terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Guiné 63/74 - P12583: Manuscrito(s) (Luís Graça) (17): À uma e meia da tarde quando o relógio parou, na estrada de Nhabijões-Bambadinca, no dia 13 de janeiro de 1971... Homenagem a um grande sobrevivente, António Marques

1. Passou ontem uma efeméride, de triste memória para nós, CCAÇ 12 e CCS/BART 2917: há precisamente 43 anos, no dia 13 de janeiro de 1971, a escassos quilómetros de Bambadinca, à saída do reordenamento de Nhabijões (uma das coqueluches de Spínola e da sua 'Guiné Melhor'), duas viaturas nossas, com um intervalo de 2 horas, acionaram minas A/C. Resultado: 1 morto (da CCAÇ 12) e 6 feridos graves (da CCAÇ 12 e da CCS) foi o balanço, trágico, desse dia...

Ontem às 13h30 em ponto, o meu querido amigo e camarada António Fernando Marques telefonou-me a relembrar esse momento que nunca mais esqueceremos, ele e eu... porque está-nos gravado na carne e na alma... 

Já aqui em tempos o tinha homenageado através de um poema (*) que, de resto,  quero incluir no meu próximo livro de poesia... Fiquei muito sensibilizado pelo telefonema dele, que atendi à porta do consultório do meu médico... Coincidência: ia justamente fazer um exame de vigilância médica periódica, como mandam as regras da arte da boa conservação da saúde...

Confesso que, a princípio, não estava a perceber por que é que ele me estava a dar os parabéns...Pensei cá para comigo: "Bolas, mas  eu só faço anos daqui a 16 dias, no dia 29!"... Muito delicadamente dei-lhe a entender que ainda era cedo... Mas depois fez-se o clique, quando ele voltou a insistir: "Estão a fazer 13h30"...Só então se fez luz na minha mente: ele estava a querer referir-se à mina A/C em que ambos tínhamos caído, mais as nossas duas secções, numa velha GMC do tempo da guerra da Coreia!... Há precisamente 43 anos,  às 13h30, do dia 13 de janeiro de 1971, aos 20 meses de comissão!... Nas nossas barbas, à saída do reordenamento 8e destacamento) de Nhabijões!...

Que merda de memória a minha!... Agora estava a atender!... Desculpa, camarada!... Mas, parabéns, porquê ? Por estarmos vivos, termos sobrevido!'... Só podia ser!... Dois sobreviventes, eu e ele! E ele ainda mais do que eu, que teve uma longa convalescença de 2 anos... Senti que, do outro lado do telemóvel, o Marques estava emocionado. E lembrei-me de quanta sorte tivera eu nesse fracção de segundo que podia ter ditado a minha, a nossa morte...

Pedi-lhe desculpas por não ter, de imediato, associado a sua chamada à trágica efeméride. Sou mau em datas. Esqueço-me dos aniversários de familiares e amigos.  E,  para mais, das efemérides da guerra... São coisas que a gente esquece, recalca, sublima, escamoteia, branqueia, ignora ou faz por isso...

Para, de algum modo,  compensar a sua eventual deceção face à minha involuntária  indelicadeza, disse-lhe que estava a preparar um livro de poesia para publicação e que o poema que eu, em tempos, lhe tinha dedicado, aqui no blogue , sobre a explosão da mina em Nhabijões (*), deveria ser um dos poemas elegíveis para a minha antologia...

Pois aqui fica, em homenagem a um grande, a um digno,  a um teimoso e corajoso sobrevivente, o António Fernando Marques, ex-fur mil at inf, 4º Gr Comb, CCAÇ 12 (Bambadinca, 1969/71 + 2 de hospital militar)... Extensivo à sua Gina, uma grande mulher que deixou tudo para o ajudar a recuperar e reintegrar-se quando esteve no Hospital Militar Principal... Eles são um casal que eu muito admiro e têm dois filhos maravilhosos, que eu um dia ainda hei-de conhecer: uma comissária de bordo e um comandante da aviação comercial...

