Citação: (1963-1973), "Guerrilheiros do PAIGC atravessando uma ponte", CasaComum.org, Disponível HTTP: http://hdl.handle.net/11002/fms_dc_43132 (2018-7) [Cortesia da Fundação Mário Soares > Casa Comum > Arquivo Amílcar Cabral]
Jorge Alves Araújo, ex-Furriel Mil. Op. Esp./RANGER, CART 3494
(Xime-Mansambo, 1972/1974); coeditor do nosso blogue
GUINÉ: (D)O OUTRO LADO DO COMBATE > A LOGÍSTICA NAS EVACUAÇÕES DOS FERIDOS DO PAIGC NA FRENTE NORTE: UM ITINERÁRIO ATÉ AO HOSPITAL DE ZIGUINCHOR (SENEGAL)
1. Introdução
Há exactamente dois anos, tomei a iniciativa de dar início neste fórum de ex-combatentes à publicação, em fragmentos, de algumas das memórias grafadas no livro escrito pelo jornalista e investigador cubano Hedelberto López Blanch, com o título «Historias Secretas de Médicos Cubanos», onde o autor dá a conhecer as histórias que lhe foram contadas, em castelhano (espanhol), por quinze médicos cubanos que estiveram na Argélia, na Guiné (Bissau), no Congo Leopoldville (belga), no Congo Brazzaville (francês) e em Angola, apoiando os movimentos de libertação daqueles territórios.
No caso concreto da Guiné foram três os entrevistados, por esta ordem:
Há exactamente dois anos, tomei a iniciativa de dar início neste fórum de ex-combatentes à publicação, em fragmentos, de algumas das memórias grafadas no livro escrito pelo jornalista e investigador cubano Hedelberto López Blanch, com o título «Historias Secretas de Médicos Cubanos», onde o autor dá a conhecer as histórias que lhe foram contadas, em castelhano (espanhol), por quinze médicos cubanos que estiveram na Argélia, na Guiné (Bissau), no Congo Leopoldville (belga), no Congo Brazzaville (francês) e em Angola, apoiando os movimentos de libertação daqueles territórios.
No caso concreto da Guiné foram três os entrevistados, por esta ordem:
(i) o médico-cirurgião Domingo Diaz Delgado [P16224; P16234; P16285 e P16304];
(ii) o médico de clínica geral, com experiência em cirurgia, Amado Alfonso Delgado [P16357; P16380; P16396; P16420 e P16441];
(iii) e o médico militar, especialista em cirurgia geral, Virgílio Camacho Duverger [P16592; P16613; P16721 e P17151],
os quais relatam algumas das suas muitas memórias [experiências], vividas na primeira pessoa, e das motivações que os levaram a optar por um dos lados do combate.
Como antecedente histórico ao acima exposto, recorda-se que os apoios cubanos ao PAIGC tiveram a sua génese no encontro realizado em Conacri, em 12 de Fevereiro de 1965, entre Ernesto "Che" Guevara (1928-1967) e Amílcar Cabral (1924-1973), com o primeiro a comprometer-se a ajudar, na medida das possibilidades, o segundo, na qualidade de líder daquele movimento nacionalista.
Decorridos três meses, a 11 de Maio de 1965, a primeira (grande) ajuda de Cuba chega a Conacri, a bordo do navio Uvero, constituída por cento e trinta e sete caixas de medicamentos, sessenta e seis caixas com armas, munições, minas e uniformes militares, assim como alimentos, cigarros e fósforos.
Mas é em Janeiro de 1966, por causa/efeito da participação de Amílcar Cabral (1924-1973) na I Conferência Tricontinental efectuada em Havana, durante a qual é aprovada a criação da Organização de Solidariedade dos Povos de África, Ásia e América Latina (OSPAAAL), que o Secretário-Geral do PAIGC recebe a notícia de mais apoio (material e técnico) traduzido no envio de viaturas para a deslocação dos guerrilheiros, mecânicos, instrutores militares e médicos, como corolário da reunião tida com o presidente Fidel de Castro (1926-2016).
No âmbito da cooperação técnica na área da «Saúde», o primeiro grupo de nove médicos chega a Conacri no início de Junho de 1966. Passado um mês (Julho) estes são divididos em três equipas, com a seguinte distribuição operacional:
(i) Frente Norte > Domingo Dias Delgado (cirurgião); Pedro Labarrere (medicina interna) e Teudi Ojeda Suárez (ortopedista);
(ii) Frente Sul > Rómulo Soler Vaillant (cirurgião); Luís Peraza Cabrera (cirurgião) e Julio Garcia Olivera (Bebo) (cirurgião);
(iii) Boké (Hospital na Guiné-Conacri) > Raúl Currás Regalado (medicina interna); Jesús Pérez (ortopedista) e Virgílio Camacho Duverger (cirurgião). Ali já se encontrava, há dois meses, o médico panamiano Hugo Spadafora (1940-1985).
