terça-feira, 2 de março de 2021

Guiné 61/74 - P21962: Pequenas histórias dos Mais de Nova Sintra (Carlos Barros, ex-fur mil at art, 2ª C/BART 6520/72, 1972/74) (20): a entrega do nosso destacamento aos guerrilheiros do PAIGC, em 17 de julho de 1974


Foto nº 1 > Guiné > Região de Quínara  > Nova Sintra > 2ª C / BART 6520/72 (1972/74) > 17 de julho de 1974 >  Uma data histórica > Menos de dois meses depois Portugal reconhecia a independência da República da Guiné-Bissau, hoje um país irmão, lusófono, integrado na CPLP.


Foto nº 1A> Guiné > Região de Quínara  > Nova Sintra > 2ª C / BART 6520/72 (1972/74) > 17 de julho de 1974 > Representantes do PAIGC e das NT


Foto nº 1B > Guiné > Região de Quínara  > Nova Sintra > 2ª C / BART 6520/72 (1972/74) > 17 de julho de 1974 > Os representantes do PAIGC vieram armados, como aconteceu em todos ou quase todos os sítios: afinal, o terreno não era neutro... O Comandante do Setor do PAIGC, Quinto Cabi, aqui de perfil, à direita, mostra-se confiante, mas não larga a Kalash.



Foto nº 1 C > Guiné > Região de Quínara  > Nova Sintra > 2ª C / BART 6520/72 (1972/74) > 17 de julho de 1974 > O comandante do pelotão de milícia, de camisola branca, parece estar de semblante carregado, tal como os seus homens.

Guiné > Região de Quínara > Nova Sintra > 17 de julho de 1974 > Entrega do destacamento de Nova Sintra aos guerrilheiros do PAIGC.

Foto (e legenda): © Ramiro Figueira / Carlos Barros (2021). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mais uma pequena história do Carlos Barros:

(i) ex-fur mil, 2ª C/BART 6520/72 (Bolama, Bissau, Tite, Nova Sintra, Gampará, 1972/74), "Os Mais de Nova Sintra", os últimos a ocupar o aquartelamento de Nova Sintra antes da sua transferência para o PAIGC em 17/7/1974; (ii) membro da Tabanca Grande nº 815, tem mais de 2 dezenas e meia de referências


Quando os guerrilheiros entraram no destacamento de Nova Sintra, o Comandante, Capitão Machado e outros graduados, devidamente fardados com os seus camuflados de combate, receberam com dignidade os combatentes do PAIGC acompanhados com uma população civil que lhe era afeta.

Numa fase inicial, depois de contactos prévios com os Comandantes do PAIGC, foram autorizados a entrarem no aquartelamento e, por mera coincidência, os furriéis Barros (eu próprio) e o Ferreira tomaram a iniciativa de irem ao encontro dos guerrilheiro, abrindo-lhes o " portão" junto às bananeiras.

E não houve qualquer problema nessa convivência, embora numa fase inicial, existia um certa "receio", natural, porque algo poderia acontecer de menos bom, como aconteceu em Angola e Moçambique.

Estes são os factos para a história, entre muitos, da Guerra Colonial.

Legenda das fotos:

O primeiro com boina e óculos [1], é o Tenente-Coronel Fernando José de Almeida Mira (falecido). Era o comandante do BART 6520/72 (Tite).

De costas,  o Capitão Mil Inf João Barbosa Machado,  de Nova Sintra [, 2ª C / BART 6520/72] [2]. (Antes dele, a companhia teve dois comandantes: cap mil inf Armando da Fonseca Cirne e cap art José Manuel Campante de Carvalho.)

Boné azul,, o Comandante do Setor do PAIGC, Quinto Cabi (apresentou-se como tal...) [3].

À direita de barrete na cabeça e camisa branca, o Comandante de Milícias que tinham sido
colocados em Nova Sintra. [4]

De camisola verde, junto ao Ten Coronel Almeida Mira, outro comanante do PAIGC, o responsável  da artilharia da zona de Tite, de seu no
me Tchambu Mané [5]. Não se lhe vê o rosto, apenas o peito. Enverga uma camisola com a efíge do Amílcar Cabral.

Fotografia [nº 1] cedida pelo ex-Alferes Miliciano Ramiro Figueira, de Nova Sintra, 2ª CART / Bart 6520/72 (1972/74).