Esta é  a última versão do poema, revista ontem. Comecei justamente a escrevê-lo há 43 anos, no meu diário... E ficará para sempre inacabado... É uma espécie de suplício de Sísifo... É também uma homenagem a todos os meus camaradas que um dia, na guerra, conheceram o horror da explosão de uma mina, A/P ou A/C... (**)... Não posso deixar de lembrar quanto este poema (ou melhor, este singelo texto poético, que começou como prosa...)  é devedor ao genial poema de Frederico Garcia (1898 - 1936), Llanto por Ignacio Sánchez Mejías (1935), esse sim um dos poemas mais belos e mais trágicos da história da poesia universal. (***)



2. À uma e meia da tarde...

Ao António Marques

Era uma hora e meia da tarde
quando o relógio parou,
na estrada de Nhabijões-Bambadinca.

... O sol dos trópicos desintegrou-se.
O céu tornou-se de bronze incandescente.
Mil e um pequenos sóis riscaram o ar.
O mamute de três toneladas deu um urro de morte,
ao ser projetado sob a lava do vulcão.
Uma súbita explosão…
Um trovão que ecoa até ao Mato Cão,
a norte...
E depois o silêncio.
O silêncio da morte.

...À uma e meia hora da tarde
na estrada de Nhabijões-Bambadinca.

Sei que gritaste:
– Agarrem-se que a viatura vai despenhar-se!
Sei que foste projetado ao lado do condutor,
batendo violentamente
com a cabeça na chapa do tejadilho.
Sei que conseguiste equilibrar-te
dentro do caixão de ferro.
Sei que não vias nada.
Sei que a espessa nuvem de pó, envolvente,
exalava um forte cheiro a enxofre.
Mas ainda conseguiste pensar:
– O ar está rarefeito,
milhões de partículas de pó barrento
bloqueiam-me os pulmões,
vou sufocar dentro desta maldita cabina!

... Foi quando parou o teu relógio,
à uma e meia da tarde
do dia 13 de janeiro de1971,
à saída do destacamento de Nhabijões.

… Um curto-circuito ocorreu no teu cérebro,
como se tivesses sido eletrocutado.
Ficaste rigidamente colado ao assento,
a G3 entrelaçada nas pernas,
e a estranha sensação
de que a massa encefálica te tinha saltado da caixa craniana.
O olhar vidrado
de quem mergulhou nas profundezas da terra.
O gélido terror
de quem entrou num mundo desconhecido.
A antevisão da viagem pelo Rio de Caronte.
O calafrio da morte, 
trespassando o teu corpo da cabeça aos pés.

...À uma e meia da tarde
na estrada Nhabijões-Bambadinca.

Nunca saberás ao certo
quantos segundos se passaram,
mas houve um solução de continuidade,
essa fração de tempo
em que a tua consciência esteve bloqueada,
e os pulmões falharam,
e o sangue gelou,
e o coração parou,
de puro terror,
escreve, não tenhas pudor,
de puro terror...
até compreenderes que a velha GMC
tinha acionada... uma mina!

– Outra mina, meu Deus!,
que horror!
e instintivamente agarraste-te àquela carcaça de mamute,
mal refeito da surpresa de estar vivo.


...À uma e meia da tarde,
à saída do reordenamento de Nhabijões.

Quando saltaste para o chão,
tinhas, sob o olhar aterrado,
os destroços duma batalha:
corpos por todo o lado,
juntamente com espingardas,
cartucheiras,
cantis,
canos de bazuca e de morteiro,
granadas,
dilagramas,
um rádio,
bocados de chapa e de borracha,
quicos,
botas,
restos de camuflado,
numa profusão indescritível.
Corpos que gemiam,
que gritavam,
ou que talvez já fossem cadáveres.