2. Testemunhos do médico Domingo Diaz Delgado (1966)
Para enquadramento desta narrativa – a da logística clínica em contexto da guerrilha – recupero alguns testemunhos transmitidos pelo médico-cirurgião Domingo Diaz Delgado (n.1936), referentes à sua passagem pelas bases de Sambuiá, Maqué, Morés e Sará, na Frente Norte, itinerários percorridos durante o segundo semestre de 1966.
Conta ele:
Como antecedente histórico ao acima exposto, recorda-se que os apoios cubanos ao PAIGC tiveram a sua génese no encontro realizado em Conacri, em 12 de Fevereiro de 1965, entre Ernesto "Che" Guevara (1928-1967) e Amílcar Cabral (1924-1973), com o primeiro a comprometer-se a ajudar, na medida das possibilidades, o segundo, na qualidade de líder daquele movimento nacionalista.
Decorridos três meses, a 11 de Maio de 1965, a primeira (grande) ajuda de Cuba chega a Conacri, a bordo do navio Uvero, constituída por cento e trinta e sete caixas de medicamentos, sessenta e seis caixas com armas, munições, minas e uniformes militares, assim como alimentos, cigarros e fósforos.
Mas é em Janeiro de 1966, por causa/efeito da participação de Amílcar Cabral (1924-1973) na I Conferência Tricontinental efectuada em Havana, durante a qual é aprovada a criação da Organização de Solidariedade dos Povos de África, Ásia e América Latina (OSPAAAL), que o Secretário-Geral do PAIGC recebe a notícia de mais apoio (material e técnico) traduzido no envio de viaturas para a deslocação dos guerrilheiros, mecânicos, instrutores militares e médicos, como corolário da reunião tida com o presidente Fidel de Castro (1926-2016).
No âmbito da cooperação técnica na área da «Saúde», o primeiro grupo de nove médicos chega a Conacri no início de Junho de 1966. Passado um mês (Julho) estes são divididos em três equipas, com a seguinte distribuição operacional:
(i) Frente Norte > Domingo Dias Delgado (cirurgião); Pedro Labarrere (medicina interna) e Teudi Ojeda Suárez (ortopedista);
(ii) Frente Sul > Rómulo Soler Vaillant (cirurgião); Luís Peraza Cabrera (cirurgião) e Julio Garcia Olivera (Bebo) (cirurgião);
(iii) Boké (Hospital na Guiné-Conacri) > Raúl Currás Regalado (medicina interna); Jesús Pérez (ortopedista) e Virgílio Camacho Duverger (cirurgião). Ali já se encontrava, há dois meses, o médico panamiano Hugo Spadafora (1940-1985).
2. Testemunhos do médico Domingo Diaz Delgado (1966)
Para enquadramento desta narrativa – a da logística clínica em contexto da guerrilha – recupero alguns testemunhos transmitidos pelo médico-cirurgião Domingo Diaz Delgado (n.1936), referentes à sua passagem pelas bases de Sambuiá, Maqué, Morés e Sará, na Frente Norte, itinerários percorridos durante o segundo semestre de 1966.
Conta ele:
[…] "Luís Cabral levou-me até Ziguinchor. Aí permaneci dois ou três dias, tendo-me encontrado com os chefes militares mais importantes que actuavam no Norte da Guiné, entre eles Osvaldo Vieira (1938-1974) porque, como era o primeiro cubano que ali chegava, estavam à minha espera.
Despediram-se de mim [6 de Julho] e saí com um grupo de combatentes. Era noite quando cruzei a fronteira por essa zona escoltado por uns quantos. A caminhada, feita por um terreno acidentado, para mim foi terrível. Demorei quatro a cinco horas até chegar à primeira base guerrilheira que se chamava Sambuiá. Passei a noite nessa base, já com os pés bastante maltratados.
Essa caminhada que fiz em quatro ou cinco horas, quando regressei fi-la em cinquenta minutos, porque tinha menos trinta quilos e levava já um ano caminhando naquele terreno.
Passada a noite nesse lugar, de madrugada retomámos a caminhada até à próxima base da guerrilha, penetrando profundamente no território da Guiné (Bissau).
À volta de quarenta minutos caminhámos com uma vegetação que nos protegia da aviação, mas para alcançar o rio Farim, que teríamos de atravessar para chegar à base de Maqué, faltava ainda percorrer sete quilómetros muito planos, e sem qualquer protecção natural".
Acrescenta:
Essa caminhada que fiz em quatro ou cinco horas, quando regressei fi-la em cinquenta minutos, porque tinha menos trinta quilos e levava já um ano caminhando naquele terreno.
Passada a noite nesse lugar, de madrugada retomámos a caminhada até à próxima base da guerrilha, penetrando profundamente no território da Guiné (Bissau).
À volta de quarenta minutos caminhámos com uma vegetação que nos protegia da aviação, mas para alcançar o rio Farim, que teríamos de atravessar para chegar à base de Maqué, faltava ainda percorrer sete quilómetros muito planos, e sem qualquer protecção natural".
