Marcha do Regresso da “Zorba”
Recolha de Mário Gaspar [, foto atual à esquerda]
Rapazes, cantai cantigas
Alegres e animadas,
Acabaram-se as fadigas
Das patrulhas e emboscadas.
Bravos rapazes da “Zorba”,
Dispostos a trabalhar,
Sejam barcos ou colunas
É sempre, sempre a alinhar.
Viemos para a Guiné,
Prontos para combater,
Pica, estiva e sapa até
Tudo soubemos fazer.
Ao partirmos com saudades…
A saudade é uma mulher,.
Que tenha felicidades
Quem depois de nós vier-
Coro
Cá vai a malta da “Zorba”,
Toda alegre e sorridente,
Alegria não nos falta
Que a tristeza mata a gente.
1. Nova mensagem, de 9 do corrente, enviada pelo Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art e Minas e Armadilhas da CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68 [, foto à direita, em Gadamael, antes de um operação]Recolha de Mário Gaspar [, foto atual à esquerda]
Rapazes, cantai cantigas
Alegres e animadas,
Acabaram-se as fadigas
Das patrulhas e emboscadas.
Bravos rapazes da “Zorba”,
Dispostos a trabalhar,
Sejam barcos ou colunas
É sempre, sempre a alinhar.
Viemos para a Guiné,
Prontos para combater,
Pica, estiva e sapa até
Tudo soubemos fazer.
Ao partirmos com saudades…
A saudade é uma mulher,.
Que tenha felicidades
Quem depois de nós vier-
Coro
Cá vai a malta da “Zorba”,
Toda alegre e sorridente,
Alegria não nos falta
Que a tristeza mata a gente.
Cá vai a malta da “Zorba”,
Corações cheios de fé,
Depois da missão cumprida,
Gadamael, Ganturé
Situadas lá no Sul,
Da província da Guiné
Ao regressarmos a casa,
Para nós a vida muda,
O cântaro perde a asa
Nós ganhamos a “peluda”.
Já vai chegando o momento
De à Guiné dizer adeus,
De acabar o sofrimento,
Voltar a abraçar os meus.
Em vinte e dois meses de glória
Cumprindo, como as primeiras,
O que há-de constar da história
Lá no RAC, em Oeiras.
Viva a Companhia “Zorba”
Que em nós deixou bem gravado
O nome de Portugal
E a honra de ser Soldado.
Corações cheios de fé,
Depois da missão cumprida,
Gadamael, Ganturé
Situadas lá no Sul,
Da província da Guiné
Ao regressarmos a casa,
Para nós a vida muda,
O cântaro perde a asa
Nós ganhamos a “peluda”.
Já vai chegando o momento
De à Guiné dizer adeus,
De acabar o sofrimento,
Voltar a abraçar os meus.
Em vinte e dois meses de glória
Cumprindo, como as primeiras,
O que há-de constar da história
Lá no RAC, em Oeiras.
Viva a Companhia “Zorba”
Que em nós deixou bem gravado
O nome de Portugal
E a honra de ser Soldado.
Assunto - Envio de 3 Fotos e Marcha - na íntegra - da "Zorba"
Camarada e Homem Grande da Tabanca
As fotos eram muitas, mas neste momento tenho poucas. Umas que desapareceram nos empréstimos para diversas exposições, outras que se sumiram à nascença - dois rolos desapareceram na revelação em Lisboa, deram-me o negativo em branco - uma dessas fotografias vi mais tarde numa exposição.
Tenho pena, visto ter fotos tiradas em emboscadas no famigerado "corredor da morte".
Tenho algumas histórias para narrar. E é pena que os nossos ministros da Educação não abram as portas à História Contemporânea, incluindo a narração da História da Guerra Colonial nos compêndios e manuais escolares, isto enquanto estamos vivos. Ainda surgem uns grandes cérebros que vão contar a Nossa História da Nossa Guerra, do modo que mais lhe agradar.
