Fotos de João Tavares Pinto > Álbum da Guerra Colonial: Guiné (1966/68). In: Vidas e Memórias de uma Comunidade > Vidas Contadas > Migrações (com a devida vénia).
[João Tavares Pinto nasceu em 3 de janeiro de 1946 em Vila Velha de Ródão. Combateu na Guiné entre novembro de 1966 e agosto de 1968. Entre julho de 1967 e janeiro de 1968, esteve em Portugal em convalescença, após ter sido ferido em combate. Tem 14 fotos no seu álbum. Estas duas fotos foram editadas e reproduzidas aqui, no nosso blogue, com a devida vénia...]
Jorge Alves Araújo, ex-fu mil, op esp / ranger,
CART 3494 (Xime-Mansambo, 1972/1974); nosso coeditor
OS 81 ALFERES QUE TOMBARAM NO CTIG (1963-1974) (ACIDENTE, COMBATE OU DOENÇA): LISTA CORRIGIDA E AUMENTADA
1. INTRODUÇÃO
Ainda que a lista dos «Alferes» que tombaram no CTIG (1963-1974) tenha sido já divulgada no blogue, por iniciativa do nosso camarada Artur Conceição (ex-Sold Trms da CART 730, Bissorã, Farim e Jumbembem, 1965/67) - P6658 e P12124 (*) - os meus últimos trabalhos de investigação permitiram-me identificar algumas divergências.
Por exemplo: nessa primeira lista, no n.º 68 (ordem alfabética) é referido o nome de «Miguel J. S. Moreno (FAP), 24/9/72 C», como tendo falecido na Guiné. Na minha investigação encontrei uma outra referência ao mesmo nome, mas com o óbito a acontecer em Mueda (Moçambique), conforme se prova no quadro abaixo:
Aproveitando estes dados mais recentes, decidi corrigir esse primeiro levantamento, saudando o camarada Artur Conceição pelo seu labor inicial, apresentando agora ao Fórum uma nova lista actualizada (admitindo-se a hipótese de continuar incompleta).
Para que não fiquem na "vala comum do esquecimento", como costumamos afirmar, eis os quadros estatísticos dos 81 (oitenta e um) alferes, nossos camaradas, que tombaram durante as suas Comissões de Serviço na Guerra no CTIG, 69% dos quais em combate (Vd. Gráfico a seguir).
Infografia: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2018)
2. QUADROS POR CATEGORIAS E ORDEM CRONOLÓGICA
Fontes consultadas [com cruzamento]:
http://www.apvg.pt/
http://ultramar.terraweb.biz/
(com a devida vénia)
Termino, agradecendo a atenção dispensada.
Com um forte abraço de amizade e votos de muita saúde.
Jorge Araújo.
18JUL2018.
________________
Nota do editor:
(*) Vd. postes de
29 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6658: Lista alfabética dos 75 alferes mortos no CTIG, 54 (72%) dos quais em combate (Artur Conceição)
7 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12124: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (22): Onde e como estava afixada, na parada, a placa toponímica com o nome do Alf Tavares Machado [, da CART 1613, morto em combate, em 28/12/1967] ? (Pepito)
20 comentários:
Obrigado, Jorge, pela tua paciência---e preocupação de rigor... Já agora falta-nos uma lista de sargentos e furrieis mortos no TO da Guiné, para não falar dos cabos e praças...
Bom fim de semana. LG
Caro Luís,
A sugestão acima está incluída neste meu "projecto de investigação".
Levantando uma pontinha do véu, posso desde já avançar com os dados dos "furriéis". Tombaram na Guiné 220 (duzentos e vinte), sendo 204 (duzentos e quatro) do exército e 16 (dezasseis) da força área.
Em breve darei mais notícias.
Bom fim-de-semana.
Ab. Jorge Araújo.
Jorge,. dizes tu que morreram 81 alferes e 220 furriéis/sargentos... A proporção está ela por ela: sobretudo a nível de grupos de combate das companhais de caçadores (ou pelotões), havia 1 alferes (comandante) para 3 furriéis ou sargentos (comandantes de secção)...
Na prática, eram dois furriéis por grupo de combate, havendo um 1º cabo a fazer as vezes de furriel (e a receber como cabo)... E em diversas situações, era um furriel a comandar um grupo de combate (a receber como furriel)... A pipa de massa que o exército poupou!