Acrescenta:
(...) "Pouco habituado a estas tarefas, caminhava lentamente face ao estado em que estavam os meus pés e todo o corpo. O meu estado de desespero também começou a dar sinais e que não me deixava ficar tranquilo, e não dava conta que olhavam para o céu, uma vez que naquele lugar os helicópteros armados e os jactos (aviões de guerra), metralhavam e matavam quem fosse detectado. Os guerrilheiros estavam desesperados porque tinham que zelar pela minha segurança, pois era o primeiro médico que ali chegava.
Finalmente chegámos ao rio Farim, onde o abundante caudal tornava difícil a sua travessia nas pequenas canoas que eles fabricavam com troncos de árvores. Atravessámos o rio e chegámos pela noite à base de Maqué, onde levava dois dias a andar e estava bastante mal.
No trajecto tivemos de beber água em más condições. Ali a água potável era a dos rios, e eles habituaram-se a fazer uns buracos na terra, bem localizados e escondidos para encherem quando chovia. Ao longo do itinerário realizado sabiam onde tinham os buracos para tirar a água com terra e era a que, a partir desse momento, comecei a beber.
Como era o primeiro grupo cubano na Guiné (Bissau), não tínhamos antecedentes. Quando cheguei à base de Maqué já as diarreias começavam a fazer estragos, mas nem por isso deixámos de comer o que encontrávamos pelo caminho. No dia seguinte, antes de amanhecer, reiniciámos a caminhada, avançando pelo país até alcançar a base de Morés. Nesse lugar estivemos um dia, seguindo, depois, uma nova caminhada até chegar à base onde permaneci cerca de seis meses: Sará". […]
Base de Sará (1966) – Da esqª/dtª., o instrutor militar tenente Alfonso Pérez Morales (Pina); o ortopedista Tendy Ojeda Suárez; o cirurgião Domingo Diaz Delgado e o médico de clínica-geral Pedro Labarrere. (in. op. cit.).
Continua:
Finalmente chegámos ao rio Farim, onde o abundante caudal tornava difícil a sua travessia nas pequenas canoas que eles fabricavam com troncos de árvores. Atravessámos o rio e chegámos pela noite à base de Maqué, onde levava dois dias a andar e estava bastante mal.
No trajecto tivemos de beber água em más condições. Ali a água potável era a dos rios, e eles habituaram-se a fazer uns buracos na terra, bem localizados e escondidos para encherem quando chovia. Ao longo do itinerário realizado sabiam onde tinham os buracos para tirar a água com terra e era a que, a partir desse momento, comecei a beber.
Como era o primeiro grupo cubano na Guiné (Bissau), não tínhamos antecedentes. Quando cheguei à base de Maqué já as diarreias começavam a fazer estragos, mas nem por isso deixámos de comer o que encontrávamos pelo caminho. No dia seguinte, antes de amanhecer, reiniciámos a caminhada, avançando pelo país até alcançar a base de Morés. Nesse lugar estivemos um dia, seguindo, depois, uma nova caminhada até chegar à base onde permaneci cerca de seis meses: Sará". […]
Base de Sará (1966) – Da esqª/dtª., o instrutor militar tenente Alfonso Pérez Morales (Pina); o ortopedista Tendy Ojeda Suárez; o cirurgião Domingo Diaz Delgado e o médico de clínica-geral Pedro Labarrere. (in. op. cit.).
Continua:
"A base de Sará estava praticamente no centro do território. Aqui já estavam dois companheiros médicos do meu grupo, dos três que saíram de Cuba em avião, o ortopedista Teudi Ojeda e o médico Pedro Labarrere, e os três fomos os únicos que naquele tempo [1966] estivemos na Zona Norte. De Sará, estávamos a quatro dias de distância da fronteira [Senegal] e não era fácil transportar coisas para lá.
Tínhamos um pequeno arsenal de medicamentos, instrumentos cirúrgicos, mas muito rudimentar, para resolver problemas que se apresentassem naquele tipo de conflito. A possibilidade de enviar feridos até à fronteira era muito escassa, pela distância e a maneira de os transportar, e a forma como se movimentava o inimigo.
O acampamento mudava de lugar em certas ocasiões, pois apesar de que nesse tempo era uma base guerrilheira, não se podia permanecer fixo e havia que mudá-lo constantemente para maior segurança. Chegou o momento em que detectaram a base, e a aviação a atacou e a metralhou em várias ocasiões.
De qualquer maneira, nós permanecemos cerca de seis meses nessa base [até dez'66] e depois de vários bombardeamentos vimo-nos na obrigação de mudar o hospital [enfermaria no mato] para outro lugar que ficava a hora e meia dessa base". […]
Mapa da Frente Norte – região do Oio – assinalando-se as bases por onde passou o médico Domingo Diaz Delgado.
3. Testemunhos do médico holandês Roel Coutinho (1973/74)
Tínhamos um pequeno arsenal de medicamentos, instrumentos cirúrgicos, mas muito rudimentar, para resolver problemas que se apresentassem naquele tipo de conflito. A possibilidade de enviar feridos até à fronteira era muito escassa, pela distância e a maneira de os transportar, e a forma como se movimentava o inimigo.
