Amílcar Cabral (1924-1973) era natural da Guiné... Nasceu em Bafatá, de pais caboverdianos; (i) Juvenal António Lopes da Costa Cabral, 1889-1951, natural de Santiago, onde também foi morrer, tendo sido professor primário na Guiné. em Cacine, Buba, Bambadinca e Bafatá; e (ii) Iva Pinhel Évora (Santiago, 1893-Bissau, 1977)... Aos olhos dos fulas, era um "caboverdiano", e na história do BART dá-se a entender que terá aumentado o sentimento anticaboverdiano após o seu assassinato, em 20/1/1973...
[Foto, acima, do secretário geral do PAIGC, incluída em O Nosso Livro de Leitura da 2ª Classe, editado pelos Serviços de Instrução do PAIGC - Regiões Libertadas da Guiné (sic). Tem o seguinte copyright: © 1970 PAIGC - Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde. Sede: Bissau (sic)... A primeira edição teve uma tiragem de 25 mil exemplares, tendo sido impresso em Upsala, Suécia, em 1970, por Tofters/Wretmans Boktryckeri AB.]
Janeiro de 1973: com o assassinato de Amílcar Cabral (1924-1973), cresce o sentimento anticaboverdiano entre os fulas do setor L1...
[António Duarte, ex-fur mil da CART 3493, companhia do BART 3873, que esteve em Mansambo, Fá Mandinga, Cobumba e Bissau, 1972/74; foi voluntário para a CCAÇ 12 (em 1973/74); economista, bancário reformado, foto atual à esquerda].
O grande destaque do mês de janeiro de 1973 vai o assassinato, em Conacri, do secretáriop-geral do PAIGC, Amílcar Cabral (1924-1973). A história do BART 3873 faz-se eco do sentimento anticaboverdiano da população fula do setor L1... Espontâneo ou explorado ? Era legítimo um comando de batalhão põr "portugueses" da Guiné contra "portugueses" de Cabo Verde ?
Destaque ainda para o elogio à lealdade das populações islamizadas e para o papel das escolas regimenis, de que a da CCAÇ 12 seria um exemplo, como "ótimo instrumento de instrução e de portugalização dos africanos" (sic).
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Nota do editor;
Último poste da série > 24 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13645: História do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) (António Duarte): Parte XI: dezembro de 1972: (i) talvez a primeira quadra festiva do Natal e Ano Novo passada, no setor L1, sem ataques nem flagelações do IN; (ii) por outro lado, o comandante 'Nino' Vieira vem pessoalmente à frente Bafatá-Xitole para censurar e punir maus tratos infligidos às populações locais pelos seus guerrilheiros
Último poste da série > 24 de setembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13645: História do BART 3873 (Bambadinca, 1972/74) (António Duarte): Parte XI: dezembro de 1972: (i) talvez a primeira quadra festiva do Natal e Ano Novo passada, no setor L1, sem ataques nem flagelações do IN; (ii) por outro lado, o comandante 'Nino' Vieira vem pessoalmente à frente Bafatá-Xitole para censurar e punir maus tratos infligidos às populações locais pelos seus guerrilheiros
2 comentários:
Em que medida a exploração das "divisões étnicas", feitas pela nossa "psico" no tempo de Spinola, contribuiu também, para a "diabolização" dos caboverdianos (que eram tão portugueses como os metropoliatnos) ?
Em 14 de novembnro de 1980, 'Nino' Veira, um "filho da Guiné", derruba Luís Cabral. O golpe de estado é saudado pelos fulas... Os caboverdianios, quer no PAIGC, quer na administreação colonial, eram vistos como os "cavaleiros", enquanto os guineenses seriam os "cavalos"...
O ódio à adimnistração colonial era dirigido aos caboverdianos (os Carrreira & Companhia), já que não havia, ou havia poucos, "europeus" na Guiné...
Sabemos as consequEencias trágicas que a exploração do racismo pode trazer a um país...
Em que medida o comando do BART 3873, no setor L1, não andou também a brincar com a "caixinha de Pandora" ?...
Em janeiro de 1973, porque dava jeito (e na guerra, subversiva ou antissubversiva, parece que vale tudo!) adulavam-se os fulas e os muçulmanos, diabolizavam-se os caboverdianos e o "seu" líder, Amilcar Cabral, que afinal era tão guineense como qualquer outro...
Boas leituars de fim de semana. LG
Luís, tens razão, o tribalismo e as divisões étnicas é um problema fácil de explorar.
Principalmente para fins ao sabor de cada um, mas Amílcar e Luís Cabral criaram um problema muito próprio, e Luís Cabral, não Graça, insistia, teimoso.
Se Salazar dizia que Portugal era do Minho a Timor, imagina os guineenses a ouvirem a toda a hora essa do Partido Único, País Único.
Diariamente ao som de músicas revolucuionárias de José Carlos Schwarz, o Zeca Afonso guineense, e discursos maciços na rádio e no jornal Nô Pintcha, os guineenses ouviam e calavam que a Unidade Guiné-Bissau, se ia tornar em País Único, no congresso do PAIGC que se ia realizar numa das semanas que se seguiam àquele fim de semana de 14 de Novembro de 1980.
Aí Luís Cabral foi ao ar, e sorte que os guineenses "matam poucos" dirigentes de cada vez, e aí foi só Buscardini e pouco mais.
Luís, foi facílimo a Spínola lutar contra Amílcar Cabral dentro das fronteiras da Guiné, difícil foi na Rússia na Suécia e nas Nações Unidas com o uso da guerra fria.
Mas também para Amílcar, o sucesso pessoal foi bem maior no exterior que no interior da Guiné e do próprio partido.
Mas aí, a culpa foi grande parte aquela do Partido Único, País Único.
Essa ideia ultrapassou o racismo ou tribalismo que efectivamente foram usados por todas as partes, mesmo dentro do MPLA e da FRELIMO, partidos irmãos do PAIGC.
Estes 3 partidos salvaram no entanto aqueles países todos, com outros partidos aqueles países nem chegavam a formar-se, pelo menos nos termos em que os conhecemos.
Sobravam só, Caboverde e São Tomé e Principe, a não ser que estes quizessem ficar como a situação da Madeira e Porto Santo e Desesrtas.
Mas houve outras desvantagens que se varrem para debaixo do tapete, para o sucesso de Amílcar não ser tão brilhante dentro da Guiné como no exterior.
Cumprimentos.
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