Os sargentos, do quadro permanente, eram os primeiros a sair dos pelotões... Devido à idade (muitos eram trintões, quarentões...) não tinham quaisquer condições para "alinhar no mato"... Ficavam logo na secretaria...
Um alferes dos quatro., que havia por companhia, acabava por ser destacado para outras tarefas "mais urgentes" do que fazer a guerra: os reordenamentos, exemplo...
O capitão, QP, por sua vez, trinta ou quarentão, já não tinha também idade para "alinhar no mato", nas condições infernais da Guiné, e delegava no alferes mais antigo ou mais graduado; no caso da CCAÇ 2590/ CCAÇ 12, um alferes com o curso de operações especiais...
Se o alferres fosse um gajo xico esperto e se se lembrasse logo de casar e trouxesse a a querida cara metade com ele, tinha logo um bónus especial, uma prenda de casamento; deixava de "alinhar no mato" e ia para os reordenamentos ou outras missões patrióticas... Ninguém queria ter no quartel uma viúva de uma alferes para consolar... A tropa nunca teve jeito para consolar viúvas e órfãos...
Tirando os paraquedistas, eu nunca vi sargentos do QP a alinhar no mato (, a nºao ser em "partidas de Carnaval")... Afinal, eram os pobres dos milicianos (alferes e furriéis) a fazer a puta da guerra, mais os desgraçados dos praças da metrópole e do recrutamento local... sem esquecer os nossos valorosos guias, picadores e milícias...
Esta é que é a história da "guerra do Solnado" que temos ainda de contar um dia aos nossos netos, que os nossos filhos, esses, nunca iriam acreditar (nem muito menos ter paciência para nos ouvir)...
... E, em boa verdade, essa é a razão por que a gente ainda não fechou este blogue!... E já lá vamos a caminho dos 15 anos, a blogar, a cantar, a rir, a escrever, a gemer, a chorar... Até à insanidade total!...
Luís, que belo guião para um filme ou uma novela...
Em relação aos Sargentos podes somar mais 34 do exército (19 por doença) e 11 da força área (3 por doença). E mais não digo...
Jorge Araújo.
Luís Graça foi isso mesmo. A pipa de massa que foi poupada, já não falando na quantidade de braços ocupados e não fazerem alarido no desemprego.
Os que entretanto sobravam todos os anos, lá os deixavam sair a salto pra a França, Alemanha ou Luxemburgo que sempre iam enviando uns bons dinheiros e mantendo o desemprego por cá sem grandes problemas.
Nota: Faz hoje 49 anos que eu estava, em pleno Rio Geba entre Bambadinca e Bissau, num barco de transporte de mercadorias parado por avaria, à noite, atacado por mosquitos e a ouvir na rádio a chegada do homem à Lua.
Inesquecível
Ab
Valdemar Queiroz
Para o Valdemar Queiroz, também lhe quero dizer que neste dia 20 de Julho 69, estava eu em Bissau a olhar para o oceano a ver se chegava o Uige para me levar, e pelo canto do olho a ouvir as ultimas noticias do homem a chegar à Lua, nem acreditava em tal. Também tinha acabado de fazer o exame de condução de pesados, mas chumbei numa Morris Nova em folha, eu só tinha conduzido GMC podres, tinha acabado de fazer o exame de ligeiros num Mercedes novo e passei.
Realmente no Rio Geba de noite, não sei nunca estive, só de dia e chegou. A mosquitada não queria nada comigo, morria com o meu sangue envenenado, mas apesar disso ainda apanhei duas vezes o Paludismo e foi forte.
Ó Luís, essa guerra do Solnado tem mesmo piada, podíamos aproveitar para fazer um filme de desenhos animados, só não sei qual seria o meu papel!
Por falar em dinheiro, por acaso sabem quanto o meu CA do batalhão levantou em Setembro de 67 para pagar ao pessoal todo, +/- 600 homens, ainda em Santa Margarida?
Vou dizer que eram 1400 contos, aquilo que o Ronaldo e companhia ganha sozinho em poucos segundos na guerra dele.
Esta verba seria na Guiné dobrada para o dobro, face ao aumento de 100%, isto é não chegava a 3000 contos.
Bom Fim de semana
VT/.
Esses dados são muito interessantes...arranja mais... Lg
1400 contos em 1967 equivaliam hoje a 467,8 mil euros...ver o conversor da Pordata...