O acampamento mudava de lugar em certas ocasiões, pois apesar de que nesse tempo era uma base guerrilheira, não se podia permanecer fixo e havia que mudá-lo constantemente para maior segurança. Chegou o momento em que detectaram a base, e a aviação a atacou e a metralhou em várias ocasiões.
De qualquer maneira, nós permanecemos cerca de seis meses nessa base [até dez'66] e depois de vários bombardeamentos vimo-nos na obrigação de mudar o hospital [enfermaria no mato] para outro lugar que ficava a hora e meia dessa base". […]
Mapa da Frente Norte – região do Oio – assinalando-se as bases por onde passou o médico Domingo Diaz Delgado.
3. Testemunhos do médico holandês Roel Coutinho (1973/74)
Para melhor compreensão do descrito pelo médico cubano Domingo Diaz Delgado no ponto anterior, nada melhor do que associar às suas palavras algumas imagens do mesmo contexto, ainda que entre si exista uma diferença temporal superior a sete anos. Esta oportunidade, e coincidência, só foi possível graças ao espólio fotográfico disponibilizado pelo médico holandês Roel Coutinho [Roelland Arnold Coutinho], também ele cooperante com o PAIGC, particularmente na actividade clínica dos sujeitos dela carenciada: combatentes e população sob o seu controlo.
A sua missão na guerrilha decorreu nos anos de 1973 e 1974, tendo percorrido várias localidades da Frente Norte do território da Guiné, com destaque para Campada, Farim, Hermangono, Sará, Canjambari e Ziguinchor (Hospital do PAIGC, no Senegal).
Ao doutor Roel Coutinho, reputado médico microbiologista, epidemiologista e professor universitário jubilado, agradecemos a possibilidade de utilizarmos as suas imagens neste trabalho relacionado com a nossa presença no CTIG.
Fotos da série PAIGC Military, Guinea-Bissau, Coutinho Collection 1973-1974.
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > 14 08 > Roel Coutinho in Sara > Guinea-Bissau [o médico Roel Coutinho lendo e ouvindo a rádio portátil em Sará].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > G07 > Ziguinchor, Senegal > Vaccination [o médico Roel Coutinho administrando uma vacina com injector de jacto, visando a imunização (protecção imunológica de uma doença infecciosa) de adultos].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > B23 > Infirmary in Sara > Guinea-Bissau > Heartbeat check-up by doctor Antonio [O médico cubano Dr. António durante uma consulta com auscultação cardíaca].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > A17 > Surgery in Sara > Guinea-Bissau > Operation details [De costas, o médico cubano Dr. António durante um acto cirúrgico a um elemento do PAIGC, acompanhado de três enfermeiros e um militar].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > A19 > Surgery in Sara > Guinea-Bissau > Operation details [O médico cubano Dr. António durante um acto cirúrgico, acompanhado de dois enfermeiros, um cubano (Gustavo) e um guineense].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > F34 > Life in Sara > Guinea-Bissau > Transporting the wounded from Candjambary to the Senegalese border [Transporte de ferido desde Canjambari até à fronteira do Senegal].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > F35 > Life in Sara > Guinea-Bissau > Carriers of wounded people [Carregadores de feridos].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > F36 > Life in Sara > Guinea-Bissau > Bearers of the wounded on one day walking distance to the Senegalese border [Um dia de caminho até à fronteira do Senegal (de Canjambari)].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > F37 > Life in Sara > Guinea-Bissau > Armed escort carrying the wounded to the Senegalese border [Transporte de ferido para a fronteira do Senegal com escolta armada].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > C40 > Walk from Candjambary to Sara > Guinea-Bissau > Military escort with rifle during trip [Militar – criança-soldado? – do PAIGC, armado de Kalashnikov (AK-47), durante uma escolta].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > G04 > Ziguinchor, Senegal > Infirmary ambulance [Ambulância da enfermaria (Hospital do PAIGC) de Ziguinchor, (aguardando a chegada de feridos do interior da Guiné?)].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > 11 05 > Ziguinchor hospital, Senegal [Enfermeiras no hospital do PAIGC, em Ziguinchor, tratando de guerrilheiros feridos].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > 11 06 > Ziguinchor hospital, Senegal [Enfermeiras no hospital do PAIGC, em Ziguinchor, tratando de guerrilheiros feridos].
Wikimedia Commons > ASC Leiden > Coutinho Collection > 10 05 > Nurses in Ziguinchor hospital, Senegal [Enfermeiros no hospital do PAIGC, em Ziguinchor].
Itinerário da evacuação dos feridos entre Canjambari e Ziguinchor. A verde; marcha a pé até à fronteira com o Senegal. A amarelo; em ambulância até ao hospital do PAIGC de Ziguinchor.
Termino, agradecendo a atenção dispensada.
Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.
Jorge Araújo.
06JUL2018.
________________
Nota do editor:
Último poste da série > 17 de junho de 2018 > Guiné 61/74 - P18749: (D)o outro lado do combate (33): As deserções no PAIGC no Sector de Tite ao tempo do BART 2924 (1971-1972) e suas consequências (2) (Jorge Araújo)
24 comentários:
Camarigo Jorge Araújo quando fui para a tomada do subsector do Cachil em Janeiro de 1964 tivemos que passar de um em um por uma ponte tipo baloiço em parte parecida com a que publicas da fundação Mário Soares do arquivo Amílcar Cabral, da qual tenho foto como não tenho o teu email não consigo enviar para ti. Abraço.
