Autoria: AAVV
Temas: História, Sociologia, Lusofonia, Memórias
Editora: Colibri
Local: Lisboa
Ano: 2014
Capa: mole
Tipo: Livro
N. páginas: 376
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-441-2
Capa: mole
Tipo: Livro
N. páginas: 376
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-441-2
Preço: 30,00 €
Sinopse:
A criação dos Estudos Gerais Universitários de Angola e, também, na mesma data, de Moçambique foi antecedida de uma grande batalha e, por isso, acompanhada de um erro e de um compromisso. O erro traduziu-se no título das instituições, chamadas Estudos Gerais com o intuito de ficar afirmado que tinham a mesma intenção, dignidade e responsabilidade das mesmas instituições ocidentais usadas na Europa havia séculos.
O compromisso teve origem na necessidade de ultrapassar as resistências, desactualizadas nos tempos e nas convicções de muitos, de que era necessário continuar a exigir e manter o ensino superior na metrópole como instrumento para assegurar a unidade prevista na Constituição de 1933.
Neste caso tratou-se de um conflito de experiência e de concepção. Quanto à concepção, a ideia de unidade de Portugal nasceu da visão, confirmada por factos históricos, como a Restauração de 1640, de que os portugueses, emigrados pelas cinco partidas do mundo, e os descendentes manteriam essa comunidade, em primeiro lugar de afectos e, depois, de solidariedade e interdependência, que se chama Nação.
Uma concepção que seria alargada, com expressão viva no Comandante João Belo, na esperança da assimilação que viesse a unir europeus e gentes das terras. Uma concepção ideológica contraditória com o próprio ensino universitário da época, provavelmente inspirado nas independências do continente americano, e que usava o exemplo de os filhos se separarem dos pais, o que estava em contradição evidente com a interpretação constitucional. Mas era mais relacionada com a convicção da preservação da unidade imperial o engano de que tal objectivo da unidade era melhor servido pela manutenção na metrópole do exclusivo ensino superior que, apenas, tinha excepção na Escola Médica do Estado da Índia, cujos diplomas não eram reconhecidos suficientes na metrópole.
[do prefácio de Adriano Moreira]
Vídeo (14' 51''). Luís Graça (2014). Alojado em You Tube > Nhabijoes
A escritora Helena Matos, no lançamento do livro "Estudos Gerais Universitários de Angola: 50 anos, história e memórias" (Lisboa: Edições Colibri, 2014)
Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 27/11/2014, 18h00 > Ao centro, a engª agrª Marília de Sousa, que coordenou a edição literária, e, à sua direita, o representante da editora. Mão de Ferro.
Vídeo (3' 36''). Vídeo de Luís Graça (2014). Alojado em You Tube > Nhabijoes
A jornalista Helena Matos, no uso da palavra (continuação)
Vídeo (10' 26''). Vídeo de Luís Graça (2014). Alojado em You Tube > Nhabijoes
Lisboa. Fundação Calouste Gulbenkina > 27/11/2014, 18h > Sessão de lançamento do livro "Estudos Gerais Universitários de Angola: 50 anos, história e memórias" (Lisboa: Edições Colibri, 2014)
Ao centro, a minha amiga e amiga da Maria Alice Carneiro, engª agrª Marília de Sousa, que coordenou a equipa de edição literária (6 pessoas); à sua direita, o representante da editora, Mão de Ferro; à esquerda , a analista política e escritora Helena Matos, que apresentou a obra.
Helena Matos, nascida em 1961, é autora de, entre outras obras, Salazar em dois volumes (Lisboa, Temas e Debates, 2010), e Os Filhos do Zip Zip (Lisboa, A Esfera dos Livros, 2013). Foi professora do ensino secundário. Trabalhou em seguida como jornalista. Mais recentemente foi consultora histórica das séries Conta-me Como Foi (RTP) e Depois do Adeus (RTP). Faz ou fez comentário no Diário Económico, na Antena 1, no Público e no Observador.