Falta nessa lista o Alf. Mil. Fernando da Costa Fernandes, da CART1690, morto em combate, em Sinchã Jobel, a 19.10.67, durante a op. Invisível;
Caro Camarada A. Lopes Marques,
Obrigado pela informação. Já actualizei a minha base de dados. Contudo, segundo creio, a data da «Op. Invisível» não foi em Outubro, mas sim em Dezembro, pelo que a morte em combate do camarada Alf. Fernando da Costa Fernandes ocorreu em 19.12.67 (corpo que não foi recuperado)... é apenas um detalhe.
Ab. Jorge Araújo.
Há aqui dois nomes que queria destacar porque são do meu tempo e estiveram em Jolmete local onde também estive cerca de um ano na C Caç 2366 e onde estava também o Pelotão de Caç. Nativos 59. São o Feliciano Santos Paiva e o Joaquim Palmeiro Mosca que foram respectivamente o primeiro e o segundo comandante desse Pelotão.O Paiva faleceu no dia 29/4/70 segundo me disseram de acidente de motociclo e estava com cerca de 24 meses de comissão portanto a pensar no regresso.O Joaquim Mosca faleceu em 20/4/70 nove dias antes e todos sabemos em que circunstâncias.O Paiva andava no Seminário era quase Padre por qualquer motivo saíu foi incorporado andou em muito fogachal sem problemas de maior e vai acabar os dias dele num acidente de mota quando está quase a vir para casa.O Mosca em Jolmete tiros também não faltavam, mas como tinha o Curso de Regente Agrícola foi chamado por um dos Majores do CAOP 1 em Teixeira Pinto para colaborar na acção Psico-Social, em princípio ia para um lugar muito melhor mas aconteceu aquilo que todos nós bem sabemos.Que Deus os tenha em bom lugar.
Manuel Carvalho
Respondendo ao pedido do Luís, fui procurar mais dados, não encontrando grandes coisa, a não ser um lapso significativo, assim:
Em carta minha datada de Santa Margarida, 23 Agosto 67, para a então minha namorada, rezava assim o meu espanto:
"Agora interrompi para fazer aqui umas contas de quanto vamos levantar para pagar as 'ajudas de custo e o adiantamento de vencimentos': São 1.043.350$00. Já viste bem quanto de gasta com esta guerra?". Está escrito na carta que estou a ler agora.
O erro é grande, em vez de 1400 contos foram 1043 contos. E isto para ajudas de custo e um mês de vencimento. Segundo me lembro, não tendo a certeza, por isso quem souber que responda por favor, as ajudas de custo de embarque, correspondia a um mês de vencimento, logo este valor eram de 2 meses, e assim um mês de vencimento para um batalhão, rondava os 521 contos aqui na metrópole, isto é os 1043 contos na Guiné. Agora é por o conversor da Prodata, e ver quanto dava hoje em 'OUROS'. Não esquecer a inflacção que se viveu em Portugal após o o 25A, que chegou a 35% ao ano.
O valor de 1o43 contos dava uma média per capita de 1739$. Eu lembro-me que ganhava como alferes entre 5,500 e 6.000 escudos, não tendo a certeza.Isto era muita massa, para um salário mínimo dessa época de pouco mais de 500 escudos mensais.
VT/.
No sector L3 Nova Lamego (1/3) do território da Guiné, cheguei a ter sob a alçada do meu batalhão, cerca de 3000 homens, entre companhias, pelotões, esquadrões e companhias de nativos, etc. Isto daria qualquer coisa como 5217 contos por mês, isto era uma pequena fortuna. Chegamos a ter cerca de 25 mil homens na Guiné em mesmo tempo, isto teria um custo só de vencimentos de cerca de 43 a 45 milhões de escudos mensais.
VT/.
Refiro-me agora aos trágicos acontecimentos relatados por Manuel Carvalho, é um azar dos diabos.
O meu batalhão perdeu muitos homens, só no Cheche foram 43 de uma só vez, sei que dos 600 que partiram, chegaram menos 100, isto é 500.
Há uns 2 a 3 anos, um condutor do 2º comandante, hoje um industrial textil de Guimarães, vem todos os anos a Vila do Conde, e falamos de coisas do passado. Diz ele, o azar dos diabos.