...No vulcão de Nhabijões,
a oeste de Bambadinca,
Setor L1, 
Zona Leste,
Teatro Operacional da Guiné,
África subsariana,
Planeta Terra!

Mortos! Tudo mortos!
gritava-te o puto Umaru,
os braços abertos,
o pânico estampado no seu belo rosto de efebo,
menino fula feito soldado, 
sem o seu inseparável pequeno cachimbo,
que sempre usava para lhe dar o ar
de falso Homem Grande.

E logo ali o Transmissões,
o primeiro ferido que reconheceste,
todo encolhido junto ao colosso de ferro amalgamado,
numa postura fetal, de defesa,
em estado de choque.

Abeiraste-te depois do comandante da 1ª secção,
teu companheiro de quarto, 
 o Marques,
o teu querido Marquês sem acento circunflexo,
como o tratavas,
mas ele já não reagia à tua voz
nem às bofetadas que lhe davas no rosto,
o olhar vidrado
dos passageiros do barco de Caronte.
Aparentemente não tinha qualquer fratura exposta
mas de um dos ouvidos corria-lhe um fio de sangue.
Um fiozinho, 
vermelho e negro,
rapidamente oxidado em contacto com o ar.
Procuraste desesperadamente
os seus sinais vitais,
mas sua respiração era cada vez mais fraca,
e o pulso escapava-se-te,
entre os teus dedos,
como a areia da ampulheta.

Trágica ironia!,
um minuto antes,
ao subirem os dois para a viatura,
haviam disputado amigavelmente o 'lugar do morto'.
Vais tu, vou eu, vais tu, vou eu!...

À uma e meia da tarde de um dia treze,
ao vigésimo mês de Guiné,
em Janeiro de 1971.

Acabaste por ser tu a ir para o 'lugar do morto',
ao lado do condutor.
Mas daquela vez, e para sorte tua,
a mina rebentaria sob um dos rodados duplos traseiros da GMC,
embora do teu lado.
A velha GMC do tempo da Guerra da Coreia,
que gastava cem aos cem...
e que acabava de fazer a inversão de marcha,
de regresso ao quartel,
em Bambadinca.

Outra filha de puta de mina,
não detetada pelos nossos picadores,
fora acionada, na berma da estrada,
às portas do reordenamento de Nhabijões,
a coqueluche do comando do batalhão.
Porra, camaradas, 
a escassos metros da anterior,
já fora da estrada!

… À uma e meia da tarde
de um dia 13, 
que nem sequer era sexta-feira 13,
de azar!

Estavas de piquete,
quando duas horas antes uma viatura nossa
acionara uma mina.
Um frágil burrinho, um Unimog 411.
Ia buscar o almoço para o pessoal do reordenamento.
O condutor, o Soares, teve morte imediata.
O furriel Fernandes, também da CCAÇ 12,
o alferes sapador Moreira e outro militar,
ambos da CCS do batalhão,
ficaram feridos, com gravidade…

Mas só agora reparaste no velho Tenon,
no Ussumane, no Sherifo,
mesmo ao meu lado, a teus pés,
sem darem acordo de si.
E ainda no Quecuta, no Cherno
e no Samba, teu bazuqueiro,
arrastando-se penosamente sobre os membros superiores,
como lagartos cortados ao meio.

…À uma e meia da tarde
na estrada da morte,
com as palmeiras de Samba Silate
e o Rio Geba ao fundo.

As duas secções que seguiam atrás, na GMC,
tinham sido projetadas pelo vulcão de trotil,
como se fossem cachos de bananas.
Caso se seguisse uma emboscada,
então seria um massacre.
Tu eras o único que tinha uma arma na mão,
mas inútil, inoperacional, encravada,
devido ao choque sofrido…
Não deixaste de sentir um calafrio
ao imaginar-me sob a mira certeira dos RPG
e sob o matraquear das 'costureirinhas' e das Kalash.

… Ali, à uma e meia da tarde,
em Nhabijões,
na Guiné,
longe de Saigão,
'far from the Vietnam'.