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 23 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13934: Agenda cultural (360): lançamento do livro "Estudos Gerais Universitários de Angola: 50 anos, história e memórias", edição Colibri, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 5ª feira, dia 27, às 18h00
(**) Último poste da série > 28 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13953: Agenda cultural (366): Apresentação do livro "Nós Enfermeiras Paraquedistas", coordenação de Rosa Serra, cerimónia que decorreu no passado dia 26 de Novembro no Estado-Maior da Força Aérea
(**) Último poste da série > 28 de novembro de 2014 > Guiné 63/74 - P13953: Agenda cultural (366): Apresentação do livro "Nós Enfermeiras Paraquedistas", coordenação de Rosa Serra, cerimónia que decorreu no passado dia 26 de Novembro no Estado-Maior da Força Aérea
4 comentários:
"... Nós recuperamos de tudo, das crises económicas, etc., só não recuperamos das tragédias humanas, ou levamos mais tempo a recuperar" (Helena Matos).
As tragédias humanas tem a ver com "perdas", físicas, patrimoniais, emocionais, culturais... O êxodo populacional é sempre uma tragédia, seja na Síria, hoje, ou em Angola (na sequência da guerra, em 1961; na sequência da descolonização, em 1974/75)...
Não há "escalas" para comparar tragédias a não ser o número de vítimas (mortais, etc.) e o "grau de horror"...
Mas é preciso também contabilizar "perdas e ganhos", como diz a montante ou a jusante a apresentadora deste livro, em dado momento do seu discurso...
Seria interessante ouvir a opinião de camaradas nossos que passaram por este processo (doloroso) que foi a saída de Angola, da Guiné, de Moçambique, etc. e não apenas o "retorno".
A minha amiga Marília de Sousa é angolana de nascimento e fixou-se nma terra que não lhe era estranha porque já cá tinha estudado (, acabou có o curso de agronomia, iniciado nos Estudos Gerais Universitários de Angola)... E não voltou mais à sua terra natal...
Ora a perda desse cordaõ umbilical telúrico também é muito improtante para os seres humanos...
Recordo-me há largos anos, num texto de parabéns pelo seu aniversário, ter escrito qualquer do género...
Persando nela, na sua família (de que sou amigo, eu e a Alice, e os meus filhos), mas também noutras pessoas em iguais circunstâncias... Há "perdas", imateriais, difíceis de contabilziar, e que se misturam com outras perdas "geracionais" (, falo da minhya geração, a dos "amigos de Alex")... Aqui vai um excerto de um poema a que chamei "As intermitências do amor", e que recupera coisas desse escrito antigo:
(...) o avião que não mais faz escala na tua África perdida,
na tua adolescência de Luanda e as suas ilhas,
a restinga do Mussulo,
o meu tarrafe do Geba,
as balas tracejantes,
o teu Huambo sem meninos à volta da fogueira,
o comboio para Benguela metralhado,
os erros meus,
as doces ilusões,
terríveis as deceções,
as tuas negras emoções,
os amanhãs que não cantam mais,
o mundo que a gente queria mudar de repente,
assim com um toque de varinha mágica,
a crise de valores,
a profusão de cores,
o pilão dos teus cheiros e sabores,
e a muamba que já não é mesma muamba,
nem muito menos o óleo de palma,
a cachupa do nosso contentamento,
aos fins de semana,
o muzonguê frio no fim da rebita,
de manhã ao acordar,
para mais um dia, sem pica,
para afivelar a máscara
e desempenhar os papéis
que os outros esperam de nós,
l’enfer, c’est les autres,
o inferno são os outros...
Não te adianta, amiga, chorar
sobre o leite de coco derramado,
ou dizer que fizeste tudo errado,
o amor da tua vida,
o curso,
o emprego,
os filhos,
o país de retorno que não era o teu,
o divórcio,
o século ao dobrar do milénio,
a liberdade avençada,
porque é esta é a tua história,
mesmo indevida,
este é o teu tempo e o teu lugar,
e até pode ter um final feliz,
a tua telenovela das cinco
no pára arranca empanca da vida,
só depende da autora do guião
e do tempo de reflexão que antecede a ação,
deixa o carro na garagem,
compra um passe social,
vai a pé ou de metro,
mas não trepes pelas paredes,
atira a matar,
não de Kalash mas de ternura,
direitinho ao coração
que diz que não aguenta mais uma paixão
aos cinquenta e tal,
querida amiga, afinal,
fomos feitos para amar
e desamar,
esperar e desesperar.
viver e morrer,
e não há volta a dar,
se há uma antídoto para a morte,
é o amor,
escrevia o Saramago, o mal amado,
e eu acho que ele tinha razão,
mas o meu livro de culinária existencial
diz para lhe acrescentares
uma pitada de humor quê bê,
ao amor...
