Sim, a metáfora é minha, aliás, a citação.
Vamos lá, então, explicar para os mais apressados.
Muitos de nós - inclusive eu - vínhamos da Academia Coimbrã, em um momento de "clivagem", na segunda metade da década de 60 do século passado.
Mafra: Convento... Fonte desconhecida |
Então, "Máfrica" exprimia a reação, de jovens inocentes e provincianos que se julgavam na vanguarda da modernidade e pensavam que iam mudar o mundo, à disciplina militar, reforçada, por ser num curso acelerado [, o COM].(**)
No meu caso, o impacto foi "amortecido", pois dormia e comia fora do quartel [, EPI].
Quanto a juízos de valor, nada tenho contra quem os faz, todavia, eu procuro não fazê-los. (***)
forte abraço a todos
Vasco Pires
(*) Vd. poste de 2 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13355: Mafra, EPI, COM: Instruções para os instruendos (Mário Vasconcelos): IV (e última) Parte: A Máfricacomo "instituição totalitária", no sentido sociológico forte do termo...
Mafra, Tavira, Caldas, Santarém, Vendas Novas..., nos tornaram vítimas e agentes. (...)
16 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10535: Fantasmas ...e realidades do fundo do baú (Vasco Pires) (2): Como fui parar a Gadamael, por acção do meu pai e reacção do 'Paizinho'
(...) Meu avô materno era filho de comerciante, e como seus irmãos emigrou para o Brasil, e ao contrário deles voltou a Portugal, no fim da primeira década do século XX, casou com uma professora, que era duma família profundamente ultramontana, originaria da Madeira.
A minha infância e adolescência foi passada em escolas da região, seguida de uma passagem de cinco anos pela efervescente cena Coimbrã da segunda metade da década de 60.
Em 69, saí desse "borbulhar" de novas ideias e atitudes, para a disciplina EPI na "Máfrica" de tantos de nós. Logo começou a minha boa sorte, de ter camaradas, subordinados e superiores que me ajudaram nesta caminhada de três anos pelos quartéis de Portugal e África.
Nesta caminhada de soldado-cadete, apareceu o Raul, que era da Mealhada, professor, com família constituida, e lá rumávamos todo Domingo para Mafra. O Raul era um gordo bem humorado, que fazia todos os exercícios como qualquer atleta, mas comer do rancho já era pedir muito, logo tratou de desarranchar e alugar apartamento, e lá fui eu "no vácuo". E assim foi-se amortecendo o choque da irreverência da Academia Coimbrã, com a disciplina do quartel.
Onde quer que estejas, Raul, o meu muito obrigado! (...)
Quanto a juízos de valor, nada tenho contra quem os faz, todavia, eu procuro não fazê-los. (***)
forte abraço a todos
Vasco Pires
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 2 de julho de 2014 > Guiné 63/74 - P13355: Mafra, EPI, COM: Instruções para os instruendos (Mário Vasconcelos): IV (e última) Parte: A Máfricacomo "instituição totalitária", no sentido sociológico forte do termo...
(**) Vd. também:
1 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12662: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (15): Mafra, Tavira, Caldas, Santarém, Vendas Novas..., nos tornaram vítimas e agentes (Vasco Pires)
...(...) O processo começava aí: "Máfrica", Vendas Novas, Tavira, Caldas da Rainha... E lá íamos nós, mais ou menos convencidos e eficientes agentes, enquadrar outros mais, pelos quartéis de Portugal e de África. Mafra e Tavira, eram o início de um processo de inserção no sistema de muitos milhares, que a propaganda chegou a fazer pensar, que estavam "dilatando a Fé e o Império".
