Foto nº 1 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > O ex-alf mil SAM, junto a uma placa com as distâncias quilométricas, a partior de Gabu Sara: a povoação mais longe era Buruntuma, na fronteira com a Guiné-Conacri (67 km), a nordeste. Bafatá, a sudoeste, ficava a 53 km. E Madina do Boé, a sul, distava 65 km.
Foto nº 2 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > 4º trimestre de 1967 > Edifício do comando e do Conselho Administrativo, de estilo colonial, tal como o encontrámos, com paliçadas e bidões de protecção, ruas esburacadas e em terra batida, com pó ou lama. Foto tirada a partir do edifício dos CTT, na outra esquina.
Foto nº 3 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Dezembro de 1967 > Junto ao Posto de Transmissões, com a mascote deles, um pequeno macaco.cão. Foto tirada na porta de acesso do serviço de tansmissões, do qual era responsável o meu amigo alferes Mesquita.
Foto nº 4 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Janeiro de 1968 > O Posto de abastecimento da velhinha ‘SACOR’. Sendo uma vila já importante [cidade só era Bissau, e mais tarde, já em 1970, Bafatá] tinha a bomba de gasolina. Devo ter abastecido lá a minha motorizada.
Foto nº 5 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > 4º trimestre de 1967 > > Rua Principal da vila cheia de gente, mas sem carros. Verifica-se um movimento de pessoas locais e não só, com as suas bicicletas, a maioria a pé, com os seus bebés às costas, e não se vê aqui no centro, mulheres com os seios à mostra.
Foto nº 6 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Novembro de 1967 > Uma das ruas principais, com casas modernas de habitação. A rua ainda era de terra batida, mas notava-se já um movimento de construção nova, quer para residência das populações locais, ou para arrendamento como cheguei a ouvir.
Foto nº 7 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Dezembro de 1967 > A ‘Porta de Armas’ das instalações do Quartel. Junto ao local de entrada, uma legenda da BCAÇ 1856 (Nova Lamego, mar 1966/abr 67). Junto de mim (estava eu de oficial de dia), o alf mil inf Carneiro.
Foto nº 8 Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > c. Janeiro / fevereiro de 1968 > A cerimónia, cheia de significado, da continência à Bandeira Nacional. Trata-se do hastear da bandeira, pela manhã. O arrear era às 18 horas, já quase noite. Em Bissau, por exemplo, toda a gente ficava em sentido, até na estrada principal, paravam os carros e saiam as pessoas com destino ou vindas de Bissau, a passar em Brá.
Foto nº 9 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Novembro de 1967 > Na entrada da Escola Primária do Gabu: uma visita à escola, na companhia do meu camarada o alf mil trms Mesquita.
Foto nº 10 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > 4º trimestre de 1967 > Um passeio de bicicleta, a um domingo, numa rua bem arranjada. São pequenas vivendas, moranças, para a população local, numa época em que era preciso criar melhores condições de vida e habitação.
Fot6o nº 11 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Janeiro de 1968 > Uma casa nova e moderna com cobertura de telha. Sendo uma vila em desenvolvimento, as casas faziam-se a bom ritmo.
Foto nº 12 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Novembro de 1967 > Passeio de bicicleta com a malta, numa tarde de Domingo:
(i) eu, em segundo plano, apoiado na árvore;
(ii) a seguir o furriel Carvalho – que ficou ferido num dedo e mais tarde passou a fazer parte da ADFA no Porto;
(iii) a seguir o furriel enfermeiro – Carlos Veiga, com camisa aos quadrados, e que foi mais tarde, já na peluda, médico, entretanto já falecido infelizmente;
(iv) depois outro furriel que não me lembro do nome;
(v) um homem à vil civil, talvez militar, guineense;
(vi) sentado o alferes Figueiredo, natural da Guiné, onde tinha já mulher e filhos, bem como os pais e o seu negócio de família.
Este edifício pertencia naturalmente às instalações da tropa, mas não estou certo.
Foto nº 13 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > > Outubro de 1967 > Um passatempo nos primeiros tempos, a frequència do Clube do Gabu. Talvez numa tarde de domingo, no café do cllube, com os meus amanuenses; os primeiros cabos Seixas (ao meio) e Horta (à esquerda), eu à direita.
Foto nº 14 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > Setembro / outubro de 1967 > A melhor casa comercial, a Casa Caeiro. Foto tirada do 1º andar das instalações do Conselho Administrativo do batalhão (que esteve ali, de setembro de 67 a fevereiro de 68(.
