terça-feira, 2 de janeiro de 2024

Guiné 61/74 - P25028: E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas (Joaquim Costa) - V (e última) Parte: Gondomar, o fim da itinerância, a "minha casa"




Escola Secundária de Gondomar

Fotos (e legendas): © Joaquim Costa (2023). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Joaquim Costa, natural de V. N. Famalicão, 
reside em Gondomar


1. Continuação da nova série do Joaquim Costa: "E depois da peluda... a luta
continua: as minhas escolas"... (*)

(i) ex-fur mil at armas pesadas inf, CCAV 8351, "Tigres do Cumbijã" (Cumbijã, 1972/74);

(ii) membro da Tabanca Grande desde 30/1/2021, tem cerca de 7 dezenas de referências no blogue;

(iii) autor da série "Paz & Guerra: memórias de um Tigre do Cumbijã (Joaquim Costa, ex-mil arm pes inf, CCAV 8351, 1972/74)" (de que se publicaram 28 postes, desde 3/2/2021 a 28/7/2022) , e que depois publicou em livro ("Memórias de um Tigre Azul - O Furriel Pequenina", por Joaquim Costa; Lugar da Palavra Editora, 2021, 180 pp);

(iv) tirou o curso de engenheiro técnico, no ISEP - Instituto Superior de Engenharia do Porto;

(v) foi professor do ensino secundário, tendo-se reformado como diretor da escola secundária de Gondomar;

(vi) minhoto, de Vila Nova de Famalicão , vive em Rio Tinto, Gondomar;

(vii) tem página no Facebook.

2. Comentário do editor LG:

O Joaquim Costa deu o tiro de partida, inicaindo esta série " E despoisd a peluda...". Estamos-lhe gratos. De facto, não temos aqui falado tanto quanto deveríamos das dificuldades e obstáculos que, nós, antigos combatentes, tivemos de enfrentar e vencer depois da peluda: exorcisar os fantasmas da guerra, "esquecer a Guiné", fazer os "lutos", acertar o relógio e o calendário, arrostar com as "piadas de mau gosto" (quando não mesmo a hostilidade de certos indivíduos e grupos), voltar a estudar, arranjar um emprego, ou retomar o trabalho que já tínhamos antes da tropa, refazer a vida pessoal e familiar, arranjar casa, casar, contrair o primeiro empréstimo bancário (e pagar juros altíssimos!), comprar o primeiro automóvel, ou fazer as primeiras férias com a namorada, ou a mulher e os filhos, viajar, sair pela primeira vez do país, etc.

O Joaquim Costa, engenheiro de formação, professor toda a vida, tendo passado  pela experiência, tão desafiante quanto gratificante, da administração escolar. Falou-nos aqui, "de cátedra",  do que é isso, para um professor,  de andar com a casa às costas como o caracol, até conseguir um lugar efetivo do quadro, próximo da terra e da casa onde quer viver.

Fazemos votos para que as suas crónicas tenham já motivado e ajudado outros camaradas a escrever sobre o assunto, doloroso e fascinante,  ao mesmo tempo da vida depois da peluda.


E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas (Joaquim Costa) -V (e última)  Parte: Gondomar, o fim da itinerância, a "minha casa"


Em Santo Tirso quase ensinei,
Em Portalegre me enamorei,
Em Santarém Piaget enfrentei,
Em Famalicão à minha terra voltei,

Na Régua “trampolinei”,
Loucura boa provei
Em Gondomar gente d’ouro encontrei
De coração cheio aqui cheguei.

Gondomar: a minha casa durante, mais, de 30 anos...

Para além de professor aqui exerci quase todos os cargos e funções.
 
Foi uma honra, e um grande desafio, o exercício de todas estas funções numa instituição centenária de grande prestígio.

Antecederam-me, no cargo de Diretor, ilustres personalidades que projetaram a ESG  (EScola G«ASecundária de Gondomar) para níveis de excelência. Razão pela qual, receando não estar à altura de tão pesada herança, fui navegando com terra à vista com receio de um naufrágio. Felizmente de terra vinham sempre incentivos como o dos pais na iniciação dos filhos nos primeiros passos.
 
Olhando para trás tenho dificuldade em acreditar que exerci este cargo ao longo de 20 anos. Mais me parecerem dois. Crédito meu? Obviamente que não! Crédito total dos excelentes professores e funcionários, dos maravilhosos alunos, dos tolerantes pais, etc.

Os últimos 3 anos como Diretor, humanamente, foram os mais marcantes.

Embora frontalmente contra a criação dos mega agrupamentos, a tutela me impôs o atual Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar, acrescentando à já hercúlea tarefa de gerir a Escola Secundária de Gondomar, uma Escola do 2.º e 3.º ciclo, 6 escolas do 1.º ciclo e 5 jardins de infância (o então Agrupamento de Escolas de Jovim e Foz-do-Sousa).