Caro camarada José Colaço,
Obrigado pelo teu comentário.
Quanto ao meu endereço email, ele está disponível na coluna dos marcadores, à esquerda, depois do contador de visualizações.
Um abraço, Jorge Araújo.
Tanto o PAIGC como nós usámos "crianças" na guerra... Tive soldados com 16 anos ou menos, meninos de sua mãe que se fizeram soldados... Já aqui falámos do malogrado Cherno Baldé e outros, da CCaç 12...
É estranho que um médico, como o dr. Roel Coutinho, embora jovem, não se tenha percebido disso (e denunciado esse facto)... O militar da foto, armado de Kalash, é uma criança, um adolescente!... Infelizmente é uma situação em todas as guerras... Nós fechámos os olhos a casos como o do Cherno Baldé e o PAIGC fez o mesmo... Tudo o que vinha à rede era peixe...
Excelente e verdadeiro testemunho sobre as dificuldades de vida e de sobrevivência dos guerrilheiros do PAIGC! Os guerrilheiros que, segundo boas almas que pontificam no blogue, (não é Mário Beja Santos?)"derrotaram militarmente" as Forças Armadas portuguesas em 1974...
Abraço,
António Graça de Abreu
CONFUSÕES....PROPAGANDA
É sabido da grande dificuldade na evacuação de feridos do PAIGC,no interior do território da Guiné.
Analisando as fotos nomeadamente a da dita intervenção cirúrgica, verifica-se que o cirurgião tem bata cirúrgica e tem luvas, mas não tem máscara facial.
O doente está coberto com um lençol cirúrgico por cima do qual se encontra material cirúrgico, supostamente já utilizado.
Suponho que esteja a suturar um ferimento no abdómen.
O doente foi anestesiado com anestesia local ou geral ?
Ninguém em redor tem qualquer preocupação com a assepsia, no mínimo colocarem máscaras faciais, e estarem afastados.Não se vêm quaisquer insectos,sendo a intervenção cirúrgica ao ar livre e no meio da mata ..é de estranhar.
Não se vê qualquer aparelho para avaliar os sinais vitais, nomeadamente um esfigmomanómetro (medidor da tensão arterial).
julgo que se o doente não morreu do ferimento ...morreu da cura.
Como foi esterilizado o material?
Segundo as informações que tenho ..tentavam evacuar os feridos ..só que a esmagadora maioria morria durante o trajecto.
O PAIGC tinha hospitais de retaguarda em Boké na Guiné-konacry e em Zaguinchor no Senegal.
Foram efectivamente ajudados por médicos cubanos, e provavelmente alguns estiveram no interior da Guiné, mas a grande maioria só estiveram nos respectivos hospitais já referidos.
É preciso analisar se são factos reais ou se é mera propaganda.
AB
C.Martins
A verdade é a primeira vítima das guerras - disse gente sábia.
Quando pisei a Guiné na pele de militar, em Maio de 1964, a propaganda anti-colonial (e o seu exponencial Manuel Alegre) propagavam que o PAIGC tinha libertado dois terços do território, implementava a sua reorganização política e administrativa, dotava-o de serviços de saúde, armazéns do povo, escolas, etc. (nunca ousaram apregoar que construíam estradas, pontes, portos e aeroportos).
Alcançada a independência, a Guiné tinha isso tudo - mas apenas o herdado da colonização portuguesa.
Proclamara no Boé a independência política, como Guiné-Bissau, mas Conacry continuou como sua capital (o alto comissário Carlos Fabião teve de esperar uma temporada pela chegada do primeiro interlocutor a Bissau), arvorara-se em líder e guia do povo guineense, mas representaria a vontade de pouco mais de 10% dele.
A realidade do PAIGC era outra, esta:
Uma máquina de guerra eficiente, em motivação, em táctica e estratégia mais competente que a dos seus oponentes portugueses, e formatada em partido único ou partido-Estado, que "a Comunidade das Nações" dotara de arsenal de armamento de Infantaria - a arma mais viril das guerras - mais evoluído que o dos países membros da NATO!
Se é verdade que a Guiné-Bissau deve a sua independência ao PAIGC de Conacry, não será menos verdade que o PAIGC de Bissau foi o produtor das desgraças do seu povo.
A colonização será coisa abominável; mas a substituição da "colonização" portuguesa pelo "tráfico" da cooperação internacional (e da droga!) deu no que deu.
Abr.
Manuel Luís Lomba
Que azar o meu, logo tinha de haver um 'comunista-terrorista' Cubano com o meu nome, Virgilio....
Mas não sou eu, felizmente.
Aprovo a 100% os comentários do C. Martins, os cubanos estavam anestesiados com El Comandante, mas não eram malucos. Toda esta encenação é feita num lugar seguro em Conacri, ou noutra cidade qualquer do ditador presidente da Republica da Guiné.
