Foto nº 1A > O Manuel Coelho, na margem direita do rio Corubal, montando segurança à jangada que se desloca da outra margem (onde estava localizada a tabanca de Cheche), seguindo o cabo esticado de um lado a outro... Em baixo, em segundo plano, um sintex. O destacamento de Cheche ficava na margem direita, ou seja, no início da estrada que ia para Nova Lamego.
Foto nº 1 > O Manuel Coelho, na margem direita do rio Corubal... É bem visível a jangada que se começa a deslocar da outra margem, seguindo o cabo esticado de um lado a outro...
Foto nº 1B > A jangada que se começa a deslocar da outra margem (Cheche), seguindo o cabo, esticado de um lado a outro... No ancoradouro, é visível uma segunda jangada.
Foto nº 2A > O Manuel Coelho dentro da jangada com um guineense, que tanto pode ser milícia como militar do destacamento de Cheche... Ambos ajudam a segurar o cabo (ou a corda) ao longo do qual se desloca a jangada (que também tinha um pequeno motor auxiliar)...
Foto nº 2 > O Manuel Coelho, dentro da jangada com um camarada guineense.
Foto nº 3A > Grande plano do Manuel Coelho, na margem direita do rio Corubal, montando segurança à jangada. Nesta margem ficava o destacamento de Cheche
Foto nº 3B > O Manuel Coelho, na margem direita do rio Corubal, montando segurança... com mais uma secção.
Foto nº 3 > O Manuel Coelho, na margem direita do rio Corubal, montando segurança... Deslocou-se com uma secção num sintex. Ao fundo, a jangada que se começa a deslocar da outra margem, seguindo o cabo esticado de um lado a outro...
Fotos (e legendas): © Manuel Caldeira Coelho (2018). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mais fotos do álbum do Manuel Coelho, fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894 (Nova Lamego e Madina do Boé, 1966/68) (*), o nosso grande fotógrafo de Madina do Boé, que também alinhava, de G3 na mão, sempre que era preciso montar segurança à jangada que fazia a travessia do rio Corubal, em Cheche...
Compare-se estas fotos de há 50 anos, com as de hoje, do Patrício Ribeiro (**).
A jangada tinha um pequeno motor auxiliar, e era puxada à força de braço, de uma margem para a outra, seguindo um cabo esticado... E sempre que era preciso atravessar o rio, impunha-se montar segurança de um lado e do outro... Para efeito, existia o destacamento de Cheche, na margem direita.
Uma operação rotineira, durante anos... Até ao fatídico dia de 6 de fevereiro de 1969, o trágico dia da última jangada (Op Mabecos Bravios, retirada do quartel de Madina do Boé, por ordem do comando-chefe, gen Spínola: morreram afogados 46 militares e 1 civil, da CCAC 2405, que estava em Dulombi, e a CCAÇ 1790, que retirava de Madina).
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Notas do editor:
(*) Vd. postes anteriores da série:
25 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P1869: Para que os bravos de Madina do Boé, de Béli e do Cheche não fiquem na "vala comum do esquecimento" - Parte II: A fonte da colina de Madina: mais fotos do álbum do Manuel Coelho (ex-fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Béli e Madina do Boé, 1966/68)
24 de julho de 18 > Guiné 61/74 - P18867: Para que os bravos de Madina do Boé, de Béli e do Cheche não fiquem na "vala comum do esquecimento" - Parte I: seleção de fotos do álbum do Manuel Coelho (ex-fur mil trms, CCAÇ 1589 / BCAÇ 1894, Bissau, Fá Mandinga, Nova Lamego, Béli e Madina do Boé, 1966/68)
(**) Vd. poste de 21 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18861: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (7): Os meus passeios pelo Boé - Parte I: 30 de junho de 2018: a travessia do Rio Corubal, de jangada, em Ché Ché
(**) Vd. poste de 21 de julho de 2018 > Guiné 61/74 - P18861: Bom dia, desde Bissau (Patrício Ribeiro) (7): Os meus passeios pelo Boé - Parte I: 30 de junho de 2018: a travessia do Rio Corubal, de jangada, em Ché Ché
4 comentários:
Manuel:
Procurei valorizar ainda mais as tuas preciosas fotos da montagem de segurança à jangada... Vê se as legendas, que são da minha lavra, estão corretas... Podem emendar-se em qualquer altura...
Responde-me agora, por favor, às seguintes perguntas:
(i) Quem manobrava a jangada ?