Habituado a olhar para a árvore,  de um momento para o outro tenho toda a floresta a olhar para mim.
Não obstante algum receio, fui recebido e acarinhado em todas as escolas.

3 anos de muita aprendizagem e de muita cumplicidade. Muitos quilómetros fiz no meu carro próprio (sem ajudas de custo !),  visitando regularmente cada uma destas 12 instituições, algumas distando mais de 5 quilómetros da sede. No regresso vinha sempre de depósito do carro vazio mas de alma cheia.

Colocado nesta escola (em 1981/1982), logo saí, em regime de destacamento, para a Direção Geral do Ensino Secundário para exercer as funções de Orientador Pedagógico na formação inicial de professores.

Regressei passado 3 anos e logo sou convidado a fazer os horários da escola. Sem pensar aceitei o desafio, mas logo me arrependi. Já me tinha esquecido dos ensinamentos do meu irmão Manuel nas lides dos quarteis: “Nunca te ofereças como voluntário para nada”.

Não havia maneira de voltar atrás. Sou da geração de “palavra dada, palavra honrada”. O risco de conquistar inimizades era grande, pondo em causa uma entrada suave na nova e definitiva escola. Felizmente só um ou outro professor me deixou, temporariamente, de falar.

A minha passagem por esta escola daria um livro (não há duas sem três), contudo, como estou, ainda, no período de nojo, deixarei para mais tarde, ficando-me por estas pequenas histórias que têm como protagonistas os meus filhos, enquanto alunos de uma escola onde o pai era o diretor.

O mais velho foi o que viveu pior com a situação: Fugia do gabinete da Direção como o diabo da cruz ficando incomodado sempre que entre colegas, ou nas aulas, se falava do Diretor. Nunca entrou no meu gabinete.

Tínhamos um grupo de professores que jogava futebol de salão num campo de jogos ao ar livre. Do grupo fazia parte um professor do Tiago, de geometria descritiva, que jogava sempre à baliza já que os muitos anos de jogador federado lhe tinham dado cabo dos joelhos (e não só!). Jogava sempre muito “artilhado” com medo das lesões: Meia calça, joelheiras, cotoveleiras e gorro na cabeça: só se lhe viam os olhos. Num jogo, numa jogada mais viril, vem com o sobrolho dele contra a minha cabeça (dizem as más línguas que foi a minha cabeça contra o sobrolho dele). Cai e o sangue começa a tapar-lhe o olho. Levado o homem a um posto de enfermagem,  leva (apenas!) 5 pontos no sobrolho.

No dia seguinte aparece à turma (com um grande penso no olho), com quem ia discutir as notas do final período. Os alunos “maravilhados” com a sorte do professor, viram-se para o Tiago e dizem-lhe: "O teu pai merecia uma medalha!" 

O Tiago, como sempre quando falavam do pai,  ficou incomodado. Chegada a vez de discutir a sua nota o professor diz-lhe: "Estava com dúvidas entre dar-te 17 ou 18, mas, depois do que aconteceu ontem, dissipei todas as dúvidas, levas 17".

Logo se ouvem os colegas em coro: "Sr. professor, não temos nada a ver com isso, mas, se fosse a si,  dava-lhe 18,  se é que não quer aparecer amanhã com 5 pontos no outro sobrolho!"

O mais novo, ao contrário do irmão, falarem do Diretor na presença dele e nas aulas era para o lado onde ele dormia melhor. Passava com toda a naturalidade junto do gabinete e muitas vezes entrou para falar comigo, ou a tratar de assuntos pessoais, sem nenhum constrangimento. Fazia com toda a naturalidade a sua vida como que se estivesse noutra escola qualquer.

Todos os dias eu levava os dois para as aulas com mais dois seus colegas, chegando sempre na “queima” à primeira aula.

Um certo dia diz-lhe o professor de história e Diretor de Turma: "Ricardo,  tenho mesmo de falar contigo sobre um assunto que é tema de conversa recorrente no conselho de turma, pressionados pelo Diretor, que são o atraso da vários alunos há primeira aula: Tens de ser tu a dar o exemplo começando a chegar a horas!",,, 

Diz o Ricardo com toda a naturalidade: "Sr. professor, é sempre um grande prazer falar consigo, mas, sobre esse assunto, aconselhava-o a falar com o Diretor porque é ele que me traz todos os dias"…
________

Nota do eidtor:

Postes anteriores  da série > 


9 de dezembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24932: E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas (Joaquim Costa) - Parte III: Primeiro, Santo Tirso, a seguir, Portalegre e logo... Santarém (onde fiz a minha formação pedagógica)

27 de novembro de 2023 > Guiné 61/74 - P24890: E depois da peluda... a luta continua: as minhas escolas (Joaquim Costa) - Parte II: Depois de Santo Tirso, Portalegre... e 18 razões para não mais esquecer o Alto Alenteho

9 comentários:

Valdemar Silva disse...

