagem já referida, pelo que já enviei uma nota para que a mesma seja corrigida.

Foi a “minha ligação” ao RI 7, no qual prestaram serviço três gerações que me antecederam – bisavô, avô, tios avós todos maternos e um tio paterno – que me levou a esta pesquisa,

Entretanto, em carta aberta e constante do post 5184 de 30 de Outubro de 2009, sugeri as chefes militares o agraciamento dos militares que estiveram em Cabo Verde e nos Açores, que ainda fossem vivos, para não acontecer o mesmo aos militares que estiveram na Grande Guerra, que foram agraciados pela França, mas Portugal esqueceu-se…….

Já agora quero felicita-lo por pertencer ao Regimento que, cuja bandeira, ostenta o maior número de condecorações – o 15!

Saudações

José Martins


Anónimo disse...

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