Tinhas acabado de fazer o reconhecimento das imediações,
detetando o trilho dos guerrilheiros
que, durante a noite,
tinham vindo pôr as minas assassinas…
Eles faziam a guerra deles,
tão cruel e tão suja como a nossa.
Esse trilho, mais fresco,
acabava por confundir-se
com os usados pela população de Nhabijões
que, como tu sabias,
não morriam de amores pelos tugas…
Hoje sabemos os seus nomes,
os nomes dos que nos montaram as duas minas:
Mário Mendes, chefe de bigrupo,
e Mário Nancassá, sapador.

SOS, evacuação Ypsilon,
vais a correr para o heliporto,
sem soro,
sem garrotes,
sem pensos,
sem maqueiro,
sem mala de primeiros socorros!

...Numa luta desvairada contra o tempo,
na estrada Nhabijões-Bambadinca.

Era possível, entretanto, que houvesse mais minas
pela estrada fora.
Ainda hesitaste em mandar picar o terreno,
mais alguns metros em redor,
mas não podias perder nem mais um segundo,
para logo seguires de imediato,
para os helis que aguardavam os feridos mais graves,
em Bambadinca.
Mais até do que a solidariedade
entre camaradas de guerra,
mais até que a tua amizade pelo Marques,
de repente o que te terá movido,
o que te deu força anímica,
o que te deu uma raiva de vulcão,
foi o brutal sentimento do absurdo da morte,
do absurdo daquela guerra,
a raiva contra aquela guerra,
na véspera de fazeres 24 anos!.

… À uma e meia da tarde
nessa maldita picada do inferno.

Foi uma corrida louca, aquela,
na fronteira indefinida
que separava a vida da morte
na estrada de Nhabijões.
No primeiro Unimog 404 que te apareceu à mão,
e que levava um carregamento letal de feridos.
Três deles estavam em estado de coma
e tinham como destino outro inferno:
o hospital de Bissau,
os Alouettes III, roncando como o macaréu,
sobre o Geba, largo e medonho,
a incerteza do desfecho da luta entre a vida e a morte
aos vinte e poucos anos de idade.

…No dia 13 de Janeiro de 1971,
num dia que nem era sexta-feira,
mas que foi de terrível azar,
às treze e meia da tarde,
quando o teu relógio parou
à saída da grande tabanca de Nhabijões,
finalmente reordenada
e controlada…

Luís Graça, Bambadinca, 13/1/1971 / Lisboa, 13/1/2014 
[Revisto nesta data]


[Foto à esquerda: António Fernando Marques e Luís Graça. Bambadinca, s/d, c. 1970.  Foto de L.G.]

____________

Notas do editor:

(*) vd. poste de 28 de janeiro de 2010 > Guiné 63/74 - P5717: Blogpoesia (64): À uma e meia da tarde...Em homenagem ao António Marques, que sobreviveu, dois anos depois, à explosão de um vulcão (Luís Graça)

(**) Último poste da série > 1 de janeiro de  2014 > Guiné 63/74 - P12529: Manuscrito(s) (Luís Graça) (16): desejos

(***) Há uma magnífica tradução de José Bento:

vd.  Frederico Garcia Lorca - Antologia poética: selecção, prólogo e notas de José Bento
 Lisboa: Relógio d'Água, 1993, 421 páginas. 

Sinopese:  Esta antologia contém a tradução integral de quatro livros de García Lorca: Romancero Gitano;  Poeta en Nueva York; Llanto por Ignacio Sánchez Mejías;  e Diván del Tamarit. Integra também uma selecção de Canciones e do Poema del Cante Jondo e sete sonetos de um livro inacabado.

9 comentários:

Anónimo disse...

Caro L. Graça

Simplesmente...sublimação.

Só quem passou por situações destas pode compreender...

Esqueceste um facto transcendente da tua vida...calma..não é nada grave..apenas o sublimaste.