Somos uma força, juntos muito valemos, mas cuidado porque estamos na Idade Maior, muito próximos do fim. Estamos ainda vivos, não se esqueçam que existiu uma guerra que matou as nossas mentes e os nossos sonhos.
Éramos muito jovens, com idade de namorar. Mas porquê a guerra? A guerra mata, e quem dela sobrevive, sofre. A guerra continua dentro de mim, a guerra continua dentro de nós. Temos de falar, com mais calma sobre o assunto. Logo que tenhamos disponibilidades, havemos de nos encontrar. Não estou a ver bem onde é a Escola Nacional de Saúde Pública/UNL, na Avenida Padre Cruz. Mas vou muitas vezes a essa avenida porque sou sócio da ADFA, que sabes onde fica. Também sei a localização do Instituto Ricardo Jorge.
Um abraço do Homem Grande Mário para o Homem Grande Luís Graça.
Fotos: © Mário Gaspar (2013). Todos os direitos reservados.
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Nota do editor:
Vd. os postes do Mário Gaspar:
10 de dezembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12426: Tabanca Grande (414): Ainda o "zorba" Mário Gaspar (ex-fur mil, MA, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68), natural de Sintra, residente em Lisboa, e lapidador de diamantes reformado
3 comentários:
Mário Gaspar
15 dez 2013 03:06
Camarada Luís Graça
Eu enviei um Anexo com a Marcha da "ZORBA", mas não sou o autor.
Que fique bem claro! Nem sequer me lembro se tive alguma intervenção na sua feitura.
Um abraço
Ex Furriel Miliciano Nº 03163264 da CART 1659, em Gadamael Porto e Ganturé
Mário Vitorino Gaspar
Caro camarada Mário Gaspar
Gostei muito de ler o que escreveste manifestando o teu ponto de vista, que perfilho, de que se devia "abrir as portas à História Contemporânea, incluindo a narração da História da Guerra Colonial nos compêndios e manuais escolares, isto enquanto estamos vivos."
Em alguns locais, a alunos de História, sei que já se fizeram, por vezes, alguns pequenos seminários sobre o tema mas não são metódicos, são fruto do 'desarincanço' de um ou outro professor e isso é insuficiente.
Por outro lado achei curioso o facto de te terem dado um rolo com o negativo em branco. Podia ser um acto da censura mas pelos vistos foi uma golpada, já que dizes ter visto uma dessas fotos (que deveriam estar no rolo apagado) numa exposição qualquer.
É pena.
Abraço
Hélder S.
Caro Mário Gaspar:
A propósito do que escreves, "dois rolos desapareceram na revelação em Lisboa, deram-me o negativo em branco", tenho a dizer que me aconteceu a mesma coisa, não em Lisboa mas em Pombal.
Foi um murro no estômago que levei quando me devolveram o rolo em branco, melhor dizendo, em transparência. Era o meu "tesouro" de imagens escolhidas e tiradas nos últimos dias de comissão, incluindo como que uma reportagem fotogràfica da viagem Mansabá-Bissau a caminho do "Uige". Imagens tiradas com a certeza de que algumas delas não agradariam por aí além ao poder político da época, mas nunca pensei que sucedesse o que sucedeu. Inicialmente ainda pensei que tivesse sido um erro meu mas, mais tarde, soube que era rotineiro serem os estabelecimentos fotográficos "visitados" para verificação da "sanidade política" de conteúdos fotográficos e os seus proprietários "avisados" quanto ao perigo que poderiam correr se não tivessem em conta o conteúdo de certos rolos fotográficos.
Verdade seja dita que, na lógica política do regime de então, se compreendem as suas razões quanto à não divulgação de certas imagens dos teatros de guerra. Como se costuma dizer, e é verdade, "uma imagem vale, muitas vezes, por mil palavras".
Abraço
Manuel Joaquim
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