Caro Carlos:
1. Gostei muito dos mails que me mandou sobre as memórias de uma adolescente e sobre o Kumba Ialá.
Na minha investigação, tenho testemunhos sobre o Kumba Ialá ter sido ajudante do meu pai. Segundo me disseram, admirava-o tanto que queria ser chamado por Manuel Joaquim;
2. Envio-lhe várias fotografias acompanhadas do seguinte texto:
Camaradas tabanqueiros:
Será que algum me saberá dizer de que cerimónias/festas se tratam? Qual a etnia e região? Será que algum dos militares retratados faz parte da Tabanca Grande?
Se for o caso ou se eventualmente alguém os reconhecer, será que me saberá dizer quando e em que circunstâncias a fotografia foi tirada? Será que me podem confirmar se a fotografia que mostra a carrinha terá sido tirada no Senegal, em Ginigishor?
3. Caro Valdemar Silva:
Se eventualmente quiser usar, no meu novo livro, a sua fotografia com o cartaz do filme Rififi põe algum obstáculo?
Cumprimentos,
Lucinda Aranha
Foto nº.1
Foto n.º 2
Foto n.º 3
Foto n.º 4
Foto n.º 5
Foto n.º 6
Foto n.º 7
____________Nota do editor
Último poste da série de 12 de Maio de 2014 > Guiné 63/74 - P13134: Fotos à procura... de uma legenda (27): Alguns de nós, poucos, passaram por lá... Foi centro de instrução militar...
11 comentários:
Amiga Lucinda,
Sobre as perguntas aqui deixadas,aqui vai a minha versao:
As jovens retratadas nas fotos em trazes de cerimonia tradicional (trata-se de rituais de iniciacao/preparacao para a vida adulta) sao da etnia Felupe.
Os Felupes que convivem e se confundem cultural territorialmente com outros sub-grupos como os Baiotes e diolas (Jolas), povoam a regiao Noroeste da Guine-Bissau e no Sudoeste da regiao Senegalesa de Casamanca que tem como capital Ziguinchor.
Por esta e outras razoes nao e facil indicar o local certo do acontecimento. Se foi no territorio da antiga Guine-Portuguesa como as fotos n.1, 2, 3, 4 e 5 parecem indiciar, entao pode ser na area de S. Domingos, englobando nesta area as localidades de Suzana e Varela.
A foto n.5, retrata um expectaculo de artistas/malabaristas de etnia Fula (Futa-fula) oriundos de Futa-djalon na vizinha Guine, tocadores de cabaz e ambulantes que nao se identificam com nenhuma regiao em particular.
A foto n.6 apresenta uma reuniao onde se podem destacar:
- Autoridades militares da antiga colonia;
-Representantes da administracao colonial (provavelmente o Chefe do Posto e a sua equipa);
- Autoridades tradicionais (O Regulo e os seus acompanhantes);
- Uma populacao mista (com muculmanos, cristaos e animistas), o que leva a pensar tratar-se de uma regiao Animista com autoridades civis impostas pela administracao que condiz com a situacao colonial da regiao de S. Domingos onde, frequentemente, os regulos eram exogenos.
A foto n.7 pode ter sido tirada em Ziguinchor, a julgar pelos dizeres dos tabuleiros da loja.
Com um abraco amigo,
Cherno Balde
Obrigado, Cherno!... É uma preciosa ajuda... Como sabes, poucos de nós, no tempo da guerra colonial, estivemos no "chão felupe"...
O único felupe que eu conheci, em princípios de 1970, na zona leste (em Fá Mandinga, perto de Bambadinca, onde se formou a 1º Companhia de Comandos Africanos, sob o comando do cap graduado comando João Bacar Jaló) foi o furriel e depois alferes graduado comando João Uloma, que virá mais tarde a ser executado pelo PAIGC.
Um grande abraço para ti. Espero que estejas bem. Tu e a tua bela família.
Eis a história da empresa senagela Buhan et Teisseire, SA, com sede em Dakar:
1828
Auguste TEISSEIRE arrive à Saint Louis du Sénégal où il s'établit commerçant (exportation de gomme arabique, cuirs et peaux et arachides, importation de tissus, sucre, riz, thé et articles ménagers).