Foto nº 15 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > 21 Fevereiro de 68 > O comerciante, sr. Caeiro, e a sua filha, na sala de cinema do Gabu, nas últimas filas. A família era portuguesa da metrópole. (Detalhe: a filha do sr. Caeiro ostenta, na foto, a capa de uma revista humorística brasileira, popular na época, "Vamos Rir!", de periodicidade mensal, da "Rádio Editora Lda.)
Foto nº 16 > Guiné > Região de Gabu > Nova Lamego > CCS/BCAÇ 1933 (1967/69) > 4º trimestre de 1967 > Vista aérea da cidade e quartel de Nova Lamego. O avião – Dakota – a fazer-se à pista à sua frente, não se conseguem ver bem os contornos nem da cidade nem das ruas, nem casas nem quartel, só a pista.
Fotos (e legendas): © Virgílio Teixeira (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. O nosso amigo e camarada Virgílio Teixeira, natural do Porto, a viver em Vila do Conde, refiormado (foi economista e gestor de empresas) é, dos nossos tabanqueiros, quem tem mais fotos de Nova Lamego: cerca de 300. (*)
Esteve lá, em Nova Lamego, entre setembro de 1967 e fevereiro de 1968. Era alf mil SAM, presidente do Conselho Administrativo do comando do BCAÇ 1933. Esta unidade irá depois para São Domingos, na região do Cacheu, no final de fevereiro de 1968, sendo rendida pelo BCAÇ 2835,
Eis como descreve a Nova Lamego que conheceu no curto período de 5 meses (**):
(...) Também conhecida por Gabu, era uma vila de porte médio, sede de circunscrição, com vártios equipamentos sociais correios, escola, cinema, igreja, café, bar), algumas casas de comidas e bebidas, bem como, algumas lojas de comércio.
O concelho do Gabu era governado por um administrador de Circunscrição, com sede na vila, e um administrador de posto com sede em Piche.
De todas as lojas, a que mais se destacava era a famosa Casa Caeiro, mesmo no centro da cidade. Ali vendia-se de tudo o que precisávamos e mais o que não era preciso para nada.
O Senhor Caeiro, dono da referida casa comercial, tinha uma bela filha, branca. (Fico na dúvida se a família era de origem libanesa, mas não, já me confirmaram que era portuguesa.)
A Casa Caeiro localizava-se mesmo do outro lado da rua, frente a frente, onde estava o gabinete do Conselho Administrativo, e do respectivo Comando do Batalhão.
Era um edifício tipo colonial, e ficávamos no 1º andar desse edifício, e logo se poderia ver todo o andamento e movimento da loja, a Casa Caeiro, que não era nada pequena, e que era frequentada pelas variadas etnias locais.
De tal modo que era um passatempo, vir para o varandim, e ver as pessoas, locais e outras pessoas, europeias ou não, com os seus negócios, e acima de tudo, quando a filha do Caeiro saia à rua, logo éramos alertado por alguém com 'o grito do Ipiranga0, para irmos todos ver a beldade de mulher a sair à rua, com o seu corpo, formoso para aquelas paragens.
Posto isto, a Casa Caeiro era visitada quase diariamente pela malta nem que fosse para comprar uma caixa de fósforos, ou um abano para o calor.
Era gente simpática, que enas se dedicava ao comércio, não alinhava nem de um lado nem de outro, eram independentes, o que já não era uma tarefa difícil numa zona de guerra, como aquela.
Quanto à filha do Caeiro, apenas falei com ela na loja, cruzávamo-nos na rua, no café ou no pequeno cinema semanal. Não sabia a vida que eles levavam fora das horas de serviço. (...)
O concelho do Gabu era governado por um administrador de Circunscrição, com sede na vila, e um administrador de posto com sede em Piche.
De todas as lojas, a que mais se destacava era a famosa Casa Caeiro, mesmo no centro da cidade. Ali vendia-se de tudo o que precisávamos e mais o que não era preciso para nada.
O Senhor Caeiro, dono da referida casa comercial, tinha uma bela filha, branca. (Fico na dúvida se a família era de origem libanesa, mas não, já me confirmaram que era portuguesa.)
A Casa Caeiro localizava-se mesmo do outro lado da rua, frente a frente, onde estava o gabinete do Conselho Administrativo, e do respectivo Comando do Batalhão.