E já chega de falar dos nossos inimigos, quero lá saber o que lhes aconteceu!
E quanto a derrotas ma guerra, quem as venceu foram os artistas do 25A, com o seu golpinho de estado. Nós nunca sairíamos derrotados dali, porque entretanto já a PIDE tinha mandado assassinar o Kennedy, esse sim o grande responsável pelo caminho da nossa guerra.
Já alguém tinha pensado, ao fim de mais de meio século, que poderiam ter sido elementos da nossa excelente Policia Politica, a dar o golpe fatal naquele clã?
É bom pensar, pois ainda não se sabe o autor verdadeiro!
Os meus cumprimentos,
VT/ Virgilio Teixeira
Pois.
O Virgílio vai ter a Comissão Warren à perna.
Afinal, nas conversas que ele tinha com o PIDE, em São Domingos, decerto que foi informado deste confidencial procedimento. Pena não ter sido há mais tempo divulgado.
Agora, neste momento, a CIA está a ler/formatar todos os Postes da nossa Tabanca Grande.
O Luís Graça que prepara as malas para ir até aos EUA explicar tudo o que aparece
escrito/publicado no nosso blogue.
Não queria estar na pele do Virgílio
Uff.
Valdemar Queiroz
Já estou a tremer, uff...
Não estamos a mandar faladura para o ar?
Tanta mentira que tem aqui passado, e agora só vem o Valdemar falar sempre na PIDE. Tens alguns complexos? Eu não.
Sei lá quem era o tipo da Pide de S. Domingos?
Vamos deixar de brincadeiras,
VT/
Ora aqui está esta do Lomba, diz tudo o que eu disse, só com outras palavras.
Eu gosto de escrever.
VT/
Virgílio gostar de escrever, tudo bem.
Ao menos diga-se: penso eu de que….., ninguém se lembrou desta…, parece que...
Se não, teremos que considerar serem piadolas, com imaginação, como a da 'nossa excelente Polícia Política'.
Eu não tenho nenhum complexo em falar sobre os 'excelentes' torcionários da PIDE, que nunca é demais lembrar.
Já agora, parece que Lee Oswald era o nome, inventado pelo FBI, de Manel da Silva atirador aos pombos dos lados de Campanhã e quando foi apanhado teria dito: foda-se, eu só andava aos pássaros.
Ab.
Valdemar Queiroz
Temos que dar o valor a quem o merece.
Quem consegue mobilizar donativos e jornalistas suecos mais médicos e militares cubanos, em condições desumanas como aquelas, quem consegue pôr do seu lado um intratável Sekou Toure, e até o luso-simpatizante Senghor, quem consegue catequizar soviéticos e fazer descer do céu à terra o próprio Santo Padre que está em Roma...Quem foi?
Quem consegue mobilizar-se e organizar uma guerra política e militar de quase 30 anos contra forças internas, forças regionais e internacionais e «passar tudo a ferro» com ajuda directa do próprio exército cubano...Quem foi?
Fácil de adivinhar, nem mais nem menos que os preparadíssimos por séculos de treino: os irmãos MPLA e o PAIGC.
Onde devemos juntar a FRELIMO, mas esses só os conheço de vista, nunca "falei" com eles.
Eles já traziam no seu ADN o traquejo de como se faziam colónias como se comandavam cipaios e sabiam como eram ingénuos os "patrícios" quando se aproximavam pela primeira vez dos trópicos.
Antes de 1961 já eles diziam as patrícios que acabavam de chegar, que ficássem(os) na "terrinha" que eles sabiam governar melhor aquelas ricas terras e aquelas gentes.
Eles conheciam-nos bem, vinham ao "puto" há muitos anos "ensinar-nos" a jogar à bola e até a "falar" português, e vinham com e sem bolsas de estudos.
Hoje os cubanos e os soviéticos e mesmo os suecos e outros amigos (esquerdas europeias) deixaram arrefecer demasiado os laços fraternais com eles, principalmente a partir de 1989.
Será que todos se aperceberam que foi uma elite africana muito especial que os soube "usar" na perfeição?
E é bom que uns políticos e muitos empresários e banqueiros "tugas" tenham aprendido com algumas lições que têm recebido estes últimos anos, principalmente, na Universidade de Luanda, por esses professores.
É que o que eles sabem não se aprende de um dia para o outro.
Aquele saber foi uma tradição e uma prática de perto 500 anos.
Essa elite terá tendências a desaparecer com os anos.
Não se conhece em toda a África negra outra elite igual.
Esta elite não tem tribo, não é tribal, nasceu do que todos querem negar que existiu, até eles próprios, o tal luso-tropicalismo.
Sem gente com tal ADN, os "patrícios" sozinhos não tinhamos criado tantas colónias e os povos sozinhos não sabiam segurar aquelas fronteiras, nem havia motivo, porque ainda hoje não sabem bem o que se passa com eles.