(ii) Em princípio havia duas...
(iii) Qual era a lotação habitual ? Dois pelotões, 60 homens ? Menos, talvez 40 ?
(iv) No caso das viaturas, a jangada podia transportar quantas e quais de cada vez ? Uma GMC e dois Unimog 404 ? Três Unimog 411 (burrinhos) ?
(v) Havia instruções de segurança ?
(vi) Quando vocês foram para Madina, houve por certo uma companhia que vos fez a segurança... Talvez a CCAÇ 5, que estava em Canjadude, "Os Gatos Pretos", uma africana, a que pertenceu o nosso camarada e colaborador permanente, o José Marcelino Martins, fur mil trms como tu ?
(vii) Quando vocês precisavam de utilizar a jangada, como é que procediam ? Vinha primeiro uma secção ou um pelotãio em sintex ?
(viiii) De que lado é que podia vir uma emboscada ou flagelação ? Da margem esquerda (Cheche) ou da direita (do lado de Canjadude) ? Ou de ambos ? Alguma vez apanharam com minas anfíbias, minas /AC, minas A/P ou armadilhas, no rio, no ancoradouro, ou nas margens, ou na picada que leva até lá ? Imagino que os reabastecimentos fossem um inferno, e pior ainda no tempo das chuvas...
(ix) Havia um destacamento em Cheche, no teu tempo ? Quantos homens ? Tinha armas pesadas (morteiro 81, metralhadora pesada, canhão s/r...) ?
(x) E do outro lado (margem direita) ? Havia algum disposituivo (fixo) de segurança ?
(xi) O cabo não era de aço, mas sim corda... Certo ? De aço seria pesadíssimo... E estava sempre montado e esticado ?
(xii) E a jangada tinha motor auxiliar ? A jangada também era puxada a força de braço ? Ou na foto 2 vocês estão só a "amparar" o cabo/a corda ?
(xiii) Houve, no teu tempo, algum acidente ou incidente com a jangada ?
(xiv) Qual seria a largura e a profundidade do rio em Cheche ? No tempo seco e no tempo das chuvas ? (O desastre do dia 6/2/1969 foi no tempo seco...).
Um dia destes as tuas respostas vão ser muito importantes quando eu e o Fernando Calado nos encontrarmos com o ex-alf Diniz, que era o oficial de segurança no fatídico dia 6/2/1969. Já o convidei para integrar a nossa Tabanca Grande. O dossiê "desastre do Cheche" ainda não está fechado... e há camaradas e familiares que, ao fim de meio século, ainda não fizeram o luto...
Obrigado pela tua generosidade e camaradagem. Um grande alfabravo, Luis
Virgílio Teixeira
26 jul 2018 11:59
Luís um nosso camarada disse há dias que devíamos encerrar o dossier CHECHE e deixar os mortos em paz.
Eu não creio nem aceito isso, por muito que isso cause até náuseas, mas não pode cair na vale do esquecimento. Vai para a frente até se apurar 'quase' a verdade, pois essa nunca a saberemos!
Eu posso comentar os pontos:
vii) - O Sintex que conheço bem, não leva mais do que 6 a 7 homens, armados e equipados
viiii) - Como já escrevi muitas vezes, as famosas colunas de reabastecimento a partir de Nova Lamego, eram uma operação especial, era um acontecimento que só a nostalgia o mantem ainda vivo, por isso deviam ser um inferno, em especial no tempo das chuvas. Felizmente nunca participei nisso, só fiz algumas fotos, mas devia ter feito muitas mais, não tinha ainda a noção do significado futuro que poderiam ter.
Ab, Virgilio
José Martins
26 jul 2018 11:19
Luis,
Ver carta de Jabiá, junto margem esquerda do mesmo.
Confrontação do rio Corubal, com a estrada que vem de Nova Lamego-Canjadude, está assinalada a tabanca do Che Che, já do lado de Madina.
O destacamento foi montado do lado norte, para proteger a jangada,
Pronúncia: [Ché che]
Abraço
Zé Martins
Manuel Coelho
26 jul 2018 11:43
vou pensar e tentar responder a estas questões.
a propósito, Cheche fica na margem direita do corubal, lado Nova Lamego e não lado Madina.
Sobre as colunas de reabastecimentos a Madina e Béli, o Poste 13336, de Domingos Gonçalves,
é a melhor descrição que se possa fazer. Fabuloso!
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