2. Comentário do editor LG:

O Jorge Pinto, ex-alf mil, da 3ª C/BART 6520/72, que estava em Fulacunda, já aqui contou como se processou lá a visita dos homens do PAIGC, a primeira depois da assinatura da paz [, foto à esquerda, desarmado, num grupo de guerrilheiros, na margem esquerda do Rio Geba] (**):


Tentando esclarecer algumas dúvidas e para melhor compreensão do "acontecimento" retratado pelas fotos, importa saber:

1º Em 1972/74, Fulacunda é uma tabanca totalmente isolada. A única picada transitada era a que servia de acesso ao porto de reabastecimento e que distava uns 4/5 km

2º O referido grupo Bunca Dabó, pelo que sei, patrulhava/circulava a zona entre Fulacunda e os rios Corubal e Geba e por isso flagelava/atacava Fulacunda de vez em quando.

3º A visita deste grupo, composto por cerca de 50 elementos a Fulacunda, durante 1 dia, foi programada e preparada, mas desconheço pormenores. Sei, apenas que o mesmo já tinha acontecido noutras localidades da Guiné.

4º  Naturalmente que a população de Fulacunda recebeu estes guerrilheiros, que vinham fortemente armados, em grande tensão. As fotos 3,4 e 4B, demonstram isso.

5º A "exigência" da ida ao porto de Fulacunda, no mesmo dia da visita, considerei-a inútil, pois não fomos fazer nem ver nada de novo. Nesta viagem de 4/5 Km iam cerca de 15 (guerrilheiros), bem armados, conforme fotos demonstram. Da parte das NT ia eu, um furriel e o cabo condutor, totalmente desarmados. Nenhum elemento da população nos acompanhou. Esta ficou dentro do recinto que era cercado por arame farpado conversando com os restantes elementos do PAIGC. As fotos 5 e 5A retratam a saída da Tabanca para o Porto. As outras são tiradas no próprio porto.

Sei que foram colocadas outras questões, mas para essas não possuo respostas com o "rigor cientifico" que a "delicadeza" da situação histórica vivida nessa época exige. O "devir histórico" se encarregará de as desnudar...

 ______________

Notas do editor:

(*) Último poste da série > 21 de fevereiro de  2021 > Guiné 61/74 - P21930: Pequenas histórias dos Mais de Nova Sintra (Carlos Barros, ex-fur mil at art, 2ª C/BART 6520/72, 1972/74) (19): o nosso macaquinho de estimação, o Piquete

(**)Vd. comentário ao poste de 3 de março de 2016 > Guiné 63/74 - P15818: (De)caras (32): Visita a Fulacunda, em julho de 1974, de Bunca Dabó e do seu bigrupo, "armado até aos dentes"... (Jorge Pinto, ex-alf mil, 3.ª CART/BART 6520/72, 1972/74)

12 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Carlos e Jorge: bravos de Quínara:

Apesar da aparente afabilidade desses "históricos encontros" que, no terreno, selaram a paz, e se anteciparam aos Acordos de Argel, assinados por ambas as partes (Governo Português e PAIGC), em vinte e seis dias do mês de Agosto de 1974, não houve um verdadeiro processo de luto, reconciliação e paz ao nível dos combatentes, de um lado e do outro... Os "tugas" foram se embora,aliviados, porque a guerra acabara... Mas não acabou para os guineenses que combateram de um lado e do outro...

Daí a tensão que se adivinha nos nossos camaradas guineenses...Na melhor ocasião, houve ajustes de contas, como sabemos... Nada de novo, pelo que conhecemos de outras histórias fda História... Ora aquela guerra também foi uma "guerra civil": esta tese precisava de ser melhor estudada e documemntada...

E aqui falhou redondamente a reconciliação entre os filhos da mesma terra... Não se choraram os mortes, não houve paz genuina ("nos corações"), não houve abraços calorosos e sinceros entre os inimigos de ontem... No nosso caso, fizeram-se umas jogatanas de futevol, trocarm-se uns galhardetes, cigarros e cervejas... em menos de 24 horas. E depois cada um foi à sua vida, ala que se faz tarde... E nem mais um soldado para as colónias!, gritavam em Lisboa uns adolescentes histéricos e irresponsáveis...