A CCS do meu batalhão BC1933 veio rirecto em lanchas de São Domingos para o UIGE, mas outras companhias já estavam em Bissau, e outras por outras localidades. Estavam estacionadas em Bra nos Adidos a aguardar o embarque uma Companhia que não sei identificar. No dia 4 de Agosto de 69 começa desde cedo a chegarem as lanchas do interior e os camiões de Brá. Eu conheço bem os Adidos em Bra, um espaço enorme e bem tratado, grandes áreas e tudo alcatroado. Tem a sua porta de armas bem na berma da estrada para Bissalanca e para Bissau. Na hora de partirem em camiões para o Uige, a loucura faz coisas do diabo. Conta esse meu camarada que estava lá, que não sabe a razão, mas faltava qualquer papel para o embarque, então era necessário ir urgente ao QG - 6 a 7 km de distância, levantar o papel. Um condutor que estava para embarcar, ou foi designado para ir ao QG, ou ele se ofereceu, meteu-se no Jeep, e saiu a alta velocidade pela porta de armas, ou seja não chegou a sair, bateu de frente contra as paredes da porta de armas, que até era larga, tenho fotos disso, ficou numa lástima, foi levado ao HMP241 ali ao lado 2 kms, e morreu...
Não chegou a embarcar, não sei mais do raio do papel, e nunca se falou nisso na viagem, cada um tinha tanta coisa metida na tola, que só tinha em mente a chegada a Lisboa, nada mais. Nunca soube quem era nem o nome, deve estar algures isso escrito. Não está na História da Unidade, pois já tinha sido encerrada dias antes, ficou omisso.
Isto é um morto por acidente? Ou uma morte em combate com um papel que nunca conseguiu arranjar?
Deus o tenha em eterno descanso.
VT/.
Caro Virgílio Teixeira,
Uma hipótese de se localizar o nome do militar acidentado é através da data da ocorrência... ou através da freguesia donde era natural.
Aguardo informações.
Jorge Araújo.
O Jorge Araújo tem razão. A operação "Invisível" foi em 19 de Dezembro de 1967. E claro que sabemos que corpo não recuperado era "desaparecido em campanha". Mas este "desaparecimento" estava claro no relatório da operação:
..."Começou também nessa altura o IN a fazer fogo com o MORT. 82, com que abateu o alferes miliciano Fernandes. Verifiquei que nessa altura já o Dest. B tinha as seguintes baixas: Alferes Miliciano Fernandes, 1º Cabo Sousa da CART. 1742 e que estava a fazer fogo com a ML MG-42, soldado Metropolitano Fragata e um soldado milícia que não consegui identificar além de vários feridos. Procurei trazer o alferes miliciano Fernandes para a rectaguarda e quando o puxava pelos pés, fui surpreendido por um grupo IN, que corria em direcção aos furriéis milicianos Marcelo e Vaz e em minha direcção gritando que nos iam apanhar vivos. Note-se que neste grupo IN avistei elementos brancos os quais usavam o cabelo bastante comprido (a cobrir a orelhas) facto também confirmado pelos referidos furriéis. Devido a tal tive que abandonar o corpo do alferes Miliciano Fernandes e retirar."
É verdade que o soldado Manuel Fragata Francisco ficou ferido e foi levado pelo próprio PAIGC para o hospital que tinha em Ziguinchor (já contei a história dele em "Cabra-cega"). Mas o alferes Fernandes não, estava morto. Seria "manga de ronco" se o levassem também para Ziguinchor, não é?
Amigos e camaradas-de-armas,
Julgo ser de todo o interesse não esquecermos que cada um de nós viveu a sua experiência.
Na minha companhia, na Guiné, todos os grupos tinham um oficial e três sargentos, sendo que um era 1° Sargento, com cerca de 30 anos, que o capitão, e muito bem, decidiu que não deveria alinhar no mato. Também é certo que um dos furriéeis, armas-pesdadas, deixou de alinhar no mato a partir do momento em que nos chegou morteiro 107. Aquando dos reordenamentos, em Bissássema, um dos senhores alferes, o terceiro na lista de antiguidade na companhia deixou de alinhar no mato para tomar conta dos trabalhos. Alguém tinha que o fazer.
Mais do que uma vez, situações pontuais como férias e ou doença, entre outras, comandei o pelotão.
