I. Mensagem do nosso camarada António Martins de Matos, ex-ten pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74, (ex-ten pilav, BA 12, Bissalanca, 1972/74; hoje ten gen ref) [, foto à esquerda]
Data: 19 de Julho de 2014 às 16:42
Assunto: MH17
Caros amigos
António Martins de Matos
____________
Nota do editor:
Último poste da série > 17 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12307: FAP (80): As nossas pistas de aviação: Bafatá, vista aérea, c. 1970 (Humberto Reis, ex-fur mil, op esp. CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71)
Data: 19 de Julho de 2014 às 16:42
Assunto: MH17
Caros amigos
A tragédia do voo MH17 fez-me voltar à memória algumas ideias e temores há muito adormecidos, a saber:
1. Não compreendo como são fornecidos mísseis de "longo alcance" a militares, dissidentes ou paisanos que não estão inseridos numa bem definida Cadeia de Comando.
2. Não compreendo como "alguém" pode decidir lançar um míssil contra um alvo não identificado, sem saber se é "FRIEND OR FOE" [, amigo ou inimigo], tão só pelo simples facto de ir a sobrevoar a sua área.
3. Não consigo compreender a ganância das companhias aéreas a tentar poupar uns míseros dólares em combustível, arriscando a vida dos passageiros e tripulação ao sobrevoar uma "zona de guerra".
Em 1973 e em plena Guiné de antiaéreas e Strelas, no meio de uma operação contra o PAIGC eis que, do nada, fui confrontado com a aparição de um avião civil (um DC-7), pachorrentamente cruzando a "zona de operações".
Tivesse esse DC-7 sido abatido (por nós ou por eles), quem assumia a responsabilidade?
Em conclusão,
1. Áreas de guerra não devem ser sobrevoadas;
2. Só quem tem a identificação positiva de um alvo é que pode dar uma ordem de disparo;
3. Essa identificação e ordem de disparo é SEMPRE feita pelos Comandos Aéreos, (os únicos que têm a imagem do Espaço Aéreo) tudo o resto são "tiros para o ar".
Ao longo dos tempos o não cumprimento destas regras tão empíricas tem originado inúmeros "acidentes".
Este estado de coisas acabou por levar os aviadores a valorizarem aquela máxima que diz:
" DEUS NOS LIVRE DA ANTIAÉREA AMIGA,… QUE DA INIMIGA LIVRAMO-NOS NÓS".
António Martins de Matos
____________
Nota do editor:
Último poste da série > 17 de novembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12307: FAP (80): As nossas pistas de aviação: Bafatá, vista aérea, c. 1970 (Humberto Reis, ex-fur mil, op esp. CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71)
9 comentários:
Este post traz a lembran;a dos voos da TAP Luanda/Lisboa em que fazia os percursos bem afastados de terra, embora desse para ver durante as noites claras, as cidades como Dakar e outras cidades grandes do litoral africano.
Olá António!
Esse teu ódiozinho à artilharia é como o meu à fap... de estimação.
Mas, a sério, as coisas são outras.
Como também fui radarista digo-te.
As considerações que teces seriam verdadeiras se não tivéssemos pela frente um conflito Leste-Oeste (vulgo guerra fria) em versão "revista e melhorada". Há muito que se sabe - mas ninguém diz, vá la´saber-se porquê - que os "separatistas" são militares russos das forças especiais infiltrados e, por isso aptos a lidar com as armas todas do respectivo arsenal e dotados de conhecimentos tácticos que lhes permitem obter óptimos resultados contra um exército que eles conhecem bem, que armaram e municiaram, etc. e que pouco mais valerá que o nosso...
O modo como se movem no país que conhecem muito bem, as posições que ocupam e o modo como se comportam no terreno faz concluir que não se trata de camponeses resistentes eivados de um espírito de integração na "Mãe-Rússia". Aliás, que vantagem daí lhes adviria?
Daí que o abate do avião e as condições em que se processou não se subordinem aos procedimentos habituais nestas condições.
Julgas que o IFF do avião estava avariado ou não existia? Julgas que eles se precipitaram ou não identificaram o avião?
Se calhar at+e lhe conheciam o horário... digo eu que sou mauzinho.
Julgas que o abate resultou do voluntarismo de um "patriota russófilo"?
Isto é como na polícia, à chegada ao local do crime. A primeira pergunta é sempre: quem é que ganhou com o crime? E neste caso estamos a ver quem foi...
E abater um avião a 10.000 metros de altitude...
Olha um ab. e boas férias se for o caso.
António J. P. Costa
Caro Amigo ACosta
Claro que não tenho qualquer ódio aos artilheiros mas sim respeito, se reparares bem, a tua "avaliação" é bem mais"torcida" que a minha.
Insinuas que conheciam a identidade do avião, se sabiam... qual a vantagem de terem o mundo contra eles?
Não, não sabiam, foi tiro p´ro ar que deve ser inimigo.
Um pormenor, em tempo de guerra não é com IFFs civis que se identificam aeronaves.
Para terminar, imagina-te na tua Mansabá com uma bataria de SAMs e aparecer no respectivo radar um alvo. Como diferenciavas entre um Mig e um Fiat? Pelo IFF? (não havia); Pelo som? A olho? Perguntavas a Bissau?
Boas férias.
"Fogo amigo", vindo de terra, mar e ar, existe desde que o homem "descobriu" o arremesso à distância.
forte abraço a todos
VP
Ex-soldado de artilharia
"Fogo amigo", vindo de terra, mar e ar, existe desde que o homem "descobriu" o arremesso à distância.
forte abraço a todos
VP
Ex-soldado de artilharia
"Fogo amigo", vindo de terra, mar e ar, existe desde que o homem "descobriu" o arremesso à distância.
forte abraço a todos
VP
Ex-soldado de artilharia
Caro amigo VPires
Em termos NATO chama-se a isso BLUE ON BLUE.
Os campeães desse jogo são os americanos (estratégia à russa, abaixo tudo o que mexer).
Na Guiné do meu tempo não me lembro de situações semelhantes, ainda que algumas vezes tenha sido... bem perto!
Abraço
AMM
Parece que pensavam...
"a pensar morreu um burro" que era um AN-26.
Olha é um avião civil..!!!
Que se "foda"..não tinham nada que passar por aqui..porra..
Todos são culpados...putins...separatistas..companhia aérea...
Os desgraçados dos passageiros é que não tiveram culpa nenhuma..
A culpa vai morrer solteira..siga a marinha...Vivam os pilavs..e..e..a artilharia de campanha.
A.B.
C.Martins
Olá António
Estamos a sair do âmbito do blog.
Estamos a entrar na "guerra actual" que tem características diferentes das do nosso tempo.
Tás a ser bondoso. Aqueles gajos são maus mesmo e perfilham do espírito do Stalin. É sempre possível "mudar a realidade" a nosso favor e umas dezenas de anos depois pede-se desculpa e tudo fica bem. Alem disso, uma morte é um assassínio, uma hecatombe é uma estatística.
Quanto à identificação dos aviões inimigos no nosso tempo foi uma questão complexa que abordei com quem de direito (o TC Almeida e Brito), mas sem chegar a conclusões. Nesse tempo só nos restava rezar e se conseguíssemos saber que eles lá vinham, então poríamos tiros no ar e mais nada.
Um Ab.
António J. P. Costa
Enviar um comentário