Os Acordos de Argel, nos seus tão sucintos nove pontos, não previu sequer a possibilidade deste processo social de luto, paz e reconciliação entre os antigos combatentes de um lado e do outro... A Guiné-Bissau nasceu com o ADN de um conflito latente por resolver.

Parece que a Frelimo e Renama fizeram, com algum sucesso, nos anos 90 um Acordo Geral de Paz, pondo termo "de jure et de facto" um conflito violento, fratricida, que se prolongou depois da independência até 1992. E que durante alguns anos funcionou.

O PAIGC não consegiu ser magnânimo com os seus adversários de ontem... E se Amílcar Cabral fosse vivo em 1974 ? As coisas poderiam ter sido diferentes ? Há quem pense que sim, há quem pense que não...

Não adianta, o líder histórico do PAIGC saiu de cena antes do fim da Tragédia... E, infelizmente, não teve ninguém, com a mesma craveira humana, intelectual e política que pegasse no testemunho... Luís Cabral foi uma caricatura de Amílcar Cabral.

E a história repetiu-se duas vezes, primeiro como tragédia e depois como comédia... E os amigos do PAIGC como os suecos e outros escandinavos ainda colaboraram, durante vários anos, nessa comédia...

Claro que nada disto que aqui escrevo, a título pessoal, invalida o direito (histórico) do povos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, à autodeterminação e à independência... Mas quantas independências não nasceram "tortas" como esta, ou seja, de "partos distócicos" ? Olhemos para o nosso próprio nascimemto como Nação e como Estado...

Mantenhas, meus bons amigos e camaradas:

Anónimo disse...

O Sr.D.Carlos terá um dia dito: “Somos uma choldra!”

Certamente que não sabia que era exatamente como uma choldra que nos iríamos comportar frente aos anteriores inimigos após o fim dos combates na Guiné,Angola,Moçambique,para näo referir outras situacöes em Goa ou Timor.
Sou um homem de esquerda,como já o era aquando das lutas estudantis contra o governo da ditadura e também antes,durante e depois de Abril de 1974.
Punições militares,julgamentos e prisões, como alguns outros,de tudo tive.
Acreditava antes,como acredito hoje,que todos os povos têm o direito à autodeterminação.
Ao olhar fotos como a última que acompanha este texto não é o inimigo que me envergonha mas sim as nossas atitudes “servis”, ou de um “porreirismo” desnecessário.
Reconhecer os direitos deles,pelos quais lutaram árduamente não significa as “cócoras” da nossa parte.
Se não mais,por injustificadas perante as realidades das lutas anteriores.
A má consciência de alguns acabou por manifestar-se no tal comportamento de uma...choldra!

J.Belo

Antº Rosinha disse...

Os últimos ou talvez o último UIGE, a fazer a despedida de Bissau, testemunhou-me um cabo passados alguns anos, que se desfizeram das fardas e das armas, antes de desembarcarem.

Para não se mostrarem em Lisboa como militares vindo do ultramar.

Teria sido assim? Esse rapaz que trabalhava numa obra onde eu estava, não teria .
necessidade de mentir, penso eu.

Tambem se falava que em Moçambique uma unidade, falava-se em pelotão, foi desarmada e desfardada pela Frelimo, e obrigada a desfilar em cuecas.

Em Angola não se ouviu falar em casos semelhantes, apenas foi dada ordem pela rádio e jornais, para os civis brancos entregarmos as armas, na policia, ordens no tempo do Comissário Rosa Coutinho, a bem...!

Mas aí, o inimigo público nº 1 para a maioria dos militares eramos os "brancos".

Nem olhavam para a cara dos pretos.

Anónimo disse...

Meu Caro António Rosinha.

Vamos lá "refrescar" as memórias.
Näo é que a minha memória seja de qualidade mas, tenho como ajuda os documentos da época já aqui publicados em textos iniciais meus de há uns bons anos.

"Intervencäo do Capitäo Azevedo Martins ,delegado do MFA de Angola à Assembleia de Tancos,à qual estive presente em 2 de Setembro de 1975.

