1. Mensagem de Carlos Arnaut, membro nº 817 da nossa Tabanca Grande, ex-alf mil art, cmdt do 16º Pel Art (Binar, Cabuca, Dara, 1970/72):
Data - 7 jan 2021 12h03
Assunto - Paródias do passado (*)
Camarigo Luís, em primeiro lugar quero desejar a todos os Tabanqueiros votos sinceros de um 2021 que finalmente nos liberte desta opressão Covidiana.
Tendo vindo a seguir com atenção as estatísticas referentes à vida do blogue, deixa-me agradecer-te, e aos co-editores, o trabalho tão meritório que tens vindo a desenvolver de uma forma apaixonada, mas rigorosa, na defesa das nossas memórias.
No meu currículo não referi que sou filho de militar, Coronel de Artilharia falecido há alguns anos, com várias comissões em Angola, país onde ele prestou serviço pela primeira vez de 1949 a 1954 [António M. Arnaut].
Cheguei ao colo da minha mãe, os primeiros anos da minha vida foram assim passados entre Luanda e Sá da Bandeira, hoje Lubango. Regressei nos anos sessenta, o meu pai foi mobilizado em 63, tendo estudado em Luanda até 65 quando ele terminou aquela comissão como Ten Cor.
Foi pura coincidência o facto de eu ter vivido a minha guerra como artilheiro, tanto mais que logo que entrei para a recruta o intimei a não interferir, fosse de que maneira fosse, no meu percurso militar, tendo essa coincidência dado origem após o meu regresso a divertidas e acesas discussões sobre a rapidez e eficácia da nova geração de artilheiros, ao conseguir, por exemplo, pôr à noite granadas no ar em menos de três minutos.
Todo este arrazoado visa sobretudo contrariar a tendência de queda das participações no blogue, pelo que me lembrei de contribuir com dois menus que vigoraram em duas confraternizações distintas entre artilheiros, meu pai e camaradas seus contemporâneos.
A imaginação posta ao serviço da ementa terá especial significado para os meus camaradas da Arma de Artilharia, dada a especificidade da linguagem.
A primeira tertúlia, realizada na extinta Cooperativa Militar, infelizmente não foi datada (Foto nº 2), tendo a segunda ocorrido em Março de 81 (, foto nº 1).
Se entenderem que este modesto contributo vale a pena ser publicado, o meu velhote, lá onde estará, ainda se vai rir, (**)
Abracelo grande, conto voltar em breve.
Carlos Arnaut
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(*) Último poste da série > 2 de novembro de 2020 > Guiné 61/74 - P21506: Histórias... com abracelos do Carlos Arnaut (ex-alf mil, 16º Pel Art, Binar, Cabuca, Dara, 1970/72)(2): Segundo o meu antigo soldado Bona Baldé e outras fontes, cerca de metade do 16º Pel Art terá sido fuzilado depois da independência
5 comentários:
Meu caro Arnaut: todas as guerras fossem estas!...Obrigado por estas duas preciosidades, que documentam muito bem a galhardia, a erudição e o bom humor dos artilheiros...
E a brincar, também se dão lições de artilharia... aos infantes. Pela minha parte reconheço a minha falta de literacia em matéria de artilharia. Vejo que é preciso um dicionário de bolso para falar com vocês... Adorei essa, "atrelar os machos e recolher a quartéis"...
Ainda pela parte que me toca, estou grato aos artilheiros, do Xime e de Mansambo, quando no mato nos deram "fogo de retirada" (ou "cobertura" ?) nalgumas situações difíceis com feridos e mortos às costas... A artilharia, nestas situações, davam um grande conforto aos infantes....
Um abracelo do Luís Graça
Confesso que é a ementa mais divertida que já vi... E tem um ritmo próprio da artilharia de campanha: fogo à vontade, fogo à voz, fogo de concentração, fogo em série, fogo de dispersar, fogo de retirada, alto fogo!...
Isto é muito fogo de artilharia para um pobre infante!...
Hoje, com o teclado do computador, não se fazem os soldadinhos que aparecem numa das ementas como se fazia numa máquina de escrever.
Sobrepondo (^) capacete, (&) corpo, (/) arma, (W) pernas, (") polainas fazia-se o soldadinho, e vários alinhados dava a ideia da formatura dum pelotão.
Pela barrage da ementa devia ter sido num polígono de grandes dimensões
Abracelo
Valdemar Queiroz
Caro Valdemar, com o teclado do computador também se podem fazer os soldadinhos da ementa. O que é preciso, depois de se abrir o programa de edição, como o Word, é escolher no "menu" uma "fonte" (tipo de letra) em que os carateres tenham todos o mesmo espaçamento horizontal e alterar o espaçamento entre as linhas, de modo a que os carateres se toquem (ou se sobreponham mesmo) na vertical. Dá algum trabalho, mas é possível fazê-lo com o Word ou com outro programa equivalente, do OpenOffice, LibreOffice, etc.
Fernando Ribeiro
P.S. - "Abracelo"? Isto quer dizer o quê?
Fernando, obrigado pelas dicas... Abracelo quer dizer abraço com o cotovelo... O vocábulo é do Carlos Arnaut, que esteve em Angola com o pai, artilheiro... Sê bem aparecido. Temos que retomar a tua série interrompida... LG
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