Caro Rosinha,
Obrigado pelo bom senso e rigor de analise que consegues oferecer sobre as realidades que acompanharam a guerra colonial. Tu, ao menos, antes do servico militar ja eras colon, depois cooperante, mas sempre atento a realidade vivida pelo povo e sem complexos sobre a guerra que poderia ter sido ganha, mas que foi, de facto, perdida em todas as suas dimensoes.
Claro que os Medicos Cubanos estiveram nas zonas libertadas ou se quiserem, abandonadas a sua disposicao. Claro que fizeram operacoes cirurgicas mesmo naquelas condicoes que vemos nas imagens. Claro que morriam muitos feridos, tal como morriam por todos os lados.
Todos sabiam da existencia dos corredores que os guerrilheiros utilizavam. Por exemplo, o corredor de Sitato era uma auto-estrada onde ate entravam camioes carregados de material. Toda a regiao de Fajonquito ate Jumbembem (+50 Km), de Sitato ate Canjambari era terra de ninguem onde o PAIGC podia manobrar a vontade e onde soh com as tropas especiais ousavam penetrar. Sem falar dos outros importantes corredores bem congecidos e identificados desde inicio da guerra.
Nao ha palavras para descrever o sacrificio que os Patriotas Cubanos consentiram nas matas da Guine e os seus depoimentos merecem todo o nosso credito e consideracao, da mesma forma que respeitamos e damos o devido credito as palavras dos combatentes portugueses que estavam convencidos de lutar pela sua patria e por uma causa justa.
Com um abraco amigo,
Cherno Balde
Pois é caro Valdemar,
Vou passar a escrever tipo menino de coro, dizer só coisas bonitas e que agradem a todos, ou melhor ainda, deixar de comentar tudo e qualquer coisa, pois estão a levar muito a sério as minhas 'piadolas' tontas, como as da PIDE!. Sei lá quem é a Pide, nem o Lee Oswald, não ando aqui a apanhar as piadas e coisas tontas que se dizem, escrevo o que me vem à cabeça, tal como agora, e não me interessa nada se gostam ou não, Ok?
Ou então acabo com a Tabanca de uma vez.
Cumprimentos
VT/
A propaganda do paigc no seu melhor com a ajuda dos nossos camaradas nossos?São como os comentadores de futebol confundem o desejo com a realidade.Tal como o Alegre
são martistas portugueses portugueses?Esse até queria ser presidente.E depois é o que se lê.
Vitor Silva
Camaradas, as picardias estão aqui a mais... Temos de fazer um esforço para, entre nós, não usar a comunicação violenta... Temos 14 anos de "bom estado de comportamento", no nosso blogue... É das coisas que nos orgulhamos... o nosso saber-ser e saber-estar no blogue, na Tabanca Grande, nos convívios frequentes de camaradas da Guiné...
Todos e cada um temos direito à "sua verdade", à "sua versão" dos acontecimnetos, à "sua leitura" da realidade, à "sua opiniºao"...
Os combatentes de um lado e do outro têm direito a contar as suas histórias e a publicar as suas fotos... Não creio que o médico holandês Roel Coutinho fosse um fanático (e muito menos ingénuo) "admirador", acrítico, incondicional, do PAIGC... Era, por certo, um simpatizante da causa do PAIGC... As fotos que se publicam de um intervenção cir+urgica no mato, conduzida pelo dr. Delgado, podem "cheirar" a propaganda, podem inclusive ter sido utilizadas pelo PAIFC como propaganda... Afinal, a imagem também era (e é cada vez mais) uma "arma" taçl como os cartazes, as cantigas, etc...Uma imagem valia (vale) por mil palavras...
Não me parece, contudo, que sejam imagens "forjadas" para sueco ou holandês ver...Os depoimentos dos médicos cubanos, já aqui largamente reproduzidos, também vão no sentido de ir ao encontro dos reparos do C. Martins, nosso camarada, que esteve em Gadamael, à frente do 23º Pel Art, e que hoje é médico... Faziam-se operações no mato (, sobretudo pequena cirúrgica) em condições de arrepiar os cabelos...
Na II Guerra da Independência, como os angolanso chamam ao terrível conflito militar que opõs o MPLA e so cubanos à Unita e aos seus aliados sul-africanos, fizeram-se amputações de pernas e braços, a sangue frio, como na Idade Média, sem assepisa, sem anestesia, como me confidendicou um oficial general médico angolano,que esteveno no Cuito Canavale... E eu tenho todas as razões para crer que assim foi (ou chegou a ser)...
Um alfabravo para todos, Luis Graça
Ah. não esquecer que o facto do Luis ter alguém com 16 anos no seu grupo, não o foi buscar a força ao aldeamento,Penso eu de que.Ao contrário do paigc que os arrancava
à força as famílias.Não percebo ou seja até percebo essa de fazerem dos cubanos uns
meninos de coro.
V.Silva
Caro camarada Valdemar:
Temos de dar o braço a torcer quando nos enganamos, mesmo que não seja por mal.
Na realidade a PIDE não era uma excelente Policia Politica, porque se o fosse, teria abortado o 25A. Estamos entendidos.