Ai Costa, aquilo é que foi ensinar.
Os professores, os verdadeiros professores, gostam muito da sua profissão.
O pior foi haver, calhando ainda há, alguns que não tinham jeito para ensinar, mas foi o que arranjaram mais à mão e foi o que se vê.

Por curiosidade, aquela das meninas, da foto da Escola Secundária de Gondomar, usarem todas trancinhas era obrigatório?

Abraço e Bom Ano com saúde como deve ser
Valdemar Queiroz

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Parabéns, stor... E saúde e longa vida para o resto da "picada"... Um Melhor Ano Novo de 2024.

Eduardo Estrela disse...

Tenho pelos professores uma admiração e um respeito muito grande.
São eles que acompanham e orientam os nossos filhos na aventura da vida.
Na maior parte das vezes, durante mais tempo do que aquele em que privam conosco.
As minhas filhas tiveram o privilégio de terem logo na escola primária uma extraordinária cidadã e pedagoga que lhes deu o necessário equilíbrio e evolução para a sua vida futura. Vou ficar para sempre agradecido à Sra D. Antónia Bexiga, que trouxe da primeira à quarta classe as minhas descendentes e as catapultou para uma vivência de respeito e solidariedade pelos outros.
Todos nós somos professores duma forma ou outra. As sociedades só evoluem através da transmissão do conhecimento. Por isso e cada vez mais se torna imperioso aprender com as asneiras do passado.
Acredito Joaquim que um qualquer pai deste país também tenha porti uma profunda admiração, pelo trabalho e companheirismo que dedicaste aos seus filhos. Bem hajas por isso.
Os 5 pontos do sobrolho do teu colega guarda redes, eram os suficientes para o Farense fazer a melhor primeira volta da sua história.
Abraço fraterno para ti, tua família e resto dos efectivos da Tabancas Grande.
Eduardo Estrela

Hélder Valério disse...

Meu bom e estimado amigo Joaquim

Tenho a certeza que o teu percurso escolar foi digno, justo e bem merecido.
Digo isto, não por o ter acompanhado, mas porque acredito em ti, por acompanhar os teus escritos, os já vertidos em livro (aquela coisa do "azul" é que bem podia ter outros matizes) e os que por aqui vão aparecendo, ainda em artigos soltos.
E, também como acho que já te referi, mesmo sem te conhecer, no Blogue ou pessoalmente, fui acompanhando as "aventuras" do teu filho Tiago (ignorando, naturalmente, o parentesco) em terras da Guiné, aquando da construção da ponte onde esteve envolvido. E, hoje, sem qualquer dúvida posso dizer que o humanismo, o olhar benévolo com que via e descrevia o que se passava à sua volta, coisas que me cativaram, é "prova provada" que o "berço" e o "senhor Diretor" tiveram todo o mérito na sua formação.
Já agora, e alinhando no que o Eduardo adiantou, é bem verdade que o "professor" marca (ou marcava...) bem uma formação e, por extensão, uma postura na vida.
Recordo o meu Professor Afonso, da Escola Primária do "Bacalhau", em Vila Franca de Xira, que marcou tantos alunos, de tal modo que, passados imensos anos, ainda foi alvo de uma homenagem proporcionada por muitos dos seus alunos; recordo também vários professores na Escola Industrial; a Maria Elisa Calheiros que me incentivou pela literatura, pela escrita; o Solas Nicolau pela pesquisa nas ciências; o Francelino Gomes (caboverdeano, autor de um livro de matemática) que me ajudou a desenvolver capacidades nessa área. No velho Instituto Industrial, principalmente o Nuno da Fonseca (odiado por muitos, quanto a mim injustamente) que me "forçou" a tomar as decisões mais acertadas para cada momento. Depois, já no ISEL, foram vários, em áreas técnicas, os que contribuíram para a formação.
Portanto, bons professores, seja na transmissão de conhecimentos, seja na orientação escolar, seja na ajuda à formação humana são, sem dúvida, a base da formação (a par da família) de cada um. Isso, para nós, é uma evidência, embora não tenha a certeza se tal se pode aplicar aos dias de hoje.

Um abraço e bom ano para todos e, em particular para o Joaquim Costa.

Hélder Sousa

Anónimo disse...

Claro Valdemar!
Todas cumpriam o regulamento:
Trancinhas sem um único cabelo em desalinho
Batinha 10 cm abaixo do joelho
Camisa abotoada até ao último botão
Sapato preto e meia branca
Nada de espreitar pelo “arame farpado” para o recreio dos rapazes
Levantar sempre que passa um professor…
Muito respeitinho com o crucifixo na parede ladeado pelo Amétrico Tomás e o Cardeal Cerejeira.
Áh!!! que saudades ????