Para mais explicações..faz-me o favor de perguntar ao teu filho..

Um grande alfa bravo

C.Martins

Anónimo disse...

Amigo Luís
Ao ler o teu poema as lágrimas rolaram pelo rosto. É caso para dizer que vivi por antecipação as tuas palavras. Quando saiamos de Mansambo em coluna, quantas vezes pensei, será hoje que alguma maldita mina está à minha espera? Com a agravante de mesmo alguns camaradas que podiam seguir na viatura, preferirem caminhar a pé os quilómetros em que era feita a picagem. No regresso, por vezes amontoavam-se na cabine descapotável, felizmente tive sorte, um dia em Cobumba antes de eu passar com a viatura os picadores detetaram uma potente mina, que foi levantada e transportada para a arrecadação, onde passados dois dias viria a provocar a maior tragédia da nossa companhia, rebentou destruindo a arrecadação e provocando dois mortos.
São recordações assim que por vezes, nos tornam diferentes, que nos fazem cair as lágrimas mesmo que outros as não possam entender.
Recebe um abraço, com votos de boa saúde.
António Eduardo Ferreira

Luís Graça disse...

Obrigado António Eduardo, é também esse o propósito deste blogue e das coisas que cá publicamos... Quem tem um pouco de jeito para a escrita, deve também poder ajudar os outros camaradas a "despoletar" emoções e memórias que muitas vezes estão escondidas, esquecidas ou recalcadas... A escrita poética, a mim, ajuda-me a "descer ao inferno", com outro distanciamento que não consegui durante os primeiros vinte anos depois da regressar da Guiné... Só voltei a escrever, sobre a guerra e a Guiné, por volta de 1980 (, colaborei com o extinto semanário "O Jornal")...

Durante 20 anos, pus literalamente uma "pedra em cima do vulcão"... na ilusão de que a Guiné, para mim, era "para nunca mais"...

Um alfabravo, camarada. E continua tu as tuas histórias de Mansambo e Cobumba. Luis Graça

Anónimo disse...

Joaquim Luis Mendes Gomes
14 jan 2014 11:48


... páginas da nossa história que ainda cheiram a sangue

Anónimo disse...

Muito Bom!


ABRAÇÃO.


j.Cabral

Joaquim Luís Fernandes disse...

Caro Luís Graça

Deixa que partilhe o que me vai na alma ao ler o teu sentido poema.

Horas dramáticas...

São um momento
e uma eternidade!...
Nada as apaga
na memória e no coração.

Experiências fortes
de Luz e de Trevas!...
Do milagre da Vida
e do ferrete da Morte...
que atemoriza e interroga.

- Só o silêncio fica!...
e perdura!...
e desafia!...
- Misterioso...

Um abraço solidário
JLFernandes

JD disse...

Para o Fernando e para o Luís,
sobreviventes de um dia de guerra, dois amigos que muito estimo, vai um grande abraço de celebração à vida.
JD

Rui Silva disse...

Ena pá, Luís!
Não era preciso tanto!
Ainda me matas do coração.
A este teu grande(tamanho)poema, mas não menos grandioso (virtude), atribuo o seguinte "cocktail" de predicados:
Sentimento
Sensibilidade
Realismo
Humano
Insuperável
Fantástico

Bem hajas!!

Um abraço

Rui Silva

Hélder Valério disse...

Caro Luís Graça

e, por extensão, também caro António Marques.

Não há muito a comentar. O poema diz tudo. Os comentários completam-no.

É só ler, meditar, tentar compreender, o que não será difícil para quem viveu ou acompanhou os acontecimentos, mas também está ao alcance de quem estiver de coração e mente abertas.

Aos que caíram em situações semelhantes, as minhas homenagens.
Aos sobreviventes, em particular a estes dois amigos que tenho o gosto de encontrar por aqui no Blogue e ao vivo em alguns encontros, o meu apertado abraço.

Hélder S.