Os torcionários da PIDE não eram assim tão sanguinários, caso contrário no dia 26A não teria lá ninguém nas masmorras, e saíram aos milhares, bem vivos e de saúde. Entendidos estamos.
Quanto às minha relações com a PIDE, para ser franco, não me lembro sequer da cara do tal Pidesco de SD, só me lembro de ouvir na r
adio aquele vozeirão alegre, e de outros. Nem sei o que foi feito dele.
Posteriormente na vida civil, já em Novembro de 69, na minha nova actividade civil, deparei-me com uma empresa multinacional Sueca - só vim a saber muito mais tarde que eles foram os principais financiadores do PAIGC - que mandou para cá um montão de alegados técnicos de produção para dar instrução aos incultos portugueses, e passaram a designá-los de 'Engenheiros' a tal ponto que a Ordem proibiu que fossem mencionados nas listas e nos contactos com a agora DGS, com o titulo de 'engenheiros' que só a Ordem poderia atribuir. Na minha função de Director Geral, era eu que tratava lá em Campanhã de todas as formalidades para eles poderem estar cá a trabalhar, embora por pouco tempo, e os recebia - os agentes da DGS - lá na empresa, mostrando tudo e acompanhava. Agora percebo porquê tanta exigência da DGS, eles não gostavam dos Suecos, como eu agora também não, mas tarde demais.
Essa minha boa relação com aquele pessoal 'torcionário' deu-me bons frutos, como por exemplo poder passar a fronteira de Valença para Tuy sem mostrar documentos ou abrir as malas, nunca lhes dei nada, nem nunca recebi nada deles, nem um café lhes paguei ou ofereci, eles eram incorruptos. Depois veio o 25A e tudo acabou, os Suecos e suas famílias, ainda eu não sabia o que estava a acontecer, já eles estavam em Espanha à espera de melhores dias, fugiram como galgos, aliás é um povo cobardolas, mas acima de tudo, escravizaram e bem o nosso bom povo Português. Não falo por mim, porque ganhava 20 vezes mais do que o salário mínimo, era um privilegiado, por muito que isso faça doer, era assim, e não era nenhum lambe botas, era a minha competência e excepcional dedicação ao trabalho, porque tinha em menos de nada uma família de mulher e 3 filhos para comer, isto antes do tal dia em que o nosso Portugal, começou a perder a soberania, passando hoje a um protectorado da Europa, com uma dívida 'jamais' pagável, por muitas gerações que venham a seguir.
Acho que isto, da minha parte põe um ponto final nesta polémica desnecessária.
De futuro vou ser mais comedido, e comentar apenas aquilo que me interessa.
VT/.
OK. Virgílio.
(...realmente os tipos não utilizaram câmaras de gás)
Venham mais fotos, aliás excelentes fotografias.
Ab.
Valdemar Queiroz
Não resisto a acrescentar algo à introdução do texto acima do Virgílio Teixeira.
Vivíamos em ditadura (ou ditamole), mas a PIDE/DGS não tinha poderes para prender militares do QP.
O MFA original tinha uma "célula" spinolista no interior da PIDE/DGS, disse-me um dia o ex-inspector Abílio Pires, a viver de uma confortável pensão de aposentado da Função pública - que o terá convertido à democracia, pois dizia que se o acontecido tivesse sido ao contrário, o regime do tipo do que servira ter-lha-ia negado.
O 25A74 era apenas um golpe de Estado; o plano da operação "Mudança do Regime", da responsabilidade do Otelo, não a tinha por objectivo.
Abr.
Manuel Luís Lomba
Luis Lomba.
Acho que essa rapaziada arranja todas as desculpas por ter sido apanhada com as calças na mão. Só faltava essa.
Mas, ainda vai aparecer uma (a última) versão: sabíamos de tudo.
Ab.
Valdemar Queiroz
Caro Valdemar, vamos então encerrar este capitulo.
Quanto a mais fotos, insiste com o Luis, pois tem lá mais umas dezenas para editar, falta espaço e tempo. E ainda tenho umas centenas para enviar, mas aguardo a minha vez, tem havido coisa bem mais importante.
VT/
Camarada Araújo desejo-te coragem determinação e paciência para continuares com este trabalho meritório, pese embora o veneno aqui despejado, já com 50 anos de armazenamento. Não há pachorra.
Abraços
António Duarte
Cart 3493 e Ccaç 12 - dez 71 a jan de 74
Caros Camaradas,
Porque estive ausente por motivos profissionais, não me foi possível participar, em tempo útil, neste debate. Vou fazê-lo oportunamente em novo texto, aprofundando um pouco mais sobre o que ficou escrito, no sentido de melhor esclarecer as dúvidas suscitadas, nomeadamente as do camarada C. Martins. Numa narrativa de dimensão histórica específica construída a partir das fontes consultadas, em que grande parte do espaço é ocupado com imagens seleccionadas de um universo de algumas centenas, em função do "fio condutor" da sua estrutura, aceito como naturais as questões abordadas.
Aproveito para agradecer todas as participações, mesmo aquelas que deslizaram para outros contextos.
Até breve.
Um abraço. Jorge Araújo
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