Se conseguires rir-te do amor,
estás salva. (...)
__________________________
Só, para te dizer, Marília, que foi bonita a tua festa... Parabéns pelo livro e pelo trabalho em equipa (, sempre tão difícil, cá na tua nova terra...). Um kandandu, Luís (e Alice)
Há uma página no Facebook oara quem quisier saber mais sobre o "making-of" deste livro, que acaba se ser lançado, com a chancela da Colibri... LG
__________________
https://www.facebook.com/pages/Estudos-Gerais-Universit%C3%A1rios-de-Angola-Contributos-Para-a-Sua-Hist%C3%B3ria/186482734825847
Estudos Gerais Universitários de Angola - Contributos Para a Sua História
Reproduz-se uma mensagem de 18/8/2014:
ESTUDOS GERAIS UNIVERSITÁRIOS DE ANGOLA /
/ UNIVERSIDADE DE LUANDA
50º ANIVERSÁRIO
Caríssimo(a)s colegas
Devido a circunstâncias várias, a que não foi alheia a nossa preocupação para que o Livro “Estudos Gerais Universitários de Angola. 50 Anos. História e Memórias” reflectisse e descrevesse, com qualidade e veracidade, o máximo de acontecimentos ocorridos durante os 50 anos de vida dos EGUA/UL, o seu lançamento sofreu algum deslize.
Sendo nosso desejo encerrar os acontecimentos com que quisemos comemorar o quinquagésimo aniversário da criação dos EGUA com a cerimónia do lançamento do Livro, prevista para o próximo mês de Outubro, este ano não se realizará o nosso Encontro habitual.
Só agora estamos a dar esta notícia porque mantivemos a esperança de que o Livro estivesse no prelo até fins do mês de Julho do corrente, o que nos permitiria dedicar à organização do Encontro com a qualidade que tentamos sempre imprimir a este evento.
Cordiais saudações eguanas
A Comissão Organizadora
Marília Teixeira de Sousa
Lúcia Costa Pereira
Cândido António Babtista
Edgar Leal Teixeira
MS
Adriano Moreira, o do prefácio próprio, foi nomeado ministro do Ultramar e foi lá a Angola no terrorismo de 1961 e nesse dia fiz sargento da guarda ao palácio, eu Rosinha próprio.
Foi uma porra para mim que tinha que ficar apresentável e aturar imensos transmontanos que queriam cumprimentar o patrício importante que até conheciam a família dele.
E eu tinha que com conversa afastá-los daquela porta.
Naquele tempo nem me vinha à ideia que todos os licenciados pretos ou brancos tinham que ir da metrópole.
Também o vinho e azeite de oliva também tinham que ir daqui.
Por mim nem pensava que vinho e azeite e licenciados não fossem indispensáveis em Angola.
Mas aqueles angolanos que já eram licenciados já se queixavam da falta de universidade e proibição de plantar vinhas e oliveiras.
Afinal na África do Sul já havia universidade para brancos e para pretos e nós nem para uns nem para outros.
Os licenciados e o vinho, se não for com moderação não são bons nem em África nem em Portugal, tem que se exportar o excesso.
Marília, só folheei, muito por alto, o vosso livro de "história e de memórias".. Reconheci algumas pessoas, mais ligadas à saúde como o Nuno Grande... Mas deixa-me dizer-te que é importante "fazer pontes" e neste caso com a Universidade Agostinho Neto que é, historicamente, a herdeira dos EGUA...
Tenho lá, nomeadamente na faculdade medicina, alguns bons amigos e competentíssimos professores...
È bom não esquecer que no dia da indenpendência de Angola, em 11 de novembro de 1975, havia menos de 3 dezenas de médicos em Angola...
Foram os que lá ficaram ou os que, vindos do exterior (, de Portugal, por exemplo, o Raul Feio Jorge Lopes) voltaram a casa... Foram todos requisitados militarmente, todos eles têm a experiência (brutal) da guerra, da "guerra da II Independência"... É pena que eles homens (e algumas mulheres) ainda não tenham escrito (u publicado) as suas memórias...
Um kandandu fraterno para eles... LG
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