[ ex- alf mil da CCAÇ 728 (Cachil, Catió e Bissau, 1964/66)]
desde manhã,
me apoio no parapeito
da minha janela, aberta.
fico à espreita.
e à espera.
tudo que mexa
eu vejo, remexo e meço.
eu vejo, remexo e meço.
fico desperto.
meus olhos.
ouvidos
e sentidos escondidos.
melhor que radares,
de último grito.
seu servidor,
embora distante,
está sempre ligado
meus olhos.
ouvidos
e sentidos escondidos.
melhor que radares,
de último grito.
seu servidor,
embora distante,
está sempre ligado
e atento.
como um farol.
sabe de tudo,
mais que a internet.
como um farol.
sabe de tudo,
mais que a internet.
nada me cobra.
vejo as cores da natureza.
como elas se enlaçam,
fazendo figuras,
em movimento constante.
vejo as nuvens enormes,
que voam,
parecem dormir.
mudando de forma,
num pronto a servir.
e a bola de fogo
que vem lá do fundo,
uma fornalha esparzindo,
luz e calor,
fogueira de amor,
um rio de lava benigna,
alimentando,
sementeira de vida,
no chão e no ar.
oiço sonidos ocultos,
reais,
que passam correndo,
não sei donde vêm.
consolam-me a mente,
de música constante,
relaxam meus nervos
das cargas pesadas
que trago aos ombros.
e sinto, lá longe,
o cheiro do mar,
num baile sem fim,
baforadas frementes
das algas dançantes,
vestido comprido,
nos braços das ondas
que se espraiam na areia.
minha alma, mais leve,
fica orando e cantando,
voltada para a vida,
cheia de ânimo.
contando segundos e horas,
com outro sabor...
benditas janelas
que me ligam ao mundo
e me fazem viver...
ouvindo a sonata "Moonlight", de Beethoven, por Tiffany Poon
a noite, vestida de negro...
Mafra, 1 de Setembro de 2014, 5h47m
Joaquim Luís Mendes Gomes
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1 comentário:
Mil e um motivos para cantar a vida!
Basta acordar e ver!
Abraço fraterno
Felismina mealha
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