".....Estäo presentemente sediados em Nova Lisboa um Comando de Agrupamento,Um Batalhäo de Cavalaria,e um Batalhäo de Infantaria.
Este Batalhäo de Infantaria no seu deslocamento do Luso para Nova Lisboa,foi desarmado,e espancados alguns dos seus elementos,incluindo o próprio Comandante.
Perderam-se cerca de 4000 armas,rádios,municöes, material cripto,tudo ficou em posse da UNITA.
Foi o próprio Chiwale,2 Comandante Militar da UNITA,que ordenou esta accäo contra o Batalhäo,como represália por accöes menos correctas das nossas tropas em Sá da Bandeira em apoio ao MPLA.(Documentadas mais à frente)
.....Deste Batalhäo,que ficou conhecido como o Batalhäo do pé descalco, soldados houve que chegaram a Nova Lisboa em cuecas,facto que terá traumatizado estes elementos,mas é agora trauma explorado para forcar a sua retiradfa imediata para Portugal,embora só tenha...3 meses de comissäo!.........

É um longo, detalhado, e documentado relatório,abrangendo tanto militares como civis refugiados.
A falta de seguranca geral,a falta de medicamentos,o uso por parte de alguns responsáveis militares pela alimentacäo, do fornecimento da mesma a civis mediante "pagamentos" que incluíam "prestacöes" por parte de...refugiadas.(Repito...refugiadas).
Todo isto está documentado neste relatório,com nomes,locais e datas exatas dos acontecimentos.

Como a Assembleia de Tancos tinha sido convocada com outros fins políticos tudo isto acabou na "periferia".

De qualquer modo,e perante a seriedade e gravidade do respeitante a Angola,tanto Salgueiro Maia,Diniz de Almeida,Mário Tomé,e alguns outros nomes menos "famosos",de imediato se apresentaram ao Chefe do Estado Maior do Exército,também lá presente,para voluntariamente desde logo partirem para Angola.
Mesmo que alguns dos nomes desagradem a muitos esta oferta voluntária também ficou devidamente documentada.

Mas,e mais uma vez,os fins desta Assembleia eram...outros.

Um abraco
J.Belo

Anónimo disse...

E o tempo passa!

O texto mais detalhado está publicado no P5667 (Da Suécia com saudade) de Domingo 17 Janeiro 2010.

J.Belo

Tabanca Grande Luís Graça disse...


17 DE JANEIRO DE 2010
Guiné 63/74 - P5667: Da Suécia com saudade (19): Intervenção do Capitão Azevedo Martins, delegado do MFA de Angola à Assembleia de Tancos (José Belo)

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2010/01/guine-6374-p5667-da-suecia-com-saudade.html

Patricio Ribeiro disse...

Amigo Rosinha,
Há muita história sobre Angola, que está guarda na cabeça de muitos de nós, mas que só dá para contar a quem andou por aquelas bandas naquela época.
Eu fui trabalhar quase todos os dias, para estrada do Cacuaco, até às vésperas da independência em novembro.
Verifiquei o que fazia os nossos militares de Abril, nesta estrada.
O trabalho deles nesta estrada, era recolher os cadáveres da noite anterior na beira da estrada.
E transportá-los para morgue de Luanda, ao sol, às moscas, onde havia muitas dezenas de corpos de todas as cores.
Onde eu ia muitas vezes, para verificar se tinha chegado algum amigo…
Quando eu tentava entrar no meio da coluna militar Portuguesa, durante a recolha dos corpos para me proteger, por causa dos diversos tiroteios, que muitas vezes havia por todos os lados e para evitar não ser parado, nos diversos controles dos diversos partidos.

Eu “era corrido” por uns rapazes de barba e cabelo cumprido, que vestiam um camuflado, que não me deixavam, seguir no meio da coluna abrigado, era obrigado a sair.
Mas os carros de combate blindados dos Cubanos, que saiam do porto de Luanda, (pelos carris do caminho de ferro) passavam por mim nesta estrada para o Cacuaco, podiam transitar que nada acontecia e nem eram mandados parar pelos nossos militares.
Angola ainda era Portuguesa.
“Era proibido, descarregar armamento dos diversos navios, que estavam no porto de Luanda”

Antº Rosinha disse...

Olá Patricio, bons olhos te vejam.

Quiseste ver o fundo ao tacho, eu não quiz ver, precisamente porque não gostei do rosto exótico de alguns rostos do MFA, eram demasiado exóticos para o meu gosto, olha bem para a fisionomia que tinha Rosa Coutinho, nem era minhoto, nem beirão nem algarvio genuino.

O mesmo se dava com Otelo, e eram os mais activos.

