1. Texto de Rui Santos, com data de ontem, e em resposta a um pedido dos editores para se evocar aqui as nossas impressões e recordações dos nossos camaradas capelães:
Amigo Luís Graça:
Conheci um, em Bedanda, o padre Pinho, tenente capelão, que cada vez que ía a Bedanda estava sempre pronto a "pirar-se" tal o receio que tinha dos sistemáticos ataques dos nossos vizinhos.
Excelente homem, amigo de todos os fiéis, ficou um pouco zangado comigo porque atrasou a Missa do dia 8 de Dezembro de 1963, por causa de mim, pois eu tinha vindo de uma patrulha donde vinha estafado, depois de percorrer duas dezenas de quilómetros e ter mergulhado num rio para salvar uns "marotos" de uns soldados do meu pelotão de se afogarem e ter recuperado diverso material de guerra que eles deixaram afundar-se.
É claro que, com este dia, a missa, prevista para as 21h00. só foi começada ás 22h00... E mesmo assim penso que ainda adormeci, agarrado a um pilar do varandim onde a celebração litúrgica teve lugar.
Todos nós sem excepção gostávamos do padre Pinho, e até lhe achávamos piada, com a velocidade em ele agarrava a pequena mala dos seus pertences, quando se ouvia o avião...
Não me fez mal a guerra que levei na desportiva, por vezes arriscando mais a vida do que o necessário mas... Eram os meus 22 anos de vida, fui criado numa quinta, e aquilo para mim ... era campo.
Conheci um, em Bedanda, o padre Pinho, tenente capelão, que cada vez que ía a Bedanda estava sempre pronto a "pirar-se" tal o receio que tinha dos sistemáticos ataques dos nossos vizinhos.
Excelente homem, amigo de todos os fiéis, ficou um pouco zangado comigo porque atrasou a Missa do dia 8 de Dezembro de 1963, por causa de mim, pois eu tinha vindo de uma patrulha donde vinha estafado, depois de percorrer duas dezenas de quilómetros e ter mergulhado num rio para salvar uns "marotos" de uns soldados do meu pelotão de se afogarem e ter recuperado diverso material de guerra que eles deixaram afundar-se.
É claro que, com este dia, a missa, prevista para as 21h00. só foi começada ás 22h00... E mesmo assim penso que ainda adormeci, agarrado a um pilar do varandim onde a celebração litúrgica teve lugar.
Todos nós sem excepção gostávamos do padre Pinho, e até lhe achávamos piada, com a velocidade em ele agarrava a pequena mala dos seus pertences, quando se ouvia o avião...
Não me fez mal a guerra que levei na desportiva, por vezes arriscando mais a vida do que o necessário mas... Eram os meus 22 anos de vida, fui criado numa quinta, e aquilo para mim ... era campo.
O nosso padreco Pinho ía-nos visitar uma vez por mês, dava missa ... se possível não dormiria em Bedanda estando sempre de ouvido á escuta a tentar ouvir a chegada do avião.
Já em Bolama, não conheci senão o padre da igreja da cidade, e era um quartel que albergava entre guarnição normal, recrutas e grupos de passagem cerca de 600/700 homens.
Se quiseres mais algo diz, quanto ás outras questões [da sondagem] (*), abstenho-me de dar a minha opinião.
Abraço
Rui G. dos Santos [ex-alf mil, 4.ª CCAÇ, Bedanda, 1963/65]
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Nota do editor:
Vd. poste de 3 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13567: Sondagem: A propósito dos capelães militares no CTIG... Resultados preliminares (n=34) quando faltam 2 dias para fechar a votação... A resposta mais frequente: "Guardo boas recordações deles" (n=11)
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Nota do editor:
Vd. poste de 3 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13567: Sondagem: A propósito dos capelães militares no CTIG... Resultados preliminares (n=34) quando faltam 2 dias para fechar a votação... A resposta mais frequente: "Guardo boas recordações deles" (n=11)
1 comentário:
Tendo em atenção o poste do camarigo ex-alferes mil. Rui Santos, toda a informação contida vem ao encontro da vaga memória que guardo passados 50 anos, este capelão ten. mil. Pacheco Pinho é de certeza o que ia dar a missa ao Cachil.
Um abraço
Colaço.
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