Era um edifício tipo colonial, e ficávamos no 1º andar desse edifício, e logo se poderia ver todo o andamento e movimento da loja, a Casa Caeiro, que não era nada pequena, e que era frequentada pelas variadas etnias locais.
De tal modo que era um passatempo, vir para o varandim, e ver as pessoas, locais e outras pessoas, europeias ou não, com os seus negócios, e acima de tudo, quando a filha do Caeiro saia à rua, logo éramos alertado por alguém com 'o grito do Ipiranga0, para irmos todos ver a beldade de mulher a sair à rua, com o seu corpo, formoso para aquelas paragens.
Posto isto, a Casa Caeiro era visitada quase diariamente pela malta nem que fosse para comprar uma caixa de fósforos, ou um abano para o calor.
Era gente simpática, que enas se dedicava ao comércio, não alinhava nem de um lado nem de outro, eram independentes, o que já não era uma tarefa difícil numa zona de guerra, como aquela.
Quanto à filha do Caeiro, apenas falei com ela na loja, cruzávamo-nos na rua, no café ou no pequeno cinema semanal. Não sabia a vida que eles levavam fora das horas de serviço. (...)
(Seleção, revisão / fixação de texto, reedição e numeração das fotos: LG)
- Capitão médico António Cortez, esteve com a mulher sempre, quer em NL, Bissau, e SD.
- Capitão Cardoso, comandante da CCS, casou e foi com a noiva viver com o nosso Batalhão em SD, substituindo o antigo que foi para o QG de Bissau;
- 2º Sargento do quadro, não sei o nome, que esteve em Nova Lamego no Pel Rec Daimler 1143;:
- Alferes Figueiredo do Pelotão Informações e Operalões etc, que manteve a mulher por vários períodos não seguidos, quer em NL e SD.
- Major Américo Correia, 2º Comandante do BCAÇ 1933, que esteve com a mulher em períodos curtos, em NL e SD.
________________
Notas do editor
(*) Último poste da série >4 de novembro de 2024 > Guiné 61/74 - P26115: As nossas geografias emocionais (28): Gabu, antiga Nova Lamego (Valdemar Queiroz, ex-fur mil at inf, CART 11, 1969/70)
(**) Vd. postes de:
18 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19503: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LXII: Memórias do Gabu (I)
28 de fevereiro de 2019 > Guiné 61/74 - P19540: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LXIV: Memórias do Gabu (II)
2 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19545: Álbum fotográfico de Virgílio Teixeira, ex-alf mil, SAM, CCS / BCAÇ 1933 (São Domingos e Nova Lamego, 1967/69) - Parte LXIV: Memórias do Gabu (III)
5 comentários:
Virgílo, não foi só em Bafatá e Nova Lamego, que viviam alguns militares com as suas famílias (poucos, afinal, se pensarmos em termos de batalhão, c. 600 homens). Sim,em Bambadinca e Teixeira Pinto, também temos registos, aqui no blogue... Luís
O Sr. Caeiro tinha duas filhas, uma delas eram corpulenta e julgo que não era a que aparece na fotografia.
A mulher do Cap. Analido Pinto, comandante da minha CART.11, viveu com ele em Contuboel e em Nova Lamego almoçava connosco na nossa messe oficiais/sargentos. Julgo que entretanto ficou grávida e regressou à metrópole nos finais do ano 1969.
O tenente médico miliciano da C. caç 557 Dr. Rogério da Silva Leitão no ano de 1965 a sua esposa Drª Luísa Leitão acompanhou o marido no início do ano em Bissau e a partir de Maio até Outubro em Bafatá mês da rendição de regresso a Portugal, ambos já tomaram a barcaça do barqueiro de Karont, onde quer se encontrem daqui lhes envio abreijos amigos conforme o sexo.
Sobre os libaneses (e as libanesas de olhos verdes...) temos 44 referências no nosso blogue...
Eram cidadãos portugueses, de origem sírio-libanesa, comerciantes, que vieram para o território da Guiné, a partir de 1910, com a República, e que ficaram nas suas lojas no mato, apesar da guerra colonial... Parte deles terão permanecido no território, mesmo depois da independência. Outros estabeleceram-se em Portugal...
Luís só lembrar para que não fiquem dúvidas muitas das libanesas que viviam na Guiné foram compradas pelos colonos portugueses, sem qualquer direito de recusa.
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