Logo no dia 30 de Abril comprei passagens para Lisboa, cambiei os trocados que tinha a 25% a uns tropas, vim a Portugal ver o "espectáculo", passei o verão e arranquei imediatamente para Luanda e gastei alguns angolares na Varig e fui passar o Natal e fim de ano ao Brasil durante 5 anos.

Então se eu nunca tinha ouvido um tiro durante os 13 anos da minha guerra, nem no BO, nem no Sambizanga em Luanda, nem no bairro Santo Antonio em Nova Lisboa, nem no Cacuaco, nem na Lunda, etc. ia agora sujeitarme, como tu fizeste, conhecendo há muito tempo a estirpe de quem comissão atraz de comissão nos estava a guardar as costas, e depois de assistir aos comícios "encarnado-vivo" em Lisboa e arredores, de autênticos loucos?

E só vim para Portugal, porque ao fim de 5 anos, ouvi a um general brasileiro que iam acabar com a ditadura e começar a democracia, aquilo estava tão bem, começou logo um inferno, até hoje, pisguei-me imediatamente para cá com milhões de brasileiros a vir para a europa atraz de mim.

Patrício, angola era o céu, o que aquela agente angolana deve ter sofrido durante 30 anos.

Aquilo que J Belo fala, eu soube mais tarde um pouco, porque um irmão meu, como tu, quiz ver o fundo ao tacho e esteve encostado a uma árvore, ele e mais umas centenas para serem fusilados, de Malange para Nova Lisboa para apanhar o avião da ponte aérea.

Mas além das figuras "exóticas" nunca ouviste a frase na rádio, que os que viriamos a ser os "Retornados" que tinhamos jogado na carta errada? eta frase ficou-me nos ouvidos da boca do ministro dos negocios estranjeiros, o senhor Mario Soares, era só amor.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Caro António Rosinha

A frase quanto ao terem jogado na “carta errada” terá mais de arrogância do que substância.
De entre as muitas qualidades do Sr.Dr.Mário Soares,a arrogância não seria a menor.
Mas já é tarde para entrarmos por aí.

Cada vez que recordo a frase de um dos nossos maiores pensadores “NUNCA UM VERDADEIRO PORTUGUÊS FOI....PORTUGUÊS!”,surge-me sempre um instintivo sorriso amargo.

A ter o trabalho de dar uma saltada até ao .... semprerenas.blogspot.com.......por lá encontrará tais amarguras.
(É só carregar na rena do brasão e chegará ao nome do blogue)
Um abraço do J.Belo

Valdemar Silva disse...

Luís, a questão da "guerra civil" só a lembrança dá para não se querer falar disso, não se querer não será bem assim, não interessar é mais apropriado e seria uma contradição do caraças.
Vejamos: guerra civil é um conflito armado entre grupos organizados do mesmo Estado, apoiados ou não do exterior, em que um dos motivos é uma secessão.
O conflito armado na Guiné começou com 'um assunto de policia para suster uma revolta localizada', depois o conflito alastrou e com o envio de militares passou a 'defender o território dos actos terroristas de grupos armados vindos do exterior'.
Guerra civil nem pensar, não fora ser entendida como um conflito para a independência do território, pese embora os revoltosos fossem guineenses cidadãos portugueses com bases no interior.
Assim andamos em guerra durante mais de uma década, para, afinal, terminar em independência do território, motivo pela qual começou.

Abracelos
Valdemar Queiroz

Antº Rosinha disse...

"NUNCA UM VERDADEIRO PORTUGUÊS FOI....PORTUGUÊS!”

Isto deve ser o Fernando Pessoa a falar.

Se fôr ele, é para nos pôr a pensar.

Mas quem é que se vai pôr a pensar neste rincão à beira mar plantado?

Só mesmo quem se retire para bem longe, só mesmo retirado e olhar para aqui, de bem longe.

Cumprimentos

Tabanca Grande Luís Graça disse...

È um difícil (se não impossível) luto, esse, o da perda de uma terra onde fomos felizes: no caso do António Rosinha e do Patrício Ribeiro, Angola... Gostava que eles um dia nos dissessem aqui como se faz ou pode fazer esse luto...

Os nossos emigrantes (, e eu nucna estive na pele deles...) devem ter uma relação de amor-ódio para a Pátria onde nasceram---