1871
Albert TEISSEIRE, fils d'Auguste, vient vivre à Bordeaux, alors port tourné vers la côte occidentale africaine où il épouse Mademoiselle BUHAN, dont le père a également une société de commerce à Saint Louis du Sénégal. Les deux affaires fusionnent pour créer J.E BUHAN PERE, FILS ET A. TEISSEIRE.
1937
Création de la S.A. BUHAN et TEISSEIRE, siège social à Dakar, qui se spécialise au fil des années pour exercer son activité dans le négoce de quincaillerie, papeterie, bureautique et informatique.
1973
De retour de Dakar, Louis TEISSEIRE, qui réside maintenant à Bordeaux, décide de créer une activité en France. Pour réaliser ce projet, il constitue une société familiale de portefeuille (SOCAPAR). Cette société possède, dès sa création, BUHAN et TEISSEIRE au Sénégal ,la société Malienne des Ets BUHAN et TEISSEIRE et la Sarl Maison TEISSEIRE et Cie à Bordeaux et acquiert successivement;
50% de DECAUP en 1974,
99% de ROBINETTERIE CHANTOISEAU en 1980,
99% de QUINCAILLERIE GRENIE en 1989,
99% de GOURRET ATLANTIQUE en 1991.
Fonte:
Groupe Bricodeal > Historique
http://www.bricodeal.com/historique
Pages jaunes du Sénegal / Páginas amarelas do Seenegal:
BUHAN ET TEISSEIRE
1, Place Kermel,
DAKAR PLATEAU,
DAKAR
BP 119
DAKAR
Tél: 338233941 338492350
Fax: 338237118
Email: contact@buhanteisseire.sn
Web: www.buhanteisseire.sn
http://www.pagesjaunesdusenegal.com/wap/details.php?id=1253
Têm aqui a história completa da empresa e da família Teisseire (em francês)...
Les établissements Buhan et Teisseire:
http://bertrand.auschitzky.free.fr/AppendicesFerriere/LesBuhanTeisseire.htm
Teisseire é um patyronímico vulgar em França. Vem do latim "texere", tecer ("tisser", em francês), e significa "tecelão" ("tisserand")...
Amigo Cherno,
As suas informações são preciosas. ajudam-me a assentar ideias. Confirmaram algumas das minhas fontes, embora também houvesse quem me dissesse que podiam tratar-se de manjacos. qual é a sua opinião?
Obrigada, Lucinda
Luís,
Só agora vi o exaustivo trabalho de pesquisa a que se dedicou. Excelente e muito obrigada.
Lucinda
Amiga Lucinda Aranha.
Do meu ponto de observação, ao rever o Poste P12769 (Tabanca Grande) na inserida Foto 12 que foi revelada em Bissau e onde está o falecido Sarg. Chefe Fernando Rodrigues acompanhado por alguém que aparenta ser o Alferes que também está na foto 6 do trabalho agora postado.
O José Marcelino Martins, poderá eventualmente ter alguma referência relativa a este Alferes.
Com os melhores cumprimentos,
Arménio Estorninho
Caro Estorninho
Qualquer um dos fotografados, nomeadamente o que referes como alferes, não foi da CCAÇ 5.
A foto 12, que referes, foi anterior à comissão do Rodrigues, em Canjadude.
Amiga Lucinda,
Os dois povos (manjaco e felupe/diola) sao vizinhos e partilham a mesma regiao (Noroeste da Guine) e, naturalmente, sempre tiveram muitas coisas em comum, mas podes ter a certeza de que sao cerimonias da etnia Felupe, que de resto ainda continua a ser feita em condicoes um pouco diferentes em termos de ornamentos e de vestuarios e com menos nudez.
Trata-se de um dos grupos mais conservadores, culturalmente falando, e menos conhecidos do nosso pais.
Na historiografia portuguesa da epoca, eram considerados um povo "belicoso" e suspeito de muitos outros pecados "coloniais".
Um abraco amigo
Resta determinar a localidade certa.
Lucinda Aranha
5 junh 2014 18:32
É extraordinário o empenho e a prontidão com que sempre atenderam às minhas solicitações. Muito obrigada.
Gostava também de agradecer a todos os outros tabanqueiros pela ajuda que me têm dado, nomeadamente ao Cherno Balde, ao Valdemar, ao Branquinho e ao Beja Santos.
Lucinda Aranha
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