Amigo Valdemar! Mais uma S. Silvestre cumprida. Venha a próxima.
Um “grandessíssimo” abraço

Amigo Estrela!
Não tem explicação
A relação que se cria com os alunos é algo que nos ultrapassa.
Do Minho/Douro ao Alentejo muitas vezes sou confrontado com alguém que se me dirige com um sorriso aberto: Você foi meu professor! Por vezes durante o encontro não conseguimos evitar uma ou outra lágrima.
Como sabes muitos alunos desabafam com o professor, seus problemas e angústias, que não conseguem com os pais. Sem dar conselhos sinto que ajudei muitos a encontrar o seu caminho. Angustia-me saber que nem sempre tive sucesso.
Tive um aluno que durante mais de uma dezenas de anos, pelo Natal, me batia à porta com uma garrafa de Porto e uma de uísque e sempre me dizia: “Nunca lhe vou conseguir pagar”.
Todas as profissões são nobres. Mas ser professor não tem explicação!

Amigo Hélder Valério! Assim agradeço as tuas simpáticas palavras:

“O QUE EU ANDEI PARA AQUI CHEGAR”

Foi num Abril cristalino
num dia de muito terço
vai-se a avó veio o menino
granito foi o seu berço

Duas Gracindas o esperam
numa alegria incontida
uma com carinho o apara
outra com muito amor lhe dá vida

Da sua aldeia só ele
foi para a vila estudar
que triste de país este
dá vontade de chorar!

Da sua escola só ele
foi para a cidade estudar
que triste de país este
dá vontade de lutar.

Nas sortes não se safou
já homem bebeu e fumou
em braços em casa entrou
da farda não se livrou

A sorte Guiné ditou
estúpida guerra enfrentou
três gritos por quem lá ficou
pelo povo se emocionou

Professor o fez feliz
coisa que nunca pensou
o destino assim o quis
destino não contrariou

Do Alentejo ao seu Minho
só gente boa encontrou
depois de tanto caminho
de coração cheio chegou.

JC

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Valterar, na tua terra, o Minho, donde saíste cedo para a "cidade grande", raparigas com tranças quer (ia) dizer... "solteiras", "não comprometidas"...

Quando pass(av)am à classe das "comprometidas" (com rapaz para casar e anel de noivado no dedo...) ou quando iam para o Porto para continuar a estudar, é que cortavam as lindas tranças... A este fenómeno socioantropológica chama-se "ritual de passagem"...

Mas hoje já não há, felizmente, a tirania das tranças (pretas), das socas e das meias (brancas) a tapar a "barriga" da perna....

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Queria dizer, "Valdemar, na tua terra"...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

E a propósito, Valdemar, no dia 29 de dezembro último, passei na tua terra, Afife...

Fui ao Farol de Montedor para homenagear a minha cunhada Nitas, que adorava cantar e tocar (no seu cavaquinho) a canção do mesmo nome...

Não sabia que o Pedro Homem de Melo era teu conterrâneo... E ainda fui almoçar a Viana a Taberna do Valentim... Robalo grelhado com um alvarinho de reserva de estalo... Menos de 20 euros por pessoa... Recomendo, já não ia lá há anos... Mudou de sítio.



..

Valdemar Silva disse...

Ó Luís Graça, foste a Afife?
Foste à minha maravilhosa terra.
Passaste na Estrada Pedro Homem de Melo, era a antiga EN que atravessava a freguesia?
Podias ter ido almoçar ao Restaurante da Mariana, o robalo com algas é de cair pro lado, disse o Jorge Amado e disseram outras gentes conhecidas.
Se passaste na antiga EN, por dentro de Afife, passaste pela Escola Primária, o Casino, o espectacular Monte de Santo António, e na borda da estrada nova casa construída no mesmo sítio da casa da minha avó já próximo da Gelfa e de Vila Praia de Âncora.
Atenção que Pedro Homem de Melo é natural do Porto e por lá residia. Por herança era proprietário do Convento de Cabanas em Afife, uma propriedade rural que passava férias e não só com frequência. Também organizava grandes tertúlias no Casino de Afife sendo a Amália uma das habituais convidadas.
Por isso rectifica, o poeta Pedro Homem de Mello não era meu conterrâneo mas é como fosse que até tem direito a nome de Estrada Nacional, e deixou-nos estas últimas vontades.

Últimas Vontades
Enterrem os meus ossos em Afife,
No bravio jardim que me fez homem.
Pois quero ter (se os cardos também comem!)
A sua fome pura por esquife.

Luís, conheceste uma das sete maravilhas de Portugal.

Saúde da boa
Valdemar Queiroz