1 de fevereiro de 2014 > Guiné 63/74 - P12662: A cidade ou vila que eu mais amei ou odiei, no meu tempo de tropa, antes de ser mobilizado para o CTIG (15): Mafra, Tavira, Caldas, Santarém, Vendas Novas..., nos tornaram vítimas e agentes (Vasco Pires)
...(...) O processo começava aí: "Máfrica", Vendas Novas, Tavira, Caldas da Rainha... E lá íamos nós, mais ou menos convencidos e eficientes agentes, enquadrar outros mais, pelos quartéis de Portugal e de África. Mafra e Tavira, eram o início de um processo de inserção no sistema de muitos milhares, que a propaganda chegou a fazer pensar, que estavam "dilatando a Fé e o Império".
Mafra, Tavira, Caldas, Santarém, Vendas Novas..., nos tornaram vítimas e agentes. (...)
16 de outubro de 2012 > Guiné 63/74 - P10535: Fantasmas ...e realidades do fundo do baú (Vasco Pires) (2): Como fui parar a Gadamael, por acção do meu pai e reacção do 'Paizinho'
(...) Meu avô materno era filho de comerciante, e como seus irmãos emigrou para o Brasil, e ao contrário deles voltou a Portugal, no fim da primeira década do século XX, casou com uma professora, que era duma família profundamente ultramontana, originaria da Madeira.
A minha infância e adolescência foi passada em escolas da região, seguida de uma passagem de cinco anos pela efervescente cena Coimbrã da segunda metade da década de 60.
Em 69, saí desse "borbulhar" de novas ideias e atitudes, para a disciplina EPI na "Máfrica" de tantos de nós. Logo começou a minha boa sorte, de ter camaradas, subordinados e superiores que me ajudaram nesta caminhada de três anos pelos quartéis de Portugal e África.
Nesta caminhada de soldado-cadete, apareceu o Raul, que era da Mealhada, professor, com família constituida, e lá rumávamos todo Domingo para Mafra. O Raul era um gordo bem humorado, que fazia todos os exercícios como qualquer atleta, mas comer do rancho já era pedir muito, logo tratou de desarranchar e alugar apartamento, e lá fui eu "no vácuo". E assim foi-se amortecendo o choque da irreverência da Academia Coimbrã, com a disciplina do quartel.
Onde quer que estejas, Raul, o meu muito obrigado! (...)
(***) Último poste da série > 26 de junho de 2014 > Guiné 63/74 - P13333: (Ex)citações (234): Comentários ao poste do António Medina sobre os acontecimentos de 1964 em Jolmete: Vasco Pires, António Graça de Abreu, Manuel Carvalho, Joaquim Luís Fernandes, Júlio Abreu, Manuel Luís Lomba, António Rosinha e António Medina
3 comentários:
Amigo Vasco:
Gosto de te ver nestas páginas e essencialmente de te ler. Eu tenho andado um pouco afastado, o facebook afasta-nos um pouco e o tempo disponível nem sempre é o que desejamos.
Não vou falar da temática que abordaste, vou aproveitar este espaço para te informar da partida da nossa professora de Matemática, irmã do General Artur Beirão, com quem confraternizámos uns meses antes. Após o falecimento do irmão não resistiu muito tempo à sua perda.
O meu percurso académico é muito semelhante ao teu, ainda vivi com alguma intensidade os acontecimentos de Maio de 69, mas ao contrário de ti, ainda permaneci um ano em Lisboa, no Instituto Superior Técnico.
Amigo Vasco um grande abraço e se puderes... aparece!
Manuel Reis
Caríssimo Manuel Augusto,
Muito obrigado por tuas palavras.
É isso, os nossos velhos Mestres se vão, e os filhos passam dos quarenta...
Quem sabe,mais um pouco, e tenhas que por as caçoilas no forno; não esquecer também as enguias com o Acácio Conde!!!
forte abraço
VP
Sou homem de uma só palavra e não falto aos meus compromissos! Só não vejo é o momento de cumprir a promessa gastronômica aveirense por falta de "quorum" dos confrades... Vai sendo tempo de mostrar que esse reencontro é possível e está para breve... As calendas gregas não fortalecem as amizades! Fiquem bem!
Abraços
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