Mas o que me preocupa nisto tudo é esquecermos que muitos dos oficais e sargentos do QP fizeram várias comissões, sendo que nas primeiras, alinharam como ooperacionais. O caso acima que referenciei, o do 1° Sargento, um homem casado, na sua terceira comissão, sendo que foi ooperacional nas duas primeiras. Acrescento que conheci quatro 1°s Sargentos na companhia. Todos eles íam na sua terceira comissão, foram operacionais em pelo menos uma, dois deles em duas.
Na minha família tenho um primo, começou como praça, também ele casado e pai de filhos, fez quatro comissões, as duas primeiras como operacional.
Aqui, no meio de nós, estão os Srs. oficiais Pereira da Costa e Rui Alexandrino Ferreira, apenas para mencionar dois, que fizeram comissões como Alferes, certamente como ooperacionais.
Já agora, na africanização da Guerra do Ultramar, bem visível no tempo do Sr. General Spínola, muitas companhias viram-se obrigadas a indicar sargentos e oficiais para as companhias e pelotões de formação guineense. Por isso mesmo, os mancebos de 1949, com o 7° Ano dos Liceus foram para o Curso de Sargentos Milicianos. Se a memória ainda me serve bem, e peço perdão se de facto estou errado, nos fins de 1972, no Destacamento de São João encontrei furriéeis no EEUUAA (Estágio para as Unidades Africanass) com o 2° Ano dos Liceus.
POrtugal, um país pequeno, na altura com uma massa estudantil ainda mais pequena, flagelado pela emigração, sustentou uma guerra de guerrilha em três frentes. Talvez pudessemos encontrar aí a resposta para muitas necessidades de sargentos e oficais nas unidades que fizeram a guerra no Ultramar.
Não menos importante, independentemente das ciscunstâncias, uma palavra de respeito para todos aqueles que perderam a vida na Guerra do Ultramar, ao cabo e ao fim a essência do artigo que o Jorge Araújo trouxe até nós.
Abraço transatlântico.
José Câmara
... Virgílio Óscar Machado Teixeira (ex-alferes milº de contabilidade e pagadoria), em comentário deixou escrito que:
- «O meu batalhão [1933] perdeu muitos homens, só no Cheche foram 43 de uma só vez, sei que dos 600 que partiram, chegaram menos 100, isto é 500.»
1.- No desastre fluvial do Cheche, ocorrido em 06Fev1969, da CCac1790/BCac1933 não pereceram «43 de uma só vez», sim 26 (vinte e seis);
2.- O BCac1933 era composto (cfr cota PT/AHM/2/4/74), por comando e respectivas subunidades orgânicas CCS, CCac1790, CCac1791 e CCac1792. Até 20Ago1969 (data de início da torna-viagem), naquela ocorreram as seguintes 28 (vinte e oito) baixas mortais: 2 em 18Abr1968 (ambas do recrutamento provincial), 1 em 20Jun1968 (recrutamento provincial), 26 em 06Fev1969 (1 de recrutamento provincial), 1 em 15Mai1969, 1 em 10Jun1969, e 1 em 29Jun1969.
Saudações veteranas.
Luís e Jorge Araújo deve ser do vosso conhecimento que os 2º sargentos também alinhavam no mato prova disso é o ferimento e que segundo informações nunca recuperou a 100% o que lhe causou a sua morte prematura do ilhéu 2º sargento Manuel Conde primo do nosso camarigo Henrique de Matos, o 2º sargento Manuel Conde pertencia à c. caç. 557 foi ferido em Cufar juntamente com o soldado António Martins Pires Belo que também já não se encontra entre nós á bastante tempo, na mata do cantanhês Cufar ambos evacuados para o hospital 241 em Bissau e devido ao seu estado crítico enviados para o hospital da estrela em Lisboa, outro 2º sargento que nesse satírico dia morreu foi o 2º sargento fuzileiro vago mestre do 7º destacamento de fuzileiros comandado por o 1º tenente Ribeiro Pachêco o 2º sargento fuzileiro dava a ideia que tinha sido vítima de uma bazucada que acertou nele sem arrebentar e lhe devorou todo o baixo ventre pois o homem levantou vou cerca de 2 ou três metros e caíu no châo já sem vida. De certeza que há muitos mais vitimas nestas condições porque a guerra não eram rosas mesmo para alguns militares do quadro permanente. Abraço.
Luís não respondes-te a este meu comentário mas já viste como a excepção por vezes não confirma a regra. Abraço.
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